Atualizado em 14 de Março de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

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Talassemia: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

o que é talassemia

A talassemia é uma condição genética que, apesar de pouco conhecida, impacta a vida de milhares ao redor do mundo, apresentando diferentes graus de severidade. 

Neste artigo, vamos explorar o que é talassemia, seus sintomas, causas, os tipos mais comuns, como a talassemia alfa e beta, e as opções de tratamento disponíveis.

O que é talassemia?

A talassemia é uma doença genética hereditária que afeta a produção de hemoglobina, uma proteína essencial dos glóbulos vermelhos responsável por transportar oxigênio para todas as células do corpo. 

Pessoas com talassemia possuem uma alteração nos genes responsáveis pela síntese da hemoglobina. Isso resulta em glóbulos vermelhos menores, frágeis e menos eficientes no transporte de oxigênio.

Essa alteração genética pode causar desde sintomas leves até quadros mais graves de anemia, conhecidos como anemia talassemia, dependendo da quantidade de genes comprometidos.

Pessoas com talassemia menor geralmente apresentam sintomas leves ou são assintomáticas. Enquanto isso, casos mais severos, como a talassemia major (ou anemia de Cooley), podem requerer tratamentos intensivos, como transfusões de sangue regulares.

Com o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado, é possível gerenciar a condição e melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas afetadas.

Sintomas

Os sintomas da talassemia variam de acordo com a gravidade e o tipo da condição, podendo ir de leves a severos. Os mais comuns incluem:
fadiga extrema, causada pela baixa capacidade de tra

  • fadiga extrema, causada pela baixa capacidade de transporte de oxigênio no sangue;
  • palidez ou pele amarelada (icterícia), resultado da destruição acelerada dos glóbulos vermelhos;
  • fraqueza e sensação de cansaço constante;
  • alterações ósseas, especialmente no rosto, devido à expansão da medula óssea para compensar a produção de glóbulos vermelhos;
  • atraso no crescimento em crianças afetadas;
  • esplenomegalia (aumento do baço), que ocorre devido ao esforço para filtrar glóbulos vermelhos anormais.

Sintomas leves podem passar despercebidos, enquanto os casos graves, como na talassemia major, frequentemente apresentam sinais logo nos primeiros anos de vida.

Causas

As causas da talassemia são mutações genéticas herdadas dos pais, que afetam a produção de hemoglobina no corpo. Essas alterações podem ocorrer em genes responsáveis pelas cadeias alfa ou beta da hemoglobina.

  • Se um dos pais é portador da mutação, a pessoa pode desenvolver talassemia menor, que geralmente é assintomática ou apresenta sintomas leves.
  • Se ambos os pais transmitem a mutação, o indivíduo pode herdar uma forma mais grave, como a talassemia major.

Além disso, fatores históricos e geográficos influenciam a prevalência da doença. Por ser uma condição hereditária, ela é mais comum em regiões onde a malária era ou é endêmica, como o Mediterrâneo, Oriente Médio, Ásia e África. Isso porque uma mutação nos genes da talassemia pode oferecer proteção contra a malária.

Tipos

Os dois principais tipos de talassemia são:

- Talassemia alfa: afeta a produção das cadeias alfa da hemoglobina. A gravidade depende do número de genes afetados:

  • 1 gene afetado: assintomático (portador silencioso).
  • 2 genes afetados: sintomas leves (talassemia alfa menor).
  • 3 genes afetados: anemia moderada a grave (doença da hemoglobina H).
  • 4 genes afetados: condição grave e geralmente fatal antes do nascimento (hidropisia fetal).

- Talassemia beta: afeta a produção das cadeias beta da hemoglobina. Também varia em gravidade:

  • Talassemia beta menor: sintomas leves ou ausência de sintomas.
  • Talassemia beta intermediária: anemia moderada que pode requerer tratamento ocasional.
  • Talassemia major (anemia de Cooley): forma grave que requer transfusões regulares e cuidados intensivos.

Cada tipo e gravidade depende diretamente do padrão de herança genética e das mutações específicas presentes.

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Como é feito o diagnóstico da talassemia?

O diagnóstico da talassemia começa com a análise dos sintomas relatados e o histórico familiar, já que é uma condição hereditária. Em seguida, testes laboratoriais específicos são realizados para confirmar o diagnóstico e determinar o tipo e a gravidade da condição. Alguns deles incluem:

1. Exame de sangue completo

Identifica anemia e alterações nos glóbulos vermelhos, que podem estar menores e em menor quantidade.

2. Eletroforese de hemoglobina

Detecta alterações na produção e no tipo de hemoglobina presente no sangue.

3. Testes genéticos

O teste genético pode ser usado confirmar mutações nos genes responsáveis pela produção das cadeias alfa ou beta da hemoglobina.

4. Exame pré-natal

Amniocentese ou amostra de vilosidades coriônicas (CVS) podem ser realizados para diagnosticar a talassemia em fetos de pais portadores.

O diagnóstico precoce é fundamental para garantir um plano de tratamento adequado e minimizar complicações!

Tratamento

O tratamento para talassemia varia de acordo com o tipo e a gravidade da condição. As opções mais comuns incluem:

1. Transfusões de sangue

Essenciais para pacientes com talassemia major ou casos graves. As transfusões regulares ajudam a manter níveis saudáveis de hemoglobina e prevenir complicações, como fraqueza e atraso no crescimento.

2. Terapia de quelação de ferro

Como as transfusões frequentes podem levar ao acúmulo de ferro no organismo, medicamentos quelantes são usados para remover o excesso de ferro e proteger órgãos vitais, como o coração e o fígado.

3. Suplementos de ácido fólico

Auxiliam na produção de glóbulos vermelhos e na manutenção da saúde geral dos pacientes.

4. Transplante de medula óssea

Em casos selecionados, o transplante pode ser uma cura potencial, especialmente em pacientes jovens com doadores compatíveis. É considerado em casos graves onde outras terapias não são suficientes.

Com os avanços na medicina, muitas pessoas com talassemia conseguem viver com qualidade de vida, especialmente com acompanhamento médico adequado.

Vivendo com talassemia

Gerenciar a talassemia no dia a dia exige cuidados consistentes para melhorar a qualidade de vida e reduzir complicações. Aqui estão algumas dicas essenciais:

1. Alimentação equilibrada

Uma dieta rica em nutrientes pode ajudar a fortalecer o organismo. É importante evitar alimentos ricos em ferro (como carnes vermelhas e espinafre) em casos onde há sobrecarga de ferro devido às transfusões de sangue. 

Por outro lado, nutrientes como cálcio, vitamina D e antioxidantes são fundamentais para a saúde óssea e a redução do estresse oxidativo.

2. Uso de ômega 3 e mel Manuka

Um estudo recente demonstrou que a combinação de ômega 3 e mel Manuka pode ser um complemento significativo à terapia convencional da talassemia beta. 

Essa combinação mostrou uma diminuição do ferro sérico, evidenciando que o mel Manuka potencializa os efeitos do ômega 3 no controle do estresse oxidativo. Incorporar essas substâncias na rotina, com orientação médica, pode trazer benefícios significativos para os pacientes.

3. Exercícios físicos moderados

Atividades leves, como caminhadas ou yoga, ajudam a melhorar a circulação e manter a força muscular sem sobrecarregar o corpo. Evite exercícios extenuantes que possam agravar a fadiga.

4. Monitoramento médico regular

Realizar exames de rotina para acompanhar os níveis de hemoglobina, ferro e o funcionamento de órgãos é essencial. Consulte um hematologista regularmente e siga o plano de tratamento.

5. Saúde mental e apoio emocional

Viver com talassemia pode ser desafiador, e o suporte emocional é crucial. Grupos de apoio, terapia e conversas com familiares e amigos ajudam a lidar melhor com os desafios diários.

6. Atenção ao uso de medicamentos e suplementos

Sempre siga a orientação médica para o uso de suplementos, como ácido fólico, e terapias adicionais, como os quelantes de ferro.

Adotar essas práticas pode fazer uma grande diferença no gerenciamento da talassemia, promovendo uma vida mais saudável e plena.

 

O que achou dessas informações? Com os cuidados adequados e acompanhamento médico, é possível viver bem com talassemia, mantendo qualidade de vida e enfrentando os desafios com confiança e informação.

Texto escrito por Thais Montin:
Jornalista formada pela Unisinos e estudante de psicologia na Rogue College. Trabalha com comunicação digital desde 2013, escrevendo sobre saúde, bem-estar, moda e muito mais.

 

Revisado por Joana Mazzochi:
Formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.