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Como a genética influencia o desenvolvimento da fibromialgia

A fibromialgia é uma das doenças reumáticas mais comuns, causando dor e limitações em áreas como ossos, músculos, articulações e tendões. Uma das maiores dificuldades no seu tratamento é compreender o que a desencadeia.

Atualmente, sabe-se que a fibromialgia também têm um componente genético importante, com genes ligados ao seu desenvolvimento. A identificação dessas mutações genéticas pode ser essencial tanto para o diagnóstico quanto para a adoção de medidas preventivas.

Saiba mais sobre o tema e entenda como a fibromialgia como a fibromialgia pode ser genética.

A fibromialgia pode ser influenciada pela genética?

Um dos principais desafios sobre a fibromialgia, seu diagnóstico e tratamento, é que sua causa ainda não é completamente entendida. Existem várias teorias e estudos tentando descobrir a origem da doença, mas até agora não há uma resposta definitiva.

O que se sabe é que a fibromialgia tem múltiplas causas, incluindo a genética. Pesquisas indicam que a hereditariedade desempenha um papel importante no desenvolvimento da fibromialgia. Ter predisposição genética significa possuir características genéticas e físicas ligadas ao risco de desenvolver a doença.

Portanto, acredita-se que parte da predisposição para o desenvolvimento da fibromialgia resulte de alterações genéticas que comprometem o processamento dos sinais de dor no sistema nervoso central, juntamente a fatores ambientais, comportamentais e hormonais, que resultam em dores crônicas.

Genes associados à fibromialgia

Pesquisas * indicam que o papel genético na fibromialgia está associado à redução nos níveis de serotonina e outros neurotransmissores, que podem aumentar a sensibilidade à dor e estar ligada à diminuição do fluxo sanguíneo nos músculos e tecidos.

Uma das mutações genéticas de maior relevância no desencadeamento da fibromialgia é o polimorfismo do gene codificador de receptores para serotonina, identificado em pacientes com essa condição. Esse receptor específico está localizado em inúmeras células do Sistema Nervoso Central e demais partes do corpo, modulando funções como processo de dor e controle da ansiedade. *

Desta forma, além das dores crônicas, essas características genéticas da fibromialgia explicam outros sintomas geralmente encontrados nos portadores dessa condição clínica, como  alteração do sono, transtornos ansiosos e outras síndromes disfuncionais como dores de cabeça crônicas e problemas intestinais. *

Outra alteração importante é do gene que codifica a enzima COMT, responsável por desativar certas substâncias químicas. Alterações genéticas nesse gene estão sendo apontadas como responsáveis por doenças neuroendócrinas caracterizadas pela função anormal do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e a fibromialgia é uma delas. * *

O que leva uma pessoa a desenvolver fibromialgia?

A teoria mais aceita é que a fibromialgia é uma doença multifatorial, ou seja, causada por vários fatores que se combinam para desencadear os sintomas.

Entre esses fatores, o emocional é considerado um dos mais importantes, já que muitos pacientes com fibromialgia também sofrem de depressão e ansiedade. Isso ajuda a explicar a complexidade de entender a doença.

Por outro lado, alguns pesquisadores destacam aspectos fisiológicos claros. Recentemente, foi sugerido que o estresse oxidativo e a disfunção das mitocôndrias, estruturas das células, têm um papel importante na fibromialgia.

Fatores genéticos, hormonais e estruturais também são considerados, mas todos os estudos concordam em um ponto: a maior sensibilidade do sistema nervoso central à dor é o principal mecanismo da fibromialgia.

Testes genéticos podem ajudar no diagnóstico da fibromialgia?

Sim, um Teste genético pode ajudar a identificar marcadores genéticos que contribuem para o desenvolvimento da fibromialgia. Além disso, eles servem de base para estudos que visam a prevenção e o tratamento da doença, melhorando a qualidade de vida por meio do controle da dor e dos impactos físicos e emocionais. *

Esses testes analisam o DNA de cada pessoa, buscando mutações que podem causar doenças genéticas, tanto na própria pessoa quanto em futuras gerações, assim como a fibromialgia.

O aconselhamento genético, realizado a partir de um teste, fornece informações sobre o histórico familiar, predisposições e origens étnicas. Isso permite decisões importantes sobre a saúde, com orientação médica, como cuidados alimentares, mudanças de hábitos para amenizar sintomas e melhorar a qualidade de vida de quem possui fibromialgia.

Tem como evitar a fibromialgia?

A fibromialgia não tem cura nem uma forma 100% eficaz de garantir que ela não se desenvolverá, mas, após o diagnóstico, é possível adotar diversos hábitos para aliviar os sintomas e manter a doença controlada, preservando a qualidade de vida.

Alguns desses hábitos incluem:

  • tratamento medicamentoso: existem diferentes medicamentos disponíveis para tratar as dores crônicas da fibromialgia, além de ajudar em outras condições associadas, como problemas psicológicos, intestinais e distúrbios do sono.
  • exercícios físicos: a prática de atividade física é fundamental. Os exercícios mais indicados são os aeróbicos de baixo impacto, como pilates, dança, ciclismo ou esportes aquáticos, que promovem relaxamento e fortalecem os músculos.
  • psicoterapia: cerca de um terço das pessoas com fibromialgia sofrem de distúrbios psicológicos, como depressão e ansiedade. Além disso, o convívio com a doença pode afetar a saúde mental, tornando o acompanhamento psicológico essencial.
  • alimentação: manter uma alimentação saudável ajuda no controle da fibromialgia, pois o ganho de peso pode agravar as dores e aumentar a chance de desenvolver a síndrome do intestino irritável. 
  • suplementação: existem diversos suplementos que podem ser úteis para o tratamento da fibromialgia como a Creatina, a Cúrcuma e até mesmo a Coenzima Q10. A creatina para fibromialgia por exemplo, pode ajudar no aumento da fosfocreatina intramuscular e melhora da função muscular.

Embora não haja um tratamento específico para a causa da fibromialgia, existem várias abordagens para controlar os sintomas, buscando melhorar a condição e a qualidade de vida de quem convive com a doença. Por isso a importância de um diagnóstico e acompanhamento médico independente se a fibromialgia é genética ou não.

Referências

Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.

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