Atualizado em 29 de Abril de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Dieta para lactante: o que comer e evitar na amamentação

Dieta para Lactante

A alimentação na amamentação é essencial para a saúde da mãe e do bebê. Uma dieta equilibrada não só melhora a qualidade do leite materno, como também promove o desenvolvimento saudável do bebê e garante que a mãe tenha energia e disposição para enfrentar a rotina intensa desse período. Além disso, uma nutrição adequada ajuda a repor os nutrientes perdidos, fortalece o sistema imunológico da mãe e contribui para uma recuperação mais rápida do corpo após o parto.

Este guia completo explora a dieta ideal para lactantes, com orientações sobre os melhores alimentos, um exemplo de cardápio, dicas do que evitar e estratégias para o controle de peso. Continue lendo para descobrir como manter uma alimentação saudável durante a amamentação e garantir o bem-estar de você e do seu bebê!

Alimentos indicados para lactantes

A alimentação para lactante deve ser equilibrada, variada e rica em nutrientes essenciais. Por isso, os alimentos a seguir são altamente recomendados:

  • vegetais folhosos: opções, como espinafre, couve e rúcula, são ricas em ferro e cálcio, essenciais para a produção de leite e para a saúde óssea da mãe;
  • frutas frescas: laranjas, bananas e maçãs, por exemplo, fornecem vitaminas e antioxidantes que fortalecem o sistema imunológico;
  • fontes de ômega-3: peixes (incluindo salmão e sardinha) são ricos nesse ácido graxo, importante para o desenvolvimento cerebral do bebê;
  • proteínas magras: além dos peixes, frango e ovos também são fontes de aminoácidos essenciais;
  • grãos integrais: arroz integral, aveia e quinoa são ótimas alternativas para ajudar a estabilizar os níveis de energia ao longo do dia;
  • gorduras saudáveis: abacate, castanhas, azeite de oliva e sementes de chia, por exemplo, são ideais para a produção hormonal e fornecimento de energia também

Dicas adicionais:

  • considere um suplemento alimentar para lactantes, como o metilfolato, para garantir a reposição de nutrientes essenciais. Para isso, converse com seu médico ou nutricionista;
  • beber água regularmente é fundamental, assim como sucos naturais sem adição de açúcar.

Alimentos e bebidas que devem ser evitados

Existem líquidos e alimentos que lactantes devem evitar, pois podem causar desconforto no bebê, como cólicas. Aqui estão as principais opções para manter a atenção:

Fontes de FODMAPS

Os FODMAPs (sigla para Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols) são carboidratos de difícil digestão que fermentam no intestino. Alimentos ricos em FODMAPs, como feijão, brócolis, cebola e alho, são fontes importantes de nutrientes, mas podem gerar sintomas, como gases e, indiretamente, cólicas no bebê, quando presentes na dieta da lactante.

Para mães que amamentam, esses alimentos não precisam ser eliminados completamente, já que oferecem benefícios nutricionais significativos. Contudo, caso o bebê apresente cólicas frequentes, pode ser útil observar a ingestão desses alimentos e ajustar a frequência de consumo.

Feijão, por exemplo, é uma ótima fonte de ferro e proteínas. Para reduzir o impacto dos FODMAPs, recomenda-se deixá-lo de molho em água por, pelo menos, 24 horas antes do cozimento, trocando a água.

Apesar de existirem muitas fontes de FODMAPs, como frutas específicas (maçãs e peras), laticínios, leguminosas e adoçantes artificiais, é importante lembrar que nem todas causam sintomas em todas as mães ou bebês. Ressaltamos que a eliminação deve ser feita apenas se houver uma forte correlação entre o consumo e o desconforto.

Em resumo, na dieta da lactante que visa evitar cólicas no bebê​, o consumo moderado e estratégico de alimentos ricos em FODMAPs pode ser benéfico.

Café e chocolate

Ambos contêm cafeína, que pode passar para o bebê pelo leite materno. A cafeína em excesso pode causar irritabilidade, agitação e distúrbios do sono no bebê. Por isso, recomenda-se limitar a ingestão a 300 mg por dia (o equivalente a cerca de duas xícaras de café).

O chocolate, além da cafeína, contém teobromina, que também pode ter efeitos semelhantes. Caso o bebê apresente sensibilidade, reduza ainda mais o consumo ou elimine temporariamente da dieta.

Alimentos ultraprocessados

Alimentos, como biscoitos industrializados, salgadinhos, refrigerantes e pratos prontos, são ricos em conservantes, corantes artificiais, gorduras ruins e açúcar. Esses ingredientes podem afetar a qualidade do leite materno, contribuindo para o aumento de inflamações no organismo da mãe e possíveis reações adversas no bebê, como cólicas ou irritabilidade. 

Álcool

O álcool passa rapidamente para o leite materno e pode prejudicar o desenvolvimento do bebê, afetando o sistema nervoso, o crescimento e, até, o sono. Além disso, o consumo regular de álcool pode reduzir a produção de leite. Recomenda-se evitar completamente durante o período de amamentação. Se houver consumo ocasional, aguarde ao menos 2 a 3 horas por dose consumida antes de amamentar, para minimizar a presença de álcool no leite.

Peixes com alto teor de mercúrio

Embora os peixes sejam excelentes fontes de ômega-3 e fundamentais para o desenvolvimento cerebral do bebê, algumas espécies apresentam altos níveis de mercúrio, que podem ser tóxicos para o sistema nervoso em desenvolvimento. Evite consumir peixes, como tubarão, peixe-espada, cavala e atum fresco, de grandes dimensões. Priorize espécies com baixo teor de mercúrio, como salmão, sardinha e tilápia, para aproveitar os benefícios sem riscos.

Acompanhe sempre a reação do bebê a novos alimentos na sua dieta. A chave para evitar desconfortos, como cólicas, é observar e ajustar.

Cardápio diário para dieta da lactante: sugestões de refeições

Este cardápio foi elaborado para fornecer nutrientes essenciais que ajudam a promover a qualidade do leite materno e o bem-estar da mãe e do bebê. Confira as sugestões organizadas para facilitar o planejamento das refeições:

Plano Semanal de Alimentação Equilibrada
Dia Café da manhã Lanche da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar Ceia
Segunda Omelete de espinafre, pão integral, suco de laranja natural Iogurte natural com granola e mel Frango grelhado, arroz integral, feijão, salada de folhas verdes com azeite Banana com pasta de amendoim Salmão assado, batata-doce e brócolis no vapor Maçã fatiada
Terça Mingau de aveia com leite, fatias de morango Castanhas e nozes Peixe cozido (tilápia), purê de abóbora, arroz integral, salada de beterraba Pão integral com abacate Quinoa com legumes e filé de frango grelhado Iogurte desnatado
Quarta Panqueca de aveia com banana e mel, café com leite Uma fatia de queijo branco com torrada integral Carne moída magra, arroz integral, feijão, couve refogada Uma pera com sementes de chia Frango ao molho de tomate, arroz integral e cenoura cozida Leite morno com canela
Quinta Tapioca com queijo cottage e tomate, suco de acerola Barrinha de cereais caseira Filé de peixe grelhado, batata-doce assada, salada de rúcula e tomate Smoothie de frutas (manga e abacaxi) Sopa de legumes com carne magra Frutas secas (damasco, uva-passa)
Sexta Pão integral com ovo mexido e fatias de abacate Uma maçã Frango desfiado, arroz integral, feijão preto, brócolis cozido no vapor Iogurte com frutas vermelhas Escondidinho de carne magra com purê de mandioca Banana assada com canela
Sábado Crepioca com queijo minas e suco natural de caju Castanhas e amêndoas Filé de peixe (sardinha), quinoa com legumes, salada de alface e cenoura ralada Um pedaço de abacate com limão Frango grelhado, arroz integral, feijão e salada colorida Iogurte natural
Domingo Pão integral com queijo branco e uma fatia de melancia Uma fatia de melancia Carne assada magra, arroz integral, purê de mandioquinha, salada de folhas verdes Smoothie de morango e banana Lasanha de berinjela com frango desfiado Mix de oleaginosas

Dicas importantes

  1. consuma água regularmente ao longo do dia, mantendo-se sempre hidratada;
  2. varie as frutas e os vegetais conforme a disponibilidade local e a estação do ano;
  3. ajuste as porções conforme suas necessidades calóricas e orientação médica ou nutricional.

Como emagrecer com saúde durante a amamentação

Durante a gestação, o ganho de peso é esperado e necessário para o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê. Esse aumento deve ser planejado de acordo com o estado nutricional da mãe antes da gravidez, pois o ganho de peso inadequado pode trazer riscos para a saúde da gestante e do bebê, como diabetes gestacional, hipertensão e macrossomia fetal.

Entendendo o ganho de peso na gestação

O peso saudável durante a gestação é calculado com base no Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional, obtido pela fórmula: IMC = peso (kg) / altura (m)².


Com base no IMC, o ganho de peso gestacional (GPG) ideal é monitorado ao longo dos trimestres:

  • IMC normal (18,5 a 24,9): recomendação de 1,6 kg no primeiro trimestre e 0,4 kg por semana nos segundo e terceiro trimestres;
  • Sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9): o ganho de peso deve ser mais moderado, com até 0,9 kg no primeiro trimestre, e monitoramento rigoroso nos trimestres seguintes.

A importância desse controle é garantir o crescimento adequado do bebê enquanto preserva a saúde da mãe. Por isso, as curvas de gestação são ferramentas essenciais para o acompanhamento do peso ao longo das consultas de pré-natal.

Cuidados com o peso após a gestação

O controle do peso não termina com o parto. Após o nascimento do bebê, o corpo da mãe passa por um processo natural de adaptação. Para garantir energia suficiente para a amamentação e apoiar a recuperação no pós-parto, alguns cuidados na alimentação e no estilo de vida são fundamentais:

  • amamentação e gasto calórico: a produção de leite materno consome cerca de 500 calorias por dia, contribuindo naturalmente para uma perda de peso gradual e saudável;
  • atividade física moderada: caminhadas e práticas, como yoga pós-parto, são excelentes opções para retomar a rotina de exercícios, ajudando na recuperação física e no bem-estar emocional;
  • alimentação equilibrada: dê preferência a alimentos frescos e minimamente processados. Uma dieta que prioriza "descascar mais e desembalar menos" é essencial para manter a saúde da mãe e garantir a qualidade do leite materno.

Se você está buscando uma dieta para lactante emagrecer, é importante consultar um profissional de saúde para receber orientações personalizadas, adequadas às suas necessidades nutricionais e ao bem-estar do bebê.

Foto de Suelen Santos da Costa

Conteúdo criado por especialista:

Suelen Santos da Costa

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Suelen Costa dos Santos, nutricionista (CRN 10 – 7816), formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Possui pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional, com foco na promoção da saúde e na individualidade bioquímica.

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