Atualizado em 14 de Março de 2025
Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

Pré-eclâmpsia: o que é, sintomas, causas e riscos à saúde


A pré-eclâmpsia é uma condição séria que afeta a saúde de muitas gestantes e pode comprometer tanto a mãe quanto o bebê. Comumente associada ao aumento da pressão arterial e à alterações na função renal, ela pode surgir de forma silenciosa ou com sintomas que indicam a necessidade de uma intervenção médica urgente.
Se não tratada adequadamente, a pré-eclâmpsia pode evoluir para formas mais graves, como a eclâmpsia, que coloca em risco a vida de ambos.
Neste artigo, vamos explorar os principais aspectos da pré-eclâmpsia, desde seus sintomas e fatores de risco até as consequências graves para a saúde. Também discutiremos como diagnosticar e tratar essa condição, além de como prevenir complicações em futuras gestações.
Fique atento e continue lendo para entender melhor os cuidados necessários durante a gravidez!
O que é pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma condição grave que pode surgir durante a gestação, caracterizada pelo aumento da pressão arterial e, frequentemente, pela presença de proteínas na urina (proteinúria).
A doença geralmente ocorre a partir da 20ª semana de gestação, sendo mais comum no terceiro trimestre, mas também pode se manifestar após o parto, especialmente nos primeiros dias ou até seis semanas após o nascimento.
Essa condição resulta de uma interação multifatorial envolvendo a placenta, o sistema imunológico e a circulação materna. Fatores liberados pela placenta podem causar disfunção endotelial, levando à vasoconstrição dos vasos sanguíneos, aumento da resistência vascular e, consequentemente, hipertensão.
Caso não seja tratada, a pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia, uma forma mais grave da doença caracterizada por convulsões. Essa complicação representa um risco significativo para a vida da mãe e do bebê, podendo levar a danos cerebrais, insuficiência de órgãos e, em casos graves, ao nascimento prematuro.
Embora a pré-eclâmpsia ocorra em cerca de 5% das gestações e a eclâmpsia seja menos frequente (afetando menos de 2% dos partos), a condição exige atenção médica imediata. O diagnóstico precoce é essencial para prevenir complicações e proteger a saúde materno-infantil.
Ainda, uma variante rara da pré-eclâmpsia, chamada síndrome HELLP, pode ocorrer em menos de 1% das gestações.Por isso, é crucial que gestantes e seus acompanhantes estejam atentos aos sinais.
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Sintomas de pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia pode surgir de forma silenciosa, sem sintomas evidentes, mas, em muitos casos, alguns sinais começam a aparecer. É importante estar atento a esses sintomas para um diagnóstico precoce, pois a condição pode evoluir rapidamente e gerar complicações graves para a mãe e o bebê.
Os sintomas mais comuns de pré-eclâmpsia incluem:
- dor de cabeça constante e intensa, que não cede com medicação simples;
- inchaço no rosto, mãos e tornozelos, especialmente quando acompanhado de ganho de peso repentino (acima de 1 kg por semana);
- dificuldade para respirar ou respiração ofegante, especialmente em repouso;
- alterações na visão, como borramento ou a percepção de luzes piscando, que podem indicar problemas com a pressão arterial elevada;
- dor no abdômen, particularmente do lado direito, sobre o fígado, podendo ser um sinal de complicações hepáticas;
- náusea e/ou vômito após o terceiro mês de gestação, o que pode ser um indicativo de agravo no quadro.
Além desses sinais, a pré-eclâmpsia pode estar associada à hipertensão arterial (pressão alta), edema (retenção de líquidos), principalmente nos membros inferiores, e proteinúria, que é a presença de proteínas na urina.
Se a pré-eclâmpsia não for tratada adequadamente, pode evoluir para a eclâmpsia, uma condição mais grave, que inclui convulsões e risco de coma. Os sintomas da eclâmpsia podem se manifestar antes das convulsões, como:
- dor de cabeça intensa;
- alterações visuais, como visão turva ou perda de visão temporária;
- dor abdominal persistente;
- sangramento vaginal e coma.
Em casos mais graves, a pré-eclâmpsia pode afetar órgãos vitais, como os rins, fígado e cérebro, além de comprometer o funcionamento da placenta, o que aumenta o risco de complicações no nascimento, como parto prematuro e baixo peso do bebê.
Em casos raros, pode ocorrer a ruptura prematura da placenta, o que também pode resultar em complicações para a mãe e o bebê.
Portanto, é crucial que qualquer gestante com sinais de pressão alta ou alterações repentinas no corpo procure atendimento médico imediato para evitar complicações graves.
O que causa pré-eclâmpsia e quais os fatores de risco?
Embora a causa exata da pré-eclâmpsia ainda não tenha sido completamente estabelecida, sabe-se que ela está associada principalmente à hipertensão arterial, que pode ser crônica ou específica da gestação.
Essa condição ocorre devido a alterações na formação dos vasos sanguíneos da placenta, o que interfere no fluxo sanguíneo e aumenta a pressão arterial da gestante.
Diversos fatores de risco podem aumentar a probabilidade de uma gestante desenvolver pré-eclâmpsia, sendo eles:
- pressão alta crônica: mulheres que já apresentam hipertensão antes da gestação têm maior chance de desenvolver pré-eclâmpsia;
- primeira gravidez: gestantes de primeira viagem são mais propensas a desenvolver a condição;
- idade: mulheres com mais de 35 anos ou menores de 18 anos têm um risco elevado de pré-eclâmpsia;
- obesidade: o excesso de peso aumenta as chances de complicações na gestação, incluindo a pré-eclâmpsia;
- histórico familiar: se familiares próximos, como mães ou irmãs, já tiveram pré-eclâmpsia, o risco aumenta;
- gravidez múltipla: gestantes que estão esperando gêmeos ou mais fetos têm maior risco devido ao aumento da demanda sanguínea e alterações nos vasos da placenta;
- doenças preexistentes: distúrbios, como diabetes (especialmente o diabetes gestacional) ou doenças autoimunes, como o lúpus, podem contribuir para o desenvolvimento da doença;
- distúrbios de coagulação: condições, como a síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, que afeta a coagulação do sangue, também estão associadas ao aumento do risco;
- etnia: mulheres de ascendência negra não hispânica, indígena americana ou nativa do alasca apresentam maior incidência de pré-eclâmpsia.
Embora esses fatores aumentem o risco, nem todas as mulheres com esses problemas irão desenvolver a doença. A monitorização cuidadosa durante a gestação e um acompanhamento médico adequado são fundamentais para minimizar os riscos associados à pré-eclâmpsia
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de pré-eclâmpsia na gravidez é realizado por meio de uma avaliação médica detalhada, que envolve a observação dos sintomas clínicos da gestante, medição da pressão arterial e exames laboratoriais específicos.
O acompanhamento cuidadoso durante a gestação é crucial para detectar a doença o quanto antes e prevenir complicações graves.
Os principais métodos utilizados para o diagnóstico de pré-eclâmpsia incluem:
- medição da pressão arterial: o aumento da pressão arterial é um dos principais indicadores de pré-eclâmpsia. A pressão alta na gravidez, especialmente a partir da 20ª semana de gestação, é um dos primeiros sinais a ser monitorado pelo médico;
- exames de urina: a presença de proteína na urina (proteinúria) é outro critério essencial para o diagnóstico. A proteinúria indica que os rins podem estar sendo afetados pela hipertensão;
- exames de sangue: são realizados para avaliar a função dos órgãos e para detectar possíveis complicações, como danos ao fígado, rins ou pulmões. Esses exames também ajudam a determinar a gravidade da pré-eclâmpsia;
- histórico médico e sintomas: o médico realiza uma entrevista detalhada com a gestante para entender seus sintomas e histórico de saúde. Questões, como dor de cabeça persistente, inchaço, alterações visuais ou dor abdominal, são fundamentais para avaliar a possibilidade de pré-eclâmpsia.
Existe pré-eclâmpsia com pressão normal?
A pré-eclâmpsia é uma condição geralmente associada à elevação da pressão arterial. Contudo, em alguns casos, ela pode se manifestar mesmo quando os níveis de pressão arterial estão dentro da faixa considerada normal.
Além dos exames laboratoriais, o médico também pode solicitar exames adicionais para avaliar o estado do feto:
- monitoramento da frequência cardíaca fetal: a saúde do bebê é monitorada com regularidade para verificar se há sinais de sofrimento fetal;
- ultrassonografia: este exame é realizado para avaliar o crescimento do feto, a quantidade de líquido amniótico, os movimentos e a respiração do bebê, além do tônus muscular.
Com base nesses exames e na avaliação clínica, o médico pode confirmar o diagnóstico de pré-eclâmpsia e determinar o tratamento adequado para proteger tanto a mãe quanto o bebê. Quanto mais cedo a pré-eclâmpsia for detectada, melhor será o prognóstico para ambos.
Tratamento
O tratamento da pré-eclâmpsia visa controlar os sintomas, prevenir complicações graves para a mãe e o bebê e garantir a melhor evolução possível da gestação. A única forma definitiva de tratar a pré-eclâmpsia é o parto, uma vez que a doença regride com a retirada da placenta.
As principais abordagens para o tratamento da pré-eclâmpsia incluem:
- monitoramento constante da pressão arterial: as gestantes com pré-eclâmpsia precisam medir a pressão arterial regularmente para garantir que os níveis não se elevem ainda mais;
- medicamentos: o uso de medicação para pré-eclâmpsia (anti-hipertensivos) é essencial para controlar a pressão alta. Em casos mais graves, podem ser prescritos anticonvulsivantes para prevenir a eclâmpsia;
- repouso: para gestantes com pré-eclâmpsia leve, o repouso pode ser recomendado, especialmente se a pressão arterial ainda não estiver controlada;
- acompanhamento pré-natal rigoroso: a realização de exames de sangue e urina, além do monitoramento do bem-estar fetal, é essencial para avaliar a evolução da doença e garantir a saúde de mãe e bebê.
Em casos graves, o médico pode recomendar a antecipação do parto, especialmente se a condição representar risco para a mãe ou para o bebê.
Curiosidade
Um estudo analisou diversas pesquisas para avaliar a eficácia e os riscos do uso de sulfato de magnésio na prevenção de convulsões em mulheres com pré-eclâmpsia ou eclâmpsia.
Os resultados mostraram que, em mulheres com eclâmpsia, o sulfato de magnésio foi muito mais eficaz na prevenção de convulsões recorrentes, reduzindo sua ocorrência para 9,4%, em comparação com 23,1% nas mulheres tratadas com fenitoína ou diazepam.
Em casos de pré-eclâmpsia grave, o sulfato de magnésio também se mostrou eficiente, com apenas 0,9% das mulheres tratadas apresentando convulsões, contra 2,8% daquelas que usaram outros medicamentos.
Embora eficaz, o sulfato de magnésio apresentou alguns efeitos colaterais, como aumento na duração do trabalho de parto, maior risco de cesárea, sangramento pós-parto, problemas respiratórios e, em casos muito raros, morte materna por overdose.
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Como evitar a pré-eclâmpsia na gravidez?
Embora não seja possível garantir a prevenção completa da pré-eclâmpsia, algumas práticas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença durante a gestação. Aqui estão algumas dicas que podem contribuir para a saúde da gestante e prevenir complicações:
- acompanhamento pré-natal regular: o acompanhamento médico constante é fundamental para monitorar a pressão arterial, o crescimento do bebê e a saúde geral da gestante;
- controle da pressão arterial: mulheres com pressão alta devem trabalhar para mantê-la sob controle, adotando hábitos saudáveis e, se necessário, com o auxílio de medicamentos prescritos pelo médico;
- alimentação saudável: uma dieta para hipertensão bem balanceada, com baixo consumo de sal e açúcar, é importante para controlar a pressão arterial e reduzir o risco de pré-eclâmpsia;
- manter um peso saudável: a obesidade é um fator de risco significativo para a pré-eclâmpsia. Manter o peso adequado à saúde pode ajudar a prevenir complicações;
- evitar o estresse: o estresse excessivo pode aumentar a pressão arterial e deve ser minimizado durante a gravidez;
- ingestão adequada de líquidos: manter-se bem hidratada é importante para o bom funcionamento dos rins e para evitar retenção de líquidos;
- repouso adequado: dormir bem e descansar durante o dia pode ajudar a controlar os níveis de pressão arterial e reduzir o risco de complicações;
- evitar o consumo de álcool e tabaco: o uso dessas substâncias pode aumentar o risco de complicações durante a gestação, incluindo a pré-eclâmpsia.
Adotar essas medidas pode contribuir para uma gestação mais tranquila e com menos riscos para a mãe e o bebê. No entanto, mesmo com essas precauções, algumas gestantes podem ainda desenvolver pré-eclâmpsia, por isso é fundamental o acompanhamento médico constante.
Riscos da pré-eclâmpsia para o bebê
A pré-eclâmpsia pode trazer sérios riscos para o bebê, especialmente quando não é diagnosticada e tratada adequadamente. A pressão arterial elevada pode comprometer a circulação sanguínea, reduzindo o fornecimento de oxigênio e nutrientes essenciais para o bebê, o que pode afetar seu crescimento e desenvolvimento.
Entre os principais riscos da pré-eclâmpsia para o bebê, estão:
- restrição do crescimento intrauterino (RCIU): a pressão alta pode diminuir o fluxo sanguíneo para a placenta, o que pode resultar em um fornecimento inadequado de oxigênio e nutrientes para o bebê, afetando seu crescimento;
- parto prematuro: a pré-eclâmpsia pode levar à antecipação do parto devido à necessidade de controlar a pressão arterial da mãe ou a saúde do bebê;
- síndrome da angústia respiratória neonatal (SAR): bebês nascidos prematuramente devido à pré-eclâmpsia podem ter problemas pulmonares;
- morte fetal: em casos graves e não tratados, a pré-eclâmpsia pode levar à morte fetal devido ao comprometimento da placenta;
- problemas neurológicos e outros: bebês que nascem prematuros ou com restrição de crescimento podem ter um risco maior de desenvolver problemas neurológicos e outras complicações a longo prazo.
Portanto, o diagnóstico precoce e o manejo adequado da pré-eclâmpsia são cruciais para minimizar os riscos e garantir a melhor saúde possível para o bebê.
Complicações da pré-eclâmpsia para a mãe
A pré-eclâmpsia pode ser classificada como leve, moderada ou grave e, dependendo dessa classificação, pode gerar diversas complicações para a mãe. O impacto para a gestante varia conforme a gravidade do quadro.
Pré-eclâmpsia leve:
- aumento da pressão arterial: controlada com monitoramento e medicação;
- edema (inchaço): pode ocorrer, mas não gera complicações graves.
Pré-eclâmpsia moderada:
- danos aos órgãos: afeta órgãos vitais, como fígado, rins e cérebro;
- problemas de coagulação: aumenta o risco de sangramentos excessivos.
Pré-eclâmpsia grave:
- eclâmpsia: convulsões, colocando a vida da mãe em risco;
- acidente vascular cerebral (AVC): a pressão elevada pode causar danos aos vasos sanguíneos;
- descolamento prematuro da placenta: pode causar hemorragias graves;
- falência renal ou hepática: necessita de tratamento intensivo.
O tratamento adequado e o acompanhamento médico constante são essenciais para prevenir essas complicações e garantir a saúde da mãe e do bebê.
Pode ocorrer a pré-eclâmpsia pós-parto?
Sim, a pré-eclâmpsia pós-parto é possível e pode ocorrer até seis semanas após o nascimento. É fundamental monitorar a pressão arterial após o parto, pois a condição pode se manifestar de forma gradual.
Os riscos incluem:
- comprometimento renal e acidente vascular cerebral;
- convulsões (eclâmpsia): pode evoluir para essa condição se não controlada;
- problemas cardiovasculares: a hipertensão não tratada pode sobrecarregar o sistema cardiovascular.
O tratamento precoce é essencial para reduzir esses riscos.
Diferença entre pré-eclâmpsia e eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é caracterizada, principalmente, por hipertensão e presença de proteínas na urina, enquanto a eclâmpsia é uma complicação mais grave, marcada por convulsões. A principal diferença é a presença dessas convulsões, exclusivas da eclâmpsia, que exigem intervenção médica urgente.
Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.