Atualizado em 26 de Março de 2025
Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

Dieta para diabéticos: o que comer, o que evitar (cardápio)

O diabetes mellitus é um dos distúrbios metabólicos mais prevalentes do mundo e, se estima que até 2025 ele atinja 5,4% da população mundial. Esses índices estão apoiados em diversos fatores, mas principalmente nos hábitos alimentares. O pouco consumo de alimentos saudáveis e o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados ricos em açúcar é uma das razões para o crescimento exponencial dos casos de diabetes mellitus no mundo. O problema é que para o diabetes já estabelecido, não há cura, apenas controle. Nesse cenário, a dieta é protagonista! Descubra a seguir qual a melhor dieta para diabéticos.
Qual o objetivo da dieta para diabéticos?
- micronutrientes (vitaminas e minerais);
- fibras;
- frutas e vegetais frescos;
- grãos integrais;
- proteínas;
- gorduras “boas”.
Saiba mais sobre
SPIRULINA
Spirulina, também chamada de poderosa alga-azul, é ideal para quem busca mais nutrição no dia a dia. Esse superalimento é 100% natural e já recebeu o título de ‘O Melhor Alimento para o Futuro’ pela Organização Mundial da Saúde devido sua riqueza nutricional extremamente abundante, que fornece uma grande diversidade de benefícios.
Alimentos permitidos
De modo geral, conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes, os alimentos permitidos para diabéticos são:
- proteínas magras;
- frutas e vegetais;
- laticínios com baixo teor de gordura;
- carboidratos com alta quantidade de fibra;
- gorduras saudáveis à base de vegetais (como abacate, nozes, óleo de canola ou azeite).
Segundo estudos, há diversos vegetais que possuem substâncias bioativas com efeitos antidiabéticos. A atividade anti-hiperglicêmica das plantas se deve principalmente à sua capacidade de restaurar a função dos tecidos pancreáticos, causando um aumento na produção de insulina ou inibindo a absorção intestinal de glicose. Entre as substâncias que podem auxiliar no controle do diabetes destacam-se:
Quercetina
Trata-se de uma substância que pertence à categoria mais ampla de polifenóis. De acordo com estudos, a quercetina exerce um efeito protetor nas complicações relacionadas ao diabetes, como estresse oxidativo, hepatotoxicidade, nefropatia diabética, úlcera do pé diabético e cardiomiopatia. Esse polifenol está presente em diversos alimentos como cebolas, maçãs, uvas, frutas vermelhas, brócolis, frutas cítricas, chá verde e café.
Spirulina
Essa microalga tem uma excelente densidade nutricional e pode ser um recurso terapêutico eficiente para o controle do diabetes. Diversos estudos evidenciam que a spirulina atua na prevenção de hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, câncer, infecções virais, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e outras doenças metabólicas. Segundo um estudo, a suplementação de dois meses com Spirulina resultou em uma redução da glicemia de jejum e dos níveis de glicose no sangue. A regulação da glicose no longo prazo também foi observada.
Cúrcuma
Derivada da raiz de uma planta cultivada nos Andes, a cúrcuma tem sido usada como um tratamento para diabetes na medicina ayurvédica e na medicina tradicional chinesa há milhares de anos. Nesse contexto, um estudo revelou que a curcumina pode afetar favoravelmente os principais aspectos do diabetes como a resistência à insulina, hiperglicemia e hiperlipidemia.
Ora pro nóbis
A ora pro nóbis possui a capacidade de auxiliar no controle dos níveis de açúcar no sangue, devido às suas fibras que ajudam a absorver e distribuir o açúcar dos alimentos de maneira mais gradual no organismo.
Saiba também sobre os benefícios da creatina para o controle glicêmico.
Alimentos não permitidos
Diversas pesquisas sugerem que os carboidratos refinados não devem estar na lista de alimentos para diabéticos, pois podem aumentar os níveis de glicose no sangue rapidamente sem oferecer nenhum benefício nutricional. Além dos carboidratos ultraprocessados, os alimentos que devem ser evitados incluem:
- adoçantes a base de frutose;
- frituras e embutidos;
- sódio em excesso;
- bebidas alcoólicas.
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Cardápio para diabéticos
A dieta para diabetes deve ser bastante variada, enfatizando principalmente a escolha de bons carboidratos. Uma sugestão de cardápio para uma semana, pode incluir o seguinte:entiva no manejo de doenças inflamatórias intestinais crônicas.
Refeição | Segunda-feira | Terça-feira | Quarta-feira | Quinta-feira | Sexta-feira | Sábado | Domingo |
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Café da manhã |
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Almoço |
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Lanche |
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Jantar |
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4 dicas de receitas para diabéticos
A comida para diabéticos não precisa ser sem graça! Abaixo estão 4 receitas deliciosas que podem fazer parte da dieta para diabéticos.
1- Panqueca de spirulina
Lista de ingredientes
- 1,5 xícaras de farinha de aveia integral
- 1/4 colher de chá de sal
- 1/2 colher de fermento em pó
- 1/2 colher de chá de Spirulina em pó
- 1/4 colher de chá de maca em pó
- 1/2 colher de chá de canela em pó
- 1 ovo
- 1 xícara de leite vegetal
- 1/2 colher de chá de extrato de baunilha
- 4 gotas de adoçante
Modo de preparo: misture a farinha de aveia, sal, fermento em pó, maca, Spirulina e a canela no liquidificador. Depois, misture o ovo, o leite, a baunilha e a estévia. Quando a massa estiver toda misturada, deixe descansar por 5 minutos. Aqueça uma frigideira grande antiaderente em fogo médio. Quando estiver quente, despeje 1/4 xícara da massa para cada panqueca. Cozinhe até formar bolhas na superfície da panqueca, vire e cozinhe até dourar levemente.
2- Smoothie tropical
Lista de ingredientes
- 1 pêssego sem casca
- ½ manga
- ½ laranja
- 1 pote de iogurte natural desnatado
- 1 colher de sopa de semente de chia
Modo de preparo: descasque e pique todas as frutas e bata no liquidificador junto com o iogurte até ficar uma mistura homogênea e cremosa. Finalize polvilhando a semente de chia por cima.
3- Salada de abobrinha queijo feta e hortelã
Lista de ingredientes
- 1 abobrinha pequena
- Suco de ½ limão
- 2 colheres de azeite
- 2 punhados grandes de rúcula
- 25g de queijo Feta
- 1 punhado de hortelã picada
Modo de preparo: pré-aqueça uma frigideira em fogo médio-alto. Corte a abobrinha em fatias e tempere com o suco de limão e 2 colheres de chá de azeite. Grelhe a abobrinha por 4-6 minutos de cada lado, até dourar levemente. Misture a abobrinha com a rúcula, adicione o queijo feta, hortelã e tempere com pimenta preta.
4- Picolé de mirtilo com abacate
Lista de ingredientes
- 2 abacates pequenos (200g), caroços removidos e polpa retirada
- 200g de mirtilos congelados
- 10 tâmaras suaves, sem caroço
- 250ml de leite desnatado (ou leite de sua preferência)
- 2 colheres de sopa de suco de limão
Controlar o diabetes não deve ser difícil quando se tem um bom plano alimentar alinhados às necessidades e preferências de cada paciente. Portanto é fundamental que cada indivíduo com diabetes receba orientações nutricionais individualizadas de um profissional de nutrição.
Perguntas frequentes
1. Como saber que tenho diabetes?
Para obter o diagnóstico de diabetes, é necessário consultar um médico e realizar exames de sangue, como glicemia em jejum, hemoglobina glicada, insulina basal e o teste de tolerância oral à glicose. Com base nos resultados desses exames, o médico fará o diagnóstico.
2. O que o diabético pode comer à vontade?
É equivocado usar o termo “pode comer à vontade”, pois mesmo alimentos que não estimulem tanto a glicemia, como proteína e gordura, se consumidos em excesso, podem levar ao ganho de peso e outros distúrbios metabólicos, como colesterol alto e obesidade. Entretanto, de forma geral, o diabético sempre precisará ter maior cuidado com o consumo de carboidratos.
3. O que é contagem de carboidratos para diabéticos?
Trata-se de uma técnica que envolve calcular a quantidade de carboidrato que será consumida naquela refeição, para que a pessoa saiba exatamente a quantidade necessária de insulina que deverá aplicar. A contagem de carboidratos é feita para pessoas insulinodependentes, ou seja, diabéticos que precisam aplicar insulina a cada refeição.
4.Qual a diferença da diabetes tipo 1 e 2?
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que geralmente se manifesta já na infância. Nessa condição, o próprio corpo ataca as células produtoras de insulina, tornando seu uso essencial para a vida. Já a diabetes tipo 2 é considerada uma doença “adquirida”, pois está relacionada a hábitos de vida pouco saudáveis. Ela começa como resistência à insulina e pode evoluir para uma disfunção pancreática, tornando o portador dependente de insulina, assim como na diabetes tipo 1.
5. É possível reverter um diagnóstico de diabetes?
Depende. A diabetes tipo 1 é irreversível. A diabetes tipo 2, dependendo do estágio, pode ser reversível, especialmente se for diagnosticada no início e não houver comprometimento da função pancreática.
6. Qual a diferença da pré-diabetes para diabete
É considerado pré-diabetes quando a hemoglobina glicada (média da glicemia nos últimos 3 meses) está entre 5,7% e 6,4%. A partir de 6,5% é considerado diabetes. Na pré-diabetes a doença ainda não foi instalada, logo, há muito mais chances de recuperação sem complicações, nem a necessidade de tratamento medicamentoso. Quando a diabetes é diagnosticada, o quadro torna-se mais delicado.
Referências
- Perspective: Plant-Based Eating Pattern for Type 2 Diabetes Prevention and Treatment: Efficacy, Mechanisms, and Practical Considerations
- Role of Spirulina in the Control of Glycemia and Lipidemia in Type 2 Diabetes Mellitus
- EFEITO HIPOGLICEMIANTE DA SPIRULINA (ARTHROSPIRA PLATENSIS): UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
- Efficacy and safety of low and very low carbohydrate diets for type 2 diabetes remission: systematic review and meta-analysis of published and unpublished randomized trial data
- Glycemic Index (GI) or Glycemic Load (GL) and Dietary Interventions for Optimizing Postprandial Hyperglycemia in Patients with T2 Diabetes: A Review
- Quercetin: A Molecule of Great Biochemical and Clinical Value and Its Beneficial Effect on Diabetes and Cancer
- An overview on antidiabetic medicinal plants having insulin mimetic property
- Curcumin and Diabetes: A Systematic Review