Atualizado em 29 de Abril de 2025
Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

Ferritina alta: causas, sintomas e como tratar

A ferritina alta, ou hiperferritinemia, é uma condição em que os níveis dessa proteína, responsável pelo armazenamento de ferro no corpo, estão elevados. Embora seja comum associá-la ao excesso de ferro, a ferritina alta também pode indicar câncer, inflamações, doenças crônicas ou outros problemas de saúde graves.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é a ferritina alta, suas causas, sintomas, formas de tratamento e outras informações importantes, para que você entenda melhor essa condição e saiba como lidar com ela de forma eficaz.
O que é ferritina alta e o que significa?
A ferritina é uma proteína fundamental para o armazenamento de ferro no organismo, presente principalmente no fígado, coração e pâncreas. Quando os níveis de ferritina estão acima do normal — superiores a 200 μg/L em mulheres e 300 μg/L em homens — isso pode ser um sinal de alerta.
A ferritina alta pode indicar:
- inflamações no corpo;
- doenças hepáticas, como cirrose;
- sobrecarga de ferro (hemocromatose);
- doenças crônicas, como artrite reumatoide;
- câncer.
Essa condição não é um diagnóstico em si, mas um marcador que precisa de investigação para identificar a causa subjacente.
Causas e condições associadas à ferritina alta
Como explicado, a ferritina alta pode ser causada por diversas condições, incluindo:
1. Hemocromatose
Trata-se de um distúrbio genético que afeta a capacidade do corpo de regular a absorção de ferro. Na hemocromatose, o organismo absorve mais ferro do que o necessário a partir dos alimentos. Esse ferro em excesso se acumula em órgãos, como o fígado, coração e pâncreas, causando danos ao longo do tempo, incluindo cirrose, insuficiência cardíaca ou diabetes.
2. Doenças hepáticas
Condições que afetam o fígado, como hepatites (inflamações causadas por vírus ou outros fatores) e esteatose hepática (gordura no fígado), podem elevar os níveis de ferritina. O fígado é um dos principais órgãos onde o ferro é armazenado, e disfunções hepáticas podem causar uma liberação excessiva de ferritina no sangue.
3. Câncer
Em alguns tipos de câncer, especialmente em estágios avançados, a ferritina alta pode atuar como um marcador inflamatório. Isso ocorre porque o corpo reage à presença de tumores aumentando a produção de proteínas ligadas à inflamação, incluindo a ferritina.
4. Inflamações sistêmicas
Doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus, ou infecções crônicas, como tuberculose, podem desencadear inflamações em todo o corpo. Essas condições estimulam o aumento da ferritina, não como reflexo de excesso de ferro, mas como parte da resposta inflamatória.
5. Alcoolismo e dieta inadequada
O consumo excessivo de álcool pode sobrecarregar o fígado, afetando sua função e elevando os níveis de ferritina. Além disso, uma dieta desequilibrada, rica em alimentos com alto teor de ferro, como carnes vermelhas, ou pobre em nutrientes essenciais para o metabolismo do ferro, pode contribuir para a ferritina alta.
6. Hipertireoidismo
Essa condição, caracterizada pelo excesso de hormônios tireoidianos, pode afetar o metabolismo e os processos inflamatórios no corpo. Em alguns casos, o hipertireoidismo está associado ao aumento dos níveis de ferritina devido à influência hormonal no metabolismo do ferro e à resposta inflamatória.
7. Tabagismo
O tabagismo pode contribuir para o aumento dos níveis de ferritina no sangue devido a uma combinação de fatores metabólicos e inflamatórios. O cigarro contém inúmeras substâncias tóxicas, como metais pesados (cadmio, chumbo) e radicais livres, que desencadeiam respostas inflamatórias no organismo. Essa inflamação sistêmica estimula o fígado a produzir mais ferritina como parte da resposta do corpo ao estresse oxidativo e ao dano celular.
Além disso, o tabagismo pode causar alterações metabólicas que afetam o metabolismo do ferro. A exposição ao cigarro pode levar ao aumento da absorção de ferro ou interferir em sua regulação no corpo, resultando em estoques elevados.
8. Outros casos
O aumento da ferritina também pode ocorrer em situações agudas, como infecções graves ou Covid-19, devido à resposta inflamatória do corpo.
Sintomas de ferritina alta
Os sintomas podem variar conforme a causa, mas os mais comuns incluem:
- fadiga extrema;
- dores articulares;
- alterações na pele, como pigmentação escurecida;
- perda de peso inexplicada.
Os sintomas de ferritina alta em homens podem incluir alterações hormonais, como redução da libido, enquanto nas mulheres, esses sinais muitas vezes são mascarados pelos ciclos menstruais regulares.
Quando não tratada, a ferritina alta pode levar a complicações graves, como:
- diabetes;
- doenças cardíacas;
- cirrose hepática;
- insuficiência pancreática.
Tratamento
Como tratar ferritina alta irá depende da causa. Algumas estratégias incluem:
- doação de sangue: indicada para pacientes com hemocromatose, pois ajuda a reduzir os estoques de ferro;
- dieta controlada: o objetivo é evitar alimentos ricos em ferro, como carne vermelha e vegetais de folhas escuras, e priorizar alimentos que reduzem a absorção de ferro (em casos de hemocromatose);
- suplementação natural: chlorella e spirulina, por exemplo, possuem potenciais propriedades anti-inflamatórias e podem ser usadas com orientação nutricional. No entanto, elas também aumentam o ferro no organismo e, em caso de ferrita alta por isso, não são recomendadas;
- controle de doenças subjacentes: de forma certeira, busca tratar condições inflamatórias ou hepáticas que estejam elevando a ferritina.
Cardápio para quem tem ferritina alta
A alimentação para quem tem ferritina alta deve ser ajustada com base na causa específica da condição. Se o aumento da ferritina não estiver relacionado ao consumo excessivo de alimentos ricos em ferro, geralmente não é necessário restringir esses alimentos. No entanto, em casos onde o excesso de ferro na dieta é um fator, é importante moderar o consumo.
Para causas associadas a inflamações, uma dieta anti-inflamatória é essencial, incluindo alimentos que ajudam a combater a inflamação no organismo. Já em situações relacionadas a doenças hepáticas, como hepatites ou gordura no fígado, o cardápio deve ser direcionado a promover a saúde do fígado e evitar sobrecargas desnecessárias. Outras condições associadas, como doenças autoimunes ou genéticas, também exigem um plano alimentar específico.
Quando a ferritina é considerada grave?
Se você ainda se pergunta se a ferritina alta é perigosa, a resposta é: sim! A ferritina é considerada alarmante quando ultrapassa os 1.000 μg/L, o que pode indicar riscos sérios. Nessas situações, é fundamental buscar atendimento médico imediato para prevenir complicações que podem ser fatais.