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Tristeza ou depressão? Como diferenciar e identificar

Interpretar os próprios sentimentos pode ser desafiador, especialmente quando diferentes emoções se entrelaçam, tornando a compreensão ainda mais complexa. Isso é comum entre as pessoas que se perguntam: é tristeza ou depressão? De fato, diferenciar esses sentimentos pode ser confuso.

Para ajudar a esclarecer, discutiremos abaixo as principais diferenças entre tristeza ou depressão, além de pontos de atenção sobre o tratamento. 

Como saber se é tristeza?

A tristeza é um sentimento, assim como a alegria, o medo e a raiva. Portanto, como qualquer outro sentimento, a tristeza possui duas características importantes que a diferenciam da depressão: está ligada a um evento específico e é temporária.

Para determinar se é tristeza ou depressão, é crucial entender se há um evento desencadeador associado, como um conflito familiar ou a perda de uma oportunidade de trabalho.

Às vezes, pode ser difícil identificar a causa precisa ou admitir para si mesmo que uma situação específica está causando tristeza, nesses casos a ajuda de um psicólogo pode ser valiosa.

Além disso, é importante questionar se o sentimento de tristeza é passageiro. Mesmo que persista por um período prolongado, dependendo do evento que o provocou, a tristeza tende a diminuir com o tempo e com novos acontecimentos, eventualmente cedendo lugar a outros sentimentos.

Sintomas comuns à tristeza: 

  • vontade de chorar;
  • sensação de desânimo;
  • falta de disposição;
  • dificuldade de foco;
  • isolamento;
  • baixa autoestima;
  • pensamentos negativos;
  • falta do apetite;
  • dificuldade para dormir.

Conforme a tristeza passa, tais sintomas tendem a desaparecer. 

Como saber se é depressão?

Ao contrário da tristeza, que é passageira e geralmente tem uma causa clara, a depressão é uma condição clínica que afeta a funcionalidade e prejudica a saúde física e mental. 

Seus sintomas podem ser desencadeados por eventos específicos, como um período pós-traumático ou a depressão pós-parto (que resulta da queda hormonal após a gravidez). 

No entanto, a depressão também conta com outros fatores associados, como predisposições genéticas, condições fisiológicas relacionadas à produção ou recaptação de neurotransmissores, entre outras.

Segundo a Associação Médica Brasileira, a depressão é um transtorno multifatorial, crônico e recorrente. Isso significa que, além de ter diversas causas, muitas das quais ainda desconhecidas, a depressão é uma condição que requer intervenção médica para tratamento adequado. 

Ao contrário da tristeza, que é passageira e tende a melhorar com o tempo, a depressão não se resolve sozinha, pois não se trata de um sentimento, mas de uma doença.

Os sintomas de depressão costumam envolver:

  • humor depressivo;
  • pouca ou nenhuma vontade de realizar as atividades rotineiras;
  • redução da energia;
  • insônia;
  • redução da auto-confiança;
  • falta de concentração;
  • perda do interesse sexual;
  • sentimentos de desesperança e desamparo;
  • inabilidade de lidar com compromissos;
  • pessimismo;
  • isolamento social.

A intensidade dos sintomas pode variar conforme o quadro. Os sintomas tendem a persistir até o correto diagnóstico e tratamento. 

Qual a diferença entre tristeza e depressão?

Embora existam muitas similaridades entre os sintomas, é crucial prestar atenção às diferenças fundamentais que os distinguem. 

Como saber se é tristeza ou depressão? A principal diferença entre tristeza e depressão, é que a tristeza é um sentimento, enquanto a depressão é um transtorno mental e de humor. A tristeza geralmente tem uma causa clara e desaparece quando essa causa é resolvida. 

Em contraste, a depressão é multifatorial, frequentemente surgindo sem que seja possível identificar uma única causa e persiste por meses, muitas vezes até a realização do tratamento.

Uma dica valiosa para distinguir entre tristeza e depressão é observar o interesse nas atividades que geralmente aprecia, como visitar amigos ou assistir a uma série favorita.

Durante os períodos de tristeza, ainda é possível encontrar prazer nessas atividades e vontade de realizá-las, mesmo que no futuro. No entanto, na depressão, é comum que até essas atividades percam o interesse.

Mesmo compreendendo as diferenças, é importante destacar que apenas um psiquiatra será capaz de diagnosticar a depressão e dar início ao tratamento. 

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Causas da depressão

As causas da depressão costumam ser multifatoriais, ou seja, o transtorno depressivo tende a ser desencadeado por um conjunto de fatores, como:

  • genética;
  • disfunção hormonal;
  • condições ambientais;
  • evento traumático;
  • pós parto;
  • estresse crônico;
  • outros transtornos psiquiátricos associados;
  • alcoolismo.

A depressão pode ser agravada por deficiências nutricionais importantes. Estudos sugerem que o uso de suplementos, em conjunto com tratamento medicamentoso e psicoterapêutico, pode aliviar os sintomas. 

Por exemplo, o ômega 3 tem sido estudado como uma forma de melhorar transtornos de humor, como a depressão, devido à sua função antioxidante, capacidade de atuar no sistema nervoso central e melhorar a qualidade das membranas celulares e dos neurônios, influenciando positivamente as transmissões nervosas. * * *

Embora os resultados iniciais sejam promissores, os autores afirmam que são necessários mais estudos para confirmar a eficácia do ômega 3 no tratamento da depressão.

Tratamento para depressão

O tratamento para depressão deverá sempre ser orientado por um psiquiatra, o qual avaliará a necessidade de uso de medicamentos antidepressivos, combinados ou não com outros fármacos, além de fazer o encaminhamento para outros profissionais, caso haja necessidade.

Outro profissional fundamental no tratamento da depressão é o psicólogo. Enquanto o medicamento irá atuar a nível fisiológico, amenizando os sintomas, a psicoterapia vem com o objetivo de trabalhar causas profundas que levaram a depressão, procurando compreender e ressignificar a raiz do problema.

Ambos os tratamentos, na maior parte dos casos, devem ser feitos em conjunto.

Como lidar com a tristeza?

Assim como qualquer outro sentimento, a tristeza serve para sinalizar algo que precisa de atenção. Ela surge para indicar que uma determinada situação ou comportamento teve efeitos negativos e requer uma ação diferente. Portanto, é importante não se prender ao sentimento, mas observá-lo e entender o que ele está tentando comunicar.

Para saber como lidar melhor com os sentimentos, inclusive a tristeza, a psicoterapia é altamente recomendada.

Quando procurar ajuda?

Se perceber que a sensação de tristeza, apatia e humor depressivo não melhora com o tempo, ou evolui para outros sintomas da depressão, afetando a saúde física - como perda de apetite e insônia - e as atividades diárias - como queda no desempenho profissional e isolamento social, é fundamental buscar ajuda médica qualificada.

Referências

Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.

 

Artigo revisado por Rafaela Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.

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