Atualizado em 14 de Março de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Cortisol alto: o que é, sintomas, causas e tratamento

O cortisol, frequentemente chamado de hormônio do estresse, é fundamental para o equilíbrio do organismo. Produzido pelas glândulas suprarrenais, ele regula funções essenciais como o metabolismo, o sistema imunológico e os níveis de energia. 

Apesar de sua importância para a saúde, a produção excessiva e prolongada desse hormônio pode trazer sérias consequências ao corpo.

Quando há níveis altos de cortisol por longos períodos, ocorre um estado conhecido como cortisol alto. Esse desequilíbrio pode ser causado por estresse crônico, doenças específicas ou, até mesmo, pelo uso prolongado de medicamentos. 

Essa condição não apenas afeta o funcionamento normal do organismo, mas também pode levar a complicações significativas se não for tratada.

Compreender os sintomas, as causas e as opções de tratamento do cortisol alto é essencial para restaurar o equilíbrio hormonal e promover a saúde geral. Detectar o problema a tempo pode prevenir impactos mais graves e garantir uma melhor qualidade de vida. Siga a leitura!

O que é cortisol alto?

O cortisol é um hormônio essencial produzido pelas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins. Ele exerce funções indispensáveis, como auxiliar na resposta do corpo ao estresse, regular o metabolismo e fortalecer o sistema imunológico.

Entretanto, quando o organismo produz cortisol em excesso, surge o que denominamos de cortisol alto.

Essa condição pode prejudicar a saúde de diversas maneiras, afetando o metabolismo, o humor e a imunidade. O desequilíbrio do cortisol geralmente está associado a fatores, como estresse prolongado, distúrbios hormonais ou condições específicas, como a Síndrome de Cushing.

O corpo humano conta com um sistema regulador chamado eixo hipotalâmico-hipófise-adrenal, responsável por ajustar os níveis de cortisol conforme as necessidades do organismo. Quando esse sistema falha, o cortisol pode permanecer elevado, gerando impactos negativos.

Sintomas

Os sintomas do cortisol alto podem variar de pessoa para pessoa, mas os sinais mais comuns incluem:

  • ganho de peso: especialmente no abdômen: o cortisol elevado favorece o acúmulo de gordura visceral, o que pode aumentar o risco de doenças metabólicas;
  • fadiga e insônia: o cortisol desregulado pode interferir no ciclo natural do sono, causando dificuldade para dormir e cansaço excessivo;
  • fraqueza muscular: o excesso do hormônio contribui para a degradação de proteínas nos músculos;
  • pressão arterial alta: o cortisol influencia a retenção de sódio e líquidos, resultando em aumento da pressão arterial;
  • queda de imunidade: níveis elevados de cortisol enfraquecem a resposta imunológica, tornando o corpo mais suscetível a infecções;
  • alterações de humor: mudanças de humor, ansiedade, irritabilidade e episódios de depressão são comuns em pessoas com cortisol alto;
  • osteoporose: o hormônio em excesso reduz a densidade óssea ao longo do tempo;
  • pele fina e acne: a pele pode se tornar mais frágil e sujeita a problemas como acne devido à alteração na produção de colágeno.

O que causa o cortisol alto?

As causas do cortisol alto podem ser desencadeadas por diversos fatores, tanto externos quanto internos. As principais causas incluem:

  • estresse crônico: o estresse constante é uma das principais causas do aumento persistente do cortisol, devido à ativação constante do sistema de alerta do corpo;
  • uso prolongado de corticosteróides: medicamentos, como prednisona, usados para tratar inflamações ou doenças autoimunes, podem elevar os níveis de cortisol no organismo;
  • síndrome de Cushing: trata-se de uma condição rara caracterizada pela produção excessiva de cortisol, geralmente causada por tumores na glândula adrenal ou na hipófise;
  • distúrbios emocionais: depressão, ansiedade e outros transtornos emocionais podem desregular os níveis hormonais, incluindo o cortisol;
  • obesidade: o excesso de gordura corporal está diretamente relacionado à desregulação do cortisol;
  • apneia do sono: distúrbios do sono podem aumentar os níveis de cortisol devido ao impacto negativo no ciclo circadiano;
  • doenças crônicas: condições, como diabetes ou hipertensão, também podem estar associadas ao aumento do cortisol.

Quando o cortisol é considerado alto?

Os níveis de cortisol são classificados como elevados quando ultrapassam 25 µg/dL no período da manhã. Esse hormônio apresenta uma variação natural ao longo do dia, com picos nas primeiras horas da manhã e quedas gradativas ao longo do dia.

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Como saber se o cortisol está alto?

O diagnóstico do cortisol alto requer uma combinação de exames laboratoriais e avaliação clínica detalhada. Os principais exames e testes incluem:

  • exame de sangue: realizado em diferentes momentos do dia para medir os níveis de cortisol no sangue;
  • teste de urina de 24 horas: avalia a quantidade de cortisol excretada durante um período de um dia inteiro;
  • teste de supressão com dexametasona: ajuda a determinar se o organismo está regulando adequadamente o cortisol;
  • exame de saliva: frequentemente usado para medir o cortisol noturno, quando seus níveis devem estar mais baixos;
  • imagem por ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC): auxilia na identificação de tumores ou anomalias nas glândulas adrenais ou na hipófise.

Tratamento

A melhor forma de como baixar cortisol alto depende das causas subjacentes e da gravidade da condição. O tratamento geralmente combina mudanças no estilo de vida, intervenções médicas e, em casos mais graves, abordagens cirúrgicas. 

Abaixo estão as principais opções disponíveis para ajudar a reduzir os níveis de cortisol:

1. Mudanças no estilo de vida

Adotar hábitos saudáveis é o melhor remédio para cortisol alto. Uma alimentação rica em nutrientes é essencial para regular esse hormônio. A prática de atividades físicas moderadas, como caminhadas, yoga ou natação, ajuda a controlar o estresse e equilibrar os níveis hormonais. 

Estratégias de gerenciamento do estresse, como meditação, respiração profunda e mindfulness, são fundamentais para estabilizar o sistema hormonal e reduzir o impacto do cortisol no organismo.

2. Regulação do sono

O sono desempenha um papel crítico no controle do cortisol. Distúrbios no ritmo circadiano podem levar ao aumento dos níveis desse hormônio. Se a causa do cortisol elevado estiver relacionada ao sono, é essencial implementar mudanças na rotina para melhorar a qualidade do descanso. 

Isso inclui adotar práticas da higiene do sono como criar um ambiente propício para dormir, evitar o uso de eletrônicos antes de deitar e estabelecer horários regulares de sono.

Quando necessário, a suplementação com melatonina pode ser uma opção eficaz. De acordo com um estudo publicado em 2017, a melatonina, um hormônio produzido naturalmente à noite, ajuda a sincronizar os ritmos circadianos e melhora o início, a duração e a qualidade do sono. 

Além disso, atua como antioxidante e favorece a saúde neuronal, contribuindo para o equilíbrio geral do organismo.

3. Terapia psicológica

O aumento do cortisol frequentemente está associado a condições emocionais, como ansiedade e depressão. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para identificar e modificar padrões de pensamento que contribuem para o estresse. 

Essa intervenção não apenas melhora a saúde mental, mas também reduz os níveis de cortisol, promovendo uma sensação de bem-estar.

4. Uso de medicamentos

Em casos de disfunções hormonais graves, como a Síndrome de Cushing, o uso de medicamentos pode ser necessário. Esses medicamentos ajudam a bloquear a produção excessiva de cortisol ou tratam condições subjacentes que causam o desequilíbrio. 

O uso de fármacos deve ser supervisionado por um especialista, com ajustes na dosagem conforme necessário.

5. Tratamento cirúrgico

Quando o cortisol alto é causado por tumores nas glândulas adrenais ou na hipófise, a cirurgia pode ser indicada. A remoção do tumor é geralmente eficaz para normalizar os níveis de cortisol. Em alguns casos, pode ser necessária reposição hormonal temporária após a cirurgia, para que o organismo se ajuste às mudanças.

6. Suplementação de magnésio

O magnésio tem um papel importante na regulação do sistema nervoso e na resposta ao estresse. A ciência mostra que níveis elevados de cortisol podem causar depleção de magnésio, exacerbando sintomas, como ansiedade e hiperexcitabilidade. 

A suplementação de magnésio, quando indicada, ajuda a restaurar o equilíbrio e a reduzir os efeitos negativos do estresse crônico.

7. Suplementação de ômega 3

Os ácidos graxos ômega 3, como DHA e EPA, são conhecidos por seus efeitos anti-inflamatórios e pela capacidade de modular o sistema hormonal. Artigos relatam que esses nutrientes ajudam a reduzir a resposta exagerada do cortisol ao estresse, especialmente em pessoas com depressão ou ansiedade. Além disso, promovem a saúde cerebral e melhoram a capacidade do organismo de lidar com situações estressantes.

8. Monitoramento e acompanhamento

O controle dos níveis de cortisol exige acompanhamento contínuo. Exames regulares são fundamentais para avaliar a eficácia do tratamento e ajustar abordagens terapêuticas, se necessário. 

O contato frequente com o médico garante que possíveis complicações sejam evitadas e que o plano de tratamento esteja alinhado às necessidades do paciente.

9. Terapias complementares

Técnicas, como acupuntura, fitoterapia e práticas de relaxamento, podem ser incorporadas ao tratamento convencional. Essas abordagens auxiliam no controle do estresse e no bem-estar geral, mas devem ser realizadas sob supervisão médica para garantir segurança e eficácia.

 

O sucesso no manejo do cortisol alto depende de uma abordagem integrada que leve em conta os aspectos físicos, emocionais e comportamentais do paciente. Consultar um médico especializado e seguir um plano terapêutico estruturado são passos indispensáveis para alcançar o equilíbrio hormonal e melhorar a qualidade de vida.

Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.