Relógio biológico: o que é e qual a sua conexão com a genética

Todo mundo tem um, inclusive você! O relógio biológico é um sistema complexo que coordena os períodos de sono e vigília. Em outras palavras, é esse relógio interno que avisa o cérebro quando é hora de dormir e quando é hora de acordar.

O relógio biológico também atua em diversas funções fisiológicas, desde a regulação da temperatura corporal até a secreção de hormônios. Mas, o que impulsiona esse relógio interno e como ele mantém um ritmo tão consistente? A resposta pode estar nos seus genes!

A seguir, saiba como funciona o relógio biológico e qual a sua conexão com a herança genética.

O relógio biológico é como um sistema interno que regula diversos processos fisiológicos e coordena o momento certo desses processos acontecerem dentro de 24 horas. Em resumo, é esse relógio que estabelece a ordem dentro do corpo e sem ele, os hormônios do sono não seriam secretados à noite mas em qualquer momento do dia, por exemplo.

Essa regulação é crucial para a sincronização do organismo com o ambiente externo. Esse relógio está intimamente conectado ao ciclo circadiano, que se refere às variações biológicas que ocorrem em um período de 24 horas, influenciando não apenas o sono, mas também a liberação de hormônios, a temperatura corporal e outras funções vitais.

É por isso que perturbações no relógio biológico podem levar a desordens do sono, problemas metabólicos e outras complicações.

É fascinante descobrir como funciona o relógio biológico. Essencialmente, uma das suas principais funções é regular o ciclo sono-vigília, que garante que tenhamos períodos adequados de descanso e atividade. Quando esse relógio opera corretamente, ele ajuda a manter o corpo sincronizado com o ambiente, otimizando o desempenho durante o dia e garantindo um sono reparador à noite. O mecanismo do relógio biológico opera da seguinte forma:

O NSQ é o "maestro" do relógio biológico e está localizado no hipotálamo do cérebro. Ele recebe informações diretamente do nervo óptico e detecta mudanças na luz do ambiente e ajusta os ritmos do corpo de acordo.

Durante o dia, a luz do sol inibe a produção de melatonina, que é um dos hormônios que regulam o sono. Quando escurece, a produção de melatonina aumenta, sinalizando para o corpo que é hora de dormir.

Existem genes específicos, como CLOCK, BMAL1, PER e CRY, que são essenciais para o funcionamento do relógio biológico. Esses genes produzem proteínas em um ciclo que aumenta e diminui ao longo do dia, criando um ritmo regular.

O relógio biológico coordena uma série de processos fisiológicos como a temperatura corporal, digestão, níveis de energia, liberação de hormônios e claro, os padrões de sono e vigília.

O relógio biológico é fortemente influenciado pela genética. Variantes genéticas específicas podem determinar como o relógio biológico de uma pessoa funciona. Por exemplo, algumas pessoas possuem variantes genéticas que as predispõem a preferir o período noturno. De outro lado, existem as pessoas que têm tendências genéticas para serem "matutinas", sentindo-se mais energizadas nas primeiras horas do dia. 

Essas predisposições são conhecidas como cronotipos, e representam a propensão intrínseca de uma pessoa para certos padrões de atividade e repouso. Alterações em genes específicos podem influenciar o ritmo circadiano e alterar o relógio biológico de um indivíduo influenciando seus hábitos diários e preferências.

Por isso, compreender a genética do relógio biológico é fundamental para entender não apenas os padrões de sono, mas também a predisposição para atividades em diferentes momentos do dia. Tem pessoas que preferem fazer exercícios pela manhã, enquanto outras preferem se exercitar à noite, por exemplo. Esses detalhes estão nos seus genes.

Um relógio biológico desajustado pode causar impactos significativos para a saúde, bem-estar e qualidade de vida. Quando o ritmo circadiano, que é orquestrado pelo relógio biológico, se desregula, as principais consequências são:

Um relógio biológico bagunçado também pode afetar o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções. Portanto é crucial reconhecer a importância de manter um ritmo circadiano estável, pois um relógio biológico desregulado pode comprometer diversos aspectos fundamentais da saúde.

Essa é uma dúvida comum entre aqueles que buscam entender melhor seus ritmos naturais e otimizar a rotina. Uma das formas mais eficientes de descobrir como funciona o seu relógio biológico é por meio de um teste de relógio biológico que nada mais é do que um teste genético.

Esse teste avalia variações específicas do DNA que estão associadas a diferentes cronotipos e padrões de sono-vigília. Ao identificar tais variantes, é possível predizer se uma pessoa é mais propensa a ser matutina ou vespertina, por exemplo.

A vantagem de utilizar um teste genético para avaliar o relógio biológico é a precisão da informação obtida que dá a oportunidade da pessoa adaptar o próprio estilo de vida, rotina de trabalho e hábitos de sono de acordo com as predisposições genéticas.

Assim, ao compreender o próprio relógio biológico, é possível tomar decisões mais assertivas que podem melhorar o desempenho diário, saúde e bem-estar.

Afinal, como ajustar o relógio biológico? Isso é possível? Sim, e esta é uma questão crucial em um mundo que é repleto de demandas, exigências, estímulos e constantes mudanças. A seguir, veja 10 dicas para regular o relógio biológico relatadas em estudos científicos:

Em resumo, para ajustar o relógio biológico o ideal é uma combinação harmoniosa de compreender a própria genética, adaptar-se ao ambiente e fazer boas escolhas de estilo de vida.

Ao compreender a importância do relógio biológico e a sua conexão com a genética, é possível sintonizar a rotina e as demandas diárias com o próprio ritmo interno. Por isso, conhecer o próprio relógio biológico não é apenas uma curiosidade, mas uma ferramenta valiosa para uma vida mais saudável e produtiva.

Por fim, é essencial entender e honrar os ritmos naturais do seu relógio biológico, seja através de um teste genético ou pela simples observação dos próprios padrões de sono. Que tal experimentar essa prática de autoconhecimento e adaptar a sua rotina para algo mais saudável e personalizado?

Texto escrito por Rafaela Galvão, graduada em Publicidade e Propaganda pela ESPM-SUL e também em Nutrição pela UNISUL. Desde 2016 trabalha em projetos de comunicação direcionados para a área da saúde na Ocean Drop.