Atualizado em 24 de Abril de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Glutationa: o que é, para que serve e como tomar

o que é e para que serve a glutationa

A glutationa é frequentemente conhecida como o “antioxidante mestre” do corpo humano, com potenciais benefícios que vão desde a proteção celular até o suporte ao sistema imunológico.

Mas, será que você conhece todos os detalhes sobre essa molécula tão poderosa? Quando e como tomar glutationa de forma segura? E o que acontece se ela não for utilizada adequadamente?

Embora a glutationa ofereça inúmeras vantagens, como qualquer substância, seu uso também exige informação e cuidado. Neste guia, você vai descobrir tudo o que precisa saber: para que serve a glutationa, como incluí-la na sua rotina e os possíveis efeitos colaterais que podem surgir. 

Continue lendo e tenha uma visão completa antes de decidir utilizá-la!

O que é glutationa e para que serve?

A glutationa (GSH) é uma molécula composta por três aminoácidos essenciais: cisteína, glicina e ácido glutâmico. Produzida naturalmente pelo organismo e presente em todas as células, ela desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde e do equilíbrio celular.

Sua produção pode ser otimizada por meio de hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e, em alguns casos, suplementação.

Entre suas funções principais, a glutationa se destaca pela ação antioxidante, protegendo as células contra os danos causados por radicais livres e reduzindo o estresse oxidativo.

Além disso, ela é crucial para a desintoxicação do organismo, auxiliando na eliminação de toxinas, metais pesados e resíduos prejudiciais por meio do sistema excretor.

A molécula também desempenha um papel essencial no na síntese de proteínas, fundamentais para a regeneração celular, o sistema imunológico e a manutenção da massa muscular.

Além disso, a glutationa ajuda na proteção contra os danos causados pela radiação solar, minimizando os impactos dos raios UV sobre as células e prevenindo o envelhecimento precoce da pele.

Ela também oferece suporte ao sistema imunológico, fortalecendo as defesas naturais do corpo e reduzindo inflamações. Essa ação tem reflexos diretos na recuperação de tecidos lesionados, acelerando o processo de cicatrização.

Outro ponto relevante é sua relação com a saúde do envelhecimento. A glutationa desempenha um papel central no equilíbrio antioxidante e metabólico, favorecendo a longevidade e melhorando a saúde em diversas etapas da vida. 

Por fim, ela atua na proteção e recuperação das células contra danos externos, como poluição, estresse e uso excessivo de medicamentos, garantindo a manutenção da funcionalidade celular e do bem-estar geral.

Benefícios da glutationa

A glutationa oferece uma série de benefícios essenciais para a saúde, desempenhando papéis importantes na proteção celular, no combate ao envelhecimento e no fortalecimento do sistema imunológico. A seguir, explicamos cada benefício com base em estudos científicos relevantes.

1. Ação antioxidante poderosa

A glutationa reduzida é essencial para a proteção das células contra os danos causados por radicais livres e moléculas pró-oxidantes. De acordo com estudos, ela neutraliza diretamente essas substâncias nocivas, prevenindo danos ao DNA, proteínas e lipídios.

Além disso, a GSH atua como cofator de enzimas antioxidantes, como as glutationa peroxidases, que eliminam peróxidos perigosos e protegem contra o estresse oxidativo. Esse processo é essencial para manter o equilíbrio redox no organismo, garantindo a integridade celular e promovendo saúde.

2. Desintoxicação do organismo

Estudos também mostram que a glutationa desempenha um papel crucial na desintoxicação de substâncias nocivas. Ela age como cofator para enzimas como as glutationa S-transferases, que auxiliam na eliminação de xenobióticos (substâncias estranhas ao organismo) e outras toxinas.

Ainda, a glutationa ajuda a combater o estresse induzido por compostos como o metilglioxal e o glioxal, participando de processos enzimáticos que os neutralizam. Esse mecanismo protege o corpo contra acúmulos tóxicos e contribui para a saúde geral do organismo.

3. Síntese de proteínas

De acordo com o estudo “Metabolismo da glutationa e suas implicações para a saúde”, a glutationa influencia a síntese proteica de diversas formas:

  • proteção contra o estresse oxidativo: um dos principais papéis da glutationa é proteger as células contra o estresse oxidativo. Esses radicais podem danificar as proteínas, comprometendo a síntese proteica. A glutationa, ao neutralizar esses radicais, garante a integridade das moléculas envolvidas na produção de proteínas;
  • manutenção da estrutura das proteínas: a glutationa contribui para a manutenção da estrutura tridimensional das proteínas,garantindo a correta conformação;
  • regulação da expressão gênica: a glutationa pode influenciar a expressão de genes relacionados à síntese proteica;
  • co-fator enzimático: a glutationa pode atuar como co-fator de algumas enzimas envolvidas na síntese proteica, como as glutationa transferases.

4. Proteção contra danos solares

Pesquisas revelam um avanço significativo no nosso entendimento sobre como a pele se protege dos danos causados pelo sol. O foco desse estudo foi a glutationa, uma substância presente em nossas células que desempenha um papel fundamental na defesa contra a radiação solar, especialmente as faixas de luz ultravioleta (UVA e UVB) e a luz visível.

Sabemos que a exposição excessiva ao sol, principalmente à radiação ultravioleta, pode causar uma série de problemas para a pele, como queimaduras solares e, até, câncer de pele. Esses danos são causados por radicais livres, moléculas altamente reativas que danificam as células da pele.

É aqui que a glutationa entra em cena. Essa substância atua como um poderoso antioxidante, neutralizando os radicais livres e protegendo as células contra os danos causados pela radiação solar. Inclusive, há relatos de que a glutationa clareia a pele.

Mas o que acontece quando os níveis de glutationa estão baixos? Os pesquisadores descobriram que quando as células da pele possuem níveis reduzidos de glutationa, elas se tornam mais vulneráveis aos danos causados pela luz solar, incluindo a luz visível. Isso significa que a pele fica mais propensa a desenvolver problemas.

5. Suporte ao sistema imunológico

De acordo com um artigo, a glutationa é como um termômetro para o sistema imune. Níveis adequados garantem que as células imunes funcionem de forma eficiente. 

Por outro lado, a deficiência de glutationa pode prejudicar a resposta imune, tornando o organismo mais vulnerável a infecções. No entanto, é fundamental consultar um médico para avaliar a necessidade e a forma correta de suplementação.

6. Cicatrização e regeneração tecidual

A ciência mostra que a glutationa, como poderoso antioxidante, desempenha um papel crucial na proteção celular durante os processos de inflamação e cicatrização. Ao neutralizar os radicais livres, moléculas altamente reativas que danificam as células, ela preserva a integridade dos tecidos e promove a regeneração celular, acelerando assim o processo de reparo.

7. Envelhecimento saudável

Os resultados de um estudo do Instituto de Química sugerem que a manutenção de níveis adequados de glutationa na pele pode ser uma estratégia importante para retardar o envelhecimento e promover a saúde da pele. 

Isso porque, a glutationa emerge como um importante marcador e modulador do envelhecimento cutâneo, abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento de terapias antienvelhecimento mais eficazes.

Como aumentar a glutationa naturalmente?

Para manter níveis saudáveis de glutationa, é fundamental adotar uma dieta rica em precursores de glutationa, ou seja, nutrientes específicos que forneçam os componentes necessários para sua produção.

A produção de glutationa depende de aminoácidos essenciais presentes em certos alimentos, incluindo:

  • cisteína: um aminoácido rico em enxofre, indispensável para a formação de glutationa. É encontrado em carnes magras, ovos, alho, cebola e vegetais crucíferos como brócolis e couve-flor;
  • glicina: essencial para a estrutura da glutationa, pode ser obtida em carnes, peixes, laticínios e leguminosas;
  • glutamina: importante para o funcionamento do sistema imunológico e para a formação do ácido glutâmico, também está presente em carnes, peixes, ovos e produtos lácteos;
  • proteína do soro de leite: rica em cisteína biodisponível, é um dos alimentos mais eficazes para estimular a produção de glutationa.

Além desses precursores, alimentos ricos em compostos bioativos ajudam a otimizar os níveis de glutationa:

  • vegetais crucíferos: brócolis, couve e couve-flor contêm compostos sulfurados que ativam enzimas ligadas à síntese de glutationa;
  • alho e cebola: fontes de enxofre que contribuem para a produção e função da glutationa;
  • cúrcuma: contém curcumina, que protege os níveis de glutationa e estimula sua reciclagem, especialmente em situações de estresse oxidativo;
  • frutas cítricas: ricas em vitamina C, trabalham em sinergia com a glutationa para combater radicais livres e aumentar sua reciclagem;
  • frutas e vegetais coloridos: espinafre, abacate e cenoura oferecem antioxidantes que complementam a ação da glutationa, reduzindo a pressão sobre seus estoques no organismo.

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Suplemento de glutationa: como tomar?

Além da alimentação rica em precursores e alimentos que estimulam a produção de glutationa, é possível recorrer à suplementação de glutationa para manter ou aumentar os níveis dessa molécula no organismo. 

Essa alternativa pode ser especialmente útil em situações onde a capacidade natural do corpo de produzir glutationa está comprometida.

Quando a suplementação de glutationa é necessária?

A suplementação de glutationa pode ser indicada em casos específicos, incluindo:

  • idade avançada: com o envelhecimento, a produção natural de glutationa pelo corpo tende a diminuir, aumentando a necessidade de reposição;
  • estresse oxidativo elevado: situações, como exposição à poluição, tabagismo, consumo excessivo de álcool, má alimentação e estresse aumentam os radicais livres, demandando níveis mais altos de antioxidantes como a glutationa;
  • condições de saúde: doenças crônicas, como diabetes, problemas hepáticos e doenças autoimunes, podem estar associadas a baixos níveis de glutationa;
  • atividade física intensa: atletas ou pessoas que praticam exercícios extenuantes podem se beneficiar da suplementação para lidar com o aumento do estresse oxidativo e promover a recuperação muscular.

Formas de suplementação de glutationa

Existem diferentes maneiras de suplementar a glutationa:

  • glutationa reduzida (GSH): suplemento oral que fornece a molécula diretamente ao organismo. Estudos sugerem que, apesar da baixa biodisponibilidade inicial, a suplementação contínua pode aumentar os níveis de glutationa no plasma;
  • N-acetilcisteína (NAC): um precursor da cisteína amplamente utilizado para estimular a produção de glutationa. A NAC é altamente biodisponível e uma das formas mais eficazes de suplementação;
  • whey protein: proteína do soro do leite que contém aminoácidos precursores, como cisteína e glicina, estimulando indiretamente a produção de glutationa;
  • formas injetáveis ou intravenosas: em casos clínicos específicos, a glutationa pode ser administrada diretamente por via intravenosa para resultados rápidos, especialmente em condições severas de deficiência.

Dosagem recomendada

A dosagem diária de glutationa pode variar dependendo da forma de suplementação e da necessidade individual. Em geral, as orientações incluem:

  • glutationa reduzida (oral): entre 250 mg a 1.000 mg por dia, dependendo da indicação;
  • N-acetilcisteína (NAC): normalmente entre 600 mg a 1.800 mg por dia;
  • whey protein: recomenda-se incluir de 20 g a 40 g por dia como parte da dieta, dependendo das necessidades proteicas individuais.

É importante consultar um profissional de saúde para determinar a dosagem adequada e avaliar a necessidade de suplementação.

Possíveis efeitos colaterais da glutationa

O uso de glutationa, seja por meio de suplementação direta ou indireta, é geralmente considerado seguro quando utilizado de forma adequada e sob orientação médica. 

No entanto, como qualquer substância, a suplementação de glutationa pode causar efeitos colaterais em algumas pessoas, especialmente em doses elevadas ou quando há sensibilidade individual. Saiba mais:

  • inchaço abdominal: algumas pessoas relatam desconforto gastrointestinal, como sensação de inchaço ou gases, ao usar suplementos de glutationa. Esse efeito é mais comum em quem possui sensibilidades digestivas;
  • cólicas abdominais: o consumo de suplementos orais pode causar cólicas ou dores abdominais, especialmente em doses elevadas. Esse sintoma geralmente desaparece ao ajustar a dosagem;
  • reações alérgicas: embora raro, o uso de glutationa pode desencadear reações alérgicas em indivíduos sensíveis, apresentando sintomas, como coceira, vermelhidão na pele ou inchaço;
  • dificuldade para respirar: em casos muito raros, reações alérgicas severas podem causar dificuldade respiratória. Caso isso ocorra, é essencial buscar atendimento médico imediato;
  • desequilíbrios no sistema antioxidante: o uso excessivo de glutationa pode, teoricamente, interferir no equilíbrio natural dos antioxidantes do corpo, levando a um efeito oposto ao esperado, conhecido como estresse redutivo. Por isso, a suplementação deve ser feita com cautela e acompanhamento profissional.

Contraindicações e precauções

  • Grávidas e lactantes: a segurança do uso de glutationa durante a gravidez ou amamentação não é totalmente estabelecida, sendo recomendável evitar a suplementação sem orientação médica;
  • interação com medicamentos: a glutationa pode interferir na eficácia de alguns medicamentos, especialmente aqueles que agem no fígado. Informe sempre seu médico sobre qualquer suplemento que esteja utilizando;
  • pessoas com condições específicas: indivíduos com problemas hepáticos ou renais devem ter cuidado extra ao considerar a suplementação de glutationa.

Embora a glutationa seja segura para a maioria das pessoas, o uso deve ser feito com responsabilidade e sob supervisão de um profissional de saúde, especialmente para evitar efeitos colaterais indesejados ou interações medicamentosas. 

Respeitar as doses recomendadas e monitorar possíveis reações é essencial para aproveitar os benefícios dessa molécula de forma segura.

Foto de Suelen Santos da Costa

Conteúdo criado por especialista:

Suelen Santos da Costa

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Suelen Costa dos Santos, nutricionista (CRN 10 – 7816), formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Possui pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional, com foco na promoção da saúde e na individualidade bioquímica.

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