Calor excessivo: causas, riscos e como se prevenir

O calor excessivo vai muito além do desconforto causado pelo clima quente. Ele pode impactar seriamente nossa saúde, resultando em complicações graves, como desidratação severa, insolação e, até, danos aos órgãos vitais.

Muitas vezes, não nos damos conta de como o calor intenso pode sobrecarregar o corpo e quais medidas devemos adotar para evitar seus efeitos negativos. O intuito aqui não é alarmar, mas, sim, conscientizar e prevenir.

Neste artigo, vamos detalhar as causas do calor excessivo, os riscos que ele representa e, o mais importante, como se proteger de forma eficaz. Se você deseja entender como o calor pode afetar sua saúde e garantir que está tomando as precauções necessárias, continue lendo.

Esse fenômeno é caracterizado por temperaturas que ultrapassam significativamente a média de uma região para determinada época do ano, resultando em uma sensação térmica mais elevada que de costume, especialmente quando combinada com altos níveis de umidade.

No ano de 2024, por exemplo, o mês de setembro foi marcado pelo excesso de calor e pela precipitação abaixo da média, com variações significativas entre as regiões do Brasil. Isso resultou em um cenário climático preocupante, que impactou diversos setores, como agricultura e energia.

Além de tudo, calor excessivo no corpo sobrecarrega-o, dificultando a regulação da temperatura interna e prejudicando o equilíbrio normal. Isso pode causar efeitos adversos à saúde, tornando essencial adotar cuidados específicos para minimizar os riscos, como o consumo de eletrólitos.

O calor excessivo pode ter diversas causas, sendo frequentemente associado a mudanças climáticas globais e fatores ambientais. Saiba mais sobre isso:

O aquecimento global é o motivo do aumento anormal da temperatura média da Terra, causado pelo acúmulo de gases poluentes na atmosfera. A emissão de gases, como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄), óxido nitroso (N₂O) e vapor d'água, intensifica o efeito estufa, pois eles aprisionam o calor solar. 

Como resultado, há um maior aquecimento do planeta, elevando a temperatura média global, diretamente ligada ao calor excessivo.

Em áreas urbanas, a combinação de pouca vegetação com a predominância de concreto e asfalto cria um fenômeno conhecido como "ilha de calor urbana". Nesse cenário, a retenção de calor por essas superfícies intensifica as temperaturas, tornando as cidades mais quentes do que as áreas rurais ao redor. 

Isso ocorre porque materiais, como asfalto e concreto, absorvem o calor durante o dia e o liberam à noite, dificultando o resfriamento do ambiente e podendo ocasionar dor de cabeça e calor excessivo.

Por fim, sentir calor excessivo também pode estar relacionado à umidade relativa do ar. Quando a umidade é alta, a transpiração se torna menos eficiente, já que o corpo não consegue liberar calor adequadamente. Isso resulta em um aumento no desconforto térmico, principalmente em combinação com altas temperaturas.

Embora tenhamos abordado causas relacionadas às condições climáticas e ambientais, entre o que pode ser calor excessivo também estão as condições do próprio corpo humano.

Até aqui, focamos no conceito do fenômeno do calor excessivo, mas, para evitar confusões, é importante abordar outras causas de mal-estar pelo calor excessivo que não estão ligadas a ele. Continue lendo para entender melhor:

A prática de exercícios intensos, especialmente em ambientes quentes, pode intensificar a sensação de calor excessivo e suor. Quando o corpo está em esforço, ele gera calor extra e, em climas já quentes, isso pode ser difícil de dissipar. 

Além disso, o uso de roupas inadequadas durante o exercício, como tecidos que não facilitam a evaporação do suor, dificulta a termorregulação, deixando o corpo ainda mais vulnerável aos efeitos do excesso de calor.

Certas doenças e condições podem comprometer a capacidade do corpo de regular sua temperatura, o que torna a pessoa mais propensa a sentir calor excessivo. Distúrbios hormonais, como alterações na tireoide, diabetes, hipertensão, menopausa e, até, ansiedade podem alterar a forma como o corpo lida com o calor.

Nessas situações, o mecanismo natural de resfriamento do corpo pode não funcionar corretamente, o que agrava a sensação térmica.

Ainda, infecções que causam febre elevam a temperatura do corpo como parte da resposta do sistema imunológico. Embora a febre ajude o corpo a combater agentes patogênicos, ela também pode resultar em desconforto térmico, especialmente quando a infecção é mais intensa. 

Em alguns casos, o aumento da temperatura corporal devido a infecções graves pode se somar ao calor ambiente, intensificando o risco de complicações.

A hipertermia maligna é uma condição rara e grave, geralmente desencadeada por certos tipos de anestésicos ou bloqueadores neuromusculares usados em procedimentos médicos. Ela resulta em um aumento abrupto e perigoso da temperatura corporal, o que exige intervenção médica imediata. 

Essa condição é genética e pode ocorrer em qualquer pessoa com predisposição, tornando a vigilância em ambientes médicos crucial para evitar a ocorrência de complicações graves.

Se você está se perguntando o que o calor excessivo pode causar, saiba que essa condição vai muito além do simples desconforto. Os riscos à saúde são diversos e, em muitos casos, podem ser graves. Veja como o calor intenso afeta o corpo:

A insolação ocorre quando o organismo não consegue regular sua temperatura, geralmente devido à exposição prolongada ao sol ou ambientes extremamente quentes.

Nesse quadro, o corpo começa a "falhar" em manter funções essenciais, resultando em sintomas, como dor de cabeça intensa, pele quente e avermelhada, respiração acelerada, náusea e mal-estar.

Em casos graves, a insolação pode levar à desidratação severa, desmaios, convulsões e, até, danos cerebrais. O tratamento é urgente: deve-se buscar atendimento médico imediatamente e tentar manter a pessoa em um ambiente fresco, aplicando compressas frias na pele.

Durante períodos de calor intenso, o corpo transpira mais para tentar se resfriar, levando à perda significativa de líquidos. Quando essa perda não é compensada com ingestão adequada de água, ocorre a desidratação. Essa condição pode manifestar-se com sintomas, como dor de cabeça, fadiga, sede excessiva, boca seca e tontura.

Para evitar a desidratação, recomenda-se beber cerca de 2 litros de água ao dia, além de consumir alimentos ricos em água, como frutas e legumes frescos, que ajudam a manter a hidratação. O consumo de bebidas com eletrólitos também é indicado.

A exaustão térmica surge quando o corpo se esforça excessivamente em ambientes quentes e úmidos, o que geralmente afeta pessoas que trabalham ou praticam atividades físicas ao ar livre. Os sinais incluem pele fria e úmida, tontura, náusea, dor de cabeça e fraqueza.

O tratamento envolve descansar em um local fresco, beber água em pequenos goles e aplicar compressas frias na pele para ajudar a baixar a temperatura corporal. Se os sintomas persistirem, deve-se procurar ajuda médica.

A perda excessiva de líquidos e eletrólitos devido à transpiração pode causar um desequilíbrio no corpo, diminuindo a quantidade de água no sangue. Isso faz com que o coração precise trabalhar mais para manter a pressão arterial, o que pode resultar em taquicardia ou até infarto, especialmente em pessoas com problemas cardíacos. 

Além da transpiração intensa ocasionada pelo excesso de calor, esse desequilíbrio também pode ser provocado por um aumento na produção de urina, diarreia ou vômitos.

As cãibras de calor são contrações musculares dolorosas que ocorrem devido à perda significativa de sal e líquidos durante o suor intenso. São comuns em pessoas que praticam atividades físicas sob altas temperaturas. 

Para aliviar as cãibras, recomenda-se descanso em um local fresco e o consumo de líquidos ricos em eletrólitos, como água de coco ou bebidas esportivas como o isotônico, por exemplo. Se as cãibras persistirem por mais de uma hora, é importante buscar atendimento médico.

Para enfrentar o calor excessivo de forma eficaz, é essencial adotar cuidados que ajudam a proteger o corpo e a manter o bem-estar. Confira algumas dicas essenciais:

O excesso de calor pode ser perigoso para a saúde - e é essencial saber reconhecer os sinais de que o corpo está sofrendo com os efeitos adversos das altas temperaturas.

Se você ou alguém ao seu redor apresentar sintomas de calor excessivo, como tontura, náuseas, vômitos, cansaço extremo, dor de cabeça intensa, pele ressecada ou desmaios, é importante procurar ajuda médica imediatamente.

A orientação é procurar unidades de saúde de referência, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que estão prontamente disponíveis para casos de urgência. Se não tratado corretamente, em casos graves, o calor excessivo pode ser fatal.