Atualizado em 14 de Março de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

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Dieta cutting: saiba o que é e como fazer

Independente da época do ano, a procura por estratégias de emagrecimento está sempre em alta. As chamadas dieta cutting, são estruturadas para promover a perda de gordura, mas por vezes de forma nada saudável. Quando se fala em cutting, o que não faltam são pílulas milagrosas, programas detox e promessas de redução de medidas sendo divulgadas. No entanto, é crucial ter cautela ao buscar emagrecimento rápido sem a devida orientação profissional.

Optar por métodos inadequados na dieta cutting pode não apenas prejudicar a saúde física, mas causar danos à saúde mental. Dietas mal elaboradas para perda de peso ainda podem resultar em efeitos rebote, inclusive provocando o aumento do peso após o seu término.

Portanto, é fundamental compreender o que é dieta cutting e como fazê-la de maneira saudável e sustentável. Aprenda isso a seguir!

Como funciona a dieta cutting?

Afinal o que é cutting e o que essa expressão significa? O termo "cutting" deriva do inglês "cortando", o que indica que a "dieta cutting" pode ser interpretada como uma "dieta de corte de calorias". É o contrário do o que é bulking, que envolve uma dieta em que há aumento de calorias para hipertrofia muscular. 

O principal propósito da dieta cutting é induzir a perda de peso. Para atingir esse objetivo, é crucial que a dieta cutting garanta o essencial para o processo de emagrecimento acontecer: o déficit calórico. Dessa forma, a dieta cutting visa alcançar o emagrecimento por meio de um plano alimentar que fornece menos calorias do que aquelas gastas diariamente. 

Esse desequilíbrio calórico coloca o organismo em um processo de escassez, o forçando a utilizar os estoques de gordura para promover energia para realizar suas atividades diárias.

No entanto, é importante destacar que a maneira como esse objetivo é atingido pode variar de pessoa para pessoa. Em outras palavras, existem diversas estratégias que podem ser adotadas na dieta cutting para alcançar a perda de gordura, desde que elas assegurem o déficit calórico.

O que comer e o que evitar na dieta para cutting

Dentro de uma dieta cutting, existem diversas estratégias alimentares que podem ser utilizadas para promover o déficit calórico. Por exemplo, algumas pessoas irão responder melhor à redução da ingesta de carboidratos, como uma dieta low carb, enquanto outras responderão melhor ao aplicarem o jejum intermitente e consumirem mais gordura na dieta.

A escolha da estratégia adotada será determinada por alguns aspectos, como: preferências e aversões alimentares, condições de saúde e histórico de doenças, assim como rotina e composição corporal prévia.

Para obter a dieta cutting pronta personalizada e com a informação precisa de quantas calorias tem a dieta cutting individualizada, é necessário a orientação de um profissional nutricionista.

Existem alguns alimentos que podem ser priorizados durante a dieta de cutting, que promovem maior saciedade e possuem menor densidade calórica, são alguns deles:

  • verduras e legumes;
  • sementes;
  • frutas vermelhas;
  • leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico…);
  • cereais integrais;
  • ovos;
  • carnes magras;
  • peixes brancos;
  • oleaginosas.

Por outro lado, existem alimentos altamente calóricos, que não garantem muita saciedade e ainda geram mais vontade de continuar consumindo, os famosos alimentos ultraprocessados, como bolachas, doces açucarados, salgadinhos, frituras e fast foods. É recomendado reduzir o consumo desses alimentos para uma dieta cutting saudável e bem sucedida.

Benefícios do cutting

A dieta cutting apresenta diversos benefícios, por promover a redução da gordura corporal, como:

  • reduz o peso corporal e o % de gordura; 
  • melhora a definição muscular
  • melhora o desempenho físico em esportes como corrida e bicicleta; 
  • melhora a sensibilidade à insulina; 
  • melhora o perfil lipídico;
  • reduz risco cardiovascular;
  • auxilia no tratamento de esteatose hepática;
  • reduz o risco articular pelo impacto do peso;
  • melhora a autoestima e qualidade de vida.

A dieta cutting, quando bem feita e acompanhada por profissionais, promove a perda de medidas corporais e reduz o percentual de gordura, o que leva à uma cascata de outros benefícios. Para quem busca a perda de peso para meio estético, além de reduzir a gordura localizada, também terá maior definição da massa muscular, visto que a capa de gordura que está sob o músculo será diminuída.

Além da estética, a dieta cutting também promove melhoras no desempenho físico de praticantes de modalidades que dependem da relação peso-potência, como é o caso de corredores e ciclistas, que precisam de um peso mais leve para melhorar sua performance no exercício.

A dieta cutting ainda auxilia no controle de diversas doenças relacionadas ao excesso de peso. Uma delas é a resistência à insulina. De acordo com pesquisas *, a perda de gordura concebida por meio da restrição calórica e atividade física, foi importante no aumento da sensibilidade periférica à insulina.

A melhora do perfil lipídico e redução do risco cardiovascular proporcionadas pela perda de peso também é um importante benefício da dieta cutting. De acordo com a revisão sistemática, a perda de 5% do peso inicial já é capaz de reduzir fatores de risco cardiovasculares relacionados à presença de obesidade, tais como hipertensão arterial e diabetes.

Estudos * apontam que a esteatose hepática, também conhecida como gordura no fígado, é mais uma condição de saúde cuja um dos principais contribuintes é o excesso de peso. Desta forma, assim como sugere o artigo, a dieta cutting como terapia nutricional, associada à prática regular de exercícios físicos, é capaz de promover melhorias no quadro e deve fazer parte do tratamento.

Suplementação para cutting

A dieta cutting resulta em um déficit calórico, ou seja, na diminuição das calorias consumidas em comparação com as calorias gastas. Uma das estratégias muito usadas nessa dieta envolve o aumento do consumo de proteínas e a inclusão de suplementos que podem favorecer a perda de gordura, como o Morosil, por exemplo.

O Morosil é um suplemento alimentar derivado da laranja moro que serve para auxiliar na redução de medidas, perda de peso e queima de gordura, conforme demonstrado em estudos.

Uma das estratégias também muito usadas na dieta de cutting envolve o aumento do consumo de proteínas, seja através dos alimentos ou mesmo utilizando suplementos como whey protein e proteína vegetal.

A inclusão de proteínas na dieta cutting desempenha um papel significativo, não só na diminuição do consumo de carboidratos, mas também ao promover maior sensação de saciedade durante as refeições e contribuir para o ganho de massa muscular. Esses fatores desempenham um papel crucial no processo de perda de peso.

Uma maneira de atingir esses objetivos é incorporar a creatina na dieta cutting. Embora seu efeito não esteja diretamente relacionado à potencialização da queima de gordura, a suplementação de creatina demonstrou capacidade em melhorar o desempenho esportivo e favorecer a aquisição e preservação de massa muscular, mesmo em dietas de baixa ingestão calórica. Esses resultados desafiadores em contextos de restrição calórica foram apontados por estudos recentes * * .

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Quanto tempo dura a fase de cutting?

O tempo em que uma pessoa precisa permanecer na dieta cutting é definido pelo profissional nutricionista que está a acompanhando. São vários aspectos que precisam ser levados em conta para tal recomendação: percentual de gordura, evolução das medidas, adesão à dieta, treinamento físico, exames bioquímicos, entre outros.

Não é orientado que essa definição venha por meio do peso na balança, pois a balança não é capaz de definir a real composição corporal e poderá acusar uma perda de massa muscular e de água corporal, ao invés de mostrar quanto de gordura foi perdido.

Por isso, o nutricionista irá fazer o acompanhamento das medidas corporais e, com base nos resultados, identificará a duração da dieta cutting para cada caso.

Para quem é indicada a dieta cutting?

A dieta cutting é recomendada para aqueles que desejam e possuem indicação profissional para a perda de gordura corporal. Geralmente, são pessoas com percentual de gordura elevado, com maior circunferência abdominal e/ou que possuem IMC em sobrepeso ou obesidade.

Ainda, a dieta cutting pode ser orientada àqueles que, mesmo com um percentual de gordura saudável, desejam perder medidas e gordura localizada por razões estéticas.

Erros comuns cometido na dieta de cutting

Cometer erros durante a dieta cutting é muito comum entre aqueles que buscam realizá-la de forma autônoma. Portanto, a primeira dica para evitar erros é procurar orientação de um nutricionista, que mostrará como fazer dieta cutting corretamente.

Confira os erros mais comuns na dieta de cutting para nunca fazer:

Não consumir a quantidade de proteína ideal

Ao reduzir o aporte calórico, muitas pessoas acabam reduzindo muito a quantidade de proteína que consomem. Porém, isso é prejudicial para a manutenção da massa muscular, importantíssima no processo de manutenção do peso perdido.

Não praticar musculação

Quem procura emagrecimento, geralmente, foca apenas em fazer exercícios aeróbicos, como corrida e bicicleta, e acaba deixando de lado exercícios de fortalecimento. Porém, é na musculação que se constrói massa muscular, a qual auxilia na perda de gordura e garante que o corpo não fique flácido durante o processo de cutting, além de vários outros benefícios da musculação

Focar apenas em quantidade

Determinar e seguir a quantidade de calorias na dieta cutting é essencial para o emagrecimento, porém, deixar de se atentar à qualidade dos alimentos consumidos pode trazer prejuízos à saúde;

Excluir carboidrato da dieta

O carboidrato é popularmente conhecido como “vilão”, porém, essa é longe de ser a realidade. A verdade é que ele é um nutriente muito importante para a saúde, portanto, seu consumo ainda é necessário, mesmo em uma dieta cutting.

 

Uma dieta cutting bem elaborada precisa levar em conta que o cuidado com a saúde deve ser prioridade, sem loucuras e restrições descabidas, buscando sempre abordagens equilibradas.

Referências

Texto escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.

 

Texto revisado por Rafaela Fürst Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.