Atualizado em 15 de Abril de 2025
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Idosos Obesos: Riscos, Causas e Como Tratar de Forma Segura

A obesidade na terceira idade representa um risco significativo para a saúde! Com o envelhecimento, o corpo passa por mudanças fisiológicas e hormonais que contribuem para a perda de massa muscular e óssea, além de favorecerem o acúmulo de gordura
Para um idoso obeso, esses desafios se tornam ainda maiores, pois o excesso de peso aumenta a predisposição ao desenvolvimento de doenças crônicas, impactando diretamente a qualidade de vida e a mobilidade.
Descubra os tratamentos mais eficazes para a obesidade em idosos e como promover um envelhecimento mais saudável!
O crescimento da obesidade em idosos
O crescimento da obesidade, não apenas na população geral, mas especificamente da obesidade em idosos, vem aumentando de forma alarmante. Esse dado traz uma preocupação global, especialmente devido ao impacto que o excesso de peso pode ter na saúde desse grupo de pessoas, visto que ela já é naturalmente mais frágil nessa idade.
O envelhecimento traz consigo inúmeras mudanças no organismo, como perda de massa muscular e óssea, alterações no metabolismo, mudanças no trato gastrointestinal e queda hormonal.
Todas essas mudanças tornam o processo de emagrecimento ainda mais difícil nessa fase da vida, assim como aumentam o risco de diversas doenças crônicas associadas à obesidade (diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares). Portanto, as consequências da obesidade em idosos são ainda mais complicadas.
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Causas
Inúmeras causas podem levar à obesidade em idosos, acompanhe as principais:
- histórico de obesidade: uma pessoa que foi obesa a vida toda e não teve sucesso nas tentativas de emagrecimento ao longo da vida, tem muito mais chances de se tornar um idoso obeso, pois nessa etapa da vida se torna ainda mais difícil emagrecer;
- inatividade física: a falta de atividade física contribui para o desenvolvimento da obesidade, que, por sua vez, também leva ao sedentarismo, criando um ciclo vicioso. Idosos com obesidade podem enfrentar dificuldades para praticar esportes e atividades físicas devido ao excesso de gordura, que sobrecarrega as articulações, especialmente joelhos e quadris, além de reduzir a resistência e o fôlego;
- redução do gasto calórico: o metabolismo tende a desacelerar com a idade, especialmente após os 60 anos, tornando o processo de emagrecimento muito mais difícil para idosos obesos;
- queda hormonal: uma das alterações fisiológicas mais sentidas nessa idade é a queda de hormônios testosterona e estrogênio (esse segundo marca o período da menopausa), cenário que favorece o acúmulo de gordura, especialmente abdominal;
- dificuldade em mudar hábitos alimentares: é muito comum que idosos obesos encontrem ainda mais dificuldade de mudar hábitos alimentares nessa etapa de vida, visto que construíram e enraizaram hábitos alimentares ao longo de toda a dia, como tomar um café com bolo no lanche da tarde e comer pão com manteiga no café da manhã;
- uso de medicamentos: muitos idosos fazem uso de remédios que podem levar ao aumento de peso, como corticoides e antidepressivos, fato que torna a obesidade entre idosos um cenário cada vez mais visto.
Riscos para a saúde
Existem inúmeros riscos para a saúde associados à obesidade em idosos, visto que essa é uma etapa da vida onde o organismo já não funciona em seu estado pleno e quaisquer complicações podem se tornar ainda mais perigosas.
A obesidade por si só já é considerada uma doença crônica e, em qualquer etapa da vida, ela predispõe inúmeras outras doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e risco cardiovascular. Com o envelhecimento e as mudanças fisiológicas que ele traz, a propensão ao desenvolvimento de tais doenças em um idoso obeso torna-se muito maior.
Além disso, o excesso de gordura corporal favorece ainda mais a perda de massa muscular e óssea, podendo levar à obesidade sarcopênica, uma condição onde, além do alto índice de gordura corporal, o idoso também apresenta baixo índice de músculo, aumentando o risco de quedas e fraturas devido à sobrecarga nas articulações e o enfraquecimento dos ossos.
Por fim, a obesidade em idosos leva à maior dificuldade na mobilidade e na realização de atividades do dia a dia, além do aumento da inflamação sistêmica, que pode acelerar o envelhecimento, fatores que pioraram muito a qualidade de vida do idoso obeso.
Dieta para idoso obeso
Um dos principais tratamentos para idoso obeso é a dietoterapia, ou seja, a mudança hábitos alimentares e ajuste das quantidades das refeições, para reduzir o excesso de gordura corporal e sair da classificação da obesidade (IMC acima de 30).
Para construir uma dieta para idoso obeso, é fundamental contar com o auxílio de um nutricionista especializado, que irá montar um plano alimentar de acordo com a rotina do paciente, preferências e aversões alimentares, assim como exames bioquímicos e demais particularidades.
De forma geral, a dieta terá seguirá está linha:
- o que evitar para sair do quadro de obesidade: carboidratos refinados, gordura trans e saturada, excesso calórico, álcool, alimentos embutidos e ultraprocessados;
- o que priorizar para sair do quadro de obesidade: frutas, verduras, carnes magras, carboidratos integrais, sementes, oleaginosas, azeite de oliva.
Além dos aspectos nutricionais da dieta, é fundamental considerar a necessidade de adaptações que respeitem a aceitação do paciente. O idoso obeso, ao longo da vida, desenvolveu hábitos que influenciaram seu peso atual, possivelmente associados também a fatores genéticos.
Por isso, a mudança de comportamento e o processo de emagrecimento devem ocorrer de forma gradual, levando em conta suas individualidades e garantindo uma abordagem realista e sustentável
A importância da atividade física
A prática de atividade física é essencial para idosos, especialmente para aqueles com excesso de peso ou baixa massa muscular. O exercício ajuda a aumentar o gasto calórico, que naturalmente diminui nessa fase da vida, além de preservar a massa muscular e a densidade óssea, que tendem a declinar com o envelhecimento.
Os melhores exercícios para idosos obesos são aqueles que combinam treinamento de força, como a musculação, para manter a massa muscular, com atividades cardiovasculares, que auxiliam no gasto calórico, melhoram o controle glicêmico, reduzem o colesterol e fortalecem a saúde do coração
Além desses benefícios físicos, a atividade física também contribui para o bem-estar emocional, melhora o humor e promove a socialização, fatores essenciais para essa fase da vida. A solidão e a depressão são mais comuns na terceira idade e podem influenciar o ganho de peso, tornando o exercício um aliado tanto para a saúde do corpo quanto para a mente.
Doenças relacionadas à obesidade em idosos
Os riscos do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em idosos obesos aumenta muito, pois o organismo fica naturalmente mais frágil com o envelhecimento, algo que é ainda mais acentuado na presença da obesidade.
As principais doenças relacionadas à obesidade em idosos, são
- diabetes mellitus tipo 2;
- hipertensão;
- aumento do colesterol;
- doenças cardiovasculares;
- osteoporose;
- apneia do sono;
- depressão.
A busca por auxílio profissional é fundamental para prevenir e tratar as doenças relacionadas à obesidade em idosos.
Tratamento
Além da adoção de uma alimentação equilibrada e da prática regular de exercícios físicos, o tratamento da obesidade em idosos pode incluir o uso de medicamentos, como inibidores de apetite e análogos do GLP-1. Esses medicamentos não apenas auxiliam na redução de gordura, mas também contribuem para o controle de doenças associadas à obesidade, como o diabetes.
O uso de suplementos alimentares também pode ser benéfico nesse processo. O ômega-3, por exemplo, ajuda a reduzir os níveis de triglicerídeos, melhorando o perfil lipídico e reduzindo o risco cardiovascular, um problema frequente na obesidade em idosos. * Além disso, tanto o ômega-3 quanto a cúrcuma possuem propriedades anti-inflamatórias, ajudando a minimizar os danos metabólicos causados pelo excesso de peso. *
Outro suplemento relevante para essa fase da vida é o magnésio, essencial no controle da glicemia, especialmente em idosos obesos com resistência à insulina ou diabetes tipo 2. * Esse mineral também desempenha um papel fundamental na saúde cardiovascular, auxiliando na integridade e no tônus dos vasos sanguíneos, promovendo maior vasodilatação e melhorando o fluxo sanguíneo. *
Além da adoção de uma alimentação equilibrada e da prática regular de exercícios físicos, o tratamento da obesidade em idosos pode incluir o uso de medicamentos, como inibidores de apetite e análogos do GLP-1. Esses medicamentos não apenas auxiliam na redução de gordura, mas também contribuem para o controle de doenças associadas à obesidade, como o diabetes.
Referências
- Gröber U, Schmidt J, Kisters K. Magnesium in Prevention and Therapy. Nutrients. 2015 Sep 23;7(9):8199-226.
- Houston M. The role of magnesium in hypertension and cardiovascular disease. J Clin Hypertens (Greenwich). 2011 Nov;13(11):843-7.
- Elagizi A, Lavie CJ, O'Keefe E, Marshall K, O'Keefe JH, Milani RV. An Update on Omega-3 Polyunsaturated Fatty Acids and Cardiovascular Health. Nutrients. 2021 Jan 12;13(1):204.
- Menon VP, Sudheer AR. Antioxidant and anti-inflammatory properties of curcumin. Adv Exp Med Biol. 2007;595:105-25.