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Alimentação na gravidez: o que comer, o que evitar e cardápio

Uma alimentação adequada durante a gravidez é essencial para garantir a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê. Manter uma dieta equilibrada ajuda a controlar o ganho de peso materno, prevenindo condições, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.

Além disso, uma boa nutrição assegura que a gestante tenha as reservas necessárias para a fase pós-parto, favorecendo a recuperação e a amamentação, e contribuindo para o fortalecimento do sistema imune do bebê.

A qualidade da alimentação na gravidez tem impactos significativos na saúde a longo prazo tanto da mãe quanto do bebê. Estudos mostram que problemas comuns entre adultos, como diabetes, doenças cardíacas e obesidade, podem ter origem ainda no útero.

Ainda, o aumento da glicose na corrente sanguínea da gestante está diretamente relacionado ao crescimento excessivo do bebê, o que pode predispor a criança a condições de saúde, como obesidade e doenças cardíacas no futuro.

É fundamental que a gestante mantenha uma dieta rica em hortaliças, grãos, frutas e peixes. Essa alimentação também contribui para a qualidade dos óvulos e espermatozoides, preparando o organismo para uma gravidez saudável. 

A Organização Mundial da Saúde e outros órgãos de saúde recomendam que os cuidados alimentares comecem até três meses antes da concepção, evidenciando a importância de uma nutrição adequada desde o início da gestação para prevenir problemas e promover um decorrer saudável.

O que comer?

Que a alimentação adequada durante a gestação é essencial para a saúde da mãe e do bebê, você já sabe. Mas quais são os alimentos saudáveis na gravidez? Para garantir uma dieta equilibrada e rica em vitaminas e minerais, é importante incluir diversos alimentos frescos na rotina diária. 

São exemplos: cereais integrais, frutas, verduras, legumes, produtos lácteos e carnes magras. Além disso, outros nutrientes e exemplos de alimentos recomendados na gravidez incluem:

  • proteínas: frango, peru, carne vermelha magra, peixes, ovos e e também proteína vegetal como ervilha e tofu, por exemplo;
  • vitamina A: cenoura, abóbora, leite, iogurte, ovos, manga, brócolis e pimentão amarelo;
  • vitamina B12: produtos lácteos, ovos e alimentos fortificados;
  • ômega 3: abacate, azeite de oliva extra-virgem, nozes, chia, sementes de linhaça e óleo de linhaça;
  • cálcio: produtos lácteos, vegetais escuros, gergelim e frutos secos como nozes;
  • zinco: feijão, amendoim, castanhas de caju e castanha-do-Pará;
  • ferro: feijão, ervilha, grão-de-bico, ovos, cereais, pão integral e vegetais de folhas verdes;
  • ácido fólico: espinafre, brócolis, couve, aspargo, couve de bruxelas, feijão e tomate;

Os alimentos devem ser preparados preferencialmente grelhados ou ao vapor, evitando frituras. Além disso, é essencial aumentar o consumo de líquidos para suportar o crescimento fetal, manter o líquido amniótico e o aumento do volume sanguíneo.

A dieta deve ser ajustada conforme os trimestres da gravidez, com o auxílio de um nutricionista, atendendo às necessidades nutricionais específicas de cada fase:

  • no primeiro trimestre, é crucial focar em alimentos ricos em ácido fólico para o desenvolvimento do sistema neurológico do bebê;
  • no segundo trimestre, é importante incluir magnésio, vitamina C e ferro para a formação dos tecidos e fortalecimento do sistema imunológico;
  • no terceiro trimestre, deve-se priorizar o cálcio e o ômega 3 para o fortalecimento dos ossos e do sistema neurológico do bebê, além de ajudar a prevenir a depressão pós-parto;
  • durante a amamentação, a alimentação saudável continua sendo crucial para garantir que a mãe esteja produzindo leite nutritivo. O consumo adequado de água, proteínas, iodo, selênio, zinco, ômega 3 e vitaminas A, C, E, vitamina B6 e vitamina B12 deve ser mantido para apoiar a saúde da mãe e do bebê.

Alimentos proibidos na gravidez

Durante a gestação, é crucial evitar certos alimentos, pois podem trazer riscos devido à toxinas, bactérias ou outros fatores que podem afetar o desenvolvimento fetal e a saúde materna. A seguir, listamos os principais alimentos a serem evitados durante a gravidez:

  • peixes com alto teor de mercúrio: peixes, como atum e peixe espada, devem ser evitados devido ao seu alto teor de mercúrio, que pode atravessar a barreira placentária e comprometer o desenvolvimento neurológico do bebê. É recomendado consumir peixe, pelo menos, duas vezes por semana, optando por variedades com baixo teor de mercúrio;
  • carnes, peixes, ovos e mariscos crus: alimentos crus, como carnes, peixes, ovos e mariscos, aumentam o risco de intoxicação alimentar e de doenças como a toxoplasmose. Certifique-se de que esses alimentos estejam completamente cozidos antes do consumo;
  • leites e queijos não pasteurizados: produtos como queijo fresco ou caseiro podem estar contaminados com a bactéria listeria spp., que pode afetar o sistema nervoso do bebê. Opte sempre por produtos pasteurizados;
  • fígado e suplementos com vitamina A: o consumo excessivo de vitamina A, especialmente de fontes animais e sintéticas, está associado a alterações no nascimento e danos hepáticos. Evite fígado e suplementos com vitamina A alta;
  • frutas e vegetais mal lavados: para prevenir intoxicação alimentar, lave bem todas as frutas e verduras antes de consumi-las;
  • bebidas alcoólicas: o álcool pode causar atrasos no crescimento e desenvolvimento do bebê, além de estar associado a graves complicações durante a gravidez. É essencial evitar totalmente o consumo de bebidas alcoólicas;
  • adoçantes artificiais: alguns adoçantes artificiais encontrados em produtos diet ou light podem não ser seguros durante a gravidez. Prefira alternativas naturais sempre que possível;
  • cafeína: embora não seja necessário eliminar completamente a cafeína, é recomendada uma ingestão moderada. A quantidade máxima recomendada é de menos de 200 mg por dia, o que corresponde a cerca de 340 ml de café coado. Atenção também ao consumo de chocolate, preferindo aqueles com maior teor de cacau;
  • chás não recomendados: certos chás podem não ser indicados devido à falta de informações sobre seus efeitos durante a gestação ou por estarem associados a riscos como aborto espontâneo. Consulte seu médico sobre quais chás são seguros para consumir.

Cardápio para alimentação na gravidez

A seguir, apresentamos um exemplo de cardápio diário com alimentos para serem consumidos na gravidez. No entanto, é essencial que um nutricionista ajuste a dieta conforme as necessidades individuais e preferências alimentares da gestante, garantindo que ela seja apropriada e fácil de seguir. Veja o guia abaixo:

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Dia Café da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar
Segunda feira Pão integral com queijo branco, maçã, café preto ou chá sem açúcar Peito de frango grelhado, quinoa cozida, brócolis e cenoura no vapor, salada de alface e tomate com azeite Amêndoas, pera Filé de peixe assado, arroz integral, abobrinha refogada, salada de rúcula com pepino
Terça feira Aveia com leite desnatado e morangos Frango ao curry, arroz integral, espinafre refogado, salada de alface com cenoura Maçã com manteiga de amendoim Filé de salmão grelhado, purê de batata-doce, aspargos cozidos, salada de rúcula com cenoura
Quarta feira Smoothie de espinafre e banana com leite desnatado Carne magra assada, cuscuz de milho, abóbora e couve-flor no vapor, salada de rúcula e tomate Pêssego fresco, castanhas Peito de peru assado, arroz integral, vagem e cenoura refogadas, salada de rúcula com cenoura
Quinta feira 1 pote de iogurte natural com 1 colher de sopa de aveia e 1 punhado de morangos 1 filé de peixe grelhado, 1 porção de arroz integral, 1 porção de couve-flor cozida no vapor 1 pera pequena com 10 amêndoas 1 porção de peito de frango ao forno, 1 porção de brócolis e cenoura, salada de tomate e pepino
Sexta feira 1 fatia de pão integral com 1 fatia de peito de peru e 1 fatia de tomate, 1 kiwi 1 porção de carne de vaca magra grelhada, 1 porção de batata-doce assada, 1 porção de espinafre refogado 1 iogurte grego sem açúcar com 1 colher de sopa de sementes de abóbora 1 porção de filé de salmão assado, 1 porção de arroz integral, salada de alface com cenoura e beterraba
Sábado 1 pote de iogurte natural com 1 colher de sopa de granola sem açúcar e 1 banana pequena 1 porção de peito de frango grelhado, 1 porção de quinoa, 1 porção de abóbora assada 1 maçã pequena com 1 punhado de nozes 1 porção de carne moída com legumes, 1 porção de purê de couve-flor, salada de espinafre com pepino
Domingo 1 fatia de pão integral com 1 ovo cozido e 1 fatia de queijo branco, 1 pêssego 1 porção de peito de peru assado, 1 porção de arroz integral, 1 porção de brócolis no vapor 1 iogurte natural sem açúcar com 1 colher de sopa de linhaça 1 porção de filé de peixe grelhado, 1 porção de purê de batata-doce, salada de alface com tomate e cenoura

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Quais os suplementos que a grávida deve tomar?

Durante a gestação, a suplementação de minerais e vitaminas para grávidas é, muitas vezes, necessária para assegurar a saúde. No entanto, a recomendação específica de suplementos deve ser feita por um médico ou nutricionista, que avaliará as necessidades individuais de cada gestante.

O ácido fólico, por exemplo, é crucial e normalmente deve ser iniciado três meses antes da concepção. Ele é fundamental para a formação do tubo neural do feto e ajuda a prevenir defeitos congênitos.

A vitamina B6 também desempenha um papel importante, contribuindo para o desenvolvimento do sistema nervoso e a formação de glóbulos vermelhos, além de ajudar a aliviar os enjoos matinais. 

Já a vitamina B12 trabalha em conjunto com o ácido fólico para o funcionamento do sistema nervoso e a produção de glóbulos vermelhos, sendo especialmente relevante para gestantes vegetarianas ou veganas.

A vitamina A é essencial para o desenvolvimento celular do bebê e para fortalecer o sistema imunológico da mãe, embora deva ser consumida com cuidado para evitar a superdosagem.

A vitamina C, por sua vez, auxilia na absorção de ferro, importante para prevenir anemia, e contribui para a saúde da pele e do sistema imunológico.

A vitamina D é vital para o desenvolvimento ósseo do bebê e para reduzir riscos como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, podendo ser obtida através da exposição ao sol e de alimentos como ovos e sardinhas.

Além dessas vitaminas, o ômega 3 é um nutriente essencial para o desenvolvimento cerebral e ocular do bebê, e também ajuda a reduzir o risco de parto prematuro.

O cálcio é necessário para a formação de ossos e dentes e para a função muscular e nervosa, enquanto o ferro é crucial para a produção de glóbulos vermelhos e a prevenção da anemia.

O zinco e a coenzima Q10, embora menos conhecidos, também desempenham papéis importantes, com o zinco ajudando no desenvolvimento neurológico e a coenzima Q10 contribuindo para a energia celular e o metabolismo durante a gravidez. 

Como controlar o peso durante a gravidez?

É natural que as mulheres ganhem peso durante a gravidez devido ao aumento das necessidades nutricionais para sustentar o desenvolvimento do bebê e o próprio corpo. No entanto, é essencial controlar esse ganho para evitar riscos, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia. Para ajudar a manter o peso sob controle, algumas estratégias alimentares podem ser muito eficazes.

Uma abordagem útil é comer pequenas refeições ao longo do dia, aproximadamente a cada três horas, para evitar grandes quantidades de comida em uma única refeição.

Iniciar as refeições com uma salada pode ajudar a reduzir a ingestão total de alimentos e controlar os níveis de glicose no sangue. Além disso, é importante moderar o consumo de sal e manter-se bem hidratada ao longo do dia para ajudar na retenção de líquidos e na digestão. 

Optar por lanches saudáveis quando as refeições completas não forem possíveis é uma boa prática. Exemplos de lanches nutritivos incluem iogurte desnatado, bolachas integrais, queijo branco e torradas. Escolher uma fruta ou pequenos pedaços de chocolate amargo, se a vontade de comer doces surgir, pode ser uma alternativa saudável.

Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.

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