Conheça a relação entre o TDAH e a genética
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio comportamental cada vez mais diagnosticado. Ainda se sabe muito pouco sobre suas causas e porque algumas pessoas desenvolvem essa condição já na infância e outras parecem desenvolver os sintomas somente mais tarde. Entenda aqui sobre as origens dessa condição e descubra se o tdah é considerado uma doença genética ou não.
A influência genética no desenvolvimento do TDAH
Embora as causas do TDAH ainda não sejam totalmente conhecidas, sabe-se que ele é resultado de vários fatores combinados, como genética, funcionamento do cérebro e influências do ambiente.
Estudos recentes mostram que o TDAH tem uma forte tendência hereditária, isso significa que ele pode ser passado de pais para filhos. Dados apontam que cerca de 60% dos casos em uma família têm o mesmo tipo de TDAH (hiperativo/impulsivo, desatento ou misto). Além disso, crianças cujos sintomas de TDAH persistem ao longo da vida costumam ter outros familiares afetados, sugerindo forte influência genética.
Pesquisas também indicam que o TDAH está ligado a problemas no sistema nervoso central, especialmente em áreas do cérebro que usam dopamina, um neurotransmissor importante. Em pessoas com TDAH, há uma atividade reduzida em algumas partes do cérebro, como o lobo frontal, que é responsável pelo planejamento e controle de impulsos.
Estudos também mostram que problemas com a noradrenalina, outro neurotransmissor, no córtex pré-frontal (uma região do cérebro), podem estar envolvidos no TDAH. Melhorar a função dessa área pode ajudar a aliviar os sintomas, independentemente da causa específica.
Essas alterações em genes que afetam os sistemas dopaminérgico e serotoninérgico, além de outros genes ligados à regulação do comportamento e atenção, foram associadas como possíveis causas do desenvolvimento do TDAH.
Afinal, o TDAH é hereditário?
O TDAH apresenta sim influência da genética, demonstrada por alterações em genes específicos que alteram aspectos importantes do funcionamento do sistema nervoso central, levando ao desenvolvimento de inúmeros sintomas manifestados na condição, como: desatenção, hiperatividade e impulsividade exacerbada e disfuncional.
Isso demonstra a complexidade da condição, abrindo um leque de influências para seu desenvolvimento e afirmando que o TDAH é genético ou hereditário, mas também apresenta influência de fatores não-genéticos. Embora a genética não seja a única causa, ela desempenha um papel importante, junto com fatores neurológicos e ambientais.
Como a pessoa pode adquirir TDAH?
O TDAH é uma condição que está presente desde o nascimento e não pode ser "adquirido" como uma infecção ou transmitido de pessoa para pessoa, como acontece com um vírus.
A ciência investiga a interação entre fatores genéticos e ambientais, que juntos podem levar ao desenvolvimento do TDAH. Por exemplo, eventos como baixo peso ao nascer, exposição ao álcool ou cigarro durante a gravidez aumentam o risco de a criança desenvolver o transtorno, apesar de não serem, sozinhos, capazes de causá-lo. *
Conforme visto, os estudos mostram que o TDAH tem uma forte componente hereditário. Pesquisas * indicam que o risco de desenvolver TDAH é cinco vezes maior em parentes de primeiro grau, como pais e irmãos, que apresentam o transtorno. No entanto, nenhum gene específico foi identificado como necessário ou suficiente para o desenvolvimento do transtorno, o que reflete sua complexidade.
Atualmente, acredita-se que o TDAH esteja relacionado a uma disfunção na comunicação entre neurotransmissores, como a dopamina, em áreas do cérebro responsáveis pelo controle de impulsos e atenção, como o córtex pré-frontal e regiões subcorticais. Além disso, pesquisas genéticas associam o TDAH a alterações em genes que afetam neurotransmissores, como o transportador de dopamina e o receptor dopaminérgico. * * *
Saiba mais sobre
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Tratamentos e cuidados genéticos para o TDAH
Sabe-se que parte do TDAH é “transmitido” pela genética e o papel dos genes nesse transtorno é significativo. Cada alteração genética pode levar a diferentes sintomas e afetar a eficácia de certos medicamentos e terapias, dependendo dos perfis genéticos dos indivíduos.
Embora não exista um Teste genético que determine com precisão se alguém tem ou desenvolverá TDAH, os testes disponíveis podem ser úteis para personalizar o tratamento, levando em conta que cada caso de TDAH é único.
É importante ressaltar que os resultados desses testes devem ser considerados como uma ferramenta complementar no processo de tratamento, e não como a única base para decisões médicas. A forma mais precisa de obter um diagnóstico de TDAH é consultar um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra.
Quando procurar ajuda médica para o TDAH
O auxílio de um profissional da saúde deve ser procurado assim que identificado os 3 principais sintomas do TDAH, de acordo com o Código Internacional de Doenças (CID), incluem: desatenção, hiperatividade e impulsividade exacerbada e disfuncional.
Eles podem se apresentar de três formas: indivíduos que possuem predominantemente dificuldade de atenção, indivíduos em que prevalece a impulsividade de hiperatividade, e indivíduos onde há combinação de ambos.
O auxílio médico será fundamental no diagnóstico e retardo da progressão do TDAH, além de poder solicitar o exame de DNA e usá-lo para adequar o tratamento.
Referências
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- FARAONE, Stephen V. et al. Segregation analysis of attention deficit hyperactivity disorder. Psychiatric Genetics, v. 2, n. 4, p. 257-276, 1992.
Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.