Quem amamenta pode tomar creatina: mitos, fatos e ciência

Até então a creatina não é um suplemento contra-indicado durante a amamentação, no entanto há pouca evidência científica quanto à segurança do seu consumo durante a amamentação. Então será que pode tomar creatina amamentando? 

Saiba a seguir o que a ciência e os especialistas dizem a respeito do consumo de creatina na amamentação.

Diversas substâncias presentes no sangue materno podem ser transferidas para o leite durante a lactação, influenciando diretamente a qualidade e a composição nutricional do leite consumido pelo bebê. 

A passagem dessas substâncias ocorre principalmente através do mecanismo de difusão passiva, mas dependendo da molécula, também pode envolver processos ativos. 

Estudos preliminares demonstram que pequenas quantidades de creatina podem ser transmitidas através do leite materno, mas a extensão dessa transferência e seus efeitos sobre a saúde do bebê ainda necessitam de investigação mais aprofundada para garantir a segurança da suplementação durante a amamentação.

O leite humano possui naturalmente certa quantidade de creatina, suprindo cerca de 9% das necessidades diárias do bebê. No entanto, nenhum estudo mediu os níveis de creatina no leite após a suplementação com creatina. 

Como a creatina é convertida em creatinina no corpo da mãe e do bebê, isso poderia aumentar a creatinina sérica do bebê, que pode influenciar a função renal do bebê.

Como o sistema digestivo e rins ainda não estão totalmente desenvolvidos, os bebês podem ter maior probabilidade do que os adultos de ter efeitos colaterais prejudiciais devido ao excesso de creatina no leite materno da mãe.

Por outro lado, alguns estudos especulam que a suplementação de creatina em lactantes pode ajudar a evitar síndromes de deficiência de creatina, mas não há estudos disponíveis que testem essa hipótese.

Até que mais pesquisas sobre este tema estejam disponíveis, é melhor tomar creatina na amamentação apenas mediante a prescrição de um profissional de saúde. 

Depende. De modo geral, estudos mostram que a creatina é geralmente segura quando tomada nas doses recomendadas, mas pode ser transferida para o leite materno em pequenas quantidades. 

Esse grau de transferência depende da quantidade de suplemento de creatina ingerida pela mãe e da frequência com que ela a toma. Obviamente que doses mais altas podem resultar em quantidades mais significativas de creatina presente no leite materno.

Em contrapartida, não foi demonstrado em nenhum estudo que a creatina tenha qualquer influência na produção ou qualidade do leite quando tomada nas doses recomendadas.

Alguns especialistas ainda teorizam que a creatina poderia potencialmente apoiar a recuperação muscular e a energia em mães no pós-parto, períodos estes que exigem grande demanda energética. No entanto, isso não foi comprovado.

Em suma, a comunidade médica enfatiza que quem amamenta pode tomar creatina com cautela, apenas mediante recomendação médica. Mais pesquisas clínicas são necessárias antes de recomendar a suplementação de creatina durante a amamentação.

Além da creatina para quem amamenta, há outras alternativas que podem ajudar as mulheres a aumentarem a energia naturalmente. Isso inclui manter uma alimentação balanceada, priorizar o sono e praticar exercícios físicos leves.

Em relação à alimentação, é importante manter o consumo de alimentos ricos em ferro para prevenir a fadiga relacionada à anemia. Isso inclui carne vermelha magra, frango, feijões e lentilhas. Além disso, grãos integrais, frutas e vegetais frescos fornecem carboidratos complexos, vitaminas e minerais essenciais que ajudam na manutenção da energia. 

Ademais, comer pequenas porções de alimentos ao longo do dia podem ajudar a manter os níveis de energia estáveis. 

Além da alimentação, práticas como a hidratação adequada, sono regular e atividades físicas leves, como caminhadas ou ioga, também podem ajudar significativamente para o bem-estar geral e a energia durante este período desafiador.

Estudos indicam que há uma série de benefícios dos efeitos da creatina no corpo feminino . Os principais são: 

Isso pode facilitar a execução de exercícios de alta intensidade além de promover uma recuperação muscular mais rápida.

Consumir creatina pode ajudar a melhorar a memória e a função cerebral geral. Isso é especialmente útil em períodos de estresse mental e no decorrer do envelhecimento.

Diversos estudos já evidenciaram que o consumo de creatina pode oferecer potenciais efeitos benéficos na manutenção da densidade óssea, importante para prevenir condições como a osteoporose. Por isso a creatina para menopausa é geralmente recomendada.

A suplementação de creatina pode ajudar a reduzir o cansaço e a fadiga muscular após um treino intenso de corrida, musculação, bike ou outros exercícios. 

Apesar da creatina proporcionar diversos benefícios para as mulheres, para as mulheres que amamentam, o conhecimento sobre creatina na amamentação ainda é escasso.

Por isso é arriscado afirmar que quem amamenta pode tomar creatina. Seguir as orientações do médico obstetra sobre o consumo de qualquer tipo de suplemento durante a amamentação é fundamental.