Atualizado em 25 de Abril de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

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Miosite: O Que É, Sintomas, Causas e Tratamentos Possíveis

miosite

A miosite é um termo que engloba diferentes condições inflamatórias que afetam os músculos, podendo causar dor, fraqueza e dificuldade nos movimentos. De origem variada, essa inflamação pode estar associada a infecções virais ou até mesmo ao uso de certos medicamentos.

Embora algumas formas sejam leves e transitórias, outras podem exigir acompanhamento médico contínuo. Por isso, entender os tipos, causas e abordagens terapêuticas disponíveis permite um olhar mais aprofundado sobre a condição e suas possíveis implicações na qualidade de vida.

Neste artigo, vamos explorar os principais aspectos da miosite. Continue lendo para saber mais!

O que é miosite?

A miosite é uma condição caracterizada pela inflamação dos músculos, resultando em dor, fraqueza e, em alguns casos, dificuldades nos movimentos. Essa inflamação pode ter diferentes causas, incluindo doenças autoimunes, infecções virais ou bacterianas, reações a determinados medicamentos e até esforço muscular excessivo. 

Dependendo do fator desencadeante, a miosite pode se manifestar de forma aguda ou crônica. Por isso, pode afetar a qualidade de vida e a capacidade funcional dos indivíduos.

Tipos de miosite

Miosite viral

Associada a infecções virais, pode surgir como uma resposta do organismo a agentes como o vírus da gripe e outros patógenos. E, embora a miosite viral não seja contagiosa, o vírus causador pode ser transmitido entre pessoas. Os sintomas costumam ser temporários, com recuperação espontânea na maioria dos casos.

Miosite autoimune

Resulta de uma resposta exagerada do sistema imunológico, levando à inflamação crônica dos músculos. Inclui subtipos como dermatomiosite e polimiosite, que podem estar associados a manifestações sistêmicas e requerem tratamento especializado.

Miosite por corpos de inclusão

Caracterizada por uma degeneração progressiva dos músculos, é mais comum em adultos mais velhos e tende a se desenvolver lentamente ao longo do tempo.

Miosite induzida por medicamentos

Alguns fármacos, como estatinas e certos imunoterápicos, podem desencadear inflamação muscular, exigindo ajuste ou suspensão do tratamento.

Miosite infantil

Mais comum na infância, pode estar relacionada a infecções virais ou doenças autoimunes, com sintomas variáveis de acordo com a causa subjacente.

Miosite aguda

Surge de forma repentina, geralmente associada a infecções ou reações inflamatórias intensas. Os sintomas podem ser graves, mas tendem a melhorar com o tratamento adequado.

Cada tipo de miosite apresenta particularidades que influenciam o diagnóstico e as abordagens terapêuticas. O reconhecimento precoce dos sintomas pode contribuir para um melhor manejo da condição.

Causas

Doenças autoimunes

Algumas formas de miosite ocorrem quando o sistema imunológico ataca os próprios músculos, como na polimiosite e na dermatomiosite.

Infecções virais e bacterianas

Vírus como o da gripe, enterovírus e HIV podem desencadear inflamação muscular, assim como algumas infecções bacterianas.

Uso de certos medicamentos

Estatinas, imunoterápicos e alguns antibióticos estão entre os fármacos que podem causar inflamação muscular como efeito colateral.

Lesões musculares e esforço excessivo

Exercícios intensos ou traumas podem gerar inflamação temporária nos músculos, levando a sintomas semelhantes aos da miosite.

Exposição a toxinas

Algumas substâncias químicas, como álcool em excesso e drogas ilícitas, podem afetar a integridade muscular e desencadear inflamações.

Predisposição genética

Fatores genéticos podem influenciar a suscetibilidade a certos tipos de miosite, especialmente aqueles de origem autoimune.

A identificação da causa subjacente é essencial para definir a abordagem terapêutica mais adequada e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados.

Sintomas

Os sintomas da miosite variam de acordo com o tipo e a gravidade da inflamação muscular. Em geral, a condição pode se manifestar de forma gradual ou repentina, afetando a mobilidade e a qualidade de vida. Seus sinais incluem:

  • Fraqueza muscular: um dos sinais mais comuns, pode atingir diferentes grupos musculares, especialmente nos braços, pernas, pescoço e tronco.
  • Dor muscular: sensação de desconforto ou dor nos músculos afetados, podendo ser leve ou intensa, dependendo da progressão da inflamação.
  • Fadiga e cansaço excessivo: a fraqueza e a inflamação podem levar a um estado de fadiga persistente, dificultando atividades diárias.
  • Dificuldade para se movimentar: movimentos simples, como subir escadas, levantar-se de uma cadeira ou erguer objetos, podem se tornar desafiadores.
  • Inchaço e sensibilidade muscular: algumas formas de miosite podem provocar inchaço nos músculos, tornando-os mais sensíveis ao toque.
  • Alterações na pele: em casos como a dermatomiosite, lesões avermelhadas ou arroxeadas podem surgir na pele, especialmente nas mãos, rosto e cotovelos.
  • Febre e mal-estar: quando associada a infecções, a miosite pode vir acompanhada de febre, calafrios e sintomas gripais.
  • Dificuldade para engolir ou falar: em alguns casos, a inflamação pode afetar músculos responsáveis pela deglutição e pela fala.

A intensidade e a combinação dos sintomas podem variar, tornando essencial a avaliação médica para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

Como é feito o diagnóstico

  • Exame clínico: a análise dos sintomas, histórico médico e exame físico são os primeiros passos para a suspeita de miosite, avaliando fraqueza muscular e outros sinais característicos.
  • Exames de sangue: testes laboratoriais podem detectar a presença de enzimas musculares elevadas, como a creatina quinase (CK), além de marcadores inflamatórios e autoanticorpos associados a doenças autoimunes.
  • Ressonância magnética (RM): utilizada para visualizar inflamações musculares, a ressonância pode ajudar a identificar áreas afetadas e monitorar a progressão da condição.
  • Eletromiografia (EMG): esse exame avalia a atividade elétrica dos músculos e nervos, auxiliando no diagnóstico de fraqueza muscular causada por inflamação ou outras condições neuromusculares.
  • Biópsia muscular: considerada um dos exames mais precisos, a biópsia consiste na retirada de uma pequena amostra do músculo para análise laboratorial, permitindo a identificação de inflamações, degenerações e depósitos anormais de proteínas.

A combinação desses exames possibilita um diagnóstico mais preciso, permitindo a diferenciação entre os diferentes tipos de miosite e facilitando a escolha da abordagem terapêutica mais adequada.

Miosite tem cura?

Atualmente, não há uma cura definitiva para todos os tipos de miosite, especialmente aqueles de origem autoimune ou degenerativa. No entanto, diversas abordagens terapêuticas permitem controlar a inflamação, reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

O tratamento adequado pode minimizar a progressão da doença e, em alguns casos, levar a períodos de remissão, nos quais os sintomas desaparecem ou ficam significativamente reduzidos.

Tratamento

O tratamento da miosite varia de acordo com a causa e a gravidade da inflamação muscular. Entre as principais abordagens estão:

Medicamentos

Corticosteroides e imunossupressores são frequentemente utilizados para reduzir a inflamação em casos autoimunes. Em miosites causadas por infecções, o tratamento pode incluir antivirais ou antibióticos específicos.

Fisioterapia e reabilitação

Exercícios orientados por profissionais ajudam a preservar a força muscular, melhorar a mobilidade e reduzir o impacto da fraqueza.

Mudanças no estilo de vida

A prática de atividades físicas leves, aliada a uma alimentação equilibrada, pode contribuir para o manejo dos sintomas e para a saúde muscular geral.
Além dessas abordagens, alguns suplementos podem ser benéficos para auxiliar na recuperação muscular e reduzir a inflamação:

Magnésio

Essencial para a função muscular, o magnésio pode ajudar a reduzir cãibras e melhorar a recuperação muscular. Um estudo associou mutações no gene GNE à miosite por corpos de inclusão tipo 2, uma condição hereditária recessiva que afeta os músculos.

Como o gene GNE tem um papel essencial na regulação de enzimas envolvidas no metabolismo celular, mutações podem reduzir sua eficiência. Entre as recomendações terapêuticas, destaca-se o consumo de magnésio, pois ele atua como cofator essencial para essa enzima, podendo ajudar na função muscular e no controle da progressão da doença.

Vitamina B12

Importante para a produção de glóbulos vermelhos e o funcionamento neuromuscular, sua deficiência pode agravar a fraqueza muscular. Um estudo descreve um caso de miosite por corpos de inclusão (IBM) associado à deficiência de vitamina B12.

Os pesquisadores sugerem que ela pode estar relacionada a sintomas neuromusculares em pacientes com IBM. Como a vitamina B12 é essencial para a saúde dos nervos e dos músculos, sua reposição pode ajudar a minimizar sintomas neuropáticos e melhorar a função muscular em pessoas com miosite.

Creatina

Contribui para a regeneração muscular e pode ser útil para melhorar a força e a resistência em indivíduos com miosite. Um estudo investigou a suplementação de creatina em crianças com dermatomiosite juvenil (JDM) e concluiu que o uso do suplemento foi seguro e bem tolerado.

Houve adaptações positivas no metabolismo muscular, como melhora no equilíbrio do pH muscular e na relação fosfato/fosfocreatina. Esses resultados sugerem que a creatina pode auxiliar na função muscular e na recuperação em casos de miosite.

Ômega-3

Com propriedades anti-inflamatórias, pode ajudar a reduzir a inflamação muscular e favorecer a recuperação. Um estudo investigou os efeitos da suplementação de ômega-3 (n-3) na inflamação e recuperação muscular após danos musculares induzidos pelo exercício (EIMD).

Os resultados mostraram que a suplementação por quatro semanas ajudou a reduzir a dor muscular 24 horas após o exercício e preveniu a queda no pico de potência muscular observada no grupo placebo.

Embora não tenha melhorado diretamente o desempenho, o ômega-3 demonstrou propriedades anti-inflamatórias que podem auxiliar na recuperação muscular e reduzir o desconforto associado à miosite.

O acompanhamento médico é essencial para definir o melhor plano de tratamento, garantindo que todas as estratégias sejam adequadas ao quadro clínico de cada indivíduo.

Possíveis complicações

Sem o tratamento adequado, a miosite pode levar a complicações que afetam a qualidade de vida. Entre as principais, destacam-se:

  • Perda de força e atrofia muscular: a inflamação prolongada pode levar à degeneração dos músculos, comprometendo a mobilidade.
  • Dificuldade para engolir e respirar: em casos mais graves, a miosite pode afetar músculos responsáveis pela deglutição e respiração, aumentando o risco de complicações respiratórias.
  • Dor crônica e fadiga: a persistência da inflamação pode resultar em dores musculares constantes e cansaço extremo.
  • Comprometimento da autonomia: a fraqueza muscular progressiva pode impactar a realização de atividades diárias, tornando a pessoa mais dependente de assistência.

O diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo são fundamentais para minimizar esses riscos e garantir uma melhor qualidade de vida para quem convive com a miosite.

A miosite é uma condição que pode impactar significativamente a qualidade de vida, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado ajudam a controlar os sintomas e reduzir complicações. Com acompanhamento especializado, é possível gerenciar a condição e promover mais bem-estar no dia a dia!

Foto de Joana Mazzochi Aguiar

Conteúdo criado por especialista:

Joana Mazzochi Aguiar

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Joana Mazzochi Aguiar, nutricionista (CRN 10 – 10934), formada pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). É especialista em Atendimento Nutricional para Cirurgia Bariátrica e atualmente cursa pós-graduação em Saúde da Mulher e Estética pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional e do cuidado integral à saúde feminina.

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