Atualizado em 25 de Abril de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Entenda a relação entre a diabetes e a genética

A diabetes, uma síndrome metabólica que impacta milhões de pessoas globalmente, apresenta um vínculo inegável com a genética. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 em cada 11 indivíduos no mundo seja afetado por essa condição, que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue, também conhecido como hiperglicemia. 

Enquanto é comum associarmos a diabetes diretamente ao consumo de açúcar, é importante compreender que o cerne do problema não está no açúcar em si, mas na insulina, um hormônio crucial para o controle dos níveis glicêmicos. Além disso, existe um componente genético que desempenha um papel significativo na predisposição ao desenvolvimento da diabetes tipo 1 e tipo 2. 

Portanto, neste blogspot, aprofundaremos os motivos que fazem o pâncreas não ser capaz de produzir o hormônio insulina na forma e quantidade suficiente, a ligação entre diabetes e a genética, assim como seus principais sintomas, diagnóstico e prevenção.

O que é a diabetes?

A diabetes é uma condição crônica que afeta 17 milhões de pessoas só no Brasil. Essa doença é caracterizada pela produção insuficiente de insulina, um hormônio fundamental que regula os níveis de glicose no sangue e serve como fonte de energia para o corpo. Existem dois principais tipos de diabetes: tipo 1 e tipo 2, cada uma com suas características distintas e fatores desencadeantes.

A diabetes tipo 1 é menos comum, abrangendo de 5% a 10% dos casos, e geralmente se manifesta durante a infância. Sua causa primária está relacionada à genética, onde o corpo produz pouca ou nenhuma insulina, levando os indivíduos a necessitarem de injeções frequentes desse hormônio. Embora a genética desempenhe um papel central, fatores ambientais, como o estilo de vida, também podem influenciar seu desenvolvimento.

Por outro lado, a diabetes tipo 2 é a forma mais prevalente da doença, representando cerca de 90% dos diagnósticos no Brasil. Nesse caso, o corpo não consegue controlar efetivamente os níveis de açúcar no sangue devido à resistência à insulina ou à produção insuficiente desse hormônio. 

A diabetes tipo 2 está intimamente relacionada a genética, mas também aos hábitos alimentares, como o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar, sobrepeso, hipertensão, falta de atividade física e outros padrões dietéticos inadequados.

Principais sintomas da sintomas de diabetes

A diabetes é uma condição de saúde que pode se manifestar de diferentes maneiras, e o reconhecimento dos sintomas é crucial para um diagnóstico precoce e um gerenciamento eficaz. Aqui estão os principais sintomas associados aos tipos de diabetes:

Diabetes tipo 1:

  • fome frequente;
  • sede constante;
  • vontade de urinar diversas vezes ao dia;
  • perda de peso;
  • fraqueza;
  • fadiga;
  • mudanças de humor;
  • náusea e vômito.

Diabetes tipo 2:

  • fome frequente;
  • sede constante;
  • formigamento nos pés e mãos;
  • vontade de urinar diversas vezes;
  • infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
  • feridas que demoram para cicatrizar;
  • visão embaçada.

É importante ressaltar que a diabetes tipo 2, em seus estágios iniciais, pode não apresentar sintomas facilmente perceptíveis. Muitas vezes, os sintomas começam a se manifestar quando os níveis de glicose no sangue já estão elevados, tornando o diagnóstico precoce desafiador. Portanto, é fundamental estar atento a esses sintomas e buscar orientação médica caso eles se manifestem, especialmente se houver histórico familiar da doença ou outros fatores de risco.

Pré-diabetes:

O pré-diabetes é como uma "chamada para ação", pois não apresenta sintomas graves mas requer atenção e mudanças na alimentação. Nesse estágio que antecede o diabetes tipo 2, o organismo está se esforçando muito para manter os níveis de glicose do sangue em uma faixa saudável. Em outras palavras, o pré- diabetes é um indicador de que o corpo está começando a parar de usar a insulina com a eficiência que deveria.

De modo geral, o pré-diabetes não apresenta sintomas ou os sintomas são tão leves que podem passar despercebidos por vários anos. Entretanto, em alguns casos o sintomas de pré diabetes podem incluir:

  • fadiga;
  • aumento de sede;
  • aumento do apetite;
  • emagrecimento inexplicável;
  • micção frequente.

Diabetes infantil

O Diabetes infantil é o diabetes mellitus tipo I diagnosticado na infância. Esse tipo de diabetes está associado à autoimunidade e à deficiência absoluta de insulina. Infelizmente não há cura e por isso é necessário monitorar regularmente os níveis de açúcar no sangue, administrar insulina e fazer algumas mudanças no estilo de vida.

Os sintomas de diabetes infantil se desenvolvem rapidamente e são os mesmos da diabetes tipo I. Nesse contexto, o gerenciamento bem-sucedido dos níveis de glicose no sangue pode ajudar a evitar as principais complicações do diabetes, como:

  • cetoacidose;
  • danos nos nervos;
  • disfunções renais;
  • pressão alta;
  • problemas de visão;
  • doenças cardiovasculares.

Predisposição genética a diabetes

A predisposição genética, também conhecida como risco genético ou suscetibilidade, refere-se à maior probabilidade de um indivíduo desenvolver uma determinada doença com base em marcadores genéticos específicos. Muitas vezes, isso é transmitido de um dos pais para o filho.

Embora fatores externos desempenhem um papel significativo no desenvolvimento da diabetes, a genética é crucial na predisposição a essa condição de saúde. Tanto a diabetes tipo 1 quanto a tipo 2 têm ligações com a constituição genética. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a diabetes tipo 2 possui um componente genético que aumenta a probabilidade de pessoas de uma mesma família desenvolve-la. Estudos têm demonstrado que tanto a combinação de vários genes diferentes quanto mutações em genes específicos estão associados à diabetes. Um exemplo é o gene HNF4A, uma das formas monogênicas mais comuns da diabetes.

Entre os genes mais estudados e associados à diabetes também estão o TCF7L2, CTLA-4, PTPN1, PTPN2 e SLC6A4. O gene TCF7L2, em particular, tem sido considerado um importante candidato à suscetibilidade ao diabetes tipo 2, devido ao seu papel na regulação da glicose no sangue e na função das células beta.

É importante entender que a genética desempenha um papel diferenciado nos dois principais tipos de diabetes. Enquanto a diabetes tipo 1 é fortemente influenciada pelos genes e pode resultar de mutações específicas, a tipo 2 também possui uma predisposição genética, mas seus fatores de risco estão mais ligados a hábitos de vida e obesidade.

Grupos de risco e outras causas da diabetes

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da diabetes estão a idade acima de 45 anos, o sobrepeso (com um índice de massa corporal superior a 25), a obesidade central (com medidas de cintura abdominal acima de 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, medidas na altura das cristas ilíacas), e antecedentes familiares de diabetes (pais afetados). 

Além disso, a hipertensão arterial (pressão arterial acima de 140/90 mmHg), níveis de colesterol HDL abaixo de 35 mg/Dl e triglicerídeos acima de 150 mg/Dl, história de macrossomia ou diabetes gestacional, diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos e a presença de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares ou vasculares periféricas também aumentam o risco.

Além desses fatores, a dieta inadequada e o sedentarismo desempenham um papel significativo no desenvolvimento da diabetes. Dietas ricas em açúcares refinados e gorduras saturadas, juntamente com a falta de atividade física regular, podem contribuir para o surgimento da doença.

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Diagnóstico e testes genéticos para diabetes

A avaliação da glicose no sangue, conhecida como glicemia, é o exame de referência para rastrear o Diabetes mellitus. Conforme as mais recentes diretrizes da Associação Americana de Diabetes, os resultados são considerados normais quando a concentração de glicose se mantém até 99 mg/dL durante o exame de glicemia em jejum.

Se os níveis de glicose se situam entre 100 e 125 mg/dL, isso indica uma condição de glicemia em jejum inadequada, recomendando-se, então, a realização do teste oral de tolerância à glicose.

Para confirmar o diagnóstico de Diabetes mellitus, são necessários dois exames consecutivos com resultados superiores a 125 mg/dL. Além disso, fora do contexto de jejum, uma leitura de glicemia superior a 200 mg/dL, quando acompanhada de sintomas de diabetes, é suficiente para o diagnóstico da condição.

Além disso, os avanços na genética permitiram o desenvolvimento de testes genéticos específicos para avaliar o risco genético de desenvolver diabetes. Um exemplo notável é o teste genético da Genera em parceria com a Ocean Drop. Esse teste analisa marcadores genéticos associados à diabetes e oferece informações valiosas sobre a predisposição genética do indivíduo à doença.

Os testes genéticos podem ajudar a identificar genes que aumentam a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 1 e tipo 2. Essas informações podem ser úteis para orientar estratégias de prevenção e gerenciamento personalizado, permitindo que os indivíduos tomem medidas proativas para reduzir seu risco.

Como evitar a diabetes genética?

Primeiramente, é fundamental compreender que mesmo com uma predisposição genética, é possível não desenvolver a diabetes. A genética é apenas uma parte da equação, e fatores de estilo de vida desempenham um papel significativo, principalmente no tipo 2. Aqui estão algumas dicas para evitar ou tratar a diabetes e como os testes genéticos podem ser úteis:

  • atividade física regular: o exercício é um aliado poderoso na prevenção da diabetes. Ele ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e a manter os níveis de glicose sob controle. Os testes genéticos podem indicar se você possui genes que afetam a resposta do seu corpo ao exercício, permitindo um plano de atividade física adaptado às suas necessidades genéticas;
  • alimentação balanceada: uma dieta saudável desempenha um papel crucial na prevenção da diabetes. Os resultados dos testes genéticos podem identificar como seu corpo metaboliza nutrientes, como carboidratos e gorduras. Isso possibilita a criação de um plano alimentar personalizado, ajustando a ingestão de alimentos de acordo com sua predisposição genética;
  • monitoramento regular: para pessoas com predisposição genética à diabetes, é essencial monitorar regularmente os níveis de glicose no sangue. Testes genéticos, como o da Genera em parceria com a OMV, podem fornecer informações sobre a probabilidade de desenvolver a doença, orientando a frequência dos exames de glicose e outros cuidados médicos;
  • suplementação personalizada: testes genéticos avançados, como os oferecidos pela OMV, não apenas revelam a predisposição genética à diabetes, mas também indicam necessidades específicas de vitaminas e nutrientes. Isso permite a suplementação personalizada, fornecendo os nutrientes necessários para otimizar a saúde metabólica.

Lembrando que a genética não é um destino selado, mas sim um guia para escolhas de estilo de vida mais informadas. Com o conhecimento adequado e ações preventivas, é possível reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes, mesmo que haja uma predisposição genética. Portanto, a prevenção e o tratamento personalizados são a chave para vencer a batalha contra a diabetes genética.

Lembrando que a genética não é um destino selado, mas sim um guia para escolhas de estilo de vida mais informadas. Com o conhecimento adequado e ações preventivas, é possível reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes, mesmo que haja uma predisposição genética. Portanto, a prevenção e o tratamento personalizados são a chave para vencer a batalha contra a diabetes genética.

Lembrando que a genética não é um destino selado, mas sim um guia para escolhas de estilo de vida mais informadas. Com o conhecimento adequado e ações preventivas, é possível reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes, mesmo que haja uma predisposição genética. Portanto, a prevenção e o tratamento personalizados são a chave para vencer a batalha contra a diabetes genética.

Como controlar a diabetes

O principal objetivo do tratamento de qualquer tipo de diabetes é manter os níveis de glicose sob controle, dentro de uma faixa saudável. Para tanto, é indispensável:

  • manter um peso adequado;
  • cuidar a alimentação;
  • fazer exercício físico regularmente;
  • parar de fumar;
  • reduzir o estresse.

Dito isso, os principais recursos terapêuticos para controlar a diabetes incluem:

Medicação antidiabética

Os medicamentos antidiabéticos são indicados quando as alterações de dieta e estilo de vida não são suficientes para manter os níveis de glicose no sangue normais. No entanto, estudos indicam que a medicação só é necessária se os níveis de açúcar no sangue não puderem ser regulados de outra forma.

Apesar de eficientes, as medicações frequentemente causam hipoglicemia e outros efeitos colaterais como qualquer medicamento. Entre as medicações para diabetes, a Metformina é a mais conhecida.

Aplicação de insulina

Todas as pessoas com diabetes tipo 1 precisam injetar insulina, mas o cenário é diferente para quem tem diabetes tipo 2. Estudos explicam que pessoas com diabetes do tipo 2 geralmente só precisam de insulina se o tratamento com dieta controlada e medicações não reduzirem os níveis de glicose suficientemente. Isso raramente é o caso.

Perder peso (em casos de sobrepeso ou obesidade)

Conforme estudos, a perda de peso melhora quase todos os fatores de risco e complicações relacionados à diabetes. Um estudo mostrou que durante um programa de emagrecimento bem como logo após a cirurgia bariátrica, já existem melhorias significativas na sensibilidade à insulina hepática e muscular e na secreção pancreática de insulina. Esse achado sugere que a adesão a qualquer dieta de déficit calórico que promova e sustente a perda de peso, pode melhorar os marcadores da diabetes.

Utilização da Spirulina

A spirulina, uma alga azul-esverdeada, vem sendo estudada por seus potenciais benefícios para a saúde, especialmente para pessoas com diabetes. Um estudo relatou que a utilização da spirulina resultou em um aumento dos níveis de adiponectina, um hormônio que auxilia no controle do açúcar no sangue.

Além disso, alguns componentes antioxidantes da spirulina podem ajudar a combater o estresse oxidativo, que está frequentemente associado ao desenvolvimento de complicações diabéticas.

Dieta

Além disso, alguns componentes antioxidantes da spirulina podem ajudar a combater o estresse oxidA alimentação é considerada um dos pilares para a prevenção e progressão do diabetes, pois é a partir da ingestão de alimentos que a insulina é recrutada e colocada "à prova". A diabetes pode então piorar ou melhorar conforme os alimentos que a pessoa ingere. Dito isso, seguir uma dieta para diabéticos adequada ajuda a manter o cenário glicêmico sob controle.ativo, que está frequentemente associado ao desenvolvimento de complicações diabéticas.

Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes, o conteúdo foi escrito pela equipe Ocean Drop e cuidadosamente revisado pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional. Você pode conferir suas valiosas contribuições em seu Instagram @nutrisuelencosta.