Depressão sazonal: características e tratamento
Uma condição psicológica que se manifesta em algumas épocas do ano, especialmente nos meses de inverno, você já ouviu falar na depressão sazonal? Ela é frequentemente referida também como transtorno afetivo sazonal (TAS), e é uma forma bem específica de depressão.
O seu desenvolvimento está ligado à redução natural da luz solar, típica dos meses de inverno e de países que recebem pouca luz solar, como em Norilsk, na Rússia, uma cidade que fica até três meses sem ver o sol. Os sintomas do TAS vão além de um simples "baixo-astral"; eles podem incluir falta de energia, alterações no apetite ou no peso, uma necessidade desproporcional de sono e uma sensação palpável de desesperança ou desânimo.
Conheça mais sobre essa forma intrigante de depressão, como diagnosticar e quais os recursos terapêuticos disponíveis.
O que é depressão sazonal?
Poucas pessoas sabem o que é depressão sazonal, pois pouco se conhece sobre ela, sobretudo aqui no Brasil. Também conhecida como transtorno afetivo sazonal, essa condição é um tipo de depressão que segue um padrão sazonal, afetando principalmente indivíduos durante os meses de inverno.
Com a diminuição da luz solar e os dias mais curtos no inverno, pessoas suscetíveis ao desenvolvimento de depressão podem experimentar mudanças significativas em seu humor e comportamento. Esse transtorno se manifesta com sintomas como tristeza persistente, falta de interesse em atividades antes prazerosas e alterações no sono e apetite.
Esses sintomas surgem tipicamente no final do outono ou início do inverno e geralmente se atenuam com a chegada da primavera e do verão, demonstrando como essa condição pode variar significativamente ao longo das diferentes estações do ano.
Sintomas e tipos de depressão sazonal
Assim como os sintomas da depressão comum variam, os sintomas da depressão sazonal podem variar consideravelmente entre as pessoas também. O padrão dos sintomas também podem variar de acordo com as estações em que surgem, porém os meses de inverno são geralmente os mais desafiadores para aqueles que sofrem com a depressão sazonal.
Os sintomas mais típicos desse tipo de depressão podem incluir:
- humor persistentemente triste, ansioso ou “vazio” na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos 2 semanas;
- sentimentos de desesperança e pessimismo;
- irritabilidade, frustração ou inquietação;
- sentimentos de culpa, inutilidade e desamparo;
- perda de interesse ou prazer atividades que lhe eram interessantes;
- fadiga ou sensação de lentidão;
- dificuldade de concentração;
- alterações no sono ou apetite;
- alterações de peso;
- dormir demais;
- comer demais, principalmente com desejo por carboidratos;
- isolamento social (sensação de estar “hibernando”).
Causas e consequências da depressão sazonal
A depressão sazonal é desencadeada pelas mudanças climáticas e redução de luz solar, porém suas raízes estão em alterações bioquímicas do cérebro, principalmente a diminuição dos níveis de serotonina e desregulação do ritmo circadiano.
Tanto a serotonina quanto a Melatonina ajudam a manter o ritmo diário do corpo vinculado ao ciclo de noite-dia e, as pessoas com TAS não conseguem se ajustar às mudanças sazonais na duração do dia, levando a mudanças no sono, humor e comportamento.
Estudos indicam que pessoas com depressão sazonal, especialmente a de padrão de inverno, têm níveis reduzidos de serotonina cerebral, que é o neurotransmissor que ajuda a regular o humor. A luz solar afeta os níveis de moléculas que ajudam a manter os níveis normais de serotonina. A luz do dia por períodos mais curtos podem impedir que essas moléculas funcionem corretamente, contribuindo para a diminuição dos níveis de serotonina.
Outros estudos também sugerem que ambas as formas de depressão sazonal estão relacionadas a níveis alterados de melatonina — o hormônio que mantém o ciclo normal de sono-vigília. Pessoas com depressão sazonal de padrão de inverno produzem muita melatonina, o que pode aumentar a sonolência e levar a dormir demais. Em contraste, pessoas com transtorno afetivo sazonal de padrão de verão podem ter níveis reduzidos de melatonina, com dias longos e quentes piorando a qualidade do sono e levando a sintomas de depressão.
Essas alterações podem levar a uma série de consequências afetando profundamente o bem-estar emocional e físico. No ambiente profissional, a depressão sazonal pode resultar em queda de produtividade, dificuldades de concentração e procrastinação. Na esfera pessoal, pode-se enfrentar isolamento social, tensões em relacionamentos e uma diminuição geral na qualidade de vida. Essas consequências revelam como a depressão sazonal pode ser debilitante.
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Diagnóstico e tratamento da depressão sazonal
O diagnóstico da depressão sazonal geralmente é dado por meio de um teste de depressão sazonal, que envolve uma avaliação clínica detalhada feita por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra. Esse teste busca identificar padrões de sintomas que se repetem sazonalmente, ao longo de pelo menos dois anos consecutivos.
Para ser diagnosticado, os critérios são:
- apresentar sintomas de depressão ou sintomas mais específicos do transtorno;
- os episódios depressivos ocorrem durante estações específicas (inverno ou verão) por pelo menos 2 anos consecutivos;
- os episódios depressivos durante uma estação específica são mais frequentes do que os episódios depressivos vivenciados em outras épocas do ano.
Uma vez diagnosticado, o tratamento de depressão sazonal pode incluir:
A terapia de luz
Envolve o uso de uma caixa de luz que emite uma luz muito mais intensa que a luz ambiente, para compensar a falta de exposição solar.
Suplementação
Especialmente com vitamina D, conhecida como a "vitamina do sol". Assim como o uso de suplementos de melatonina em casos de depressão sazonal de padrão de verão.
Medicações antidepressivas
Como as medicações da classe de inibidores da recaptação de serotonina (IRS), para ajudar a regular os neurotransmissores. Em paralelo, a psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, ajuda a modificar os padrões de pensamento negativos associados à depressão.
Além desses tratamentos, ajustes no estilo de vida também podem desempenhar um papel crucial na minimização dos efeitos da depressão sazonal. Manter uma rotina regular de exercícios físicos, garantir uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, e maximizar a exposição à luz natural sempre que possível são medidas importantes.
Também é essencial procurar a convivência e o apoio de amigos e familiares, além de considerar grupos de apoio ou aconselhamento.
Rotina e estratégias para prevenir a depressão sazonal
Como se prevenir da depressão sazonal? Para prevenir a depressão sazonal, é essencial adotar uma rotina que incorpore algumas estratégias, como:
- maximizar a exposição à luz natural tentando passar algum tempo ao ar livre todos os dias, especialmente nas primeiras horas da manhã;
- manter uma rotina regular de exercícios físicos, pois a atividade física libera endorfinas, os chamados "hormônios da felicidade";
- estabelecer um padrão de sono saudável, indo para a cama e acordando no mesmo horário todos os dias;
- envolver-se em atividades sociais e hobbies que trazem alegria pode ajudar nos sentimentos de isolamento e tristeza;
- considerar o uso de uma caixa de luz artificial, especialmente nos meses de inverno, para simular a luz solar.
Quando buscar ajuda profissional
Buscar ajuda de especialistas em saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra pode ser fundamental em alguns casos de depressão sazonal. Essa ajuda deve ser procurada quando os métodos de autocuidado não estão sendo eficientes para aliviar os sintomas de depressão sazonal.
É importante reconhecer sinais como tristeza persistente, perda de interesse em atividades diárias, alterações significativas no sono ou apetite, e sentimentos de desesperança, que podem indicar a necessidade de intervenção profissional.
A partir do momento que os sintomas persistem e começam a interferir no trabalho, nas relações sociais ou nas atividades diárias, é hora de buscar ajuda. O tratamento profissional não apenas alivia os sintomas, mas também oferece suporte e orientação para gerenciar a condição de forma eficaz, garantindo uma melhor qualidade de vida.
Texto produzido por Rafaela Fürst Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.