Atualizado em 10 de Abril de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

Carregando...

Distúrbio eletrolítico: o que é, sintomas e como prevenir

causas e sintomas de distúrbio eletrolítico

O distúrbio eletrolítico afeta o equilíbrio de minerais essenciais no corpo - e seus impactos vão além do funcionamento dos músculos. Quando eletrólitos, como sódio, potássio, cálcio e magnésio, estão desregulados, o corpo pode enfrentar problemas graves, afetando o sistema nervoso, o coração e, até, a respiração.

O mais preocupante é que esse desequilíbrio pode ocorrer de forma silenciosa, muitas vezes, só sendo identificado quando os sintomas estão mais avançados.

Neste artigo, vamos explorar o que realmente é distúrbio eletrolítico, como reconhecer seus sintomas e, o mais importante, como preveni-lo para garantir que seu corpo continue funcionando da melhor maneira possível. Fique conosco para entender tudo sobre o assunto!

O que é o distúrbio eletrolítico?

O distúrbio eletrolítico refere-se a um desequilíbrio nos níveis de eletrólitos no corpo humano, que são minerais essenciais para várias funções vitais. Esses eletrólitos incluem sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloro, fosfato, sulfato, bicarbonato e outros.

Eles desempenham um papel crucial na condução de impulsos elétricos, no controle do equilíbrio hídrico e no funcionamento adequado de músculos, nervos e órgãos.

A detecção e o tratamento adequados dos distúrbios eletrolíticos são cruciais, pois o desequilíbrio pode afetar gravemente o funcionamento do corpo, levando a complicações sérias, como arritmias cardíacas e falência de órgãos. 

Manter os eletrólitos em níveis ideais é essencial para a saúde geral e para garantir que todos os processos do corpo ocorram sem interrupções.

Causas

As causas do distúrbio eletrolítico estão ligadas à perda excessiva ou ao acúmulo anormal de eletrólitos no corpo. Entre os principais fatores que contribuem para esses desequilíbrios, destacam-se:

Perda excessiva de líquidos

  • vômitos e diarreia: quando o corpo expulsa grandes quantidades de líquidos e, consequentemente, de eletrólitos através do trato gastrointestinal, pode ocorrer uma rápida diminuição nos níveis de substâncias essenciais, como sódio, potássio e cloro. Isso é particularmente comum em infecções intestinais e outras condições que afetam o sistema digestivo;
  • excesso de suor: a transpiração intensa, seja por calor extremo ou atividades físicas intensas, resulta na perda de líquidos e eletrólitos, especialmente potássio e sódio. Em climas quentes ou durante exercícios prolongados, a reposição adequada é crucial para evitar a desidratação e os distúrbios associados.

Hidratação inadequada

  • ingestão excessiva ou insuficiente de água: tanto a ingestão de líquidos em excesso quanto a falta deles pode alterar a concentração de eletrólitos no corpo. A hidratação inadequada pode comprometer a função celular e afetar o equilíbrio entre os eletrólitos, prejudicando a saúde.

Uso de medicamentos

  • medicamentos diuréticos: alguns medicamentos, como os diuréticos, podem causar a perda de eletrólitos importantes, como potássio e magnésio, ao aumentar a quantidade de urina. Isso pode levar a distúrbios no equilíbrio hídrico e eletrolítico do corpo, especialmente quando o uso não é monitorado adequadamente.

Condições de saúde preexistentes

  • doenças cardíacas, renais ou hepáticas: condições médicas que afetam órgãos vitais, como o coração, os rins ou o fígado, podem interferir na regulação dos níveis de eletrólitos. Essas doenças podem dificultar a capacidade do corpo de manter o equilíbrio adequado de sódio, potássio e outros eletrólitos essenciais.

Sintomas

Os sintomas de distúrbio eletrolítico variam dependendo do tipo de eletrólito afetado e da gravidade do desequilíbrio. Embora nem todas as pessoas apresentem sinais evidentes, muitos indivíduos com distúrbios eletrolíticos experimentam alguns sintomas comuns, que incluem:

Sintomas gerais

  • fadiga e fraqueza: a falta de eletrólitos essenciais, como potássio e sódio, pode afetar o funcionamento dos músculos e do sistema nervoso, levando a uma sensação de cansaço extremo e falta de energia;
  • cãibras e fisgadas musculares: a deficiência de potássio, cálcio ou magnésio pode provocar espasmos musculares dolorosos, uma vez que esses minerais são fundamentais para a função muscular adequada;
  • confusão mental: o desequilíbrio de eletrólitos pode afetar as funções cerebrais, levando a sintomas neurológicos, como desorientação e dificuldades de concentração;
  • batimento cardíaco irregular: o sódio, potássio e cálcio são cruciais para a condução elétrica do coração. Seu desequilíbrio pode causar arritmias, que podem ser leves ou graves, e até mesmo levar a parada cardíaca em casos extremos.

Sintomas específicos

  • deficiência de sódio (hiponatremia): a falta de sódio no corpo pode causar inchaço nas células, levando a sintomas, como náuseas, dor de cabeça, fraqueza muscular e, em casos graves, convulsões;
  • excesso de sódio (hipernatremia): um aumento excessivo de sódio pode resultar em retenção de água, causando inchaço (edema), pressão arterial elevada e confusão mental;
  • deficiência de potássio (hipocalemia): a falta de potássio prejudica a função muscular, podendo provocar fraqueza, cãibras, fadiga e arritmias cardíacas;
  • excesso de potássio (hipercalemia): o acúmulo de potássio pode reduzir a capacidade do coração de conduzir impulsos elétricos corretamente, o que pode levar a batimentos irregulares ou até mesmo a parada cardíaca;
  • deficiência de cálcio (hipocalcemia): a falta de cálcio afeta a contração muscular e a coagulação sanguínea, podendo causar cãibras, formigamento e, em casos graves, convulsões;
  • excesso de cálcio (hipercalcemia): pode levar a náuseas, vômitos, fadiga, constipação e dificuldades respiratórias.

Além dos sintomas acima, distúrbios eletrolíticos graves podem comprometer funções vitais, como a respiração e a circulação sanguínea. O tratamento adequado é essencial para restaurar os níveis de eletrólitos e evitar complicações mais sérias. A reposição pode ser feita por via oral ou intravenosa, dependendo da gravidade do desequilíbrio.

Aproveite e veja também

Como prevenir distúrbio eletrolítico? 5 dicas

Para evitar distúrbio de eletrólitos, algumas práticas simples podem ser adotadas no dia a dia:

1. Hidratação adequada

Manter-se bem hidratado é fundamental, especialmente em condições de calor extremo ou após atividades físicas intensas. A água é a principal fonte de reposição de líquidos, mas, em casos de intensa perda de eletrólitos (como em episódios de suor excessivo), é importante também incluir bebidas que ajudem na reposição desses minerais.

Entre as bebidas recomendadas estão água de coco sem açúcar, além de líquidos com infusão de eletrólitos ou isotônicos naturais, que são ótimas opções para repor sódio, potássio e outros minerais.

2. Adotar uma dieta equilibrada

Uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras é a base para prevenir deficiências de eletrólitos. Alguns alimentos são particularmente ricos em minerais importantes, como:

  • bananas e abacates são ricos em potássio;
  • laticínios fornecem cálcio e magnésio;
  • carnes brancas e aves são fontes de proteínas e minerais como fósforo e potássio;
  • melancia e suco de frutas ajudam na reposição de líquidos e minerais.

Esses alimentos, combinados com uma dieta balanceada, garantem que o corpo tenha os eletrólitos necessários para funcionar corretamente.

3. Evitar alimentos processados

Evite o consumo excessivo de alimentos processados, que são ricos em sódio e frequentemente pobres em outros eletrólitos essenciais. O consumo excessivo de sódio pode levar à retenção de água e desequilíbrio no corpo, aumentando o risco de hipertensão e outros problemas relacionados aos distúrbios hidroeletrolíticos.

4. Monitoramento e controle de medicamentos

Certos medicamentos, como diuréticos, podem afetar o equilíbrio dos eletrólitos. Portanto, é importante usá-los sob orientação médica e monitorar regularmente os níveis de eletrólitos, especialmente em pessoas com condições crônicas de saúde.

5. Atenção a condições de saúde preexistentes

Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, insuficiência renal ou problemas cardíacos, devem monitorar de perto os níveis de eletrólitos, pois essas condições podem interferir no equilíbrio adequado de minerais no corpo. O acompanhamento médico constante é essencial para ajustar a dieta e o tratamento conforme necessário.

Quando procurar ajuda médica?

Quando um distúrbio eletrolítico ocorre, ele pode se tornar grave e até perigoso, exigindo atenção médica imediata. Os sinais mais preocupantes incluem fraqueza extrema, cãibras musculares intensas, confusão mental, dificuldade respiratória e batimentos cardíacos irregulares.

Esses sintomas indicam que os níveis de eletrólitos estão alterados de forma a comprometer funções vitais, como as do coração e do sistema nervoso. Caso esses sinais apareçam, é fundamental procurar atendimento médico sem demora.

Para diagnosticar um distúrbio eletrolítico, os médicos realizam exames de sangue para verificar os níveis dos principais eletrólitos, como sódio, potássio, cálcio e magnésio. Com base nos resultados, o profissional de saúde determina a necessidade de tratamento, que pode incluir a reposição ou remoção de eletrólitos.

Se houver deficiência de algum eletrólito, o médico pode prescrever reposição por via oral ou intravenosa. Em casos de excesso de eletrólitos, pode ser necessário utilizar hidratação intravenosa ou medicamentos que ajudem a diluir os níveis e remover os excessos do organismo.

Em situações mais graves, um distúrbio eletrolítico severo pode afetar gravemente o funcionamento dos órgãos e levar a complicações cardíacas ou neurológicas, com risco de morte. 

Nesses casos, o tratamento pode até incluir diálise renal, um procedimento que filtra o sangue para remover os excessos de substâncias, incluindo eletrólitos. Portanto, se houver sinais de desequilíbrio grave, buscar ajuda médica é imprescindível para evitar complicações e garantir a recuperação adequada.

Referências

Foto de Suelen Santos da Costa

Conteúdo criado por especialista:

Suelen Santos da Costa

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Suelen Costa dos Santos, nutricionista (CRN 10 – 7816), formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Possui pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional, com foco na promoção da saúde e na individualidade bioquímica.

Saiba mais sobre Suelen Santos da Costa