Melatonina: para que serve, uso e cuidados

A melatonina é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo humano, que serve para a regulação do sono. Mais precisamente, esse hormônio tem a função de sincronizar o nosso relógio biológico, indicando para o corpo que é hora de dormir.

Além de ser produzida naturalmente, a melatonina também é comumente usada como suplemento para melhorar a qualidade do sono, em casos onde o ciclo natural de sono está desregulado. A suplementação com melatonina é muito utilizada também para tratar insônias e outras desordens do sono, no entanto, é preciso ter alguns cuidados com o uso.

Confira a seguir como usar melatonina de forma segura e eficiente!

Antes de saber para que serve, é preciso entender o que é melatonina. Trata-se de um hormônio natural produzido pela glândula pineal no cérebro, cuja produção é influenciada pela exposição à luz e à escuridão. A melatonina é essencial para a manutenção dos ritmos circadianos, que regulam não só o sono, mas também outras funções vitais como alimentação, temperatura corporal e secreção hormonal. 

A melatonina serve para que o corpo reconheça quando é hora de dormir. Sendo assim, a sua principal função é regular o ciclo circadiano, mantendo o ciclo de dormir e acordar alinhado com as mudanças naturais de luz e escuridão. Esse hormônio serve também como um regulador do sono, melhorando sua qualidade e duração, além de contribuir para o funcionamento geral do corpo e para a saúde a longo prazo.

Apesar da maioria das pessoas usarem melatonina para dormir, a verdade é que a melatonina pode oferecer outros benefícios que vão além de melhorar a qualidade do sono. Os principais benefícios da melatonina encontrados em estudos são: 

Estudos indicam que a melatonina pode facilitar uma transição mais suave para o sono e promove um descanso mais profundo e reparador. Essa regulação ajuda a melhorar a qualidade do sono e a saúde em geral. Por exemplo, crianças que enfrentam diversas dificuldades de desenvolvimento e problemas neuropsiquiátricos muitas vezes têm baixos níveis de melatonina. Conforme pesquisas, quando esses ritmos circadianos são normalizados, pode haver melhorias no comportamento, humor, desenvolvimento, capacidade intelectual, saúde geral

Estudos sugerem um possível papel da melatonina para emagrecer, ao influenciar positivamente o metabolismo durante o sono. Dos 23 estudos incluídos em uma meta-análise, 11 mostraram resultados significativos da suplementação de melatonina na perda de peso, IMC ou circunferência da cintura, em comparação com o placebo. 

Além de sua eficácia para o sono, em alguns casos a melatonina serve para ansiedade, atuando como um calmante natural ao promover uma sensação de relaxamento. Estudos clínicos mostraram que a melatonina administrada como pré-medicação pode reduzir a ansiedade pré-operatória em pacientes.

Um estudo que investigou o potencial antioxidante da melatonina verificou que ela também exerce funções importantes como antioxidante, combatendo radicais livres e reduzindo o estresse oxidativo. O estudo também apoia o papel anti-inflamatório da melatonina, tanto em processos de inflamação aguda como crônica, o que pode contribuir para a prevenção de doenças crônicas. 

Um estudo de revisão sobre os impactos da melatonina na imunidade mostrou que a melatonina beneficia o sistema imunológico, fortalecendo as defesas do corpo e promovendo uma resposta imunológica mais eficiente. Isso é vital para a manutenção da saúde e bem-estar geral.

Muitas pessoas têm dúvidas sobre como tomar melatonina de forma segura. Para isso é essencial considerar a dosagem, o momento adequado para consumo e a duração do uso. 

A dosagem de melatonina recomendada para adultos geralmente varia entre 0,5 mg a 5 mg, tomada cerca de 30 a 60 minutos antes de dormir. A Anvisa autoriza um consumo diário máximo de 0,21 mg de melatonina na forma de suplemento alimentar. É muito importante não exceder a dosagem sem orientação médica. Para crianças, a dosagem é menor e deve ser ajustada e supervisionada por um profissional de saúde. 

A duração de uso de melatonina deve ser temporária, ou seja, não é recomendável usar melatonina a longo prazo. O seu uso prolongado deve ser avaliado por um médico para evitar dependência ou efeitos adversos.

Além disso, a melatonina é frequentemente combinada com triptofano, um precursor da serotonina, para potencializar seus efeitos sobre o sono e o humor. o suplemento de melatonina com triptofano pode ser uma opção para alguns casos.

Embora seja raro, o uso de melatonina pode trazer alguns efeitos colaterais, que são importantes de serem observados. Entre os efeitos colaterais da melatonina, os mais comuns são: 

Além disso, o uso prolongado de melatonina pode gerar possíveis impactos na saúde, como desregulação hormonal e dependência psicológica. Uma outra questão frequentemente levantada é se a melatonina faz mal para o fígado e, embora não existam evidências conclusivas de danos hepáticos ligados ao uso de melatonina, pessoas com condições pré-existentes do fígado devem consultar um médico antes de iniciar o uso.

Ademais, é recomendável evitar a melatonina em casos de gravidez, amamentação, ou em combinação com certos medicamentos sem supervisão médica.

No Brasil, a melatonina é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que classifica o suplemento como um produto controlado, disponível tanto por prescrição quanto em concentrações mais baixas para venda livre.

É fundamental seguir a orientação médica antes de iniciar o uso de um suplemento de melatonina, especialmente para garantir que a dosagem e a duração do tratamento sejam seguras e adequadas às necessidades individuais. A ANVISA recomenda que os consumidores estejam atentos às informações de rotulagem da melatonina e procurem produtos aprovados para evitar produtos de qualidade duvidosa. 

Por fim, seja para melhorar a qualidade do sono ou para potencializar a saúde geral, o suplemento de melatonina pode ser uma valiosa aliada no cotidiano das pessoas, sempre que orientado por um profissional de saúde qualificado. 

Texto criado por Rafaela Fürst Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.