Atualizado em 14 de Março de 2025
Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

Metilfolato para ansiedade e depressão: benefícios e como usar


Você sabia que o metilfolato, uma forma ativa do folato, pode ser uma ferramenta importante no tratamento de transtornos emocionais, como ansiedade e depressão? Embora o folato seja amplamente reconhecido por seu papel durante a gestação e na saúde cardiovascular, poucos sabem que ele também afeta diretamente a saúde mental. Se você tem enfrentado dificuldades em tratar a ansiedade ou se sente preso no ciclo da depressão, este artigo é para você.
Sim, a deficiência de ácido fólico, a ansiedade e a depressão podem estar interligadas. Por isso, estudos recentes sugerem que a suplementação de metilfolato pode ser essencial no controle do humor e no alívio dos sintomas dessas condições. Mas como exatamente o metilfolato ajuda na ansiedade e na depressão, e qual a melhor forma de usá-lo para alcançar os melhores resultados? Continue lendo para descobrir!
Como o metilfolato age na ansiedade e depressão?
O metilfolato desempenha um papel fundamental na saúde mental, sendo especialmente eficaz no tratamento de transtornos neuropsiquiátricos como a depressão. O Instituto de Psiquiatria do Paraná demonstrou que ele influencia diretamente a produção de neurotransmissores importantes para a regulação do humor, como serotonina, dopamina e noradrenalina.
Ao contrário dos antidepressivos convencionais, que funcionam inibindo a recaptação dos neurotransmissores, o metilfolato promove a produção desses compostos no cérebro. Isso aumenta a disponibilidade de neurotransmissores essenciais, melhorando a comunicação entre os neurônios e aliviando sintomas depressivos.
Além disso, o metilfolato também participa do processo de metilação do DNA, que regula a atividade de uma enzima chamada catecol-O-metiltransferase (COMT). Essa enzima é responsável pela destruição de neurotransmissores como a dopamina. Caso a metilação do DNA seja inadequada, pode ocorrer um aumento da COMT, o que leva à redução da dopamina e ao aparecimento de sintomas, como apatia, desânimo e cansaço. Portanto, o metilfolato ajuda a manter os níveis de dopamina equilibrados, o que é crucial para o bem-estar emocional.
O metilfolato ajuda na ansiedade e depressão: evidências clínicas
Um estudo realizado entre 2010 e 2015 com adolescentes revelou que a suplementação com L-metilfolato de cálcio foi segura e bem tolerada, com uma redução significativa de sintomas em uma variedade de condições neuropsiquiátricas. Na população tratada, 68% dos pacientes tinham transtornos de ansiedade e 57% apresentavam transtornos de humor, com 80% dos pacientes apresentando melhora nos sintomas após o tratamento com metilfolato.
Além disso, um estudo publicado recentemente investigou a eficácia do metilfolato em pacientes adultos com depressão resistente ao tratamento. Os participantes receberam uma dose de 15 mg de L-metilfolato por dia - e os resultados mostraram uma melhoria significativa nos sintomas de depressão, especialmente em pacientes com deficiência de folato. A suplementação de metilfolato ajudou a melhorar a resposta ao tratamento antidepressivo tradicional, sugerindo que ele pode ser um complemento eficaz quando os tratamentos convencionais não têm efeito completo.
Os dois estudos reforçam que o metilfolato tem um papel importante no tratamento de transtornos emocionais, como a ansiedade e a depressão, sendo eficaz tanto em crianças e adolescentes quanto em adultos, principalmente quando associado ao tratamento convencional.
Metilfolato e vitamina B12 no tratamento de depressão e ansiedade
Além do metilfolato, a vitamina B12 também desempenha um papel importante no tratamento de depressão e ansiedade. Estudos mostram que tanto a deficiência de folato quanto de vitamina B12 são comuns em pessoas com depressão. Muitas vezes, quem tem baixos níveis dessas vitaminas não responde bem aos tratamentos convencionais para depressão.
Em países, como Hong Kong e Taiwan, onde as dietas são ricas em folato, as taxas de depressão são muito baixas. Isso sugere que ter um bom nível de folato pode ajudar a prevenir ou reduzir o risco de depressão. Quando as pessoas têm baixos níveis de folato, o tratamento com ácido fólico ou metilfolato (duas formas de folato) tem mostrado melhorar os resultados com antidepressivos.
A vitamina B12 também é essencial nesse processo. Quando temos uma deficiência de folato e vitamina B12, os níveis de homocisteína (uma substância no sangue) aumentam, o que está associado a um maior risco de depressão. Além disso, o folato e a vitamina B12 ajudam a formar uma substância chamada S-adenosilmetionina (SAM), que é fundamental para o funcionamento do cérebro e a regulação do humor.
Por isso, especialistas sugerem que a suplementação de ácido fólico (800 µg por dia) e vitamina B12 (1 mg por dia) pode ser útil para melhorar a resposta ao tratamento da depressão. A combinação dessas duas vitaminas pode ajudar, especialmente em pessoas com deficiências, trazendo benefícios também para quem sofre de ansiedade.
Metilfolato: dose recomendada para ansiedade e depressão
Embora o uso de metilfolato possa ser altamente benéfico, é importante lembrar que a dosagem deve ser orientada por um profissional de saúde, como um nutricionista, para garantir a administração correta e evitar interações com outros medicamentos.
Em estudos, a dose de metilfolato utilizada para pacientes com depressão é geralmente de 800 µg por dia. No entanto, a dosagem ideal pode variar de acordo com as necessidades individuais e deve ser ajustada com base em exames de sangue e na avaliação do estado nutricional do paciente. A vitamina B12 também pode ser suplementada junto ao metilfolato, com doses recomendadas de 1 mg por dia, especialmente em casos de deficiência.
Portanto, ao considerar o uso de metilfolato para tratar sintomas de ansiedade e depressão, é fundamental procurar orientação de um profissional de saúde qualificado. O nutricionista pode avaliar a necessidade de suplementação e ajustar a dosagem conforme necessário, garantindo os melhores resultados para sua saúde mental.
Com o objetivo de oferecer informações precisas e relevantes, o conteúdo foi escrito pela equipe Ocean Drop e cuidadosamente revisado pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.