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Hipertermia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Você sabia que a hipertermia pode se tornar uma ameaça séria à saúde se não for tratada rapidamente? Quando a temperatura do corpo ultrapassa níveis seguros, os efeitos podem ser perigosos, variando desde sintomas leves, como cãibras e tontura, até condições graves, como insolação.

Entender essa condição e seus riscos é essencial para agir de forma rápida e eficaz, prevenindo complicações que podem afetar seu bem-estar e, até mesmo, colocar a vida em risco.

Neste artigo, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre a hipertermia: o que realmente é, o que a causa, como identificá-la e, o mais importante, como tratá-la. Prepare-se para entender como a reposição de eletrólitos e outros cuidados podem ajudar a combater esse problema e evitar complicações. 

Continue lendo e descubra como proteger seu corpo em situações de calor intenso!

O que é hipertermia?

A hipertermia é uma condição caracterizada pela elevação anormal da temperatura corporal, que pode ultrapassar os 40°C. Esse aumento ocorre quando o corpo não consegue regular sua temperatura de forma adequada, o que pode ser causado por fatores externos, como ambientes excessivamente quentes, ou internos, como desidratação.

Em outras palavras, esse quadro ocorre quando o corpo gera ou absorve mais calor do que pode dissipar, superando seus mecanismos naturais de resfriamento, como a transpiração. Nos casos mais graves, quando o organismo não consegue resfriar-se de forma nenhuma, a temperatura central do corpo sobe abruptamente.

A hipertermia é mais comum em crianças e adultos mais velhos, que possuem uma capacidade reduzida de adaptação a mudanças de temperatura.

É importante destacar que essa condição difere da hipotermia, que ocorre quando o corpo perde calor mais rápido do que o produz, resultando em uma diminuição perigosa da temperatura corporal.

Enquanto na hipotermia a exposição a temperaturas baixas pode ser o fator desencadeante, a hipertermia surge principalmente em condições de calor excessivo.

Além disso, a hipertermia pode ser confundida com a febre, mas, ao contrário desta, que é uma resposta do organismo a agentes infecciosos, ela não tem o objetivo de combater infecções.

Qual a diferença entre febre e hipertermia?

Embora febre e hipertermia envolvam o aumento da temperatura corporal, elas são condições distintas. A febre é uma resposta do corpo a infecções, como vírus e bactérias, mediada pelo sistema imunológico.

Ela é geralmente acompanhada de calafrios, suores e mal-estar, e a temperatura varia entre 38ºC e 39ºC. O tratamento da febre inclui antipiréticos e repouso.

Já a hipertermia ocorre quando o corpo não consegue dissipar o calor, podendo ser causada por calor excessivo, esforço físico intenso ou falhas no mecanismo de regulação térmica. Nesse caso, a temperatura pode ultrapassar os 40ºC, o que representa um risco grave à saúde.

As principais diferenças entre as duas condições estão no mecanismo e nas causas. A febre é uma resposta imunológica a infecções, enquanto a hipertermia resulta da incapacidade do corpo de controlar a temperatura. 

A febre é tratada com medicamentos e repouso, enquanto a hipertermia exige resfriamento imediato e reposição de líquidos e eletrólitos. Ambas as condições exigem cuidados médicos, mas a hipertermia pode ser fatal se não tratada corretamente.

Causas

A hipertermia pode ser causada por uma variedade de fatores, que vão desde condições ambientais até condições internas do corpo. As causas variam em intensidade e gravidade, tornando importante identificar o tipo específico de hipertermia. 

A seguir, listamos as principais causas dessa condição, de acordo com seus diferentes tipos:

Hipertermia clássica

Esse tipo de hipertermia ocorre devido à exposição excessiva ao calor, especialmente em ambientes com temperaturas amenas que, de repente, sofrem uma onda de calor. Esse tipo de hipertermia é comum em locais que experienciam verões intensos e em regiões onde o calor extremo é atípico. 

Durante esses períodos, o corpo não consegue dissipar o calor adequadamente, o que pode elevar a temperatura interna a níveis perigosos.

Hipertermia induzida por esforço físico

Esse tipo de hipertermia acontece quando o corpo é submetido a atividades físicas intensas, principalmente em ambientes com altas temperaturas e umidade. 

O aumento da temperatura interna devido ao esforço físico combinado com o calor externo pode sobrecarregar os mecanismos naturais de resfriamento do corpo, como a transpiração. 

Se o organismo não consegue retornar à sua temperatura normal após o exercício, a hipertermia pode se manifestar, prejudicando órgãos e tecidos do corpo.

Hipertermia maligna

A hipertermia maligna é um tipo raro, mas grave, desencadeado como efeito colateral de certos medicamentos, como analgésicos e anestésicos. 

Em alguns casos, a reação adversa ao medicamento pode interferir nos mecanismos de regulação térmica do corpo, causando um aumento drástico da temperatura corporal. Esse tipo de hipertermia requer tratamento imediato, pois pode levar a complicações sérias.

Distúrbios no hipotálamo

Tumores ou lesões no hipotálamo, a região do cérebro responsável pela regulação da temperatura corporal, também podem causar hipertermia. Quando o hipotálamo perde a capacidade de ajustar a temperatura interna do corpo, qualquer exposição a calor excessivo pode resultar em um aumento anormal da temperatura. 

Esse tipo de hipertermia é mais complexo, pois envolve alterações no funcionamento do sistema nervoso central.

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Sintomas

A hipertermia é caracterizada por um aumento anormal da temperatura corporal, geralmente acima de 40ºC, e pode desencadear uma série de sintomas. É fundamental identificar esses sinais precocemente para iniciar o tratamento adequado e evitar complicações graves. Confira os principais sintomas da hipertermia:

Transpiração excessiva

A transpiração é uma das respostas do corpo para tentar regular a temperatura interna, mas, quando a hipertermia ocorre, o organismo pode não ser capaz de dissipar o calor de forma eficaz, levando a uma produção excessiva de suor.

Cãibras

As cãibras musculares podem surgir devido ao esforço físico intenso em temperaturas altas ou pela desidratação, quando os níveis de eletrólitos no corpo estão desequilibrados. Elas são comuns em casos de hipertermia induzida por esforço físico.

Dores de cabeça

A dor de cabeça é um sintoma frequente, causado pela dilatação dos vasos sanguíneos devido ao aumento da temperatura corporal. Além disso, a desidratação também pode agravar esse sintoma.

Tontura e fraqueza

A tontura ocorre à medida que a pressão arterial cai, o que pode afetar a circulação sanguínea e diminuir o fluxo de oxigênio para o cérebro. A fraqueza é um reflexo do estresse que o corpo sofre para lidar com o aumento da temperatura.

Alucinações e confusão mental

Quando a temperatura corporal chega a níveis muito elevados, como em casos de insolação, pode haver comprometimento do funcionamento cerebral, resultando em alucinações, delírios e confusão mental.

Convulsões

As convulsões podem ocorrer quando o aumento da temperatura corporal afeta a função do sistema nervoso central. Esse é um sintoma grave e que requer atenção médica imediata.

Pressão arterial baixa

A desidratação e o esforço do corpo para se resfriar podem resultar na queda da pressão arterial, levando a um quadro de hipotensão, que pode ser potencialmente perigoso.

Respiração curta e acelerada

A respiração acelerada é uma tentativa do corpo de aumentar a troca de oxigênio, pois o aumento da temperatura compromete a circulação e o transporte de oxigênio para os tecidos vitais.

Desmaios

O desmaio é o colapso temporário do organismo devido à queda de pressão arterial e à privação de oxigênio, sendo um dos sintomas mais graves da hipertermia.

Náuseas e vômitos

O aumento da temperatura corporal pode irritar o sistema gastrointestinal, resultando em náuseas e vômitos, que contribuem ainda mais para a desidratação e o agravamento da condição.

Como prevenir a hipertermia?

É importante destacar que, em casos de hipertermia grave, como a decorrente da insolação, a temperatura corporal pode ultrapassar os 41ºC, o que torna o quadro ainda mais perigoso, com risco de danos irreversíveis aos órgãos internos, especialmente ao cérebro.

O tratamento imediato é essencial para evitar complicações fatais, mas a melhor escolha é, sempre, prevenir.

A prevenção da hipertermia pode ser adotada por meio de medidas eficazes para evitar o aumento excessivo da temperatura corporal, especialmente em condições de calor extremo ou durante atividades físicas intensas:

  • beber água regularmente para manter-se hidratado;
  • repor eletrólitos através de bebidas e comidas;
  • procurar lugares cobertos ou bem ventilados, longe da exposição direta ao calor;
  • usar roupas leves e de cores claras;
  • consumir alimentos frescos, como frutas e saladas;
  • evitar bebidas, como cafeína e álcool, que desidratam;
  • evitar atividades físicas intensas entre 10h e 16h;
  • usar filtro solar, chapéu ou boné ao se expor ao sol;
  • sair imediatamente do sol se sentir cansaço, náuseas, tonturas ou dores de cabeça.

Tratamento

O tratamento para hipertermia pode incluir medidas simples, como repouso e hidratação, ou técnicas mais avançadas, como a reposição de fluidos intravenosos. Saiba mais o que fazer:

  • repousar em ambientes frescos e bem ventilados;
  • remover roupas apertadas e pesadas;
  • consumir líquidos para reidratação como isotônico e água de coco, por exemplo;
  • aplicar compressas frias na pele;
  • alongar para aliviar cãibras musculares;
  • tomar banhos gelados e usar ventiladores;
  • aplicar toalhas molhadas e refrigeradas na pele;
  • fazer reposição de fluidos via intravenosa em casos de desidratação severa;
  • para casos graves, como insolação, resfriar com bolsas de gelo nas axilas, pescoço e virilha;
  • procurar atendimento médico urgente, especialmente se houver febre alta, dificuldade para respirar, andar ou falar, confusão mental ou perda de consciência.

Referências

Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.

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