Atualizado em 24 de Abril de 2025
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Psoríase: o que é, causas, sintomas, tipos e tratamento

Além dos sintomas físicos, como dor, desconforto e sensibilidade, a psoríase também afeta o bem-estar e autoestima. Enfrentar essa condição pode ser muito desafiador, principalmente pela dificuldade em identificar suas causas e encontrar um tratamento eficaz.
Se você se identifica com esses aspectos, continue lendo para entender mais sobre a psoríase, suas causas e as opções de tratamento.
O que é psoríase?
A psoríase é uma condição de pele de natureza inflamatória, crônica e autoimune. É importante frisar que a psoríase não é contagiosa, já que sua inflamação decorre de uma resposta inadequada do sistema imunológico contra o próprio organismo. Dessa forma, o contato com alguém que tenha psoríase não promove o risco de desenvolver a doença.
Além da descamação da pele, a psoríase pode se manifestar por meio de manchas avermelhadas e levemente elevadas. Essas lesões podem aparecer em diversas partes do corpo, como couro cabeludo, braços, costas, abdômen e rosto. Embora mais comum seja a psoríase na pele, há casos em que ela pode afetar outros órgãos e articulações.
O diagnóstico e a gravidade da doença são determinados com base na extensão das áreas afetadas e na intensidade dos sintomas. Além da avaliação clínica, uma biópsia pode ser realizada para confirmar o diagnóstico.
Causas
As causas da psoríase ainda não são totalmente compreendidas, mas diversos fatores parecem estar envolvidos, incluindo aspectos imunológicos, hormonais e psicossomáticos.
Entre os fatores desencadeantes, uma infecção bacteriana pode ativar o sistema imunológico, resultando em lesões avermelhadas e escamosas, típicas da psoríase gutata.
Além disso, sabe-se que a predisposição genética desempenha um papel importante. Isso significa que, se uma pessoa tem psoríase, é comum que outros membros da família também apresentem a condição, devido ao compartilhamento de uma carga genética favorável ao seu desenvolvimento.
O aspecto emocional também parece influenciar o surgimento e agravamento da condição, especialmente da psoríase capilar. Relatos clínicos indicam que períodos de estresse emocional tendem a piorar o quadro da doença, mostrando uma ligação entre o estado psicológico e a condição da pele.
Sintomas de psoríase
Os sintomas mais comuns e recorrentes da psoríase incluem:
- descamação da pele;
- manchas vermelhas;
- ressecamento;
- textura áspera;
- coceira;
- aumento da sensibilidade;
- dor e queimação.
Tipos de psoríase
A psoríase apresenta diferentes características que permitem sua classificação em tipos distintos:
- psoríase em placas: É a forma mais comum, caracterizada por manchas avermelhadas, secas e escamosas, que podem variar de tamanho e aparecer em diversas partes do corpo, como couro cabeludo, costas e cotovelos;
- psoríase pustulosa: Caracteriza-se pela presença de pequenas bolhas de pus, geralmente localizadas nas mãos e pés;
- psoríase gutata: Manifesta-se como pequenas manchas agrupadas em áreas como tronco, membros superiores e inferiores. É mais comum em crianças e jovens adultos, e está associada a infecções bacterianas;
- psoríase eritrodérmica: É uma forma grave, afetando até 90% da pele do corpo, podendo causar sintomas como febre e dor generalizada;
- psoríase inversa: Difere dos outros tipos por apresentar lesões úmidas e lisas, em vez de secas e ásperas. Afeta áreas de dobras, como virilha, joelhos, axilas e o couro cabeludo;
- psoríase ungueal: Afeta as unhas, causando deformações e descoloração;
- psoríase palmo-plantar: Compromete as palmas das mãos e as solas dos pés.
Como tratar a psoríase?
Embora a psoríase não tenha cura, existem tratamentos bastante eficazes no controle dos sintomas, desde que mantidos ao longo da vida e ajustados conforme a orientação médica, especialmente durante crises.
Entre os tratamentos disponíveis, os medicamentos para psoríase desempenham um papel fundamental. Atualmente, corticosteroides como halcinonida, fluocinonida, clobetasol e betametasona (nas formas de dipropionato e valerato) são amplamente utilizados, assim como o calcipotriol, um análogo sintético do calcitriol, a forma ativa da vitamina D3
Estudos * também indicam uma associação entre a deficiência de vitamina D e o desenvolvimento da psoríase, sendo comum observar essa deficiência em casos ativos da doença
Em uma revisão de literatura, foi discutido o impacto da vitamina D no tratamento da psoríase. Embora o mecanismo não esteja completamente esclarecido, os autores sugerem que a vitamina D influencia a proliferação e manutenção dos queratinócitos, células responsáveis pela produção de queratina, a camada protetora da pele
Assim, a suplementação de vitamina D, em combinação com outros tratamentos, pode melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes com psoríase.
Como prevenir?
Além do tratamento convencional, diversos fatores podem contribuir para a melhora do quadro e ajudar a prevenir o reaparecimento dos sintomas. Entre eles estão:
- evitar banhos muito quentes;
- evitar exposição solar sem proteção adequada;
- adotar uma alimentação equilibrada, identificando possíveis reações alérgicas a certos alimentos que possam agravar a condição;
- utilizar produtos dermatológicos recomendados por um profissional, evitando o uso de produtos que possam irritar a pele;
- controlar os níveis de estresse e ansiedade na medida do possível, por meio de práticas relaxantes e terapêuticas.
A psoríase pode ser uma condição bastante desafiadora de se enfrentar no dia a dia, entretanto, com os tratamentos adequados, é possível encontrar a melhor forma de manejar os sintomas e garantir qualidade de vida.
Referências
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