Atualizado em 15 de Abril de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutrição

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Falta de apetite em idoso é normal? Entenda o que fazer

causas da falta de apetite em idoso

O envelhecimento, apesar de ser um processo natural, submete o organismo a diversas alterações de saúde, influenciando, principalmente, ao desenvolvimento da falta de apetite em idoso, podendo levar a desnutrição, perda muscular e outros problemas de saúde. 

Dessa maneira, para minimizar as consequências da perda de apetite, acompanhe as orientações a seguir!

A falta de apetite em idosos é normal?

Com o passar dos anos, o organismo sofre diversas mudanças, como a redução das funções fisiológicas, diminuição do metabolismo, redistribuição da massa corporal, redução da eficiência da mastigação e problemas na saúde bucal. Todas essas alterações levam a redução de apetite em idosos, algo muito comum e normal. 

Entretanto, além das variações normais relacionadas à perda de apetite, outros fatores como enfermidades, monotonia alimentar, doenças mentais, situação socioeconômica e familiar, podem levar a falta de apetite em idosos, podendo desencadear em má alimentação e desidratação.

Para minimizar esse impacto, a nutrição desempenha um papel significativo nessa fase, a fim de aumentar o apetite e garantir o aporte de nutrientes necessários para a qualidade de vida, reduzindo as chances de desenvolvimento de doenças crônicas e da diminuição de massa magra.

Mas para definir as condutas a serem tomadas, é necessário entender o que causam a falta de apetite em idosos, confira alguns exemplos a seguir.

Causas da falta de apetite em idosos

Alterações no funcionamento digestivo

A  estrutura do sistema digestivo sofre inúmeras alterações significativas, como a atrofia da mucosa intestinal, mudanças na motilidade e envelhecimento da microbiota intestinal, levando a menor absorção dos nutrientes, maior risco de constipação e aumento da permeabilidade do intestino, o que aumenta os níveis de inflamação local e agrava a falta de apetite em idosos *;

Redução do paladar

Há a diminuição do número das papilas gustativas, de 250 para menos de 100, assim como e redução da sensibilidade dessas papilas restantes, diminuindo o paladar aos gostos primários: doce, amargo, ácido e salgado.

Problemas na arcada dentária

A perda da dentição, enfraquecimento do esmalte, maior dificuldade de manter a saúde bucal em dia, são alguns dos problemas que levam a redução da capacidade de mastigação em idosos.

Uso de medicamentos

Muitos medicamentos têm efeitos colaterais que podem afetar o paladar ou causar sintomas como náuseas e perda de apetite.

Diminuição de sede

A redução da necessidade de água se dá pela redução do número e da sensibilidade de receptores corporais que controlam a sede, levando o idoso a não tomar a quantidade de água necessária.

Isolamento social

A falta de socialização desestimula a alimentação nessa fase da vida, levando a perda pelo prazer de preparar refeições completas e, muitas vezes, substituindo-as por lanches práticos e pouco nutritivos.

Diante da complexidade dessas causas, é fundamental que a falta de apetite em idosos seja avaliada por um profissional de saúde. 

Consequências da falta de apetite em idosos

A falta de apetite em idosos pode desencadear várias consequências que afetam a saúde física, emocional e social. Acompanhe abaixo, quais são as principais:

Essas consequências podem gerar complicações ainda mais graves, conforme a falta de atenção e estratégias do que fazer para abrir o apetite em idosos. 

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O que fazer quando o idoso perde o apetite?

Há algumas condutas a serem tomadas para melhorar a apetite em idosos e incentivá-los a comer. Optar por preparações mais leves, como purês, sopas, alimentos assados ou cozidos, pode facilitar a mastigação e digestão, além de oferecer refeições menores e mais frequentes ao longo do dia, evitando a sobrecarga no sistema digestivo.

Em alguns casos, o uso de vitaminas para o idoso com fraqueza e falta de apetite podem auxiliar, como as do complexo B, que geralmente estão em deficiência, devido às disfunções gástricas que os acometem, reduzindo a absorção dessas vitaminas, afetando o sistema nervoso e no metabolismo*.

A deficiência das vitaminas B9 e B12, segundo  estudos, por estarem associadas a anemia perniciosa, contribui para a perda de interesse nos alimentos e na redução da motivação para comer. 

Já as vitaminas B1 e B6, afetam o sistema nervoso, causando irritabilidade, dificuldades cognitivas e também participam do metabolismo de carboidratos e proteínas, afetando assim indiretamente o apetite. *

É possível estimular o apetite do idoso?

Com certeza, existem diversas formas de estimular o apetite no idoso. Aprenda abaixo, dicas valiosas de como fazer isso:

  • Investir no uso de temperos naturais: para a redução da sensibilidade do paladar, é interessante incentivar a utilização de temperos naturais, como alho, cebola e orégano, com redução do sal, estimulando as papilas gustativas, assim como ajustar a temperatura do alimento;
  • Estimular novos sabores e texturas: introduzir novos alimentos, com sabores e texturas diferentes das usuais, pode ser uma ótima alternativa. A apresentação do prato também ajudará a despertar o interesse pela comida e incentivar o apetite e o paladar;
  • Preparar alimentos que ele esteja adaptado: investir no novo é muito importante, mas mudanças drásticas na rotina alimentar pode causar rejeição, portanto, equilibrar com refeições usuais é mais seguro;
  • Tornar o momento prazeroso: sentar junto à mesa no momento da refeição, deixar o ambiente tranquilo, e incentivar para que ele tenha coma no seu próprio ritmo, fará com que seja uma experiência agradável e torna o momento leve.

A falta de apetite em idosos pode ter diversas causas e consequências, mas, com atenção adequada e estratégias corretas sob orientação de um profissional de saúde, é possível superar a inapetência e promover uma melhor qualidade de vida.

Foto de Joana Mazzochi Aguiar

Conteúdo criado por especialista:

Joana Mazzochi Aguiar

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Joana Mazzochi Aguiar, nutricionista (CRN 10 – 10934), formada pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). É especialista em Atendimento Nutricional para Cirurgia Bariátrica e atualmente cursa pós-graduação em Saúde da Mulher e Estética pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional e do cuidado integral à saúde feminina.

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