Atualizado em Dezembro de 2024
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista
Distensão abdominal: o que é, causas, sintomas e tratamento
Embora a distensão abdominal seja uma experiência comum, ela não deve ser ignorada, pois pode indicar problemas de saúde gastrointestinal.
Frequentemente acompanhada de dor, desconforto e sensação de estufamento, ela pode ser sinal de alerta para hábitos alimentares inadequados até o desenvolvimento de síndrome do intestino irritável (SII) ou doenças inflamatórias intestinais (DII).
Acompanhe abaixo como tratar distensão abdominal, seus sintomas e principais causas.
O que é distensão abdominal?
O termo distensão abdominal refere-se ao aumento do volume da região do abdômen, localizada na linha do umbigo, geralmente preenchido por um acúmulo de gás produzido no intestino.
Esse inchaço abdominal costuma provocar dor e desconforto, podendo vir acompanhado de outros sintomas gastrointestinais, tais como gases, alteração do trânsito intestinal e sensação de empachamento.
Saiba mais sobre
TRIO MAGNÉSIO
O Trio Magnésio é um suplemento alimentar que contém uma combinação única de três tipos de magnésio para melhorar a absorção e os benefícios para a saúde. Um desses tipos é o magnésio dimalato, uma forma de magnésio que tem biodisponibilidade destacada. Além do magnésio dimalato, o Trio Magnésio também contém óxido de magnésio e bisglicinato de magnésio.
Causas
A distensão abdominal pode apresentar inúmeras causas, sendo a maior parte relacionada a algum distúrbio gastrointestinal. Acompanhe abaixo quais são as principais:
1. Síndrome do Intestino Irritável
Uma das principais causas da distensão abdominal está associada à Síndrome do Intestino Irritável (SII), uma condição marcada pela ausência de um diagnóstico definitivo, mas com sintomas gastrointestinais evidentes.
Esses sintomas incluem má digestão, gases, dor e inchaço abdominal, além de alterações no trânsito intestinal, que podem variar entre diarreia, constipação ou uma combinação de ambos.
Uma característica importante da SII é a presença de sintomas gastrointestinais, como a distensão abdominal, que persistem por pelo menos 6 meses de forma crônica.
Pesquisas indicam que fatores emocionais como a ansiedade e o estresse desempenham um papel importante no surgimento desse distúrbio. Além disso, intoxicações alimentares e o uso excessivo de antibióticos também estão associados ao desenvolvimento da SII.
2. Doenças Inflamatórias Intestinais
Ao contrário da Síndrome do Intestino Irritável (SII), que carece de um diagnóstico preciso, as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) têm um diagnóstico e tratamento bem definidos. As DII englobam condições inflamatórias crônicas no intestino, desencadeadas pela ativação persistente e inadequada do sistema imunológico.
Essas doenças são divididas em dois principais tipos: Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCUI). Além dos sintomas intestinais como distensão abdominal e alteração no trânsito intestinal, as DII podem se manifestar através de sintomas extra intestinais, sendo as manifestações reumatológicas as mais comuns.
Enquanto a Retocolite Ulcerativa é caracterizada por inflamação recorrente, afetando o reto e partes variáveis do cólon, a Doença de Crohn acomete de forma focal e assimétrica qualquer parte do trato digestivo, da boca ao ânus, com inflamação que atinge todas as camadas da parede intestinal.
3. Presença de vermes no intestino
A presença de vermes no intestino também promove a distensão abdominal, muitas vezes associada a episódios de diarreia, perda de peso sem causa aparente, carências nutricionais, cansaço extremo e coceira.
Esses parasitas, como lombrigas, tênias e giárdia, se instalam no trato digestivo, causando inflamação e dificultando a digestão e absorção.
4. Alergias e intolerâncias alimentares
Alergias e intolerâncias alimentares também são causas comuns da distensão abdominal. Em ambos os casos, há uma rejeição do organismo ao consumo do alimento ou grupo alimentar, promovendo sintomas gastrointestinais - como estufamento, dor e diarreia - e, nos casos de alergias, podendo causar sintomas extra intestinais.
Nesses casos, os alimentos que causam distensão abdominal costumam ser aqueles ricos em carboidratos fermentáveis e com características pró inflamatórias, tais como glúten, lácteos e leguminosas.
5. Problemas na produção de enzimas digestivas e HCl
Algo pouco discutido, mas que também pode causar distensão abdominal, é a baixa produção de enzimas digestivas pelo pâncreas ou a dificuldade de ativá-las devido à produção insuficiente de ácido clorídrico (HCl) pelo estômago.
Essas enzimas são essenciais para quebrar as partículas dos alimentos que chegam ao estômago, permitindo que sejam adequadamente digeridas e levadas ao intestino, onde serão absorvidas.
Como grande parte da digestão ocorre no estômago, se esse processo não for eficiente, os alimentos chegam ao intestino sem a devida decomposição, dificultando sua absorção. Isso pode resultar na fermentação desses alimentos pelas bactérias intestinais, gerando gases e causando distensão abdominal.
Sintomas
A distensão abdominal pode estar associada a diferentes sintomas, a depender do grau e intensidade:
- distensão abdominal e gases: o que promove o inchaço do abdômen, geralmente, são os gases de hidrogênio produzidos pelo processo de fermentação no intestino, portanto, ambos os sintomas costumam estar associados;
- dor abdominal: muito comum devido ao estiramento do abdômen provocado pela distensão;
- empachamento: a distensão abdominal pode acometer o estômago, dando a sensação de má digestão e peso;
- alteração no trânsito intestinal: a distensão abdominal é um sinal de que o intestino não está funcionando bem, portanto, é comum que venha acompanhada de episódios de diarreia ou constipação.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de distensão abdominal é feito clinicamente, através de um exame físico realizado pelo médico gastroenterologista no consultório.
No entanto, para investigar a causa subjacente, como uma possível intolerância alimentar ou a Síndrome do Intestino Irritável, pode ser necessário realizar exames complementares.
Entre eles, exames de imagem, como endoscopia e colonoscopia, além de exames de sangue, podem ser solicitados para uma avaliação mais detalhada.
Aproveite e veja também
Como tratar a distensão abdominal
Os tratamentos para distensão abdominal dependerão da causa identificada durante a consulta médica. Em casos de presença de vermes intestinais, será necessário o uso de medicamentos vermífugos. Para intolerâncias e alergias alimentares, o manejo adequado da alimentação, com a eliminação dos alimentos que provocam a distensão, é fundamental.
Já os casos de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) e Síndrome do Intestino Irritável (SII) requerem tratamentos específicos, que podem incluir ou não medicamentos para dor e inflamação, mas sempre envolvem uma dieta específica. Essa dieta varia conforme os períodos de atividade ou remissão da doença, sempre com atenção para evitar alimentos pró-inflamatórios.
Dietas para distensão abdominal também podem seguir o protocolo low FODMAP, que consiste em eliminar temporariamente alimentos ricos em carboidratos fermentáveis até que os sintomas desapareçam. Posteriormente, esses alimentos são reintroduzidos gradualmente para identificar quais são bem tolerados.
Além disso, o uso de suplementos como glutamina, colágeno, resveratrol, e magnésio pode auxiliar no tratamento gastrointestinal, proporcionando benefícios adicionais.
Alimentos que causam distensão abdominal
Existem alimentos com maior potencial para causar distensão abdominal e que devem ser evitados por aqueles que apresentam tal sintoma, são eles:
- Lácteos (leite, queijos e iogurtes);
- Glúten (pão, massas, pizza);
- Castanha de caju e pistache;
- Brócolis e couve-flor;
- Leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha);
- Cebola e alho;
- Algumas frutas como: maçã, abacate e melancia;
- Açúcar, mel e adoçantes polióis (xilitol, manitol, sorbitol)
- Embutidos;
- Bebidas gaseificadas.
Como prevenir?
A prevenção de quadros de distensão abdominal se faz através de um tratamento nutricional individualizado para cada caso a depender da sintomatologia e causa associadas. Ademais, o manejo de medicamentos por meio do acompanhamento de um gastroenterologista pode ser necessário.
Referências
- Hábitos alimentares e obstipação intestinal: uma revisão sistemática. (2019). Egitania Sciencia, 2(25), 91-110.
- BRAGA, C. B. M., FERREIRA, I. M. de L., MARCHINI, J. S., & CUNHA, S. F. de C. da .. (2015). COPPER AND MAGNESIUM DEFICIENCIES IN PATIENTS WITH SHORT BOWEL SYNDROME RECEIVING PARENTERAL NUTRITION OR ORAL FEEDING. Arquivos De Gastroenterologia, 52(2), 94–99.
- al-Ghamdi SM, Cameron EC, Sutton RA. Magnesium deficiency: pathophysiologic and clinical overview. Am J Kidney Dis. 1994 Nov;24(5):737-52.
- COSNES, J. et al. Epidemiology and natural history of inflammatory bowel diseases. Gastroenterology, v. 140, n. 6, p. 1785-94, maio, 2011.
- VASANT, Dipesh H. et al. British Society of Gastroenterology guidelines on the management of irritable bowel syndrome. Gut, v. 70, n. 7, p. 1214-1240, 2021.
Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Criado em 06 de Dezembro de 2024