Conheça os melhores tratamentos para constipação intestinal
O intestino é um órgão bastante complexo, cujas funções vão muito além da digestão e absorção de nutrientes. Nele, ocorrem muitos processos bioquímicos e produção de diversos hormônios, tudo perfeitamente orquestrado para permitir processos imunológicos, regulação de fome e saciedade, além do impacto no estado de humor.
Dito isso, quando o intestino não não opera de maneira saudável, os prejuízos à saúde não são apenas locais, mas se estendem para todo o corpo. Um dos sintomas que aponta a desregulação do funcionamento intestinal é a constipação. É por esse motivo que é fundamental compreender o que causa e os melhores tratamentos para constipação intestinal.
O que é constipação intestinal?
A constipação intestinal, popularmente conhecida como "prisão de ventre", é quando uma pessoa não consegue evacuar por um longo tempo, mesmo tendo fezes no intestino para serem expelidas.
Muitas vezes, a falta de evacuação pode ser consequência da baixa ingestão de alimentos. Pessoas que comem poucas calorias por dia, podem passar mais tempo sem evacuar do que quem tem o hábito de ingerir mais calorias. Esse caso não se caracteriza como constipação, apenas leva mais tempo para que haja a formação de bolo fecal.
No caso de constipação intestinal, há presença de fezes, e essa condição leva à sintomas característicos, como:
- estufamento gástrico;
- excesso de gases;
- sensação de desconforto;
- cólica intestinal;
- fezes ressecadas;
- necessidade de fazer mais força ao evacuar;
- sensação de esvaziamento incompleto do intestino;
- humor conhecido como “enfezado”, que é a irritabilidade causada pela constipação intestinal.
A constipação ainda pode acontecer de forma esporádica ou pode ser uma constipação crônica, cujos sintomas se repetem de tempos em tempos, ou nunca melhoram 100%. Nesses casos, é importante investigar a causa por trás e os possíveis tratamentos para constipação intestinal.
Saiba mais sobre
PREBIÓTICO
Os prebióticos são fibras que o intestino não digere, mas que são fermentáveis e ajudam a saúde. Eles modificam a composição e atividade das bactérias no intestino, estimulando o crescimento de "bactérias boas". Além disso, auxiliam nas funções intestinais, evitam a constipação e podem ajudar na manutenção dos níveis de colesterol.
Causas da constipação intestinal
Doenças Intestinais
Existem doenças que causam constipação intestinal e podem levar a graves consequências devido aos prejuízos que provocam à parede do intestino. As mais comuns são: Doenças Inflamatórias Intestinais - que se dividem em Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa - e a Síndrome do Intestino Irritável.
Essas doenças intestinais tendem a provocar diferentes sintomas, que vão desde constipação, azia, enjoo, diarreia, problemas de pele, entre outros.
Ainda existem as alergias e intolerâncias alimentares, que entram no rol de doenças que acometem o intestino e, se não tratadas, podem levar à constipação intestinal grave.
Falta de fibra
A ausência de fibras na alimentação pode desencadear a constipação intestinal. As fibras desempenham um papel crucial na formação de fezes, a tornando mais macia e úmida, contribuindo para sua passagem pelo intestino. Além disso, promovem a melhoria da peristalse intestinal, que consiste nos movimentos contráteis realizados pelo intestino para expelir as fezes.
Essas fibras também podem ser fermentadas pelas bactérias presentes no intestino, atuando como prebiótico. Essas bactérias desempenham um papel crucial não apenas na saúde intestinal, mas também em todo o organismo.
A recomendação é consumir em torno de 25 gramas de fibras diariamente, encontradas em alimentos como grãos integrais, cereais, frutas, vegetais e suplementos prebióticos. Essa associação favorece não apenas a regularidade intestinal, mas também contribui para a promoção da saúde global.
Baixo consumo de água
A desidratação é uma das principais causas da constipação intestinal. A falta de água no organismo faz com que as células do intestino “puxem” a água presente nas fezes, que iria auxiliar na sua passagem pelo intestino, de volta para o interior do corpo.
Ou seja, se não houver o consumo adequado de água limpa, o corpo “consumirá” a água “suja” vinda das fezes, para manter suas funções. Esse quadro leva ao ressecamento do bolo fecal, o que dificulta sua passagem e promove a constipação intestinal.
Inatividade física
A falta de exercícios também pode contribuir para a prisão de ventre. A motilidade intestinal, que é o movimento feito pelo intestino para expelir as fezes, é negativamente comprometida pelo sedentarismo. Por isso, manter uma rotina de atividade física faz parte dos tratamentos para constipação intestinal.
Gravidez
As alterações estruturais e hormonais presentes no período da gestação, tendem a levar ao quadro de constipação. Com as mudanças na anatomia do trato gastrointestinal e a expansão do útero para o crescimento do bebê, associadas ao aumento do hormônio progesterona e redução do hormônio motilina para a manutenção da gravidez, há um comprometimento da motilidade intestinal.
Ademais, mudanças comportamentais durante este período também podem contribuir para a prisão de ventre na gravidez, como a redução da ingestão hídrica e do consumo de alimentos para constipação. Essa redução é comumente causada pelo enjoo ou azia, além da redução da atividade física diária.
Mudanças de rotina
O eixo intestino-cérebro é muito poderoso e essa relação é uma via de mão dupla. Mudanças comportamentais e na rotina, podem levar ao aumento do estresse e, consequentemente, à constipação intestinal.
Um exemplo clássico de como essa dinâmica acontece, é ter dificuldade de evacuar em períodos de viagem. Por estar em um ambiente desconhecido, fora da rotina e alimentação habitual, existem muitos relatos de pessoas que constipam nessas situações e só conseguem regular a atividade intestinal quando retornam à rotina.
Uso de medicamentos
Alguns medicamentos possuem como efeito colateral alterações no funcionamento gastrointestinal, incluindo a constipação. É importante atentar-se a esse sintoma e conversar com o médico para entender como prevenir esse efeito ou como reverter o quadro de constipação causada pelo medicamento.
Tratamentos para constipação intestinal
Os tratamentos para constipação intestinal começam nos hábitos cotidianos, como alimentação e atividade física. Caso haja necessidade, se a constipação se tornar crônica ou grave, é indicado iniciar um acompanhamento médico.
Confira abaixo o que é bom para constipação intestinal:
- consumo de 2 a 3 litros de água por dia;
- inclusão de fibras na alimentação;
- alimentação balanceada;
- preferência para consumo de proteínas de fácil digestão;
- investigação e tratamento de alergias e intolerâncias alimentar;
- prática de atividade física;
- manutenção da rotina.
Existem diversos tratamentos para constipação intestinal, porém, para que seja encontrado aquele mais eficaz para cada caso, é importante identificar a causa por trás do sintoma. Para tal, é recomendado consultar um especialista e investigar o que tem levado ao quadro de constipação.
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Probióticos e saúde intestinal
A saúde intestinal está estreitamente relacionada à qualidade da microbiota. A colônia de bactérias existentes no intestino se desenvolve, em grande peso, a partir do padrão dietético e demais hábitos de vida.
Uma das formas de melhorar a saúde intestinal e tratar a constipação, é através da melhora desse padrão microbiano no intestino pelo consumo de probióticos.
Probióticos são grupos de bactérias responsáveis por proporcionar benefícios à saúde do hospedeiro após seu consumo, estando presentes tanto nos alimentos, como kefir e kombucha, e também na forma de suplementos.
Por exemplo, o grupo de probióticos Lactococcus lactis é voltado para beneficiar a região do duodeno, o Lactobacillus Acidophilus e Lactobacillus Rhamnosus para o jejuno, enquanto que o cólon recebe Actinobactérias, como a Bifidobacterium bifidum e Bifidobacterium lactis.
Um recente estudo revisitou diversas pesquisas sobre a administração de probióticos na restauração da microbiota intestinal e tratamento para constipação intestinal. Foram levantados dados que comprovam a eficácia do papel dos probióticos na alteração da frequência de evacuações em indivíduos constipados, além de reduzir o nível de pH intraluminal e estimular a peristalse do cólon, ajudando em casos de constipação.
A pesquisa também levantou dados de pacientes adultos com constipação funcional crônica, e mostrou que o uso de probióticos foi capaz de promover o aumento dos movimentos intestinais auxiliando, assim, no tratamento de pacientes com constipação.
Modos de prevenção
A melhor forma de prevenir a constipação intestinal, é através da adoção de bons hábitos de vida, como alimentação rica em fibras, adequada ingestão hídrica e realização de atividades físicas.
Se, mesmo seguindo tais instruções, o problema persistir, a orientação é procurar um nutricionista e um gastroenterologista para corretos diagnóstico e tratamento para constipação intestinal.
Referências
- IBARRA, A. et al. Effects of 28-day Bifidobacterium animalis subsp. lactis HN019 supplementation on colonic transit time and gastrointestinal symptoms in adults with functional constipation: A double-blind, randomized, placebo-controlled, and dose-ranging Trial. Gut Microbes, v. 9, n. 3, p. 236-251, 2018.
- Ojetti V, Ianiro G, Tortora A, D'Angelo G, Di Rienzo TA, Bibbò S, Migneco A, Gasbarrini A. The effect of Lactobacillus reuteri supplementation in adults with chronic functional constipation: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. J Gastrointestin Liver Dis. 2014 Dec;23(4):387-91. doi: 10.15403/jgld.2014.1121.234.elr. PMID: 25531996.N
- DA SILVA, Wenderson Costa et al. A eficácia de agentes probióticos como terapia para a constipação intestinal na prática clínica: uma revisão integrativa. Unoesc & Ciência-ACBS, v. 10, n. 1, p. 15-22, 2019.N
- KRISS, Michael; et al. Low diversity gut microbiota dysbiosis: drivers,functional implications and recovery, 2018.
- SUEZ, Jotham; et al. The pros, cons, and many unknowns of probiotics, 2019
Texto escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Texto revisado por Rafaela Fürst Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.