Atualizado em 07 de Fevereiro de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

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Dieta do HCG: o que é, como funciona, benefícios e riscos

A dieta do HCG é um protocolo que visa o emagrecimento e o tratamento para obesidade com base na combinação de um plano alimentar baixíssimo em calorias + aplicação do hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana). 

Como acelerar a perda de peso na dieta hcg? Será que esse método realmente funciona? Confira abaixo.

O que é a dieta do HCG

Para entender mais sobre a dieta do hcg, como funciona e se é válido testar, é preciso saber o que é o HCG e o porquê dele estar sendo empregado em um protocolo para o emagrecimento.

O HCG, sigla para gonadotrofina coriônica humana, é um hormônio muito conhecido como marcador de gravidez, pois é produzido pela placenta logo após a fecundação e tem a função de manter a produção de progesterona alta, garantindo o desenvolvimento do bebê.

Em 1950, o médico Albert Simeons afirmou que aplicações de HCG, quando associadas a uma dieta baixa em calorias, iria estimular a queima de gordura armazenada, reduzir a fome e preservar a massa muscular. 

Entretanto, nada disso é comprovado cientificamente, logo, não há indicação nem evidências sobre os efeitos benéficos do uso de dieta com hcg​ para o emagrecimento.

Como fazer a dieta do HCG

A dieta do HCG é dividida em 4 etapas, que foram criadas pelo médico fundador do protocolo. Abaixo, está descrita detalhadamente cada etapa da dieta, entretanto, é importante saber que esse método, assim como a base teórica das práticas sugeridas, não tem fundamento atualmente.

1. Primeira Etapa: Carregamento

Com duração de 2 dias, essa etapa inicia com o uso da suplementação do hormônio e a pesagem inicial. Aqui, será aplicado, diariamente, uma injeção de HCG, entretanto, nenhuma dieta deverá ser realizada. Pelo contrário, o máximo de calorias devem ser ingeridas nestes dois primeiros dias. 

A ideia por trás dessa etapa é saturar as células de gordura, para que elas entendam que há calorias o suficiente e que não é necessário armazenar mais.  

2. Segunda Etapa: Corte de Calorias

Nessa etapa, o uso do suplemento deve ser continuado, porém o corte de calorias deve ser introduzido. E não é um corte pequeno, mas que leve à ingestão calórica para 500 kcal/dia e continue assim até atingir o peso desejado ou então atingir o limite de 40 dias de dieta.

3. Terceira Etapa: Transição

Após atingir o peso desejado, é dado o início à terceira etapa. Nela, o uso de HCG deve ser interrompido e a dieta de 500kcal/dia deve ser seguida por mais 3 dias. Esse período sem HCG serve para o corpo se equilibrar e eliminar as doses do hormônio HCG presentes na circulação.

4. Quarta Etapa: Estabilização do peso

Conhecida como a fase mais importante, porém mais desafiadora devido à grande restrição enfrentada nas etapas anteriores e a sensação de recompensa após o atingimento de peso, chega a fase de estabilizar o peso. 

Para evitar o reganho, a dieta do HCG propõe que o consumo calórico seja gradativamente aumentado, até chegar em 1.200 a 1.500 calorias/dia. Nesse período, é importante focar em proteínas e gorduras, evitar vegetais ricos em amido (batata doce, mandioca, batata), massas e doces em geral.

Riscos e considerações sobre a dieta do HCG

Antes de mais nada, é importante discutir sobre a prática dieta do HCG, ricos e condições de saúde.

A dieta do hCG é extremamente prejudicial tanto para o corpo quanto para a mente, principalmente devido à sua drástica restrição calórica por um período prolongado. 

Embora possa resultar em uma rápida perda de peso, o consumo extremamente baixo de apenas 500 kcal/dia não leva apenas à queima de gordura, mas também à significativa perda de massa muscular. Isso compromete a saúde, dificulta a manutenção do peso perdido e pode gerar um metabolismo mais lento a longo prazo.

Além disso, a ingestão calórica insuficiente pode causar deficiências nutricionais importantes, como falta de vitaminas do complexo B, ferro e cálcio – nutrientes essenciais para o bem-estar e a saúde geral. 

Como consequência, podem surgir queda de cabelo, unhas fracas e quebradiças, dores de cabeça e fadiga intensa, afetando diretamente a qualidade de vida.

No aspecto mental, a dieta do hCG também pode trazer impactos negativos significativos. A severa restrição alimentar pode levar a um comportamento compensatório, gerando uma compulsão por alimentos mais calóricos após o período de privação.

Esse ciclo prejudica a relação com a comida e pode até contribuir para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Além disso, a perda de peso nessa dieta ocorre exclusivamente pela restrição calórica, sem qualquer comprovação científica de que o hormônio hCG traga benefícios reais para o emagrecimento. O uso de injeções de hCG, portanto, além de ineficaz, pode causar desequilíbrios hormonais desnecessários.

Diante dos riscos envolvidos, a dieta do hCG não é recomendada. O ideal é buscar a orientação de um nutricionista para um emagrecimento saudável, sustentável e baseado em evidências científicas.

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Como o teste genético pode ajudar no planejamento da dieta

O teste genético pode ser uma ferramenta valiosa para personalizar a alimentação e tornar o processo de emagrecimento mais seguro e eficaz. 

Ele fornece informações detalhadas sobre como o organismo metaboliza nutrientes – como gorduras, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais – e como responde a diferentes estratégias nutricionais.

Com base nos resultados, é possível identificar, por exemplo, se há dificuldade na metabolização de gorduras específicas, como as saturadas, ou uma maior necessidade de determinados nutrientes, como a vitaminas do complexo B, que impactam diretamente na perda de peso.

Outro ponto importante é a resposta do corpo ao armazenamento de gordura e ao ganho de massa muscular. Algumas pessoas têm uma predisposição genética para acumular mais gordura ou apresentar um metabolismo mais lento, enquanto outras podem ter maior facilidade para desenvolver músculos.

Com essas informações, é possível definir estratégias nutricionais mais eficientes, escolhendo a abordagem mais adequada para o emagrecimento e evitando métodos ineficazes ou potencialmente prejudiciais.

Dessa forma, a nutrigenômica permite a criação de um plano alimentar totalmente individualizado, alinhado às características genéticas de cada pessoa, garantindo mais eficiência, segurança e sustentabilidade no processo de perda de peso e manutenção da saúde.

Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.

Criado em 07 de Fevereiro de 2025