Atualizado em 14 de Março de 2025
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Desnutrição em idosos: causas, sintomas e tratamento

A desnutrição em idosos é um problema de saúde comum e muitas vezes subdiagnosticado, podendo ter consequências graves, como perda de massa muscular, fraqueza, maior risco de quedas, comprometimento do sistema imunológico e piora na qualidade de vida.
Leia abaixo e descubra como tratar desnutrição em idosos.
Causas da desnutrição em idosos
A desnutrição em idosos pode comprometer seriamente a saúde, levando à perda de massa muscular, fraqueza, maior risco de quedas, infecções frequentes e recuperação mais lenta de doenças e internações. Por isso, é essencial identificar suas causas e adotar estratégias para preveni-las.
Acompanhe abaixo as principais causas que levam à desnutrição do idoso:
1. Falta de Atividade Física
A falta de atividade física contribui para um dos principais atributos da desnutrição: a perda de massa muscular, algo que já acontece naturalmente com o envelhecimento.
Além disso, o sedentarismo pode reduzir a fome e afetar a capacidade do idoso de se alimentar adequadamente, levando à carência de nutrientes na dieta e ao baixo peso.
2. Inadequação da Dieta
Uma alimentação deficiente em proteínas, vitaminas e minerais compromete a manutenção da massa muscular e a função imunológica, favorecendo a desnutrição em idosos.
A baixa ingestão de frutas, verduras e fontes de proteína, como carnes, ovos e laticínios, aliada a dificuldades para mastigar e preparar refeições equilibradas, aumenta o risco de deficiências nutricionais.
Além disso, muitos idosos encontram grande resistência para modificar seus hábitos alimentares, já que passaram a vida seguindo padrões enraizados, como consumir café com bolo no lanche da tarde ou pão com manteiga no café da manhã — escolhas com baixo teor de proteínas e micronutrientes essenciais.
3. Alterações Hormonais
O envelhecimento provoca mudanças nos hormônios responsáveis pela síntese proteica e manutenção da massa muscular, como testosterona, estrogênio e hormônio do crescimento (GH). Isso pode levar à perda de músculos e ao enfraquecimento do organismo, fatores de risco para o desenvolvimento de desnutrição em idosos.
4. Fatores Emocionais
Depressão, ansiedade e solidão podem levar à perda de apetite e redução da ingestão alimentar. Idosos que vivem sozinhos ou enfrentam dificuldades emocionais podem deixar de se alimentar de forma adequada, agravando o quadro de desnutrição.
A identificação precoce e o acompanhamento nutricional são fundamentais para evitar complicações e garantir a qualidade de vida dos idosos.
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Sintomas de desnutrição em idosos
Os sintomas de desnutrição em idosos precisam ser atentamente observados por amigos e familiares próximos, para que seja possível identificá-los o mais cedo possível e iniciar o tratamento adequado para o fortalecimento do organismo. São eles:
- Baixo peso para a estatura;
- Perda de peso abrupta;
- Redução da circunferência dos braços e pernas;
- Aumento da fraqueza muscular e da fadiga;
- Queda de cabelo;
- Unhas fracas e quebradiças;
- Redução da imunidade;
- Dificuldade na cicatrização de feridas.
Ao identificar tais sintomas é muito importante procurar auxílio de um médico e nutricionista para iniciar o tratamento da desnutrição em idosos o quanto antes, evitando complicações.
Impactos na saúde da desnutrição em idosos
Existem inúmeros riscos para a saúde associados à desnutrição em idosos, especialmente porque, nessa fase da vida, o organismo já não funciona em seu estado pleno, tornando qualquer complicação ainda mais perigosa.
A desnutrição é uma condição séria que compromete a imunidade, a cicatrização e a recuperação de doenças. Além disso, ela está associada ao aumento do risco de infecções, fraqueza muscular, osteoporose e declínio cognitivo, agravando ainda mais as dificuldades comuns ao envelhecimento.
A perda de massa muscular e óssea é uma das consequências mais preocupantes da desnutrição, podendo levar à sarcopenia, uma condição caracterizada pela redução significativa da força e da mobilidade. Isso aumenta o risco de quedas e fraturas, tornando o idoso mais dependente para realizar atividades do dia a dia.
Por fim, as consequências da desnutrição em idosos são sentidas no comprometimento da qualidade de vida, reduzindo a disposição e funcionalidade para atividades rotineiras, como caminhar, tomar banho e subir escadas.
Além disso, a deficiência de nutrientes essenciais pode acelerar o envelhecimento e o declínio das funções metabólicas e imunológicas, tornando o idoso ainda mais vulnerável à infecções e a recuperação ainda mais lenta.
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Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da desnutrição em idosos é feito por meio da avaliação física, onde serão medidas a altura e o peso para descobrir a classificação do índice de massa corporal (IMC), que deverá ser menor que 22 para o diagnóstico de baixo peso.
Além disso, medir a circunferência do braço e da cintura pode ser útil para avaliar a gordura corporal e a perda de massa muscular.
Os exames de sangue podem ajudar a identificar a desnutrição em idosos. A redução nos níveis de vitaminas, como D, B12 e ferro, pode sinalizar deficiências nutricionais significativas e aumentar o risco de anemia, que pode ser confirmada pelo hemograma.
Níveis baixos de albumina e creatinina também são indicativos de desnutrição proteica.
É comum idosos sofrerem com perda de apetite?
Sim! É muito comum que idosos sofram com a perda de apetite, essa é uma resposta natural do corpo ao processo de envelhecimento. Além disso, fatores como a redução do gasto calórico, devido à diminuição da atividade metabólica, e o baixo nível de atividade física também contribuem para essa diminuição do apetite em muitos idosos.
Tratamento
Um dos principais pilares do tratamento é iniciar uma dieta para desnutrição em idosos, pois é por meio do ajuste das quantidades e da qualidade nutricional das refeições, que será possível garantir o consumo adequado de nutrientes essenciais para a recuperação do peso de forma saudável.
Para a elaboração da dieta, é essencial contar com o auxílio de um nutricionista especializado, que irá criar um plano alimentar de acordo com a rotina do paciente, suas preferências e aversões alimentares, além de considerar exames bioquímicos e outras particularidades de saúde.
A dieta deverá priorizar alimentos ricos em nutrientes, como frutas, verduras, legumes, carnes magras, ovos, laticínios, carboidratos integrais, sementes, oleaginosas e azeite de oliva.
Combinado à alimentação, é comum iniciar o uso de suplementos alimentares para garantir o aporte de nutrientes, proteína e ajustar possíveis carências vitamínicas.
Os suplementos mais indicados para tratar a desnutrição em idosos são:
- vitamina B12: é importante atentar-se aos níveis de vitamina B12, cuja deficiência é comum em idosos devido a redução da motilidade gástrica, podendo aumentar significativamente a desnutrição e impactando na saúde muscular e cognitiva. Nesses casos, a suplementação torna-se necessária para prevenir complicações;
- vitamina D: outro nutriente comumente baixa em idosos é a vitamina D, cuja função para a imunidade e preservação da massa óssea faz com que seus níveis devam ser mantidos em torno de 60 ng/mL nessa etapa da vida, um valor geralmente obtido por meio da suplementação;
- magnésio: outro nutriente importante para essa fase da vida é o magnésio, um mineral essencial no controle da glicemia e da pressão arterial, na saúde cardiovascular e muscular, sua deficiência é extremamente prejudicial à saúde do idoso; * *
- ferro: a deficiência de ferro é uma das principais condições observadas em idosos desnutridos. Ela pode levar ao desenvolvimento de anemia, que resulta em queda da imunidade, enfraquecimento de cabelo e unhas, além de agravar a fadiga e a falta de energia;
- proteína: O suplemento de proteína em pó como whey protein ou proteína vegetal é muito útil para idosos desnutridos, pois facilita o alcance da quantidade diária recomendada de proteína, de maneira prática e versátil. Isso é especialmente vantajoso para aqueles que têm dificuldade em consumir carne devido a problemas dentários ou pela falta de apetite.
Além dos aspectos nutricionais, a prática de atividade física é essencial para idosos com desnutrição e perda de massa muscular. O exercício ajuda a melhorar a função muscular, que naturalmente declina com a idade, além de preservar a densidade óssea e reduzir o risco de quedas e fraturas.
É fundamental considerar a necessidade de adaptações que respeitem a aceitação do idoso. Ao longo da vida, ele pode ter desenvolvido hábitos alimentares que impactaram sua saúde nutricional, por isso, a mudança de comportamento deve ser gradual, levando em conta as individualidades de cada paciente e assegurando uma abordagem realista e sustentável.
Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.