Como a genética influencia o risco de alcoolismo
Há diversos questionamentos sobre a origem do alcoolismo. Muitas pessoas acreditam que o alcoolismo é genético, enquanto outras pessoas tendem a achar que é uma condição desenvolvida a partir do ambiente em que se vive. A verdade é que ambos têm poderosa influência no desenvolvimento dessa doença e merecem a devida atenção quando relacionados ao aumento do risco e medidas preventivas.
Leia abaixo e descubra como a genética influencia no desenvolvimento do alcoolismo e como saber se você apresenta essa predisposição.
A influência dos fatores genéticos no alcoolismo
É correto afirmar que existe uma predisposição genética relacionada com o consumo de álcool, onde genes específicos - como aqueles relacionados ao metabolismo do álcool e a modulação de neurotransmissores que agem no sistema de recompensa - ditam a forte influência genética no processo alcoolismo.
O alcoolismo refere-se a dependência e abuso de álcool, uma droga psicoativa que promove diversos sintomas como alteração de humor e de comportamento, cuja intensidade está diretamente relacionada à quantidade ingerida. Apesar do seu desenvolvimento ser multifatorial, hoje se entende que o papel da genética na dependência ao álcool é muito importante.
Estudos têm demonstrado que o desenvolvimento do alcoolismo é mais frequente nas famílias com histórico de alcoólatras. Essas pesquisas apontam que a influência genética no processo alcoolismo está relacionada a variação das enzimas metabolizadoras do álcool no organismo, responsáveis por degradar o álcool em acetaldeído - reação que provoca sintomas comuns após o consumo de bebida alcoólica, como náusea e vômito.
Ademais, enzimas geneticamente controladas conhecidas como ALDH1 e ALDH2, que reduzem os níveis desse acetaldeído, além de fatores hereditários importantes, como a presença do alelo A1 do em um gene do receptor de dopamina DRD2, também são fatores genéticos relacionados ao alcoolismo.
Genética vs. Ambiente: qual o papel de cada um?
Apesar da forte influência genética na predisposição ao alcoolismo, é o meio que ditará se essa doença irá ou não se desenvolver. Assim como outras condições hereditárias, os genes do alcoolismo podem ser silenciados ou ativados em resposta ao ambiente e aos hábitos cultivados.
A exposição social ao álcool e os fatores psicológicos já enfrentados pelo indivíduo, são apontados como principais fatores fenótipos associados ao alcoolismo.
De acordo com pesquisa, existem ainda 5 traços de personalidade que vêm sendo relacionados à vulnerabilidade ao alcoolismo: o nível de atividade comportamental, a propensão à grande reação emocional aos estímulos do ambiente, a capacidade de arrefecimento emocional, distúrbios de atenção e de sociabilidade.
Para aqueles que têm conhecimento da sua predisposição genética ao alcoolismo, os cuidados com o meio devem ser redobrados. Da mesma forma, pessoas que não têm fatores genéticos favoráveis ao desenvolvimento do alcoolismo, podem vir a desenvolver a depender das escolhas de vida.
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Como saber se tenho predisposição ao alcoolismo?
Para identificar uma predisposição ao alcoolismo, alguns fatores importantes devem ser considerados.
O primeiro é o histórico familiar: se o alcoolismo é recorrente entre parentes que compartilham o mesmo material genético, isso pode indicar a presença de fatores genéticos que influenciam o desenvolvimento da doença. Para ter maior precisão, o uso do Teste genético pode apontar a presença de mutações genéticas para alcoolismo e auxiliar na tomada de medidas preventivas. Além disso, um teste genético também pode identificar a predisposição para a carência ou má absorção de certos nutrientes como a vitamina B12, Ferro quelato, vitamina D3, entre outras.
Além do histórico familiar, a autoavaliação é fundamental para identificar a predisposição. Fatores como o ambiente social, traços de personalidade (impulsividade, busca por emoções intensas e dificuldade em regular as emoções) e condições psicológicas (como ansiedade, depressão e outros transtornos) podem aumentar o risco de dependência ao álcool.
Comportamentos relacionados ao consumo de álcool também merecem atenção, como elevada tolerância, uso frequente e compulsivo, dificuldade em reduzir ou parar de beber, e a necessidade crescente de consumir álcool.
Se houver sinais de predisposição ao alcoolismo, é essencial buscar orientação médica para diagnóstico e tratamento adequados.
Consequências genéticas e fenotípicas do consumo de álcool
Não existe uma recomendação segura para o consumo de álcool, pois, embora seja legalizado a partir dos 18 anos, o álcool continua sendo uma droga psicoativa, com diversos malefícios tanto para quem o consome quanto para as pessoas ao seu redor.
Está comprovado que o consumo excessivo de álcool aumenta significativamente o risco de diversas doenças crônicas não transmissíveis, além de afetar negativamente a saúde cognitiva, memória e aprendizagem. O álcool também exerce forte impacto sobre a regulação emocional e psicológica, podendo levar ao desenvolvimento ou piora de quadros como ansiedade e depressão.
O alcoolismo ainda traz graves consequências sociais, como atos violentos, problemas financeiros e dificuldade em manter relacionamentos pessoais e profissionais, cujas consequências se estendem ao longo do tempo, demonstrando que o abuso de álcool não prejudica apenas o indivíduo, mas também pode afetar suas relações.
Pesquisas * sugerem que o consumo crônico de álcool também pode causar alterações epigenéticas, como mudanças nos genes supressores de tumores e a famosa síndrome alcoólica fetal - desordens psicológicas desencadeadas pelo feto, devido às mudanças genéticas provocadas pelo consumo de álcool da mãe durante a gravidez.
Embora fatores genéticos possam influenciar a predisposição ao alcoolismo, o desenvolvimento dessa condição é multifatorial, envolvendo também aspectos ambientais, psicológicos e sociais. Compreender a hereditariedade do alcoolismo não só ajuda na identificação de grupos de risco, mas também reforça a importância de oferecer suporte adequado.
Referências
- PINHEIRO, Mariana do Couto et al. Síndrome alcoólica fetal: causas, diagnósticos e consequências. 2015.
- Franco, J. V. de J., Azevedo, I. O. N., Nassif, T. M., Garcia, M. C., & Leal, K. B. C. P. (2024). CÂNCER DE FÍGADO: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 10(8), 3296–3304.
- Messas, G. P., & Vallada Filho, H. P.. (2004). O papel da genética na dependência do álcool. Brazilian Journal of Psychiatry, 26, 54–58.
- DINIZ-SILVA, A. C.; CARVALHO, M. R. Aspectos genéticos do alcoolismo. Psiquiatr. biol, p. 51-64, 1999.
Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.