Atualizado em 09 de Abril de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

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Pedra nos rins: causas, sintomas, tratamento e prevenção

causas e sintomas das pedras nos rins

A alimentação tem grande influência na formação de pedras nos rins. Certos hábitos alimentares podem aumentar o risco, enquanto uma dieta adequada pode ajudar a prevenir novos cálculos.

Avaliar a dieta de cada pessoa e fazer ajustes específicos, com base em seu metabolismo, é mais eficaz do que seguir apenas recomendações gerais. Acompanhe abaixo tudo que você precisa saber sobre pedra nos rins: o que causa, qual o tratamento e como prevenir.

ipos de pedra nos rins

Os cálculos renais, ou pedras nos rins, são formados por diferentes tipos de cristais. Eles podem variar de acordo com sua composição e as condições do organismo. Logo, As causas de pedra nos rins dependerão do tipo de pedra formada no órgão, confira:

1. Pedra de cálcio

É o tipo mais comum de pedra nos rins e geralmente é feita de oxalato de cálcio ou fosfato de cálcio. Elas se formam quando há um excesso de cálcio, oxalato ou pouca quantidade de substâncias que impedem a formação dos cristais. 

Causas: pouca ingestão de líquidos, dieta rica em sódio e síndrome metabólica (como obesidade e hipertensão) podem aumentar o risco.

2. Pedra de estruvita

Esse tipo de cálculo está relacionado a infecções urinárias. Ele se forma quando bactérias produtoras de urease (como Proteus e Klebsiella) tornam a urina mais alcalina (menos ácida). É mais comum em mulheres e pode crescer rapidamente.

3. Pedra de ácido úrico

Ocorre em pessoas com urina muito ácida, como aquelas com diabetes tipo 2 ou obesidade. Essas pedras podem se formar sozinhas ou misturadas a outros tipos de cristais. A baixa ingestão de líquidos e dietas ricas em carne e frutos do mar aumentam o risco.

4. Pedra de cistina

É um tipo raro, causado por um problema genético chamado cistinúria, que faz com que um aminoácido chamado cistina se acumule na urina e forme cristais.

A partir de um diagnóstico médico detalhado para saber a origem do cálculo renal, é possível iniciar um tratamento para pedra nos rins adequado de acordo com a formação dessas pedras, assim como adequar os hábitos para evitar novas formações.

Como as pedras nos rins se formam

As pedras nos rins surgem quando substâncias como cálcio, oxalato, ácido úrico e fosfato estão em altas concentrações na urina. Alguns fatores influenciam esse processo:

  • pouca ingestão de líquidos: faz com que a urina fique mais concentrada, facilitando a formação de cristais;
  • pH da urina: dependendo se a urina está mais ácida ou mais alcalina, certos tipos de pedras se tornam mais propensos a se formar;
  • genética: algumas pessoas têm predisposição genética para desenvolver cálculos renais com mais frequência;
  • infecções urinárias: podem favorecer a formação de cálculos de estruvita;
  • alterações renais: algumas alterações nos rins, como rim policístico e doenças que causam acúmulo de urina, podem facilitar o surgimento de cálculos.

Sintomas

O sintoma mais característico é a dor de pedra nos rins, que tende a ser intensa e aparecer de repente, mudando de local conforme o movimento da pedra, caso ela se mexa. Entretanto, esse não é o único, conheça abaixo a lista completa de sintomas de pedra nos rins:

  • dor intensa e súbita, que pode aumentar e diminuir em intensidade;
  • dor pode mudar de lugar, conforme a pedra se movimenta;
  • presença de sangue na urina, visível ou detectado em exames;
  • dor ao urinar;
  • vontade urgente de urinar;
  • náuseas e vômitos;
  • alívio imediato da dor ao eliminar a pedra;
  • possível eliminação de pequenos cristais ("cascalho") na urina;
  • risco de infecção urinária;
  • possível lesão nos rins devido à obstrução.

Como é feito o diagnóstico?

Como saber se estou com pedra nos rins? Caso tenha analisado a lista de sintomas e reconhecido muitos em você, fique aqui e preste atenção no que é importante fazer para ter o diagnóstico completo e o tratamento efetivo. 

O primeiro passo ao sentir dor, náusea e outros sintomas clássicos de pedra nos rins é procurar um pronto socorro urgentemente, pois se a(s) pedra(s) não forem retiradas a tempo e houver riscos de perfurar o ducto, poderá haver sérias complicações. 

Para diagnosticar pedras nos rins e orientar o tratamento, os médicos utilizam exames como:

  • análise da pedra: caso o paciente elimine um cálculo, ele pode ser analisado para identificar sua composição e detectar o tipo de pedra renal;
  • exames de imagem: o mais preciso é a tomografia, que detecta cálculos com mais facilidade;
  • exames de sangue: avaliam níveis de cálcio, fósforo, vitamina D, ácido úrico e hormônios para investigar possíveis causas;
  • exames de urina: um exame de urina de 24 horas pode identificar substâncias que favorecem a formação de cálculos.

Os médicos também analisam a "supersaturação urinária", ou seja, a quantidade de substâncias que podem se cristalizar e formar cálculos. Se os valores estiverem muito altos, há maior risco de novas pedras.

Esses exames ajudam a entender as causas individuais da formação de cálculos, a definir como eliminar pedra nos rins e o melhor tratamento para prevenir novos episódios.

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Tratamento

Após o diagnóstico, é necessário iniciar um tratamento para pedras nos rins, que deverá ser feito mediante orientação de um médico, como nefrologista ou urologista, de acordo com a causa e gravidade do quadro. Os tratamento mais comuns incluem:

1. Tratamentos medicamentosos

O uso de medicamentos pode ser necessário para tratar e prevenir o surgimento de novas pedras, os mais comuns são:

  • diuréticos tiazídicos: reduz a quantidade de cálcio na urina, ajudando a prevenir novos cálculos. Para um melhor efeito, recomenda-se reduzir o consumo de sal, pois o sódio pode aumentar a eliminação de cálcio na urina e consumir potássio suficiente, pois os diuréticos podem reduzir o citrato urinário, o que aumenta o risco de cálculos;
  • tratamento alcalino (citrato de potássio): ajuda a alcalinizar a urina, reduzindo a formação de cálculos de cálcio e ácido úrico;
  • alopurinol: indicado para pessoas que eliminam muito ácido úrico pela urina. Ele reduz a excreção de ácido úrico e, consequentemente, a formação de cálculos. Em alguns casos, a combinação de alopurinol com diuréticos tiazídicos é mais eficaz do que usar apenas um dos dois tratamentos isoladamente;

2. Cirurgias para remoção de pedra nos rins

Quando os cálculos são grandes demais para serem eliminados naturalmente ou causam complicações como infecções, dor intensa e obstrução urinária, pode ser necessário recorrer a procedimentos cirúrgicos. As opções incluem:

  • litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO): ondas de choque para fragmentar o cálculo em pedaços menores, que podem ser eliminados pela urina,
  • ureteroscopia com laser: endoscópio fino é inserido pela uretra até o ureter ou rim, permitindo a fragmentação do cálculo com laser;
  • nefrolitotomia percutânea: uma pequena incisão nas costas para inserção de um endoscópio diretamente no rim, permitindo a remoção do cálculo;
  • cirurgia aberta (nefrolitotomia convencional): corte maior para remover o cálculo diretamente do rim, recomendado apenas em casos graves, quando outros métodos não são eficazes.

A escolha do tratamento ideal para cada caso deverá ser orientada por um médico especializado, mediante exames e sintomas do paciente.

Como prevenir pedra nos rins?

Afinal, o que é bom para pedra nos rins? A formação de novos cálculos renais, também chamados de pedras nos rins, pode ser evitada com mudanças nos hábitos de vida, como seguir orientações de alimentação e hidratação corretas.

Veja abaixo como evitar pedra nos rins por meio de escolhas alimentares:

1. Hidratação

Beber água é a principal forma de prevenir pedras nos rins. Estudos * mostram que ingerir líquidos suficientes para produzir cerca de 2,5 litros de urina por dia reduz o risco de formação de cálculos. Além da água, sucos cítricos como suco de laranja podem ajudar, pois aumentam o citrato na urina, substância que dificulta a formação das pedras.

Além disso, é importante evitar algumas bebidas, como suco de maçã, suco de toranja, refrigerantes (especialmente os à base de cola) e algumas bebidas esportivas, que podem aumentar o risco de cálculos por contêm altos níveis de oxalato e frutose.

2. Cuidados com a alimentação

A dieta tem grande influência na formação de pedras nos rins. Algumas recomendações importantes:

  • reduzir o consumo de sal: um dos principais alimentos que causam pedra nos rins, quando consumido em excesso, é o sal. Um estudo mostrou que ingerir menos de 100 mEq de sódio por dia pode diminuir a recorrência de pedras nos rins;
  • moderar o consumo de proteína animal: para pessoas com predisposição para desenvolver pedras nos rins, ou que já tiveram episódios de cálculo renal, é orientado reduzir a quantidade de proteína da dieta;
  • manter o consumo equilibrado de cálcio: diferente do que muitos pensam, não é necessário cortar o cálcio, mas é importante controlar seu consumo. O ideal é ingerir cerca de 1200 mg por dia, pois o cálcio se liga ao oxalato no intestino e impede sua absorção, reduzindo o risco de cálculos;
  • evitar alimentos ricos em oxalato: para quem já tem tendência a formar cálculos, recomenda-se consumir menos de 100 mg de oxalato por dia. Alimentos que devem ser consumidos com moderação incluem:
  • frutas: framboesas, figos e ameixas;
  • vegetais: espinafre, ruibarbo e beterraba;
  • outros: nozes, chá, farelo de trigo, chocolate e grandes quantidades de vitamina C.

3. Adequar a ingestão de magnésio

Nem todas as pessoas com urina supersaturada desenvolvem cálculos, pois o corpo possui substâncias que inibem a formação dos cristais, como o citrato e o magnésio. No entanto, quando esses protetores estão em baixa quantidade, os cristais podem crescer e se transformar em pedras. 

Dessa forma, é importante manter uma boa ingestão de magnésio, que pode ser encontrado em alimentos como amêndoas, castanhas, sementes de abóbora e folhas verdes, ou em forma de suplemento alimentar.

A melhor forma de prevenir novos episódios de pedras nos rins é manter um bom consumo de água e atentar-se a recomendações alimentares: maneirar no sal, oxalato e na proteína, e consumir boas fontes de magnésio e cálcio. Além disso, o acompanhamento médico é essencial para avaliação do quadro.

Foto de Joana Mazzochi Aguiar

Conteúdo criado por especialista:

Joana Mazzochi Aguiar

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Joana Mazzochi Aguiar, nutricionista (CRN 10 – 10934), formada pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). É especialista em Atendimento Nutricional para Cirurgia Bariátrica e atualmente cursa pós-graduação em Saúde da Mulher e Estética pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional e do cuidado integral à saúde feminina.

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