Crise de ansiedade: sintomas, causas e o que fazer
Qualquer um pode experimentar a ansiedade de vez em quando. Mas, para algumas pessoas, a ansiedade é mais do que apenas resultado de preocupações passageiras, causando sintomas bastante desconfortáveis e perda da qualidade de vida.
Os sintomas de uma crise de ansiedade envolvem palpitação ou desconforto no peito, aceleração da pulsação e respiração, sensação de falta de ar, sufocamento ou desmaio, suor, tremores, formigamentos, náuseas, calafrios, medo de perder o autocontrole, enlouquecer ou morrer.
Neste artigo você vai aprender como identificar tudo que uma crise de ansiedade pode causar no corpo, além disso, vamos dar dicas de como evitar uma crise de ansiedade investindo em psicoterapia, medicações e até mesmo tomando remédio natural para ansiedade.
O que é crise de ansiedade?
A ansiedade pode ser caracterizada como um estado de alerta constante, uma apreensão desagradável e um medo iminente. A verdade é que a ansiedade faz parte das emoções humanas normais e pode ser muito útil em um certo nível para melhorar o desempenho do corpo e do cérebro.
É a ansiedade que faz a adrenalina entrar em cena, desencadeando um processo conhecido como "luta ou fuga". Esse mecanismo prepara a pessoa para confrontos físicos ou para fugir de ameaças. Sendo assim, a ansiedade num contexto de assalto ou de ter que fugir de um cão feroz pode salvar a vida de uma pessoa.
Mas, quando esse mecanismo suscitado pela ansiedade começa a ser disparado em situações corriqueiras, onde não há nenhuma ameaça à vista, isso prejudica a qualidade de vida, causando muito sofrimento. Brigas, contas a pagar, pressão no trabalho, trânsito… Essas situações desagradáveis comuns podem motivar a ansiedade.
Uma crise de ansiedade é o momento em que os sintomas da ansiedade se manifestam de forma abrupta e intensa. Na maioria das vezes, quem sofre de crise de ansiedade já possui um histórico de ansiedade generalizada ou síndrome do pânico, resultando no descontrole das emoções, caracterizados principalmente por taquicardia, respiração irregular, medo e tremores no corpo.
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Tipos de ansiedade
A ansiedade pode se manifestar de diferentes formas, mas todas têm o medo como base. O National Institute of Mental Health define que os principais tipos de ansiedade são:
➜ Fobia específica: ansiedade expressiva causada pela exposição a um objeto, animal ou situação. Ex: andar de avião, fobia de palhaço, etc.
➜ Ansiedade social: ansiedade muito intensa causada por situações sociais como falar em público.
➜ Transtorno de estresse pós-traumático: quando a ansiedade se manifesta por meio de pensamentos intrusivos e angustiantes, hipervigilância, problemas de sono, retraimento social, etc. Isso ocorre geralmente após uma experiência traumática que envolveu risco de vida ou morte de pessoas próximas.
➜ Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): medo e preocupações excessivas com uma variedade de situações comuns da vida. Esse tipo de ansiedade pode provocar sintomas físicos, como tensão muscular, insônia, tontura, etc.
➜ Crises de pânico ou transtorno do pânico: se refere a uma ansiedade intensa e repentina que causa medo, perda de controle e muita apreensão. Os sintomas físicos de uma crise de pânico incluem falta de ar, palpitações, sudorese, sensação de morte, etc. Crises de pânico recorrentes podem levar uma pessoa a evitar sair de casa.
➜ Transtorno obsessivo compulsivo (TOC): inclui pensamentos angustiantes recorrentes e comportamentos repetitivos incontroláveis que tem a finalidade de reduzir a ansiedade. Os sintomas do TOC causam sofrimento intenso que interferem na qualidade de vida.
Como eu sei que estou tendo uma crise de ansiedade?
No ataque de ansiedade, o corpo entra em estado de alerta, provocando uma descarga anormal de hormônios, incluindo noradrenalina e adrenalina. Como mencionado, o medo toma conta do indivíduo e alguns sintomas físicos e psicológicos aparecem, envolvendo insegurança e inquietude.
A crise de ansiedade pode ser interpretada como uma briga contra você mesmo. Embora você procure harmonizar os seus pensamentos, as sensações negativas tomam conta do estado emocional perturbado. Para responder melhor a pergunta “como sei que estou tendo um ataque de ansiedade?”, confira a lista de sintomas no próximo tópico.
Sintomas de uma crise de ansiedade
Apesar dos sintomas variarem muito de pessoa para pessoa, por via de regra, existem sintomas físicos e psicológicos. Além disso, todo organismo entra em estado de alerta à procura de possíveis "ameaças". Como resultado, alguns sintomas da crise de ansiedade físicos e psicológicos podem incluir:
1. Alterações respiratórias (respiração ofegante)
Durante uma crise de ansiedade, a respiração pode se tornar rápida e "curta". É a chamada hiperventilação que permite que os pulmões absorvam oxigênio de forma mais rápida. Esse oxigênio extra entra rapidamente e ajuda o corpo a se aprontar para lutar ou fugir.
A respiração ofegante geralmente provoca sensação de falta de ar ou dificuldade para respirar. Essa percepção pode fazer a crise de ansiedade piorar causando tonturas e sensação de desmaio. Por isso, é fundamental trabalhar a respiração lenta e profunda durante uma crise para resgatar o ritmo respiratório normal.
2. Alterações na frequência cardíaca
A taquicardia pode ser um dos sintomas que a ansiedade provoca no organismo. Uma frequência cardíaca mais acelerada significa um maior fluxo sanguíneo para os músculos - e isso é importante para o corpo conseguir sair correndo do inimigo se for preciso.
Junto com isso, ocorre também a vasoconstrição, que é quando os vasos sanguíneos se estreitam. Como resultado, o corpo pode experimentar alterações de temperatura corporal. Estudos relacionando doenças cardíacas com ansiedade encontraram que a ansiedade pode estar associada a disfunções no endotélio vascular. De acordo com o estudo, pacientes com ansiedade têm dilatação dos vasos mediada por fluxo sanguíneo prejudicada.
3. Problemas digestivos
A descarga hormonal que ocorre durante uma crise de ansiedade trava alguns processos que o corpo não considera essenciais em uma situação de perigo. Um dos processos comumente bloqueados nessa situação é a digestão. Em decorrência disso, pode ocorrer náusea, diarréia, dores estomacais e falta de apetite.
Estudos revelam que o estresse emocional gerado pela ansiedade e depressão estão relacionados a várias doenças digestivas e podem ser fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome do intestino irritável (SII) e esofagite de refluxo.
4. Tensão ou dor muscular
A ansiedade é frequentemente acompanhada de hiperatividade muscular. Segundo um estudo, a musculatura do corpo como um todo recebe maior inervação em pessoas que estão ansiosas. Por outro lado, conforme afirmação de alguns pesquisadores, sentimentos e pensamentos ansiosos são improváveis quando os músculos estão profundamente relaxados. Isso revela que buscar o relaxamento muscular pode ser crucial para pessoas que sofrem de ansiedade.
5. Dor de cabeça/enxaqueca
Estudos revelam que os transtornos de ansiedade são duas a dez vezes mais comuns em pacientes com enxaqueca. Além disso, a ansiedade pode ser um fator de risco importante para a progressão de uma enxaqueca episódica para a enxaqueca crônica.
Nesse mesmo contexto, um estudo verificou que a ansiedade estava mais fortemente associada ao aumento do risco de enxaqueca do que a depressão. A falta de capacidade para controlar as preocupações e relaxar são os fatores mais relevantes no desenvolvimento da enxaqueca motivado pela ansiedade.
6. Dificuldade de concentração
De acordo com estudos, pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) usualmente relatam dificuldades de concentração, pois não conseguem parar de se preocupar. A afirmação de que a preocupação intensa pode levar à dificuldade de concentração é, inclusive, apoiada por vários modelos teóricos de transtornos de ansiedade.
Um estudo analisou que a dificuldade de concentração estava presente em níveis clinicamente significativos em quase 90% dos participantes com ansiedade. Isso evidencia que a ansiedade pode causar prejuízos expressivos na produtividade, nos resultados e na evolução da vida profissional de uma pessoa.
7. Fadiga
Ser ansioso cansa, literalmente. Por isso, pessoas com ansiedade frequentemente se sentem cansadas ao extremo. Pesquisas mostraram que a fadiga está fortemente associada a vários transtornos psiquiátricos, em particular, ansiedade, depressão e sofrimento psicológico geral.
Manter-se em constante estado de preocupação e alerta deixa o corpo exaurido e, em adição a isso, pessoas com ansiedade comumente têm problemas de sono também. Esse conjunto de fatores faz com que a fadiga seja uma das consequências da ansiedade.
8. Sudorese
Ondas de calor, rubor e sudorese são sintomas regularmente relatados por indivíduos com transtornos de ansiedade. O sistema que pode estar envolvido nessa manifestação é o sistema termo sensorial/termorregulatório. Um estudo realizado com indivíduos com transtorno de ansiedade mostrou que os participantes exibiram mais rubor e sudorese no confronto com situações fóbicas. Os participantes com transtorno do pânico foram caracterizados por sudorese diária mais intensa, bem como sudorese aumentada durante tarefas estressantes. Em outras palavras, a ansiedade faz o corpo suar mais!
9. Vontade incontrolável de urinar (bexiga hiperativa)
A vontade de urinar com urgência, mesmo que a bexiga não esteja cheia, pode ser um sinal de ansiedade. A chamada bexiga hiperativa (BH) representa uma síndrome caracterizada por uma miríade de sintomas do trato urinário que incluem urgência urinária geralmente com alta frequência.
De acordo com um estudo, pacientes com BH relataram mais sintomas de ansiedade além de sintomas de incontinência mais graves, pior qualidade de vida e mais dificuldades psicossociais em comparação aos pacientes com BH sem ansiedade. Esses achados mostram que existem correlações positivas importantes entre a gravidade dos sintomas de ansiedade e os sintomas de bexiga hiperativa.
10. Perda ou aumento de apetite
O apetite é regulado por diversos hormônios e neurotransmissores que modulam fome, saciedade e mobilidade intestinal. Estudos sugerem que o fator liberador de corticotropina afeta o sistema digestivo, aumentando a secreção do suco gástrico para acelerar a digestão, podendo levar à supressão do apetite. Isso ocorre principalmente durante uma crise de ansiedade para possibilitar a luta ou a fuga com mais eficiência. Ademais, diversas pessoas com ansiedade relatam pouca fome ou falta de apetite com frequência.
Por outro lado, pessoas que experimentam a ansiedade de forma mais leve e com menor regularidade podem ser mais propensas a buscar alívio e conforto na comida. Um estudo sugere que a ansiedade promove o consumo calórico maior, especialmente de alimentos ricos em gordura. O estudo também indicou que a ansiedade altera as respostas cerebrais que sinalizam saciedade, manifestando que a ansiedade pode ser um importante fator de risco para o sobrepeso e obesidade.
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Teste de sintomas
Preparamos um teste com 11 perguntas para estimar se você teve uma crise de ansiedade. Responda com “sim” ou “não” as perguntas abaixo:
- Sofreu com alterações respiratórias (respiração ofegante)?
- Sentiu sua frequência cardíaca alterada?
- Apresentou problemas digestivos?
- Ficou com tensão ou dor muscular?
- Percebeu dor de cabeça ou enxaqueca?
- Ficou com dificuldade de concentração?
- Sofreu com fadiga normalmente?
- Teve sudorese?
- Ficou com vontade incontrolável de urinar (bexiga hiperativa)?
- Perdeu ou aumentou o apetite?
Se a maioria foi “sim”, cuidado! Provavelmente, você teve uma crise de ansiedade e indicamos procurar ajuda capacitada para não prejudicar sua qualidade de vida. No entanto, independente do resultado, o cuidado com a saúde mental deve ser diário, pois isso é um dever que temos com o nosso corpo e com a nossa saúde!
O que causa o ataque de ansiedade?
As causas não são completamente esclarecidas. Atualmente, se acredita que a ansiedade seja desencadeada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais.
Estudos sugerem que a variação genética é crucial para o desenvolvimento da ansiedade, assim como fatores ambientais ou experiências traumáticas. O National Institute of Mental Health indica que o cenário químico do cérebro vem sendo estudado, pois as áreas do órgão que controlam a resposta ao medo estão intimamente envolvidas no desenvolvimento da ansiedade.
Em relação à motivos ambientais e comportamentais, a crise de ansiedade pode aparecer por:
- estresse diário;
- pressão sob si mesmo;
- divórcio;
- abuso, violência e assédio moral;
- morte de um ente querido;
- mudança de emprego, escola ou até mesmo de cidade ou país;
- efeito colateral de medicamentos e substâncias, como drogas, álcool, cafeína e nicotina;
- excesso de açúcar nos alimentos e bebidas, além de outros ingredientes do cardápio;
- problemas financeiros e desemprego;
- relacionamento difícil com o parceiro, membro da família e amigos.
O que fazer em uma crise de ansiedade?
- Diminua o ritmo da respiração e preste atenção nela
- Relaxe a musculatura
- Desvie atenção dos sintomas
- Utilize o recurso da imaginação guiada, que você está em um local paradisíaco, totalmente relaxado e tranquilo.
Como evitar uma crise de ansiedade?
Atualmente, há uma variedade de recursos terapêuticos para a ansiedade - e a escolha pelos recursos mais adequados deve ser baseada nas causas da ansiedade. Essa investigação e diagnóstico precisa, necessariamente, ser realizada por um médico psiquiatra ou psicólogo.
Segundo o National Institute of Mental Health, os principais recursos terapêuticos para ansiedade incluem:
- psicoterapia;
- medicações (ansiolíticos e antidepressivos);
- exercícios físicos;
- meditação mindfulness/yoga.
Felizmente, um amplo campo de pesquisa sobre nutrientes que poderiam auxiliar no tratamento da ansiedade têm despontado nos últimos anos. Essa área de interesse provavelmente surgiu a partir do entendimento de que o estado nutricional desempenha um papel importante na saúde mental e, a má nutrição, pode contribuir de alguma forma para a patogênese de distúrbios como a ansiedade.
Nesse contexto, um estudo analisou que o uso de um suplemento contendo vitaminas do complexo B, vitamina C, magnésio e outros minerais, promoveu um efeito benéfico nos sintomas de ansiedade de adultos jovens. Esse achado demonstra que um suplemento para ansiedade pode ser eficiente para amenizar as suas manifestações.
Uma meta-análise robusta publicada em 2020 também constatou benefícios da suplementação de certos nutrientes para a ansiedade e outros transtornos mentais. A pesquisa encontrou que as vitaminas do complexo B combinadas com alguns minerais amenizaram sintomas de ansiedade aguda e estresse pós-traumáticos.
Sendo assim, um suplemento para ansiedade pode ser um recurso eficiente quando combinado com outros tipos de terapia. O Mix Relax apresenta em sua composição 10 ingredientes, entre eles, resveratrol, ácido pantotênico, fenilalanina e vitaminas do complexo B, que atuam no funcionamento neuromuscular, metabolismo energético e equilíbrio dos eletrólitos.
Agora que você já sabe identificar o que a crise de ansiedade pode fazer com o seu corpo, procure se manter atento aos sinais e, se necessário, busque ajuda de um psiquiatra ou psicólogo para investigar as causas da sua ansiedade.
Referências
- Generalized Anxiety Disorder – A Twin Study of Genetic Architecture, Genome-Wide Association and Differential Gene Expression
- National Institute of Mental Health - Anxiety Disorders
- Anxiety disorders and cardiovascular disease
- The Effect of Emotional Stress and Depression on the Prevalence of Digestive Diseases
- SYMPTOMS OF ANXIETY AND TENSION AND THE ACCOMPANYING PHYSIOLOGICAL CHANGES IN THE MUSCULAR SYSTEM
- Muscle tension in generalized anxiety disorder: A critical review of the literature
- Migraine and its psychiatric comorbidities
- Anxiety and depression symptoms and migraine: a symptom-based approach research
- Difficulty Concentrating in Generalized Anxiety Disorder: An Evaluation of Incremental Utility and Relationship to Worry
- Fatigue symptoms in relation to neuroticism, anxiety-depression, and musculoskeletal pain. A longitudinal twin study
- A Systematic Review of Thermosensation and Thermoregulation in Anxiety Disorders
- The relationship between anxiety and overactive bladder/urinary incontinence symptoms in the clinical population
- Neurohormonal Regulation of Appetite and its Relationship with Stress: A Mini Literature Review
- Effects of anxiety on caloric intake and satiety-related brain activation in women and men
- Effects of Multivitamin-Mineral Supplementation on Mental Health Among Young Adults (OR15-03-19)
- Database Analysis of Depression and Anxiety in a Community Sample—Response to a Micronutrient Intervention
- Multinutrients for the Treatment of Psychiatric Symptoms in Clinical Samples: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials
Conteúdo escrito por Rafaela Galvão, nutricionista graduada pela Unisul e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.