5 bons motivos para tomar ômega 3 para imunidade
O sistema imunológico é, de fato, complexo. Diversas células e numerosos mediadores participam desse sistema e, para mantê-lo em equilíbrio, é fundamental apoiá-lo por meio dos hábitos alimentares e estilo de vida. Nesse cenário, o ômega 3 vegano ou mesmo o de origem animal é um nutriente chave! Os ácidos graxos poliinsaturados são constituintes importantes das membranas de todas as células onde desempenham papéis cruciais para garantir a defesa do corpo.
Sendo assim, há diversos benefícios do ômega 3 para imunidade. Descubra a seguir pelo menos 5 bons motivos para incluir esse nutriente no seu dia a dia.
Como funciona a imunidade?
O sistema imunológico funciona como uma orquestra em que cada célula possui uma função específica na eliminação do invasor e proteção do organismo. Todos os componentes desse complexo devem cumprir o seu papel adequadamente para fornecer a defesa do corpo.
As células do sistema imune podem ser classificadas em duas categorias principais: células do sistema imune inato e células do sistema imune adaptativo.
O sistema inato é a primeira linha de defesa do corpo e, por isso, sua ação é rápida, porém inespecífica. As células que fazem parte dessa primeira linha de defesa são:
- macrófagos;
- neutrófilos;
- eosinófilos;
- basófilos;
- mastócitos;
- células natural killer;
- células dendríticas.
Já as células do sistema imune adaptativo, apresentam uma ação mais específica, porém a sua ação é mais demorada. Entre as células do mecanismo adaptativo estão as células B e as células T.
A coordenação de todas essas células é crucial para a composição de uma defesa eficiente. Estudos indicam que alguns fatores dietéticos possuem propriedades que podem favorecer o funcionamento das células imunológicas. Nesse cenário, os ácidos graxos ômega-3 como o DHA e o EPA, têm se mostrado cada vez mais importantes no apoio ao equilíbrio do sistema imune.
5 bons motivos para tomar ômega 3 para imunidade
Um dos grandes benefícios do ômega 3 são os seus efeitos favoráveis na imunidade e inflamação. Há 5 bons motivos para afirmar que o ômega 3 é bom para imunidade:
1. Ajuda a combater vírus como o da gripe
Um dos "invasores" mais comuns do corpo humano são os vírus - e esses patógenos são causadores de uma variedade de doenças, como, por exemplo, a famosa gripe. Estudos revelam que o ômega-3 junto com outros micronutrientes, exerce efeitos antivirais ao inibir a replicação do vírus influenza. Ademais, esse ácido graxo pode desempenhar um papel fundamental na defesa do hospedeiro contra infecções ao amplificar a resposta imune e limitar o excesso de inflamação.
2. Diminui o risco de alergias infantis
O sistema imune já começa a se desenvolver no útero materno e amadurece por meio do aleitamento. Por isso, o leite materno é um alimento fundamental para formar a imunidade que se estende depois para toda a vida. Os ácidos graxos ômega 3 são um dos componentes mais importantes do leite humano e, por esse motivo, o ômega 3 para gestante é recomendado como um dos suplementos essenciais da gestação. Estudos indicam que a suplementação desse nutriente na gestação ajuda a evitar o desenvolvimento de alergias alimentares e respiratórias em bebês, inclusive em crianças que nascem com uma predisposição genética para isso.
3. Modula a diversidade da microbiota intestina
A microbiota intestinal está intimamente conectada com a imunidade - e a noção de que o intestino é o órgão chave para a prevenção de doenças está cada vez mais estabelecida. Nesse contexto, estudos mostram que o ômega 3 pode modular diretamente a diversidade e a abundância da microbiota intestinal - e isso pode melhorar a imunidade. Esse ácido graxo conserva a imunidade do organismo por meio da manutenção do equilíbrio entre as bactérias benéficas e prejudiciais do intestino.
Além disso, segundo estudos, o ômega-3 também pode modular os micróbios intestinais, inibindo a produção de mediadores pró-inflamatórios ou promovendo a produção de mediadores anti-inflamatórios.
4. Gera mediadores para resposta imune
Além das células, o sistema imune precisa de mediadores lipídicos bioativos para regular as suas funções de defesa. Estudos apresentam que o ômega 3 é justamente o nutriente que dá origem aos mediadores lipídicos. Esses mediadores são classificados em grupos denominados protectinas, resolvinas, tromboxanos, leucotrienos, etc. Isso significa que o corpo precisa do suprimento adequado de EPA e DHA para que as células imunes funcionem de forma ótima, auxiliando na proteção contra patógenos.
5. Influencia todas as células do sistema imune
Além do ômega 3 estar presente na membrana de todas as células do organismo, estudos revelam que esse ácido graxo interfere na função de todas as células que compõem a imunidade. Macrófagos, eosinófilos, basófilos, neutrófilos, mastocitos, linfócitos T e B, o ômega 3 visa que todas essas células imunológicas desempenhem sua função adequadamente na inflamação.
Nesse cenário, a imunidade precisa desencadear a inflamação para combater o invasor e, posteriormente, desinflamar para não comprometer os tecidos. É esse mecanismo pró-inflamatório e anti-inflamatório que o ômega 3 ajuda a regular, contribuindo para a redução dos sintomas de imunidade baixa. De acordo com estudos, esse ácido graxo garante que a inflamação seja autolimitada e se resolva rapidamente para não causar danos excessivos ao organismo.
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Quantidade recomendada
As recomendações de ingestão de ácidos graxos e outros nutrientes são mundialmente fornecidas pelas DRIs (Dietary Reference Intakes), no entanto, até o momento não há uma dose diária oficial recomendada para DHA e EPA. Alguns estudos recomendam uma dose entre 250-500 mg de ômega 3 diária para adultos manterem a saúde geral.
Os suplementos desse ácido graxo podem ser de óleo de peixe ou de microalgas, que é a versão apropriada para veganos e vegetarianos. No entanto, muitas pessoas, especialmente as gestantes, preferem o ômega 3 vegano pelo fato de ser uma opção livre de contaminantes como o mercúrio. Essa versão de ômega 3 acaba sendo uma alternativa mais "limpa" e sustentável em comparação ao ômega 3 de óleo de peixe.
O requerimento de ômega 3 para gestante também é mais alto. Alguns estudos mostram que a meta dietética de ácidos graxos ômega 3 no período gestacional é de 650 mg, dos quais 300 são DHA. No entanto, essa dose pode variar de acordo com as particularidades de saúde de cada gestante.
Sendo assim, a forma mais acertada de saber qual quantidade de ômega 3 para imunidade tomar, é por meio da recomendação de um médico ou nutricionista.
Como tomar ômega 3?
Os hábitos alimentares ocidentais dificultam o consumo de ômega 3 por meio dos alimentos, afinal, dificilmente alguém consegue comer peixe ou crustáceos todos os dias. Por isso, a maneira mais certeira e prática de garantir o aporte desse nutriente todos os dias é fazendo uso de suplementos de ômega 3.
Existe uma certa preocupação sobre o Morosil aumentar a pressão arterial e produzir efeitos adversos quando combinado com outros compostos estimulantes como a cafeína. Essa questão foi levantada devido a efedrina, que é uma substância presente no extrato de laranja Moro. A efedrina possui semelhança estrutural com a sinefrina, que tem efeito cardiotóxico e a capacidade de alterar a pressão arterial.
Em adição a isso, estudos mostram que a intolerância ao ômega 3 oriundo do óleo de peixe ocorre em cerca de 15% das pessoas. Os efeitos colaterais incluem azia, diarreia, náusea e dor de cabeça. Nesses casos, pode ser útil optar pelo ômega 3 vegano ou dividir o suplemento em duas doses e ingerir junto com outros alimentos.
Não há nada comprovado sobre qual o melhor horário para tomar ômega 3, pois o mais importante é manter a consistência do consumo. Em outras palavras, é preciso tomar o suplemento de ômega 3 todos os dias porque seus efeitos sobre a imunidade são a longo prazo. No entanto, segundo estudos, a biodisponibilidade desse ácido graxo pode ser aprimorada se consumido junto com outras fontes de gordura.
Referências
- Immune-boosting role of vitamins D, C, E, zinc, selenium and omega-3 fatty acids: Could they help against COVID-19?
- Fish oil supplementation in pregnancy and lactation may decrease the risk of infant allergy
- Associations among Dietary Omega-3 Polyunsaturated Fatty Acids, the Gut Microbiota, and Intestinal Immunity
- Effects of Omega-3 Fatty Acids on Immune Cells
- Long-Chain Polyunsaturated Fatty Acids (LCPUFAs) and the Developing Immune System: A Narrative Review
- Effects of Fish n-3 PUFAs on Intestinal Microbiota and Immune System
- Omega-3 Fatty Acids and Inflammatory Processes
- Strategies to improve bioavailability of omega-3 fatty acids from ethyl ester concentrates
- Scientific Opinion on the Tolerable Upper Intake Level of eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA) and docosapentaenoic acid (DPA)
- Omega-3 Fatty Acid Supplementation During Pregnancy
- Omega-3 fatty acids and cardiovascular disease
Conteúdo escrito por Rafaela Galvão, nutricionista graduada pela Unisul e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.