Atualizado em 17 de Março de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Dieta flexitariana: o que é, benefícios e cardápio

dieta flexitariana

A alimentação flexitariana tem se tornado cada vez mais popular como uma abordagem equilibrada e saudável. Ao focar no consumo predominante de alimentos de origem vegetal, mas permitindo a inclusão ocasional de carnes e outros produtos de origem animal, ela oferece flexibilidade para aqueles que buscam melhorar seus hábitos alimentares sem precisar de restrições severas.

Neste artigo, vamos explorar o que é a dieta flexitariana, seus principais benefícios para a saúde e o meio ambiente, além de apresentar um exemplo de cardápio para te ajudar a adotar esse estilo de vida de forma prática e eficiente. 

Se você está em busca de uma alimentação mais consciente e sustentável, continue lendo para descobrir como essa dieta pode transformar sua rotina alimentar.

O que é dieta flexitariana?

O flexitarianismo é um estilo alimentar que combina os benefícios de uma alimentação à base de plantas com a possibilidade de consumir alimentos de origem animal, mas de forma moderada.

É ideal para quem deseja adotar uma alimentação mais saudável, focada em vegetais, mas sem abrir mão totalmente de carnes, ovos ou laticínios.

Esse conceito é, muitas vezes, referido como semi vegetariano ou, até mesmo, “vegetarianismo casual”, pois permite uma redução gradual no consumo de proteína animal.

Princípios da dieta flexitariana

A centralidade da dieta flexitariana é a redução do consumo de produtos de origem animal, favorecendo alimentos à base de plantas. Verduras, legumes, frutas, grãos, leguminosas e nozes são os protagonistas dessa alimentação. 

A ideia não é excluir completamente os alimentos de origem animal, mas sim, consumi-los de forma mais moderada e consciente, como uma maneira de diminuir os impactos ambientais e promover a saúde.

Benefícios da dieta flexitariana

Ao combinar alimentos de origem vegetal com o consumo ocasional de produtos de origem animal, a dieta flexitariana oferece uma série de benefícios tanto para a saúde quanto para o meio ambiente. Esse estilo alimentar balanceado promove mudanças positivas que podem impactar significativamente a qualidade de vida. Saiba mais:

Melhora da saúde cardiovascular

Ao adotar uma alimentação baseada em vegetais, a dieta flexitariana pode ajudar a reduzir os fatores de risco associados às doenças cardiovasculares.

O aumento na ingestão de frutas, verduras, legumes e grãos integrais proporciona uma boa quantidade de fibras, que atuam no controle do colesterol e na saúde das artérias, diminuindo as chances de hipertensão, aterosclerose e infarto. 

Além disso, os alimentos ricos em antioxidantes e fitoquímicos ajudam a combater os radicais livres, responsáveis por causar inflamações no corpo.

Apoio à redução do colesterol

Como comentando, uma das vantagens de reduzir o consumo de carne e aumentar a ingestão de alimentos vegetais é o impacto positivo nos níveis de colesterol. 

Alimentos, como leguminosas, sementes e nozes, são fontes ricas em fibras solúveis e são alimentos com gordura boa e saudável, que ajudam a diminuir o colesterol LDL (o colesterol ruim) e aumentar o colesterol HDL (o bom colesterol). Essa modificação na dieta pode contribuir para uma maior saúde cardiovascular a longo prazo.

Prevenção do risco de doenças crônicas

A dieta flexitariana também está associada à redução do risco de várias doenças crônicas, como câncer, diabetes e AVC. A diminuição do consumo de carnes processadas e de carne vermelha, que estão frequentemente ligadas ao surgimento de doenças graves, é um fator importante.

Ainda, alimentos vegetais ricos em antioxidantes e vitaminas, como frutas, legumes e cereais integrais, ajudam a proteger as células do corpo contra os danos causados pelos radicais livres, prevenindo o desenvolvimento de doenças.

Auxílio na perda de peso

Outro benefício significativo da dieta flexitariana é o seu potencial para favorecer a perda de peso. Isso se dá, principalmente, porque a inclusão de alimentos ricos em fibras, como grãos integrais, legumes e frutas, promove uma sensação de saciedade mais prolongada, controlando a fome ao longo do dia e evitando o consumo excessivo de calorias. Esse controle da ingestão alimentar pode ser uma ajuda importante na manutenção de um peso saudável.

Redução do impacto ambiental

Os benefícios da dieta flexitariana vão muito além da saúde pessoal, abrangendo também o impacto positivo que ela tem sobre o planeta. Do ponto de vista ambiental, a dieta flexitariana é uma escolha responsável. 

Ao reduzir o consumo de carne, especialmente carne vermelha, essa alimentação contribui para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, redução do uso de água e menor degradação do solo, práticas associadas à produção de carne em grande escala.

Dieta flexitariana emagrece mesmo?

Sim - a dieta flexitariana pode promover a saciedade de maneira eficaz devido à alta quantidade de fibras encontradas em alimentos vegetais, como frutas, legumes, grãos integrais e leguminosas.

As fibras são essenciais para a digestão e ajudam a prolongar a sensação de plenitude após as refeições, o que pode reduzir o desejo por lanches entre as refeições e evitar o consumo excessivo de calorias. Isso é fundamental para o emagrecimento, pois ao manter o apetite controlado, você acaba consumindo menos calorias ao longo do dia.

Entretanto, é importante lembrar que alimentos de origem vegetal, embora extremamente benéficos, contêm gorduras, como é o caso do abacate, coco e algumas sementes (como as de chia e linhaça).

Se não forem consumidos com moderação, podem contribuir para o aumento de peso. Portanto, mesmo na dieta flexitariana, a chave para o emagrecimento é uma dieta hipocalórica, ou seja, uma dieta onde a quantidade de calorias consumidas seja menor do que a quantidade de calorias gastas.

Se na dieta flexitariana, por exemplo, você substituir carne por alimentos vegetais, mas ao invés de priorizar alimentos frescos e nutritivos, começar a consumir muitos alimentos industrializados (mesmo que livres de fontes animais), o emagrecimento pode ser comprometido. Alimentos processados, mesmo sem produtos de origem animal, geralmente têm aditivos, açúcares e gorduras que podem conter muitas calorias.

Outro ponto importante é o papel das proteínas no emagrecimento. As fontes de proteína animal são bem conhecidas por sua contribuição à construção muscular e ao controle do apetite.

No entanto, ao seguir uma dieta flexitariana, onde a carne é consumida com moderação, é necessário substituir essas fontes por proteína vegetal de alta qualidade, como tofu, tempeh, lentilhas, grãos integrais, sementes e nozes. As proteínas vegetais em pó são uma ótima opção para complemento também.

Em resumo a dieta flexitariana pode ser eficaz para emagrecer, desde que seja aplicada corretamente:

  • o foco deve ser em alimentos vegetais frescos, ricos em fibras e proteínas vegetais, enquanto se evita o consumo excessivo de alimentos processados e fontes de gordura saturada. E, claro, o emagrecimento depende de um déficit calórico, então o controle de porções e a escolha de alimentos com menor densidade calórica são fundamentais.

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Como fazer a dieta flexitariana?

Para quem deseja adotar o flexitarianismo como dieta, é importante seguir algumas orientações práticas para que a transição seja feita de forma gradual e sustentável:

1. Busque orientação profissional

Assim como em qualquer dieta, é fundamental consultar um nutricionista ou nutrólogo para avaliar se a dieta flexitariana é adequada para o seu perfil e objetivos. Profissionais especializados podem ajudar a ajustar o plano alimentar às suas necessidades nutricionais, garantindo que a dieta seja balanceada e eficaz.

2. Comece aos poucos

Se você está habituado a uma alimentação rica em carnes, a transição para o flexitarianismo pode ser mais suave se for feita aos poucos. A ideia é reduzir gradualmente o consumo de carnes vermelhas e optar por proteínas vegetais, como leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico) e vegetais ricos em proteínas. 

Você pode começar substituindo carnes processadas, como salsichas e bacon, por opções mais saudáveis, como peixes e frangos.

3. Inclua uma variedade de alimentos vegetais

Uma dieta flexitariana bem-sucedida inclui uma ampla variedade de alimentos de origem vegetal, que fornecem as vitaminas, minerais e fibras essenciais para a saúde. Invista em:

  • verduras e legumes: alface, rúcula, espinafre, couve, abobrinha, berinjela, beterraba;
  • frutas: mamão, laranja, banana, pera;
  • grãos e leguminosas: feijão, quinoa, lentilha, grão-de-bico;
  • sementes e nozes: chia, linhaça, castanhas, amêndoas.

4. Considere suplementos

Ao adotar a dieta flexitariana, é importante estar atento à ingestão de alguns nutrientes que são predominantemente encontrados em fontes animais. Embora a dieta priorize alimentos vegetais, a falta de fontes animais pode levar à deficiência de certos nutrientes essenciais, como o ômega 3, a vitamina B12 e a vitamina D.

5. Substitua carnes gradualmente

A substituição da carne por alternativas vegetais é um passo importante para a dieta flexitariana. Utilize proteínas vegetais, como tofu, tempeh, seitan, lentilhas e grãos. Ao longo do tempo, você pode reduzir mais o consumo de carne, focando em opções mais saudáveis, como peixe e frango, que podem ser consumidos ocasionalmente.

6. Dê atenção à qualidade dos alimentos

Embora a dieta flexitariana seja mais flexível, é importante manter o foco na qualidade dos alimentos. Evite produtos ultraprocessados e opte por alimentos frescos e naturais. Prefira sempre opções orgânicas e de agricultura sustentável, quando possível, para obter o máximo de nutrientes e benefícios para a saúde.

7. Planeje suas refeições

Para facilitar a adoção da dieta flexitariana, planeje suas refeições com antecedência. No próximo tópico, você encontrará um exemplo de cardápio.

Cardápio para dieta flexitariana

Aqui está o modelo de cardápio para a dieta flexitariana:

CSS Selectors
Refeição Opção 1 Opção 2 Opção 3
Café da manhã
  • Suco detox (laranja, cenoura, couve, pimenta caiena, farelo de coco).
  • Tapioca com chia e pasta de tofu;
  • Suco de abacaxi com gengibre.
  • Pãezinhos de mandioca;
  • Suco de morango natural.
Lanche da manhã
  • 1 pera;
  • 6 castanhas de caju.
  • 1/2 abacate com farelo de aveia e açúcar de coco.
  • 1 maçã;
  • 10 amêndoas sem sal.
Almoço
  • Salada de folhas verdes (rúcula, alface, tomate);
  • 2 col. sopa de quinoa;
  • 1 concha de feijão branco;
  • brócolis refogados.
  • Salada de folhas verdes (alface, rabanete, salsão, couve-flor);
  • 1 col. sopa de soja cozida;
  • Nhoque de mandioquinha ao sugo.
  • Salada de repolho com erva-doce, pepino e cenoura;
  • 2 col. sopa de purê de batata-doce;
  • Bolinho de grão-de-bico.
Lanche da tarde
  • 3 torradas integrais com geleia sem açúcar;
  • 1 xíc. de chá de hibisco.
  • Banana amassada com canela em pó;
  • 2 castanhas-do-pará.
  • 1 torrada de abacate com azeite e limão;
  • 1 xíc. de chá de hortelã.
Jantar
  • Sopa de abóbora e lentilha;
  • tomate recheado com arroz integral, castanha de caju, salsa e noz-moscada.
  • Papillote de legumes (cenoura, abobrinha, berinjela);
  • grão-de-bico com cebola, tomate e pimentão.
  • Espaguete de pupunha com molho de tomate e cúrcuma;
  • Amaranto com cogumelos.

Para adaptar o cardápio para incluir fontes de proteína animal de forma balanceada, você pode adicionar as seguintes opções:

  • café da manhã: adicionar ovos orgânicos mexidos ou cozidos como opção de proteína;
  • almoço: incluir peito de frango grelhado ou peixe (como salmão ou tilápia) junto às saladas e pratos principais;
  • jantar: incluir uma porção de peixe ou frango, ou até uma fatia de queijo como opção de proteína animal.

Essas opções podem ser inseridas nos espaços onde você prefere incluir mais fontes de proteína animal de forma equilibrada, mantendo o princípio da dieta flexitariana de consumir alimentos vegetais com moderação em relação às fontes animais.

Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.