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Melatonina para crianças: uso seguro e contra indicações

A melatonina, um hormônio natural que regula o ciclo sono-vigília, tem sido amplamente discutida para tratar problemas de sono em crianças. Com o aumento das dificuldades para dormir na infância, muitos pais a consideram como uma alternativa para ajudar seus filhos a ter um sono de qualidade. No entanto, o uso de melatonina para crianças envolve várias considerações, como avaliação pediátrica, dosagem adequada, segurança e eficácia.

Então, afinal, criança pode tomar melatonina? Para responder essa pergunta, é essencial compreender em detalhes as diretrizes regulatórias para assegurar uma abordagem segura e eficaz no tratamento dos problemas de sono infantil. Neste texto, você encontrará informações detalhadas sobre o assunto.

Quais os potenciais benefícios da melatonina para crianças?

Quando administrada corretamente, a melatonina pode proporcionar benefícios significativos para adultos com dificuldades relacionadas ao sono. De acordo com um estudo publicado em 2017, a melatonina, um hormônio endógeno liberado principalmente à noite, é bem tolerada a partir de 19 anos e ajuda a sincronizar os ritmos circadianos, melhorando o início, a duração e a qualidade do sono. Além disso, ela atua como antioxidante e promove a sobrevivência neuronal.

No entanto, os estudos sobre o uso de melatonina em distúrbios do sono na infância ainda são limitados. O primeiro relato clínico de seu uso em crianças ocorreu em 1991, quando foi administrada a um menino de 9 anos com um ritmo sono-vigília alterado, resultando na correção do padrão de sono. Em 1994, Jan et al. administraram melatonina a 15 crianças com insônia e déficit visual, obtendo resultados promissores.

Apesar de a melatonina ser conhecida como indutora de sono e mostrar potencial em crianças, como mencionado, a prática clínica ainda carece de informações científicas mais aprofundados para confirmar sua eficácia e segurança. Em alguns países, a melatonina para crianças é aprovada e utilizada, mas no Brasil, a ANVISA não libera a melatonina para uso pediátrico sem uma indicação médica específica.

Quando é recomendado o uso de melatonina para crianças?

A melatonina pode ser uma alternativa útil para regular o sono em adultos, especialmente quando há desajuste no ritmo circadiano ou condições específicas que afetam o sono. No entanto, nesses casos para crianças, ela nem sempre é a primeira opção considerada, mesmo quando orientada por um profissional de saúde.

Em algumas situações, especialistas podem recomendar a melatonina para crianças dormirem quando enfrentam dificuldades devido a distúrbios do ritmo circadiano ou condições como autismo e TDAH. Ela pode ajudar a restabelecer padrões de sono mais regulares, oferecendo um benefício significativo quando outras abordagens não têm sido eficazes.

A Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) sugere que a melatonina pode melhorar o sono em crianças com desalinhamento de seus relógios biológicos e em algumas com problemas de desenvolvimento. No entanto, a AASM destaca que é crucial que os pais consultem um profissional de saúde antes de iniciar a suplementação com melatonina. A orientação médica é fundamental para garantir que a melatonina seja utilizada de forma segura e eficaz.

Dosagem correta de melatonina para crianças

No Brasil, a melatonina não é autorizada pela ANVISA para uso em suplementos destinados a crianças. Em agosto de 2023, a ANVISA proibiu a comercialização, distribuição, propaganda e o uso de um suplemento alimentar contendo melatonina específico para crianças. Essa decisão reflete a falta de evidências suficientes sobre a segurança do suplemento para essa faixa etária, de acordo com os critérios da agência.

Apesar dessas restrições, a melatonina pode ser considerada sob orientação pediátrica adequada. Após uma avaliação completa das necessidades e condições específicas, um médico pode prescrever a dose correeta de melatonina para a criança. Ela será ajustada com base na idade, peso e necessidades individuais. É fundamental seguir as recomendações médicas para garantir que a administração do suplemento seja segura e adequada para a situação específica da criança.

Além de não ser autorizada para crianças, a melatonina também não é aprovada para gestantes e mulheres lactantes. Ela está disponível apenas para adultos com 19 anos ou mais, com uma dosagem limitada a 0,21 mg por dia e sem alegações de uso específicas.

Segurança e efeitos colaterais da melatonina em crianças

Embora a melatonina seja frequentemente usada, é importante estar ciente dos potenciais efeitos colaterais e preocupações associadas ao seu uso, independente da idade.

Efeitos colaterais potenciais:

  • sonolência diurna: a administração inadequada de melatonina pode resultar em sonolência excessiva durante o dia, impactando a concentração e o desempenho;
  • distúrbios gastrointestinais: náuseas, vômitos e dores de estômago são efeitos colaterais que podem ocorrer, variando conforme a sensibilidade individual;
  • alterações de humor: mudanças no humor, como irritabilidade ou mudanças bruscas de comportamento, podem ser observadas em algumas pessoas.

Preocupações e monitoramento:

  • desregulação hormonal: o uso de melatonina pode interferir na produção natural de hormônios pelo organismo, potencialmente desregulando o ciclo sono-vigília e outros processos fisiológicos;
  • impacto no desenvolvimento: como o cérebro infantil ainda está em desenvolvimento, há preocupações de que a melatonina possa afetar negativamente processos neurocognitivos e o desenvolvimento saudável;
  • efeitos a longo prazo: os efeitos colaterais a longo prazo ainda não são completamente compreendidos, incluindo possíveis impactos na função cognitiva e no crescimento geral da criança;
  • possibilidade de dependência: existe o risco de que a criança possa se tornar dependente do suplemento para dormir, o que pode dificultar a regulação natural do sono.

Alternativas à melatonina para melhorar o sono infantil

Para melhorar o sono das crianças sem recorrer à melatonina, existem diversas estratégias eficazes que podem ser implementadas. Essas abordagens focam em criar um ambiente e uma rotina que promovam um sono saudável e restaurador:

1. Estabelecimento de rotina regular

Manter horários consistentes para acordar, se alimentar, realizar atividades físicas e dormir é fundamental. O sono começa na hora que acordamos. Por isso, uma rotina bem estruturada ajuda a regular o relógio biológico da criança, facilitando um sono mais tranquilo e consistente.

2. Ambiente de sono adequado

Criar um ambiente propício para o sono é crucial. Certifique-se de que o quarto esteja escuro, fresco e silencioso. Reduzir a exposição à luz intensa e ao barulho antes de dormir pode ajudar a criança a relaxar e adormecer com mais facilidade. A temperatura do ambiente também deve ser adequada, favorecendo um sono confortável e contínuo.

3. Técnicas de higiene do sono

Reduzir o uso de dispositivos eletrônicos, televisão e música alta próximo à hora de dormir fazem parte das técnicas. Esses estímulos podem interferir na capacidade da criança de adormecer. Além disso, introduzir atividades calmantes, como ler uma história, ouvir música suave ou tomar um banho morno antes de dormir, ajudam a sinalizar ao corpo que é hora de relaxar.

4. Dieta e alimentação

Uma alimentação equilibrada também desempenha um papel importante na qualidade do sono. Evite alimentos e bebidas estimulantes, como café, refrigerantes e chocolate, perto da hora de dormir. Opte por refeições leves e nutritivas que não sobrecarreguem o sistema digestivo da criança antes de dormir.

5. Práticas de relaxamento

Ensinar a criança a relaxar antes de dormir pode ajudar a lidar com a aversão ao sono. Técnicas de relaxamento, como respiração profunda ou exercícios de alongamento leve, podem ajudar a reduzir a tensão e preparar o corpo para o sono.

6. Estímulo à atividade física

Incentivar a prática regular de exercícios físicos durante o dia ajuda a gastar energia e pode melhorar a qualidade do sono à noite. No entanto, evite atividades físicas intensas muito perto da hora de dormir, pois podem ter o efeito oposto.

Em resumo, a combinação de uma rotina regular, um ambiente adequado, técnicas de relaxamento e hábitos alimentares saudáveis pode promover um sono de melhor qualidade para as crianças. Implementar essas estratégias pode ajudar a melhorar o padrão de sono sem a necessidade de suplementação com melatonina.

Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.

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