Atualizado em 15 de Abril de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Carregando...

Alimentação na Amamentação: O Que Comer e O Que Evitar

alimentação na amamentação

De acordo com a recomendação oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, o aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de vida, visto que é o único e mais completo alimento necessário para atender todas as necessidades do bebê nesse início de vida.

Para que isso seja possível, a alimentação da mãe na amamentação precisa ser nutritiva e garantir a ingestão ideal de nutrientes, como ferro e vitaminas do complexo B. Confira quais alimentos priorizar durante a amamentação para manter em dia saúde da mãe e do bebê

O que comer durante a amamentação

O leite materno é a fonte de nutrientes mais completa para o bebê, fornecendo tudo o que ele precisa para um crescimento saudável. Rico em componentes essenciais, ele fortalece o sistema imunológico e ajuda a proteger contra diversas doenças. Além disso, a amamentação promove um forte vínculo afetivo entre mãe e filho.

Para que a mãe se mantenha saudável e tenha uma boa produção de leite, é essencial manter uma alimentação equilibrada e nutritiva. Confira quais alimentos que ajudam na amamentação e devem fazer parte do dia-a-dia da mãe. 

1. Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha)

As leguminosas, como feijão e lentilha, são ótimas fontes vegetais de proteína, além de serem ricas em ferro e vitaminas como a C, K e do complexo B. Por esse motivo, seu consumo é muito valioso no período da amamentação. Para melhorar a absorção do ferro, é recomendado consumi-las junto com uma fonte de vitamina C, como laranja, acerola e limão.

2. Aveia

A aveia é uma excelente fonte de fibras, ajudando a regular o intestino, o que é especialmente útil para as mães que podem sofrer com constipação pós-parto. Ela também atua na melhora da saciedade, visto que mulheres durante a amamentação podem sentir mais fome devido ao aumento do gasto calórico. Além disso, auxilia no controle glicêmico e oferece energia de forma gradual, sendo uma boa opção para incluir no café da manhã ou lanches.

3. Sementes e oleaginosas

Sementes como chia, linhaça e girassol, assim como oleaginosas como nozes, castanhas e amêndoas, são fontes de gorduras saudáveis e antioxidantes. Elas ajudam a manter a saciedade, contribuem para a qualidade do leite materno e oferecem nutrientes essenciais para a saúde da mãe.

4. Frutas, verduras e legumes diversos

Excelentes fontes de fibras, vitaminas e minerais, esses alimentos são indispensáveis no dia a dia de quem está amamentando, pois ajudam a nutrir tanto a mãe quanto o bebê. Além disso, por serem opções naturalmente leves, contribuem para a recuperação do corpo pós-parto e auxiliam no bom funcionamento do intestino.

5. Peixes

Peixes são excelentes fontes de proteína e, quando ricos em ômega-3 (como sardinha, salmão, truta e cavala), contribuem para o desenvolvimento cerebral do bebê. É importante evitar opções com alto teor de mercúrio, como tubarão, peixe-espada e cavala-grande.

6. Ovos, leites e derivados

Os ovos são alimentos altamente nutritivos e práticos para incluir na rotina, além de serem ricos em proteínas, contêm colina, um nutriente importante para o desenvolvimento do cérebro do bebê. Leite e derivados, como iogurte natural e queijos, também são ótimas fontes de cálcio, essencial para a manutenção da saúde óssea da mãe e do bebê.

7. Carnes magras

A necessidade proteica permanece elevada durante a amamentação, tornando essencial o consumo adequado de proteínas. Cortes magros de carne são boas opções, pois fornecem proteínas de alta qualidade sem excesso de gordura saturada.

Também é importante incluir carne vermelha pelo menos três vezes por semana, pois é rica em ferro e vitamina B12, nutrientes essenciais para evitar anemia e manter a energia da mãe. Boas opções de carnes magras incluem:

  • Carne bovina: patinho, coxão mole, fraldinha;
  • Carne suína: lombo, filé mignon suíno;
  • Aves: peito de frango sem pele

8. Água e líquidos naturais

A hidratação é fundamental para manter uma boa produção de leite, pois a falta do consumo de água pode reduzir significativamente a quantidade de leite produzido. A recomendação é que a mãe beba bastante água ao longo do dia, cerca de 3 litros ou mais.

É importantíssimo compreender como a alimentação influencia na amamentação: as escolhas alimentares da mãe refletem diretamente na qualidade e quantidade do leite materno, portanto é fundamental saber escolher os alimentos certos nessa etapa tão importante.

Quais alimentos devem ser evitados

Existem alimentos que devem ser evitados na amamentação, seja por serem comprovadamente tóxicos e maléficos para a saúde da mãe e do bebê, seja por falta de estudos que comprovem a segurança do consumo desses alimentos.

Confira abaixo quais alimentos evitar na amamentação:

1. Alimentos crus e mal passados

É necessário evitar o consumo de alimentos crus, como peixe cru, ovo com gema mole, salada crua em restaurantes onde não se conhece a qualidade da higienização, carnes mal passadas ou quaisquer tipos de alimentos crus ou mal cozidos, pois há importante risco de contaminação.

2. Bebidas alcóolicas

É recomendado a exclusão total de bebidas alcoólicas durante o período de amamentação, pois são tóxicas e prejudiciais tanto para a saúde da mãe, quanto para o bebe.

3. Café em excesso e alguns tipos de chás

É preciso controlar a ingestão de cafeína nesse período,  seja aquela presente nos alimentos (café, chá, mate, chocolate, refrigerante), seja presente na formulação de medicamentos. O consumo total deverá sempre ficar abaixo de 200mg/dia, equivalente a uma xícara de café.

Já em relação aos chás, recomenda-se muito cuidado no consumo, pois alguns podem prejudicar a produção de leite ou não apresentam segurança para as gestantes (como boldo, cavalinha e hibisco).

4. Peixes com alto teor de mercúrio

Peixes como tubarão, peixe-espada e cavala-grande, podem afetar o sistema nervoso do bebê devido a alta presença de mercúrio. Ao invés disso, opções seguras como salmão, sardinha e truta são ideais para esse momento, especialmente pela presença de ômega-3.

5. Alérgenos e irritantes da mucosa gástrica do bebê

Alguns alimentos podem provocar cólica e desencadear alergias alimentares no bebê, que ainda tem seu trato gastrointestinal em formação, assim como seu sistema imunológico incompleto. Portanto, é importante consumir tais alimentos com cautela e observar se desencadeia reação adversa no bebê, como cólica e diarreia.  

Neste grupo estão: leite de vaca, ovos, amendoim, frutos do mar, soja, brócolis, couve-flor, repolho e leguminosas.

Nutrientes essenciais e suas fontes

Confiram quais alimentos bons na amamentação são fontes de nutrientes essenciais para essa etapa de vida, assim como a quantidade diária recomendada pela RDA (Recommended Dietary Allowance).

Além das fontes alimentares, algumas mulheres em período de amamentação podem sentir necessidade de suplementar alguns nutrientes. É fundamental ter o acompanhamento médico e nutricional para analisar a possibilidade e iniciar a suplementação de forma segura.

Cardápio de alimentação na amamentação

Elaboramos um cardápio de alimentação na amamentação, com ideias práticas e saudáveis para auxiliar nessa etapa. Lembrando que é importante procurar auxílio médico para individualizar cada etapa da alimentação de acordo com as necessidades da mãe e do bebê.

Exemplo de cardápio diário
Refeição Alimentos
Café da manhã Pão integral, ovos mexidos com gergelim e queijo minas frescal, mamão e aveia
Lanche da manhã Banana e castanhas
Almoço Arroz, feijão, peito de frango grelhado, couve refogada e legumes diversos, como cenoura, abobrinha e brócolis
Sobremesa Tangerina para auxiliar na absorção do ferro
Lanche da tarde Panqueca de banana (ovos, banana, farinha de quinoa, chia, chocolate 70%)
Jantar Macarrão integral, passata de tomate, carne moída de patinho, salada de alface e tomate

Como evitar cólicas no bebê?

Alguns alimentos consumidos pela mãe podem provocar cólicas no bebe, especialmente pela fragilidade do trato gastrointestinal ainda em processo de fortalecimento. Por isso, as mamães devem ficar atentas a sinais de cólica (como choro, irritabilidade e, às vezes, refluxo após mamar) e evitar alimentos que possam provocar tais sintomas como:

  • leites e derivados: se houver suspeita de APLV (alergia à proteína do leite de vaca), algo muito comum no início da vida, mas que tende a cessar com após o primeiro ano do bebê;
  • cafeína: café, chá verde, refrigerantes e chocolate;
  • alimentos que causam fermentação: feijão, lentilha, repolho, brócolis, couve-flor e cebola;
  • alimentos ultraprocessados: pizza, hambúrguer, frituras e doces ricos em açúcar

Se o bebê apresentar cólicas frequentes, é essencial buscar orientação médica o quanto antes. O especialista poderá avaliar a necessidade de ajustes na alimentação da mãe, orientar sobre a reintrodução de alimentos de forma adequada e investigar outras possíveis causas, garantindo o bem-estar da mãe e do bebê.

Foto de Joana Mazzochi Aguiar

Conteúdo criado por especialista:

Joana Mazzochi Aguiar

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Joana Mazzochi Aguiar, nutricionista (CRN 10 – 10934), formada pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). É especialista em Atendimento Nutricional para Cirurgia Bariátrica e atualmente cursa pós-graduação em Saúde da Mulher e Estética pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional e do cuidado integral à saúde feminina.

Saiba mais sobre Joana Mazzochi Aguiar

Aproveite e veja também