Atualizado em 14 de Março de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

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Melatonina e diabetes: benefícios e dicas de como usar

A melatonina é amplamente conhecida por sua capacidade de induzir o sono, levando muitas pessoas a utilizá-la como suplemento para melhorar a qualidade do descanso. No entanto, atualmente se sabe que seus benefícios vão muito além disso.

Pesquisas têm mostrado uma relação entre o uso da melatonina e o diabetes, destacando seu papel anti-inflamatório, antioxidante e sua influência direta na regulação da glicemia e na produção de insulina.

Confira a seguir os benefícios que a melatonina pode oferecer para quem tem diabetes.

A relação entre a melatonina e a diabetes

A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, cuja função principal é atuar de forma contrária ao cortisol e levar ao estado de sono e relaxamento no período noturno. 

Devido sua ação antioxidante, a melatonina também auxilia no combate aos radicais livres, trazendo benefícios sistêmicos para diversos órgãos e tecidos, por isso o uso de melatonina como suplemento tem sido bastante estudado.

Um dos impactos positivos encontrados é a relação entre a melatonina e diabetes. Assim que liberada na corrente sanguínea, a melatonina se liga à seus receptores, que são locais nas células onde os hormônios se ligam para exercerem suas funções.

Esses receptores ficam nos tecidos do pâncreas, mesmo local onde a secreção de um outro hormônio é mediada: a insulina.

A insulina é um hormônio diretamente relacionado ao quadro de diabetes. Seu papel é colocar a glicose circulante para dentro da célula. Se a produção de insulina falha de forma crônica, ou o local onde ela se acopla na célula, a glicose se acumula no sangue e o quadro de diabetes se instala. 

Estudos demonstraram que uma boa produção de melatonina leva ao aumento na produção de insulina em conjunto com a expansão de receptores de insulina no fígado. Isso evidencia que a melatonina é importante para a produção de insulina nas células pancreáticas. *

Outro ponto relevante é o papel da melatonina como antioxidante. As células pancreáticas produtoras de insulina são vulneráveis ao estresse oxidativo, sendo este um dos maiores responsáveis por gerar danos e aumentar o risco de complicações no quadro de diabetes, como neuropatia e retinopatia. Nesse caso, a melatonina entra como protetora contra esse estresse oxidativo. * *

Benefícios da melatonina para pacientes diabéticos

O adequado ajuste de melatonina é bom para diabetes, pois esse hormônio desempenha funções metabólicas essenciais a partir de suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, no controle da doença e prevenção de possíveis complicações.

Parte se deve a relação da insulina e melatonina, cujo estudo de 2023 explica que a melatonina tem importante papel na correta produção da insulina, assim como no aumento dos receptores de insulina - podendo auxiliar desde pacientes que apresentam resistência à insulina, àqueles que já apresentam diabetes mellitus tipo 2. 

Outro estudo randomizado investigou se a produção noturna de melatonina interfere na produção de insulina. Para isso, foi utilizada suplementação noturna de 3 mg de melatonina a fim de avaliar a variação da glicemia de pacientes com diabetes mellitus tipo 2, demonstrando que o uso do hormônio interferiu positivamente na variabilidade glicêmica pela manhã.

Segundo o estudo publicado em 2024, parte também se deve ao importante papel da melatonina no controle glicêmico de forma indireta. Fatores associados ao estilo de vida, como a exposição à luz artificial à noite, poucas horas de sono e o uso excessivo de estimulantes, resultam em perturbação circadiana e reduzem os níveis de melatonina. 

Tal fato leva ao aumento do consumo calórico e do estresse, aumentando o risco do desenvolvimento de distúrbios  metabólicos  associados  ao  diabetes e suas complicações. 

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Orientações do uso de melatonina em diabéticos

Embora muitos estudos apontem os benefícios da melatonina e sugiram que quem tem diabete pode tomar melatonina, é crucial consultar um médico antes de iniciar o uso. Isso porque a melatonina pode influenciar a regulação da glicemia, o que pode interferir no tratamento medicamentoso já prescrito.

Além disso, o uso oral de melatonina afeta o ciclo circadiano e pode causar efeitos colaterais, como insônia, enxaqueca e pesadelos. Por isso, é fundamental discutir com o médico a dosagem correta, que geralmente varia entre 1 a 5 mg, e o horário mais adequado para a ingestão, normalmente recomendado à noite.

Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.

 

Artigo revisado por Rafaela Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.