Sintomas de intolerância à lactose: causas e soluções
A sensação de inchaço abdominal, dor localizada, gases e alterações no trânsito intestinal são sintomas de intolerância à lactose, uma condição que impacta um número significativo de pessoas em diferentes estágios da vida e com variados graus de intensidade.
Enquanto alguns indivíduos nascem com essa condição e adaptam suas rotinas alimentares desde cedo, outros descobrem e desenvolvem a intolerância de maneira tardia ou secundária, exigindo uma reeducação alimentar sem a presença de leite e seus derivados.
A compreensão dos sintomas da intolerância à lactose é essencial para que as pessoas possam tomar decisões informadas acerca de sua dieta e estilo de vida. Aqueles que lidam com essa condição devem ajustar suas escolhas alimentares para evitar desconfortos e garantir um bem-estar duradouro.
Nesse contexto, é importante entender o máximo possível sobre a intolerância à lactose: sintomas, causas e as estratégias de tratamento.
O que é a intolerância à lactose?
A lactose é a porção de carboidrato presente no leite e em seus derivados. Ela é composta por uma molécula de glicose somada a uma molécula de galactose. Porém, o intestino não é capaz de absorver a lactose na sua forma íntegra e precisa quebrá-la nessas duas moléculas.
Para isso, ele produz e libera enzimas chamadas lactases, responsáveis por quebrar a lactose em glicose e galactose para que, assim, possam ser devidamente digeridas.
Dessa forma, quem não apresenta a produção suficiente de enzimas lactase, não é capaz de quebrar e, consequentemente, digerir e absorver a lactose. Então ela fica “presa” no intestino grosso, sendo fermentada pelas bactérias e causando reações como: distensão e cólicas abdominais, diarreia e flatulência.
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Tipos de intolerância à lactose e suas causas
Quando alguém apresenta sintomas de intolerância à lactose e recebe o diagnóstico dessa condição, é importante compreender qual foi a causa que levou ao surgimento do quadro, pois essa pode ser reversível ou não.
Para compreender melhor as causas de intolerância à lactose, é necessário ter conhecimento sobre os tipos existentes:
1. Congênita
Esse é o tipo de intolerância à lactose que se apresenta desde o nascimento do bebe, com um fator genético bastante forte interferindo no seu aparecimento, visto que o bebe ainda não apresentou nenhum hábito de vida que interfira no seu surgimento. Nestes casos, o indivíduo nasce sem a produção da enzima lactase, ou apresentando produção insuficiente para digerir o leite e seus derivados.
É preciso muito cuidado e atenção dos pais ao desenvolvimento de sintomas de intolerância à lactose pelo bebe, pois, se não for devidamente tratada, pode desencadear prejuízos adjacentes conforme agride a parede intestinal - como aparecimento de problemas no trato digestivo e desnutrição.
2. Primária
Aqui, o indivíduo nasce sem apresentar sintomas de intolerância à lactose, porém os desenvolve ao longo da vida. Especialmente por condições genéticas e fatores ambientais, a produção da lactase vai reduzindo ao ponto de desenvolver intolerância à lactose depois da infância, muitas vezes já adulto.
Esse é o tipo mais comum e costuma levar um tempo até ser diagnosticado, visto que antes existia uma boa tolerância ao leite, muitas vezes não é considerado que esse quadro mudou.
Atualmente, uma excelente ferramenta para detectar carga genética para a intolerância à lactose é o teste genético. Através dele, é possível verificar se existe predisposição genética para a condição, identificando variações específicas no gene responsável pela produção da enzima lactase, que é crucial para a digestão da lactose.
3. Secundária
O desenvolvimento secundário de intolerância à lactose é uma consequência de alguma outra condição que afeta o intestino daquele indivíduo. A produção da enzima lactase é feita na parede do intestino, se esta for deteriorada por uma causa primária - como um quadro de diarreia crônica, outro tipo de intolerância ou alergia alimentar, doença inflamatória intestinal ou outros - poderá ter como consequência a intolerância a lactose.
Diferente das causas anteriores, tratando a causa primária, a intolerância também é tratada e a produção da lactase tende a voltar à normalidade.
7 sintomas de intolerância à lactose
Os sintomas de intolerância à lactose variam de acordo com o grau - se grave, moderada ou leve. O grau de intolerância será definido pela quantidade de enzima lactase que o indivíduo ainda é capaz de produzir e, portanto, quanta lactose consegue digerir.
De forma geral, o leite puro costuma a ser o primeiro a desencadear sintomas de intolerância à lactose, e o indivíduo ainda consegue tolerar pequenas quantidades de iogurte e queijo. Para casos graves, nada que contenha lactose pode ser ingerido.
Aqui estão os 7 principais sintomas de intolerância à lactose:
- diarreia ou constipação;
- dores abdominais;
- inchaço;
- flatulência;
- fezes fétidas;
- cólica intestinal;
- azia e indigestão.
Dito tudo isso, a pergunta que fica é: como saber se tenho intolerância à lactose? Observando a manifestação de um ou mais desses 7 sintomas após o consumo de leite e derivados. Caso seja necessário, é possível solicitar o exame de intolerância à lactose e levar ao médico para o correto diagnóstico.
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Tratamento
Caso tenha o diagnóstico e sintomas de intolerância à lactose, restringir o consumo de leites e derivados é a melhor opção. Ademais, é importante atentar-se ao rótulo dos alimentos, sempre que possuir lactose deverá estar descrito “contém lactose” - esses também precisam ser evitados.
Para que a falta destes alimentos não desencadeie deficiências nutricionais, é recomendado buscar auxílio de um profissional nutricionista para orientações sobre a dieta para intolerância à lactose.
Também é possível fazer uso de remédio para intolerância a lactose, que se trata da enzima lactase sinteticamente elaborada para fazer o papel de digerir a lactose no organismo de quem não a produz suficientemente de forma orgânica.
Nestes casos, o consumo da enzima deve ser feito logo antes de consumir o alimento contendo lactose. Não é recomendado fazer isso frequentemente, é preciso do aval médico para saber o melhor para cada caso.
Para quadros em que a descoberta foi tardia e os sintomas já estão muito presentes, além das intervenções anteriores, é possível utilizar suplementos prebióticos e probióticos para auxiliar na recomposição da flora bacteriana e aliviar os sintomas de intolerância à lactose *.
Quando a microbiota intestinal não possui uma boa composição de bactérias, isso promove um desregulamento da produção de diversos componentes no intestino. Como a enzima lactase é produzida pela parede intestinal, quando a flora bacteriana está doente, isso afeta diretamente a produção dessa enzima - dessa forma, a recomposição dessas bactérias por meio de prebióticos favorece a produção de lactase, de acordo com pesquisas.
Ademais, dados clínicos * comprovam a eficácia do uso de probióticos nos sintomas de intolerância à lactose, como dia diarreia, constipação e estufamento gástrico. Essa comprovação tem como base o uso de prebióticos, muitas vezes associados a probióticos, para restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal, que foi perturbado pela doença, assim como afirma o estudo.
É importante reconhecer que, embora os sintomas da intolerância à lactose possam ser incômodos e, às vezes, debilitantes, existem várias estratégias de manejo que podem ajudar a minimizar o desconforto. Conte com um profissional de saúde capacitado para receber orientações individualizadas.
Referências
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Texto escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Texto revisado por Rafaela Fürst Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.