Atualizado em 10 de Abril de 2025
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Como escolher o melhor suplemento de ferro

A deficiência de ferro é comumente vista em consultórios médicos. Seu diagnóstico é feito por meio da observação dos sintomas, como cansaço excessivo, tontura, palidez, queda de cabelo e unhas frágeis, associada aos resultados dos exames de sangue, especialmente do hemograma, do ferro sérico e da ferritina.
Na maior parte dos casos, é essencial entrar com suplementação até corrigir os níveis de ferro. Abaixo, explicaremos tudo que você precisa saber sobre como escolher o melhor suplemento de ferro.
Tipos de suplementos de ferro
A maca peruana se destaca como um superalimento que traz inúmeros benefícios à saúde. A raiz tem sido amplamente estudada e seus efeitos positivos são cada vez mais reconhecidos. A seguir, vamos explorar os potenciais efeitos da maca peruana no corpo feminino e como ela pode ser uma aliada para melhorar a qualidade de vida em várias fases da vida:
Existem diversos tipos de suplementos de ferro encontrados no mercado, dentre os quais a diferença está na forma química com que são apresentados, que irá impactar em fatores como disponibilidade, efeitos colaterais e, claro, preço.
Tipos de suplementos de ferro encontrados prontos no mercado:
- Sulfato ferroso: forma comum de encontrar o ferro, devido ao baixo preço. Ele apresenta boa absorção no intestino, entretanto para cada 100 mg do suplemento, apenas 20 mg é de ferro, exigindo uma dose maior para consumir uma boa porção do mineral. Dessa forma, acaba apresentando possíveis efeitos colaterais gastrointestinais, como diarreia e náusea;
- Gluconato ferroso: apresenta baixa disponibilidade e contém apenas 12 mg de ferro a cada 100 mg. Porém, costuma apresentar menos efeitos colaterais que o sulfato ferroso e também tem um preço mais acessível;
- Bisglicinato ferroso ou Ferro quelato: apresenta boa biodisponibilidade, pois está ligado a uma molécula orgânica, geralmente um aminoácido. Também possui poucos efeitos colaterais, porém, devido ao uso de mais tecnologia para sua produção, pode ser mais custoso.
Ainda é possível pedir para que o médico ou nutricionista faça a prescrição de ferro para uma farmácia de manipulação elaborar o suplemento de forma totalmente personalizada. Por exemplo, é possível fazer um suplemento de ferro e vitamina c, visando melhorar a absorção, além de escolher a forma do suplemento, como cápsula, pó ou líquido.
Além da suplementação de ferro, que será utilizada inicialmente para corrigir a deficiência, o consumo de ferro via alimentação deverá ser sempre monitorado, para que os estoques no organismo sejam mantidos após o uso do suplemento e não voltem a apresentar queda.
Do ponto de vista alimentação, o ferro pode ser encontrado de duas formas:
- Ferro não-heme: presente em alimentos de origem vegetal, como feijão, lentilha e grão de bico. Esse tipo de ferro tem baixa biodisponibilidade e, portanto, deve ser sempre consumido junto com uma fonte de vitamina C, como laranja ou acerola, para aumentar sua absorção.
- Ferro heme: presente em alimentos de origem animal, como fígado, carne bovina e carne de frango. Esse tipo de ferro é bem absorvido pelo organismo.
Como escolher o melhor suplemento de ferro
Tanto do ponto de vista de qual tem a melhor absorção intestinal e, portanto, em qual suplemento terá mais ferro entrando no corpo por dose, quanto do ponto de vista de qual suplemento de ferro terá melhor tolerância, o recomendado é o Bisglicinato ferroso, também conhecido como ferro quelato.
O termo "quelato" significa que o mineral está ligado a um agente quelante, comumente um aminoácido, o que facilita sua absorção pelo intestino e sua disponibilidade para uso no organismo, além de trazer menos efeitos gastrointestinais.
O ferro quelato também é o melhor suplemento de ferro para gestante, devido à maior tolerância e menor incidência de efeitos gastrointestinais, já comuns às grávidas. Também é considerado o melhor suplemento de ferro para bariátricos, pois apresenta melhor absorção, a qual é comprometida após o procedimento cirúrgico.
Ainda é possível escolher a forma de consumo do ferro, por exemplo, o ferro em forma líquida é considerado o melhor suplemento de ferro infantil, por ter maior aceitabilidade entre as crianças, que apresentam dificuldade de deglutir cápsulas.
É importante sempre conversar com um profissional da saúde para orientar como escolher o melhor suplemento de ferro para cada caso, com suas particularidades e necessidades individuais. O profissional será responsável por indicar a dose e tempo de uso necessários.
Dicas para maximizar a absorção de ferro
Dicas práticas para melhorar a absorção de ferro:
- o melhor horário para tomar suplemento de ferro é 1 hora antes ou 2 horas após a refeição. O ideal é escolher aquela onde não há consumo de cálcio, como como leite e derivados, pois o cálcio reduz a absorção do ferro;
- consumir o ferro junto com alimentos ricos em vitamina C, como acerola, laranja, tangerina e abacaxi;
- evitar ingerir o suplemento de ferro junto com suplemento de zinco, pois este interfere na absorção do ferro;
- esperar cerca de 30 a 40 minutos após a ingestão de ferro antes de tomar café;
- atentar-se a interação medicamentosa, medicamentos cuja composição contém alumínio, magnésio ou magnésio quelato e citrato, assim como antiácidos (omeprazol, pantoprazol), diminuem a absorção de ferro
Precauções e cuidados com a suplementação de ferro
Efeitos colaterais comuns na suplementação de ferro incluem diarréia, constipação, náusea e desconforto estomacal. Para minimizar esses efeitos, a escolha do ferro quelato é a mais acertada. Também é recomendado evitar o consumo do suplemento em jejum.
A toxicidade por ferro é rara, mas pode ocorrer uma overdose acidental, levando a danos ao coração, fígado, pâncreas e baço. O consumo exacerbado de álcool é o maior fator de risco, pois aumenta a absorção de ferro, especialmente se combinado com a suplementação. Dessa forma, é importante evitar o consumo de álcool nesse período.
Referências
- COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. 5. ed. rev. e atual. Barueri, São Paulo: Manole, 2016.
- ESCOTT-STUMP, S.; MAHAN, K. L. M.; RAYMOND, J. L. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
- PASCHOAL, Valéria; MARQUES, Natália; SANT’ANNA, Viviane. Nutrição Clínica Funcional - Suplementação Nutricional. 1. ed. São Paulo; SP: VP Consultoria Nutricional, 2012.
- SOUZA, M.R; BAPTISTELLA, A. B.; PASCHOAL, V. Nutrientes aplicados à prática clínica. são Paulo, 2018
- SOUZA, M.R; BAPTISTELLA. Suplementação nutricional. São Paulo, 2021