Atualizado em 25 de Abril de 2025

Criado por Suelen Costa - Nutricionista

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Falta de vitamina D: Sintomas, Causas e Tratamento

A falta de vitamina D é um problema cada vez mais comum em diversas faixas etárias — e, muitas vezes, passa despercebida. Ao contrário das demais vitaminas, a vitamina D também atua como um hormônio, exercendo funções cruciais em sistemas, como o ósseo, imunológico, cardiovascular e neurológico. Quando está em níveis insuficientes, pode desencadear uma série de sintomas, disfunções metabólicas e doenças crônicas.

Identificar os sinais precoces da deficiência de vitamina D é essencial para prevenir complicações. Um exame de sangue simples, feito periodicamente, pode ajudar no diagnóstico e permitir intervenções eficazes, como mudanças na alimentação, exposição solar controlada e, quando necessário, suplementação.

Neste conteúdo, você vai conhecer os principais sintomas da falta de vitamina D, suas principais causas e os riscos associados à deficiência, além de conferir dicas práticas sobre como aumentar a vitamina D no organismo de forma segura e eficaz. Continue a leitura!

Para que serve a vitamina D no corpo?

No corpo, a vitamina D exerce funções fundamentais para a saúde e o bom funcionamento de diversos sistemas. Ela participa diretamente da formação de ossos e dentes e favorece a absorção de cálcio e fósforo, minerais essenciais para a manutenção da estrutura óssea e a prevenção de doenças como osteoporose.

Além disso, a vitamina D tem um papel importante na regulação do sistema imunológico, ajudando o corpo a se defender de infecções, e na função muscular, contribuindo para a força e o equilíbrio físico.

Outro aspecto relevante é sua atuação no processo de divisão celular, o que impacta diretamente o crescimento, a regeneração dos tecidos e o equilíbrio metabólico.

O que causa a falta de vitamina D?

Entender o que causa a falta de vitamina D é essencial, já que a vitamina D baixa é um problema cada vez mais comum — e, muitas pessoas, sequer sabem que estão com os níveis abaixo do ideal.

A diminuição da vitamina D pode ter várias causas, sendo as mais frequentes:

  • pouca exposição ao sol — a principal fonte natural de vitamina D é a luz solar, mas muitas pessoas passam o dia em ambientes fechados;
  • baixo consumo de alimentos ricos em vitamina D — como peixes gordurosos (salmão, sardinha), ovos, fígado e laticínios fortificados;
  • dificuldades na absorção intestinal — condições, como doença celíaca, doença de Crohn ou síndrome do intestino irritável, podem interferir na absorção;
  • problemas no fígado ou nos rins — esses órgãos são responsáveis por converter a vitamina D em sua forma ativa;
  • uso contínuo de certos medicamentos — como anticonvulsivantes, corticoides e alguns tratamentos para HIV, que podem reduzir a eficácia da vitamina D no corpo.

Esses fatores por si só já mostram como é fácil ter vitamina D baixa: a rotina moderna dificulta a exposição solar diária, os alimentos ricos nessa vitamina costumam estar ausentes da alimentação comum e, em muitos casos, a pessoa nem sabe que seu corpo não está absorvendo ou ativando a vitamina corretamente.

Além disso, há ainda fatores genéticos. Algumas pessoas possuem uma predisposição natural à diminuição da vitamina D, mesmo com alimentação equilibrada e exposição solar regular. Nesses casos, um teste genético pode identificar essa tendência e permitir intervenções personalizadas. Com esses dados em mãos, médicos e nutricionistas podem:

  • indicar ajustes específicos na dieta;
  • prescrever suplementos na dose ideal;
  • monitorar de perto os níveis da vitamina ao longo do tempo.

10 principais sintomas da falta de vitamina D

A deficiência de vitamina D é bastante comum em diversas populações, especialmente em locais com baixa exposição solar ou dietas pobres nessa vitamina. Embora, em muitos casos, a falta de vitamina D passe despercebida, diversos estudos sugerem que ela pode estar associada a uma série de sinais clínicos.

A seguir, listamos os 10 sintomas mais frequentemente relacionados à vitamina D baixa, segundo a literatura científica:

1. Infecções respiratórias frequentes

Evidências apontam que a vitamina D desempenha um papel na modulação do sistema imunológico. De acordo com um estudo de 2020, a suplementação de vitamina D pode reduzir o risco de infecções respiratórias agudas, especialmente em pessoas com deficiência grave da vitamina. Isso ajuda a explicar porque pessoas com vitamina D baixa podem adoecer com mais frequência

2. Fadiga e cansaço

O cansaço excessivo e sem causa aparente pode estar relacionado à deficiência de vitamina D. Um estudo de caso relatou que indivíduos com níveis muito baixos da vitamina frequentemente apresentam fadiga crônica - e a reposição pode melhorar significativamente esse sintoma.

3. Dor nos ossos e na lombar

Que a vitamina D é essencial para a absorção de cálcio e a manutenção da estrutura óssea não é novidade. No entanto, grandes estudos observacionais mostraram que a deficiência pode causar dor nos ossos, especialmente na região lombar e nas pernas, e está associada a condições, como osteomalácia, que provoca amolecimento ósseo em adultos.

4. Cicatrização lenta de feridas

Revisões científicas têm demonstrado que a vitamina D participa de processos inflamatórios e regenerativos. A deficiência pode atrasar a cicatrização de feridas, especialmente após cirurgias, ao reduzir a produção de substâncias envolvidas na formação da pele.

5. Sintomas depressivos

Uma revisão de diversos estudos indicou que níveis baixos de vitamina D estão frequentemente associados a sintomas de depressão, principalmente em idosos. Embora a relação causal ainda seja estudada, há evidências de que a vitamina influencia neurotransmissores relacionados ao humor.

6. Queda de cabelo

Pesquisas sugerem que a deficiência de vitamina D pode estar ligada a quadros de alopecia areata, uma condição autoimune que provoca queda capilar. Isso porque, a vitamina pode influenciar o ciclo de crescimento dos fios e a saúde dos folículos.

7. Dores musculares

Experimentos apontam que a deficiência de vitamina D pode provocar dor muscular difusa e fraqueza, principalmente em idosos. Ela está envolvida na função e contração muscular - e níveis baixos têm sido associados à sarcopenia.

8. Ganho de peso

Falta de vitamina D engorda? Algumas publicações de 2020 identificaram correlação entre baixos níveis de vitamina D e aumento da gordura abdominal, especialmente em homens. Ainda que a relação não seja totalmente compreendida, a deficiência pode afetar o metabolismo energético.

9. Redução da massa óssea

Estudos em mulheres na pós-menopausa mostram uma forte associação entre deficiência de vitamina D e baixa densidade mineral óssea. A vitamina é essencial para a absorção de cálcio - e sua carência aumenta o risco de osteoporose e fraturas.

10. Tontura ou vertigem

Muitas pesquisas sugerem que falta de vitamina D da tontura por estar envolvida na regulação do equilíbrio corporal por meio de sua ação no ouvido interno. Um artigo, por exemplo, sugeriu que pacientes com vertigem posicional têm frequentemente níveis baixos da vitamina - e a suplementação tem mostrado potencial para reduzir a recorrência desses episódios.

Como comprovar a deficiência de vitamina D?

A única maneira de comprovar a deficiência de vitamina D é por meio de exames bioquímicos solicitados pelo médico ou nutricionista. Em outras palavras, por meio de um exame de sangue. O nível de (OH)D é o melhor teste para avaliar as reservas corporais de vitamina D.

Medir o nível total de D sanguínea permite o diagnóstico e monitoramento da deficiência de vitamina D, enquanto a quantificação das frações de D2 e D3 podem facilitar o monitoramento do tratamento com essa vitamina. No entanto, alguns laboratórios não realizam o exame que detecta o nível de 25(OH)D2 e 25(OH)D3 e apenas relatam um nível total de 25(OH)D.

Como saber se estou com falta de vitamina D? Entenda sobre o diagnóstico

A deficiência de vitamina D só pode ser confirmada por meio de um exame de sangue específico, solicitado por um médico ou nutricionista. O teste mais utilizado e recomendado para esse diagnóstico é a dosagem da 25-hidroxivitamina D, também chamada de 25(OH)D.

Esse exame mede a concentração total de vitamina D circulante no sangue, permitindo identificar tanto a deficiência quanto a insuficiência ou excesso da vitamina. Em alguns casos, pode-se também medir separadamente as frações D2 (ergocalciferol) e D3 (colecalciferol), o que pode ajudar a monitorar pacientes que fazem suplementação específica.

O que você precisa saber sobre o exame:

  • nome do exame: 25-hidroxivitamina D [25(OH)D];
  • forma de coleta: exame de sangue simples;
  • indicação: avaliar, diagnosticar e monitorar a deficiência de vitamina D;
  • intervalos de referência (podem variar entre laboratórios):
    • deficiência: abaixo de 20 ng/mL;
    • insuficiência: entre 21 e 29 ng/mL;
    • suficiência: entre 30 e 100 ng/mL;
    • toxicidade (raro): acima de 100 ng/mL.

Embora a medição das frações 25(OH)D2 e 25(OH)D3 possa oferecer informações complementares, nem todos os laboratórios realizam essa análise detalhada. Na maioria dos casos, o resultado entregue refere-se ao valor total de 25(OH)D no sangue, que já é suficiente para diagnosticar a deficiência de vitamina D e orientar o tratamento.

Doenças causadas pela falta de vitamina D

A vitamina D participa de funções vitais em diferentes sistemas do corpo — como o ósseo, imunológico, cardiovascular, neurológico e endócrino. Por isso, quando os níveis dessa vitamina estão abaixo do ideal, o organismo pode ficar mais vulnerável ao desenvolvimento de diversas doenças.

Estudos vêm mostrando que a deficiência de vitamina D está associada a um risco aumentado para várias condições crônicas e distúrbios metabólicos, como:

  • osteoporose: baixos níveis de vitamina D prejudicam a absorção de cálcio, enfraquecendo os ossos e aumentando o risco de fraturas, especialmente em idosos;
  • raquitismo: doença infantil caracterizada por ossos moles e deformados, causada por deficiência de vitamina D durante o crescimento;
  • osteomalácia: condição semelhante ao raquitismo, mas que afeta adultos, resultando em dores ósseas e fraqueza muscular;
  • diabetes tipo 1 e tipo 2: algumas evidências indicam que a vitamina D pode influenciar a secreção de insulina e a sensibilidade à insulina;
  • hipertensão arterial: estudos observacionais sugerem que a vitamina D pode estar envolvida na regulação da pressão arterial;
  • câncer: pesquisas em andamento têm investigado a relação entre baixos níveis de vitamina D e maior risco para alguns tipos de câncer, como cólon, mama e próstata;
  • depressão: a deficiência de vitamina D tem sido associada a alterações de humor e sintomas depressivos, especialmente em populações com risco aumentado, como os idosos;
  • síndrome da fadiga crônica: embora a relação ainda esteja sendo estudada, níveis baixos de vitamina D podem contribuir para sintomas de cansaço extremo e persistente;
  • doenças neurodegenerativas: estudos sugerem possíveis ligações entre deficiência de vitamina D e maior risco de doenças como Alzheimer e Parkinson.

Além dessas condições, outras doenças ainda estão sendo investigadas quanto à sua possível relação com a carência de vitamina D, como doenças autoimunes, doenças respiratórias e distúrbios do sistema imunológico.

Dicas para aumentar a vitamina D

Se você está buscando formas de aumentar a vitamina D, saiba que isso é possível com mudanças simples na rotina. Ao combinar exposição solar, alimentação adequada e, em alguns casos, suplementação, você pode melhorar os níveis de vitamina D no sangue de forma segura e eficiente.

A seguir, listamos estratégias comprovadas para repor a vitamina D rapidamente:

1. Tomar sol de forma consciente

A exposição solar controlada continua sendo a principal forma natural de aumentar a vitamina D. A pele sintetiza a vitamina a partir da radiação UVB. Para isso:

  • fique de 15 a 30 minutos de sol por dia, preferencialmente entre 10h e 15h;
  • evite o uso de protetor solar nas áreas expostas nesse curto período (sempre com orientação médica);
  • regiões, como braços, pernas e rosto, são ideais para a exposição.

Vale lembrar que o tempo necessário pode variar conforme o tom de pele, a estação do ano e a região geográfica.

2. Incluir mais alimentos fonte de vitamina D na dieta

Embora a dieta forneça apenas uma parte da vitamina D necessária, ela pode reforçar os níveis no organismo, especialmente se combinada com sol ou suplementação.

Alimentos ricos em vitamina D incluem:

  • peixes gordurosos: salmão, atum e sardinha;
  • gema de ovo;
  • fígado bovino;
  • cogumelos expostos ao sol (como o shiitake);
  • leites, margarinas e cereais fortificados.

Esses alimentos ajudam a repor a vitamina D de forma gradual e natural.

3. Apostar na suplementação — com orientação profissional

Quando os níveis estão muito baixos ou a exposição solar é limitada, a suplementação pode ser necessária. Uma combinação amplamente estudada e recomendada é a vitamina D3 associada à vitamina K2:

  • a vitamina D3 auxilia na absorção de cálcio e no metabolismo ósseo;
  • a vitamina K2 ajuda a direcionar o cálcio para os ossos, evitando o acúmulo em tecidos moles, como vasos sanguíneos.

Importante: a suplementação deve ser feita sob orientação médica ou de um nutricionista, com base em exames laboratoriais. A automedicação pode levar a níveis excessivos da vitamina, o que também é prejudicial.

Prevenção da deficiência de vitamina D

Para prevenir a falta de vitamina D, também é importante adotar hábitos simples e consistentes no dia a dia. Assim como nas dicas para aumentar o nutriente a principal forma de prevenção é a exposição moderada ao sol, que estimula a produção natural da vitamina pelo organismo.

Veja algumas práticas eficazes:

  • pegue sol diariamente por 15 a 30 minutos, preferencialmente entre 10h e 15h, com braços e pernas expostos;
  • inclua alimentos fontes de vitamina D na rotina, como salmão, sardinha, gema de ovo, fígado e cogumelos;
  • considere suplementação, especialmente em períodos com baixa exposição solar ou em casos de maior necessidade — sempre com orientação médica ou nutricional.

Manter bons níveis da vitamina não só previne a deficiência, como também contribui para a saúde óssea, imunológica e metabólica ao longo da vida.

Falta de vitamina D em idosos

A vitamina D em idosos merece atenção especial. Com o avanço da idade, a capacidade da pele de sintetizar vitamina D a partir do sol diminui — e, somado a isso, muitos idosos têm menos exposição solar, consomem menos alimentos ricos nessa vitamina e podem ter alterações na função renal ou hepática, que dificultam sua ativação no organismo.

Essa deficiência é especialmente preocupante em pessoas com osteoporose, diminuição da densidade óssea ou histórico de fraturas, já que a vitamina D é fundamental para a absorção de cálcio e para a manutenção da saúde óssea.

Dicas para idosos manterem bons níveis de vitamina D:

  • tomar sol com regularidade, por, pelo menos, 15 a 20 minutos ao dia, sempre com orientação médica;
  • consumir alimentos ricos em vitamina D, como peixes gordurosos (salmão, sardinha), ovos, fígado e alimentos fortificados;
  • realizar exames de sangue regulares para monitorar os níveis da vitamina, especialmente em casos de osteoporose ou fraturas;
  • suplementar vitamina D quando necessário, preferencialmente associada à vitamina K2 e ao cálcio, sob orientação médica.

Manter a vitamina D adequada em idosos é uma medida essencial para reduzir o risco de quedas, fraturas, perda de massa óssea e contribuir para a qualidade de vida na terceira idade.

Referências

Foto de Suelen Santos da Costa

Conteúdo criado por especialista:

Suelen Santos da Costa

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Suelen Costa dos Santos, nutricionista (CRN 10 – 7816), formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Possui pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional, com foco na promoção da saúde e na individualidade bioquímica.

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