Atualizado em 28 de Janeiro de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

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Colite: o que é, causas, sintomas e tratamento

Você tem sofrido com sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia (muitas vezes com sangue) e cansaço intenso?  Sabia que isso pode ser um sinal de colite?

A colite é uma inflamação no intestino grosso, que pode aparecer em decorrência de uma infecção bacteriana, uso de medicamentos e, até, a presença de uma Doença Inflamatória Intestinal ainda não diagnosticada.

Para te ajudar a clarear a mente, reunimos informações fundamentais sobre colite: o que é, como é feito o diagnóstico e quais as formas de tratamento.

O que é colite?

O termo “colite” refere-se à inflamação de uma parte do intestino grosso, conhecida como cólon. O cólon é a maior porção do intestino grosso e se estende ao redor da cavidade abdominal até o reto. Para fins de estudo e identificação de lesões, como na colite intestinal, o cólon é dividido em quatro regiões principais:

  • cólon ascendente: a primeira porção, localizada logo após o final do intestino delgado;
  • cólon transverso: a região intermediária, que atravessa horizontalmente o abdômen;
  • cólon descendente: a porção que desce em direção à pelve;
  • cólon sigmoide: a parte final, que conecta o cólon ao reto.

Essas divisões ajudam a localizar e diagnosticar possíveis problemas no órgão, incluindo processos inflamatórios como a colite no intestino.

Causas

A colite pode ser desenvolvida por inúmeras causas, que aparecem concomitantemente ou isoladamente, como componentes psicossomáticos, ambientais, dietéticos e bacterianos, caracterizada por episódios recorrentes de inflamação que acomete predominantemente a camada mucosa do cólon. 

Acompanhe abaixo os fatores de risco e o que causa colite:

  • componentes psicossomáticos: o intestino tem uma relação muito íntima com o sistema nervoso central, logo, períodos de estresse e ansiedade podem ser gatilho para a colite, especialmente daqueles que possuem doenças intestinais;
  • infecção: infecções intestinais, seja por vírus, bactéria ou parasita, geram processos inflamatórios que podem afetar a região do cólon intestinal;
  • doenças intestinais crônicas: conhecidas como Doenças Inflamatórias Intestinais, termo que abrange a Retocolite Ulcerativa - inflamação contínua no reto e cólon - e a Doença de Crohn - inflamação em porções difusas de qualquer porção do tubo digestivo;
  • redução ou interrupção do fluxo sanguíneo: a isquemia é uma das causas menos comuns da colite, porém possível de acontecer. O interrompimento do fluxo normal de sangue para o intestino, pela obstrução da passagem ou redução da pressão, leva a redução de oxigênio e nutrientes no local, podendo provocar colite intestinal;
  • processos alérgicos: alergias alimentares não tratadas podem levar à inflamação do cólon do intestino;
  • uso de medicamentos: uso de medicamentos crônicos e/ou agressivos à parede intestinal pode ser gatilho para um processo de colite.

Sintomas

A colite provoca sintomas não apenas intestinais, mas extraintestinais, pois as consequências da inflamação no cólon, quando não tratada, acabam “respingando” em outras regiões do organismo. Confira abaixo os principais:

  • dor abdominal;
  • alterações no trânsito intestinal (especialmente diarreia);
  • fezes com sangue ou sangramento retal;
  • perda de peso;
  • fadiga;
  • anemia;
  • febre.

Diferentes problemas gastrointestinais, como inflamação, alergia ou intolerância alimentar, costumam levar a sintomas muito semelhantes. 

Esse é um dos principais desafios no diagnóstico da colite, sintomas como alterações no trânsito intestinal e dores abdominais costumam ser sentidos em outras condições de saúde do intestino.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico inicia por meio de uma consulta com o gastroenterologista, o qual analisará sinais e sintomas clínicos, fará uma avaliação física e solicitará exames complementares:

  • exame de sangue: feito para identificar a inflamação, se há possibilidade de infecção ou diagnosticar uma possível anemia (devido à perda de sangue nas fezes e a diarreia). Também é importante para descobrir uma possível intolerância ou alergia alimentar que esteja contribuindo para o quadro;
  • exame de fezes: para identificar presença de sangue e infecções bacterianas ou parasitárias;
  • exames de imagem: mostraram a presença da inflamação e quais as porções afetadas;
    colonoscopia e biópsia: exame endoscópico que permite visualizar diretamente o cólon e coletar biópsias para análise, conhecido como padrão ouro para o diagnóstico.

Através deles, será possível ter o diagnóstico da colite e compreender suas causas e regiões afetadas. Essas informações serão extremamente importantes para compreender qual o tipo de colite, tratamento e necessidade de monitoramento.

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Tipos e tratamento para colite

Para saber o tratamento ideal, antes é necessário compreender que ele irá variar de acordo com os tipos de colite, pois cada uma tem uma causa que exige uma atenção e adoção de cuidados especiais. Confira abaixo quais os de colite e os tratamentos indicados:

1. Retocolite ulcerativa (RCUI)

Um tipo de Doença Inflamatória Intestinal de caráter crônico, portanto, o tratamento será não apenas pontual, mas a adoção de mudanças de estilo de vida, pois não há cura para esse tipo de colite, apenas o controle dos sintomas por meio da alimentação e do uso de remédio para colite, como imunossupressores, corticoides e antiinflamatórios. 

2. Doença de Crohn (DC)

Outro caso de colite crônica, o tratamento para a Doença de Crohn é muito similar à RCUI, visto que ambas se enquadram como Doenças Inflamatórias Intestinais. 

A diferença é que a DC não necessariamente compromete o cólon e, quando o faz, geralmente também está presente em outras regiões do trato gastrointestinal, que merecem atenção;

3. Colite infecciosa

Diferente dos tipos acima, esse tipo de colite tem cura se for devidamente tratada a tempo. O principal componente do tratamento é o uso de antibióticos (no caso de infecção bacteriana) e anti parasitários (para infecções por parasitas).

4. Colite isquêmica

Se a causa for redução ou falta de fluxo sanguíneo para o intestino, a causa deverá ser imediatamente tratada, para prevenir a necrose do tecido. Geralmente, esse tipo de colite é causada por infecções graves ou acidentes com lesões sérias

5. Colite alérgica:

Associada ao consumo de alimentos dos quais não se tem conhecimento da alergia, para esse tipo de colite ser tratada é necessário retirar da rotina tudo aquilo que desencadeia alergia. Para identificar, é possível realizar exames ou fazer o teste com uma nutricionista.

Além desses passos importantes no tratamento da colite, é possível associá-los a uma dieta balanceada e ao uso de suplementos nutricionais. 

A inclusão de fibras prebióticas, por exemplo, pode auxiliar na recuperação da saúde intestinal e melhorar seu funcionamento. Suplementos probióticos, por outro lado, ajudam a repovoar a microbiota com bactérias benéficas, enquanto a glutamina atua nutrindo as células intestinais e reduzindo a permeabilidade do intestino, contribuindo para a melhora da inflamação. *  * *

Outra abordagem eficaz é o uso de suplementos com propriedades anti-inflamatórias, como resveratrol, ômega 3 e cúrcuma , que também possuem ação antioxidante e ajudam a reduzir os sinais de inflamação intestinal. 

Além disso, o ômega 3 contribui para o equilíbrio da microbiota intestinal, favorecendo o crescimento de bactérias benéficas, que tendem a sofrer com a diarreia causada pela colite. * * * *

Também é importante verificar a necessidade de entrar com vitamina B12 e ferro, pois a perda de sangue pode comprometer o estado nutricional de ambos os nutrientes, resultando em anemia, um sintoma muito comum nos casos de colite. 

Como prevenir a colite?

Compreender os fatores que contribuem para o desenvolvimento da colite permite identificar ações preventivas eficazes.

No entanto, é importante destacar que, nos casos de Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn, não é possível prevenir seu desenvolvimento. Ainda assim, é viável adotar medidas que ajudem a mantê-las sob controle e prolongar os períodos de remissão.

Práticas que auxiliam na prevenção da colite:

  • higiene alimentar: sempre higienizar muito bem tudo aquilo que for consumir, evitar comer alimentos crus (salada, sushi, gema de ovo) em restaurantes onde não se tem o conhecimento sobre os processos de higienização, assim como evitar o consumo de locais sem alvará da vigilância sanitária;
  • atenção às alergias e intolerâncias alimentares: se houver suspeita, o ideal é procurar o diagnóstico sobre uma possível alergia ou intolerância alimentar e, ao obtê-lo, cortar tais alimentos da alimentação;
  • uso de medicamentos: tomar cuidado com o uso de medicamentos, respeitando a dose e tempo de tratamento indicado. Não é recomendado se automedicar, mas procurar sempre a orientação médica;
  • realizar o tratamento adequado: em casos como infecção, isquemia e doenças inflamatórias intestinais, deve-se realizar o tratamento proposto pela equipe médica, geralmente composta por gastroenterologista, nutricionista, e, em alguns casos, psicólogo.

Referências

Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.

Criado em 28 de Janeiro de 2025

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