Atualizado em 11 de Abril de 2025

Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

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Hipotensão Ortostática: o que é, sintomas, causas e tratamento

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A hipotensão ortostática é um quadro de saúde onde há a queda da pressão arterial no exato instante em que se levanta, causando tontura, visão embaçada e, em casos mais graves, desmaio. Ela não é um sintoma em si, mas um alerta para outros problemas de saúde.

Se você se identificou com os sintomas descritos, leia abaixo e descubra mais informações sobre a hipotensão ortostática: o que é, diagnóstico e tratamento.

O que é hipotensão ortostática?

A hipotensão ortostática é quando a pressão arterial cai significativamente ao se levantar, geralmente uma queda de 20 mm Hg na pressão sistólica (a pressão exercida quando o coração bate) ou 10 mm Hg na pressão diastólica (a pressão exercida entre as batidas do coração), dentro de 3 minutos após ficar de pé. 

A hipotensão postural ortostática não é um sintoma, mas um sinal de que o corpo está com pouca circulação de sangue ou com veias que não estão funcionando corretamente. A tontura e o mal-estar causados por essa condição estão relacionados à dificuldade de circulação do oxigênio pelo corpo, o que serve como um alerta para o problema.

É comum o diagnóstico de hipotensão ortostática em idosos, mas pode aparecer em diversas idades e pode ser causada por vários fatores, como desidratação, varizes, anemia, medicamentos para pressão alta ou falta de exercício físico. Quando a causa é tratada, os sintomas geralmente melhoram ou desaparecem.

Quais são os principais sintomas da hipotensão ortostática?

A hipotensão ortostática pode ser sintomática ou assintomática. Os sintomas da hipotensão ortostática são sempre sentidos ao se levantar, seja da posição sentado, seja deitado, pois a característica principal dessa condição é a queda da pressão ao fazer tal movimento. Os sintomas incluem:

  • tontura;
  • visão turva e escurecida;
  • fraqueza;
  • desmaio;
  • formigamento;
  • palidez;
  • sensação de cabeça vazia.

O que pode causar hipotensão ortostática?

A hipotensão ortostática pode ter várias causas, e identificar a origem do problema é essencial. O diagnóstico correto não só ajuda a tratar os sintomas, mas também pode revelar outras condições de saúde importantes.

Em muitos casos, a hipotensão ortostática é causada por medicamentos (como os para pressão alta) ou pode ocorrer devido à desidratação. Também pode aparecer devido a problemas no coração, como insuficiência cardíaca e arritmias. Essas condições dificultam a manutenção da pressão arterial ao mudar de posição, tornando a queda de pressão ao se levantar mais comum.

Em outros casos, a causa está no sistema nervoso, onde há o impedimento de que os vasos sanguíneos se contraiam corretamente ao ficar em pé. Isso é chamado de hipotensão ortostática neurogênica e acontece com mais frequência em pessoas com diabetes, doenças neurológicas degenerativas, como Parkinson, ou lesões na medula espinhal. 

Além disso, algumas doenças autoimunes ou intoxicações podem afetar os nervos e contribuir para essa condição. Em certos pacientes, a pressão pode cair ao se levantar, mas subir quando estão deitados, o que torna o tratamento mais desafiador.

Como diagnosticar e medir a hipotensão ortostática?

A hipotensão ortostática acontece quando a pressão arterial cai ao se levantar, causando tontura, visão embaçada, desmaios e até quedas. Para diagnosticá-la, os médicos avaliam o histórico do paciente, verificam sintomas associados e realizam exames físicos.

Veja o passo a passo sobre hipotensão ortostática: como medir e diagnosticar

Anamnese Médica

O primeiro passo na avaliação da hipotensão ortostática é a coleta do histórico médico, que ajuda a diferenciar essa condição de outras causas de intolerância ortostática, como síncope vasovagal e síndrome de taquicardia postural.

Nessa etapa, o médico avaliará em consulta, os sintomas, como tontura, visão turva, audição abafada, lentidão cognitiva e, em casos graves, desmaios. Também serão avaliados fatores de risco (com consumo de álcool, exposição ao calor ou descondicionamento físico), histórico de medicamentos (revisar remédios que podem influenciar a pressão arterial) e doenças associadas.

Teste de Ortostatismo à Beira do Leito

Este teste avalia como a pressão arterial responde à mudança de posição, sendo um método simples e acessível para diagnosticar a hipotensão ortostática.

O paciente descansa deitado por 5 minutos. Mede-se a pressão arterial e a frequência cardíaca. O paciente se levanta e novas medições são feitas após 1, 2 e 3 minutos. Se necessário, uma medição adicional pode ser feita após 30 segundos para avaliar uma recuperação tardia da pressão arterial. 

Interpretação dos resultados:

  • Hipotensão ortostática clássica: Queda da pressão sistólica ≥ 20 mmHg ou diastólica ≥ 10 mmHg em até 3 minutos de ortostatismo;
  • Hipotensão ortostática inicial: Queda transitória de pressão logo ao se levantar, geralmente nos primeiros 5 passos;
  • Hipotensão ortostática neurogênica: Queda da pressão sem aumento compensatório da frequência cardíaca (ΔFC/ΔPAS < 0,5 bpm/mmHg).

O diagnóstico da hipotensão ortostática envolve uma abordagem gradual, desde a anamnese até testes específicos. A diferenciação entre causas neurogênicas e não neurogênicas é fundamental para direcionar o tratamento adequado.

Tratamentos e cuidados para a hipotensão ortostática

O tratamento da hipotensão ortostática dá prioridade a medidas não farmacológicas, pois os remédios não corrigem completamente o problema e podem causar efeitos colaterais, como hipertensão ao deitar. Portanto, mudanças no estilo de vida são essenciais para evitar episódios de queda de pressão, tais quais:

  • orientação: compreender como a condição funciona e a evitar situações que desencadeiam a queda de pressão, como ficar em pé por muito tempo, fazer esforço físico intenso ou consumir álcool e refeições grande;
  • revisão de medicamentos: ajustar ou suspender remédios que possam piorar o quadro, sempre com orientação médica;
  • evitar mudanças bruscas na postura: levantar-se lentamente e evitar ficar em pé por longos períodos; ao acordar, sentar na beirada da cama antes de se levantar, sempre aos poucos;
  • evitar a posição supina: durante o dia, evitar deitar-se completamente e de noite, dormir com a cabeceira da cama elevada pode ajudar;
  • ingestão de água: beber 500 mL de água pode aumentar a pressão arterial por cerca de 30 a 45 minutos, auxiliando no alívio dos sintomas em momentos de queda, assim como na manutenção da pressão durante o dia;
  • consumo de eletrólitos: a reposição de água pode não ser o suficiente, às vezes será necessário associá-la a eletrólitos, como magnésio, potássio e sódio, para regular novamente a pressão e a retenção de líquidos;
  • alimentação ajustada: fazer refeições menores e mais frequentes, com menos carboidratos, e evitar álcool;
  • aumento do sal na dieta: se não houver contraindicação, ingerir mais sal pode ajudar a manter a pressão estável. Em paralelo, aumentar a hidratação para 2 a 3 litros por dia;
  • atividade física: exercícios moderados, como fortalecimento das pernas e ciclismo reclinado, podem melhorar os sintomas. Devem ser evitados exercícios muito intensos.

Se as medidas não farmacológicas não forem suficientes, pode-se recorrer a medicamentos que aumentam a pressão, sempre com acompanhamento médico. Entre eles, estão a fludrocortisona, a midodrina e a droxidopa, que ajudam a manter a pressão ao ficar em pé. Cada caso deve ser avaliado individualmente para evitar efeitos adversos.

A chave do tratamento da hipotensão ortostática está na combinação de estratégias personalizadas para cada paciente, garantindo qualidade de vida sem agravar outros problemas de saúde.

Foto de Joana Mazzochi Aguiar

Conteúdo criado por especialista:

Joana Mazzochi Aguiar

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Joana Mazzochi Aguiar, nutricionista (CRN 10 – 10934), formada pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). É especialista em Atendimento Nutricional para Cirurgia Bariátrica e atualmente cursa pós-graduação em Saúde da Mulher e Estética pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional e do cuidado integral à saúde feminina.

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