Dieta mediterrânea: o que é, benefícios e como fazer
A dieta mediterrânea é apontada pela ciência como um modelo de alimentação saudável exemplar a ser adotado pelos países, visando longevidade e saúde populacional.
Originada nas regiões banhadas pelo Mar Mediterrâneo, essa abordagem nutricional não apenas prioriza os alimentos de forma distinta àquela estabelecida pela tradicional pirâmide alimentar brasileira, mas também incorpora práticas que vão para além da mesa.
Entenda melhor o que é a dieta mediterrânea, o que a compõe e como adotar esse estilo de vida tão benéfico à saúde.
O que é dieta mediterrânea?
A dieta mediterrânea ganhou notoriedade após ser considerada a melhor dieta para fins de saúde e longevidade.
Esse conceito surgiu por volta das décadas de 40 e 50, quando investigadores norte-americanos chegaram à ilha mediterrânea de Creta e, após longas pesquisas, observaram que os níveis de saúde e a longevidade daquela população eram bastante superiores ao da América do Norte, apesar das condições de vida e acesso a cuidados de saúde serem proporcionalmente inferiores.
A partir daí, diversas outras pesquisas surgiram para entender quais hábitos de vida daquela população garantiam resultados tão positivos na saúde.
Um dos primeiros grandes estudos na área do Mediterrâneo revelou que os padrões alimentares desta zona tinham como base: azeite de oliva, oleaginosas, sementes, cereais integrais, legumes, frutas e peixes - o que deu origem à tão famosa dieta do mediterrâneo.
Benefícios da dieta mediterrânea
Os principais benefícios de adotar a dieta mediterrânea.
- está associada a maior longevidade;
- contribui a prevenção de doenças cardiovasculares;
- está relacionada à menor incidência de diabetes tipo 2;
- melhora as condições de hipertensão arterial;
- está associada a menores índices de obesidade;
- auxilia na saúde neurológica.
A tradicional dieta mediterrânica, caracterizada pela presença de grandes quantidades de vegetais e elevado consumo de gorduras mono-insaturadas, de acordo com o lendário estudo realizado com sete países, como EUA, Japão e Grécia, é apontada como a dieta mais saudável a ser seguida.
Segundo este estudo, a dieta mediterrânea está associada a maior longevidade, a menores taxas de morbilidade e de mortalidade por doença cardiovascular, a menor incidência de diabetes tipo 2, de hipertensão arterial, de obesidade e de doenças neurodegenerativas.
Outro artigo reitera essas afirmações, destacando a dieta mediterrânea como uma ferramenta significativa para promover a saúde e prevenir doenças, devido às suas características.
Essas incluem o consumo abundante de alimentos vegetais, poucos produtos processados, abundância de alimentos frescos, a preferência por peixes e redução do consumo de outras carnes, além do uso predominante de azeite como principal fonte de gordura.
Segundo os autores, é amplamente reconhecido que a combinação dos alimentos que compõem a Dieta do Mediterrâneo, aliada a atividades físicas diárias, tem o potencial de proporcionar uma vida saudável e reduzir o risco de algumas doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, câncer, doenças cardiovasculares e diabetes.
Como fazer dieta mediterrânea?
A dieta mediterrânea possui sua própria pirâmide alimentar, que serve como referência para implementá-la no dia a dia.
Na base, é possível observar que estão presentes hábitos de saúde que vão além da alimentação, incluindo a prática regular de atividade física, o descanso adequado e a socialização, todos considerados aspectos cruciais para a manutenção da saúde.
Logo acima, antes mesmo de mencionar os grupos alimentares, a dieta mediterrânea destaca a importância do consumo adequado de líquidos, como água e infusões, para a correta hidratação.
Quanto à ingestão alimentar, a base da dieta mediterrânea é composta pelo grupo das frutas e hortaliças, juntamente ao uso predominante de azeite de oliva e carboidratos preferencialmente integrais, como pão, massa, arroz e cuscuz.
Na próxima camada, estão os alimentos que podem entrar diariamente na dieta, porém em menor quantidade. São eles os leites e derivados, as fontes de gordura mono e poliinsaturadas (bastante consumidas na dieta mediterrânea) como nozes e sementes, além das especiarias e temperos, destacando o baixo consumo de sal.
Por fim, a dieta mediterrânea elenca os doces, ovos, carnes vermelhas, brancas, peixes e batatas, como itens a serem consumidos de maneira esporádica e em menor quantidade, encerrando a pirâmide alimentar com orientações claras sobre o equilíbrio e a moderação na ingestão desses alimentos.
Em resumo, a dieta mediterrânea tem como base alimentar as hortaliças, frutas, cereais e grãos integrais, sementes, oleaginosas, azeite de oliva e peixes. Desta forma, é possível perceber que existe um padrão nesses alimentos escolhidos: alto teor de fibras, vitaminas e minerais, além do alto teor de ácidos graxos mono e poliinsaturados.
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O que comer e beber: Cardápio de Dieta Mediterrânea
Este é um modelo tradicional de cardápio para seguir a dieta mediterrânea.
- Café da manhã: salada de frutas variadas servidas com iogurte desnatado e um mix de sementes e grãos integrais
- Almoço: arroz integral, peixe branco grelhado e salada bem farta regada com azeite de oliva
- Lanche da tarde: uma porção de oleaginosas e pão integral com queijo branco
- Jantar: cuscuz com ovos e especiarias, servidos com mix de legumes refogados no azeite de oliva
- Ceia: uma porção de fruta
- Ao longo do dia: água e infusões
Melhora da microbiota intestinal
A dieta mediterrânea ajuda a emagrecer?
A dieta mediterrânea é predominantemente composta por alimentos muito benéficos no processo de emagrecimento, como hortaliças, frutas, carboidratos integrais e carnes magras - o que a torna uma recorrente escolha de quem procura emagrecer.
Porém, é importante compreender que, apesar de a dieta mediterrânea ser predominantemente constituída de alimentos saudáveis, o que determina a perda de peso é o saldo calórico total do dia. Ou seja, não adianta consumir alimentos saudáveis, se não houver um controle da quantidade para a correta promoção do déficit calórico.
Desta forma, a dieta mediterrânea tem muito potencial e pode ser uma ótima abordagem para quem busca o emagrecimento, porém é necessário que ela seja planejada e calculada por um nutricionista, para que as necessidades individuais de perda de gordura sejam alcançadas.
Referências
- BERTOLANI, Karina Cabral. Benefícios da dieta mediterrânea. Revista Multidisciplinar da Saúde, v. 5, n. 10, p. 2-18, 2014.
- GRAÇA, Pedro. Breve história do conceito de dieta Mediterrânica numa perspetiva de saúde. Revista Factores de Risco, n. 31, p. 20-22, 2014.
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- COUTO, Taciana Souza; MELO-JUNIOR, Mario Ribeiro; GOMES, Cláudia Roberta Araújo. Aspectos neurobiológicos do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): uma revisão. Ciências & Cognição, v. 15, n. 1, p. 241-251, 2010.
- VAZ, DIANA SOUZA SANTOS et al. A importância do ômega 3 para a saúde humana: um estudo de revisão. Uningá Review, v. 20, n. 2, 2014.
- SANTOS, Raul D. et al. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 100, p. 1-40, 2013.
Texto escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Texto revisado por Rafaela Fürst Galvão, nutricionista graduada pela Unisul (CRN-10: 11807) e publicitária graduada pela ESPM-SUL. Desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo para a área da saúde desde 2016.