Atualizado em 22 de Abril de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Déficit cognitivo: o que é, como prevenir e tratamento

o que é déficit cognitivo e como prevenir

O déficit cognitivo é uma condição caracterizada pela diminuição ou perda de habilidades mentais, como memória, atenção e raciocínio, que afetam diretamente as atividades diárias e a qualidade de vida.

Essa condição pode surgir por diversos motivos, incluindo envelhecimento, doenças neurológicas, traumatismos e hábitos de vida inadequados. A gravidade do déficit cognitivo pode variar, desde leves dificuldades até compromissos significativos na autonomia da pessoa.

A boa notícia é que a identificação precoce e o tratamento adequado podem ajudar a retardar a progressão desse quadro. Neste texto, vamos explorar em detalhes o que é o déficit cognitivo, quais são as melhores estratégias de prevenção e as opções de tratamento disponíveis. 

Continue lendo para descobrir como proteger a sua saúde cognitiva e melhorar seu bem-estar!

O que é déficit cognitivo?

Déficit cognitivo refere-se a uma disfunção nas habilidades mentais que afetam questões importantes, como memória, atenção, raciocínio, linguagem e capacidade de tomada de decisão. 

Existem déficits cognitivos leves e graves que podem ser causados por diferentes fatores, como doenças neurológicas, transtornos mentais, lesões cerebrais, uso de substâncias ou o processo natural de envelhecimento.

Quando presentes, impactam a qualidade de vida, interferindo na capacidade de realizar atividades cotidianas e profissionais.

Os principais tipos déficits cognitivos são:

  • déficit de memória: afeta a habilidade de lembrar informações recentes ou recordar eventos passados, o que pode prejudicar tarefas simples, como lembrar compromissos ou localizar objetos;
  • déficit de atenção e concentração: falta de concentração e dificuldade em manter o foco em tarefas ou conversas por períodos prolongados, o que pode resultar em baixa produtividade e falhas em concluir atividades;
  • declínio do raciocínio: comprometimento na capacidade de resolver problemas, tomar decisões e analisar situações de forma lógica, afetando tanto o trabalho quanto a vida pessoal;
  • déficit executivo: incapacidade de planejar, organizar, iniciar ou finalizar atividades. Pessoas com esse tipo de déficit podem ter dificuldades em gerenciar o tempo ou seguir etapas para concluir tarefas complexas;
  • déficit de linguagem: problemas na compreensão ou produção de linguagem, tanto verbal quanto escrita, o que pode causar dificuldades em se comunicar claramente com outras pessoas.

Causas

As causas do déficit cognitivo são variadas e podem afetar diferentes fases da vida. As condições mais comuns associadas ao desenvolvimento desses déficits incluem doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, lesões cerebrais traumáticas, abuso prolongado de substâncias, como drogas e álcool, além de distúrbios psiquiátricos, como depressão e esquizofrenia.

Essas condições afetam diretamente o funcionamento neurológico, comprometendo a capacidade cognitiva ao longo do tempo.

O envelhecimento é um dos principais fatores de risco para o declínio cognitivo. À medida que envelhecemos, ocorrem mudanças fisiológicas no sistema nervoso central, como a redução da massa cerebral e a diminuição do volume do córtex pré-frontal.

Esse processo resulta na perda de neurônios e na diminuição da produção de neurotransmissores e hormônios essenciais para a função cognitiva. Essas alterações contribuem para o declínio das habilidades mentais, como memória, raciocínio e tomada de decisão.

Embora o envelhecimento seja o período mais propício para o aparecimento de déficits cognitivos, esses problemas podem surgir em qualquer fase da vida. 

Acidentes vasculares cerebrais (AVC), traumatismos cranianos e outras condições de saúde que afetam o cérebro, como esclerose múltipla e epilepsia, também podem resultar em comprometimento cognitivo. 

Essas situações interferem na capacidade do sistema nervoso de funcionar corretamente, impactando a cognição e, muitas vezes, exigindo intervenção médica.

Sintomas

Os sintomas do déficit cognitivo impactam diretamente funções mentais essenciais para o dia a dia, e sua gravidade pode variar, mas frequentemente afetam as atividades cotidianas, comprometendo tanto a vida pessoal quanto profissional. Alguns dos sinais mais comuns incluem:

  • esquecimento frequente: dificuldade em reter informações recentes, como compromissos, nomes ou eventos importantes, que pode evoluir para a perda de memória de longo prazo;
  • dificuldade de atenção: problemas em focar em conversas ou tarefas por períodos prolongados, o que leva à distração constante e falhas em concluir atividades;
  • confusão mental: tomar decisões simples pode se tornar desafiador e a pessoa pode se sentir desorientada ou incerta em situações que antes eram fáceis de lidar;
  • dificuldade na comunicação: o indivíduo pode ter problemas para encontrar palavras durante conversas ou se expressar de forma clara, o que gera frustração e constrangimento;
  • problemas na organização: falhas em planejar ou gerenciar tarefas diárias, resultando em desorganização, dificuldade em seguir rotinas e em cumprir prazos;
  • alterações de humor: repentinas mudanças de humor, como irritabilidade, ansiedade ou apatia, também são comuns e podem refletir a frustração causada pelas limitações cognitivas.

Esses sintomas, muitas vezes, surgem de forma sutil e se intensificam com o tempo, impactando progressivamente a independência do indivíduo. Em casos mais graves, é importante procurar ajuda médica para avaliação e tratamento adequados.

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Como evitar o déficit cognitivo?

Embora o déficit cognitivo possa ocorrer naturalmente com o envelhecimento ou em decorrência de problemas de saúde, existem hábitos que ajudam a retardar seu aparecimento. 

Adotar um estilo de vida saudável é fundamental para proteger o cérebro e preservar suas funções ao longo do tempo. Aqui estão algumas dicas essenciais:

1. Pratique atividade física regular

O exercício físico não só melhora a saúde cardiovascular, como também estimula o fluxo sanguíneo para o cérebro, favorecendo a manutenção das funções cognitivas. Caminhadas, exercícios aeróbicos e atividades de fortalecimento podem contribuir para retardar o declínio cognitivo.

2. Alimente-se de forma balanceada

Uma dieta rica em nutrientes é essencial para a saúde cerebral. Nutrientes, como o ômega 3, encontrado em peixes gordurosos (salmão e sardinha), têm efeitos neuroprotetores, ajudando a preservar a memória e o raciocínio. 

O complexo B, presente em vegetais de folhas verdes, ovos e grãos integrais, também é crucial para o funcionamento saudável do cérebro, pois auxilia na produção de neurotransmissores.

3. Estimule a mente

Manter o cérebro ativo é uma das melhores formas de prevenir o déficit cognitivo. Atividades, como ler, resolver quebra-cabeças, aprender novas habilidades e jogos que desafiem o raciocínio, podem ajudar a preservar a função cerebral.

4. Controle fatores de risco

Doenças, como hipertensão, diabetes e colesterol elevado, podem aumentar o risco de declínio cognitivo. Manter essas condições sob controle, com o acompanhamento médico e uma rotina de cuidados adequada, é vital para evitar o impacto na saúde mental.

5. Evite alimentos ultraprocessados

O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras, açúcares e aditivos, está associado ao declínio cognitivo. 

Estudos sugerem que dietas com mais de 20% de calorias vindas desses alimentos podem afetar negativamente a memória e a função executiva, prejudicando o raciocínio e a resolução de problemas.

6. Evite o sedentarismo e o uso de substâncias

O sedentarismo, assim como o consumo de álcool e cigarro, são fatores que aceleram o declínio cognitivo. Manter um estilo de vida ativo e evitar esses hábitos é essencial para preservar a saúde cerebral.

7. Cuide da saúde mental

Condições, como depressão, também podem contribuir para o aparecimento de déficits cognitivos. Manter o bem-estar emocional, buscar apoio psicológico e praticar atividades que promovam o relaxamento e o equilíbrio mental ajudam a proteger o cérebro.

8. Cogitar suplementação

Certos nutrientes têm sido amplamente estudados por seus efeitos benéficos na saúde cerebral. Quando não obtidos de forma suficiente pela alimentação, podem ser suplementados:

  • ômega-3: encontrado principalmente em peixes ricos em gordura, os ácidos graxos ômega 3 são essenciais para o bom funcionamento do cérebro. Estudos indicam que esses ácidos ajudam na neurogênese, o processo de formação de novos neurônios. Além disso, por sua ação anti-inflamatória, o ômega 3 é eficaz na redução da neuroinflamação, frequentemente presente em pessoas com déficit cognitivo e doenças neurodegenerativas;
  • vitaminas do complexo B: esse grupo de vitaminas, composto por cerca de oito tipos, desempenha um papel fundamental na produção de energia celular. Pesquisas mostram que a deficiência dessas vitaminas pode comprometer o funcionamento adequado das células cerebrais e neuronais, tornando-as essenciais para a saúde cognitiva.

Como tratar o déficit cognitivo?

Embora o déficit cognitivo não tenha cura, o tratamento, quando adaptado à causa subjacente, pode proporcionar melhorias significativas. Esse tratamento pode incluir diversas abordagens, como:

  1. reabilitação cognitiva: terapia que trabalha a recuperação de funções, como memória e atenção, ajudando o paciente a desenvolver estratégias para o dia a dia;
  2. medicação: medicamentos podem ser prescritos para tratar doenças subjacentes, como Alzheimer, ou para controlar condições que afetam a saúde cerebral, como hipertensão e diabetes;
  3. terapia psicológica: ajuda o paciente a lidar com os efeitos emocionais, como ansiedade e depressão, comuns em casos de déficit cognitivo;
  4. mudanças no estilo de vida: dieta balanceada, exercícios físicos e estímulos mentais são essenciais para complementar o tratamento;
  5. acompanhamento médico: avaliações regulares garantem que o tratamento está sendo eficaz e ajustado conforme necessário.

Essas abordagens, juntas, melhoram a qualidade de vida e ajudam a retardar o avanço dos déficits cognitivos.

Foto de Suelen Santos da Costa

Conteúdo criado por especialista:

Suelen Santos da Costa

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Suelen Costa dos Santos, nutricionista (CRN 10 – 7816), formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Possui pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional, com foco na promoção da saúde e na individualidade bioquímica.

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