Atualizado em 17 de Março de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Dieta hipossódica: o que é, benefícios e cardápio

Você já ouviu falar da dieta hipossódica? Embora o sódio seja essencial para o funcionamento do nosso corpo, o excesso dele pode trazer sérios impactos na saúde, como aumento da pressão arterial e risco de doenças cardiovasculares.

Mas e se a redução do sal na sua alimentação pudesse trazer benefícios além de simplesmente controlar a pressão e prevenir doenças do coração?

Neste artigo, vamos explorar como a dieta hipossódica pode melhorar sua qualidade de vida, com dicas práticas para aplicar no seu dia a dia. Continue lendo e descubra como fazer escolhas alimentares inteligentes que podem transformar a sua saúde!

O que é dieta hipossódica?

A dieta hipossódica é um plano alimentar que visa reduzir a ingestão de sódio, mineral essencial para o funcionamento do organismo, mas que, quando consumido em excesso, pode trazer sérios prejuízos à saúde.

O sódio desempenha um papel crucial no equilíbrio hídrico e na função muscular, mas a ingestão elevada está associada a problemas, como a hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, disfunções renais e, até, complicações neurológicas.

Adotar uma dieta hipossódica pode ser fundamental para o controle da pressão arterial, já que o sódio em excesso contribui para a retenção de líquidos, aumentando a pressão nos vasos sanguíneos. Isso, por sua vez, eleva o risco de acidentes vasculares cerebrais, infartos e insuficiência renal.

Além disso, essa modificação alimentar pode otimizar o efeito de medicamentos anti-hipertensivos, proporcionando um melhor controle da pressão arterial.

É importante dizer que, na dieta para hipertensão, não se trata apenas de excluir certos alimentos, mas também de incluir nutrientes essenciais. O magnésio, por exemplo, desempenha um papel crucial no controle da pressão arterial.

Para seguir uma dieta hipossódica de maneira eficaz, é fundamental tomar algumas precauções no dia a dia. Primeiramente, é importante ler atentamente os rótulos dos alimentos, optando por aqueles com baixo teor de sódio.

Alimentos industrializados e processados devem ser evitados sempre que possível, pois frequentemente contêm altas quantidades de sal. Preparar as refeições em casa, sem adicionar sal, é uma excelente maneira de ter mais controle sobre o que se está consumindo.

Além disso, substituir o sal por temperos naturais, como alho, cebola, cheiro verde, orégano e limão pode enriquecer o sabor dos pratos de forma saudável. Também é importante moderar o consumo de café, que pode ter um efeito desidratante e agravar problemas relacionados à pressão arterial. 

Outro ponto essencial é adotar um estilo de vida saudável, que inclua evitar o fumo e manter o peso sob controle, fatores que têm impacto direto na saúde cardiovascular e renal. 

Ao integrar esses hábitos à rotina, a dieta hipossódica pode não só prevenir doenças graves, mas também melhorar a qualidade de vida, contribuindo para o bem-estar geral.

Para que serve e quais os benefícios dieta hipossódica?

A dieta hipossódica, que reduz a ingestão de sódio, é uma estratégia importante para melhorar a saúde geral e prevenir diversas condições graves. Embora o sódio seja um mineral essencial para o corpo, o consumo excessivo, especialmente proveniente de alimentos industrializados, é um problema crescente na sociedade moderna.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a ingestão de sal seja equivalente a menos de 5 g (<2 g de sódio) por dia, o equivalente a uma colher de chá de sal. No entanto, muitas pessoas excedem essa quantidade, o que pode resultar em sérios danos à saúde.

Adotar a dieta hipossódica pode ser particularmente benéfico para pessoas com hipertensão arterial, doenças cardíacas, problemas renais, diabetes e condições neurológicas, como AVC, Parkinson e esclerose múltipla. Nesses casos, o excesso de sódio pode levar a uma série de complicações, como:

  • retenção de líquidos, causando inchaço (edemas);
  • aumento da pressão arterial, o que sobrecarrega o coração e os rins;
  • maior ativação da resposta inflamatória intestinal;
  • processos degenerativos no sistema nervoso central.

Além de ajudar a controlar esses problemas, os benefícios dieta hipossódica vão além. Um dos principais efeitos é a redução da pressão arterial, fundamental para a prevenção de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

O excesso de sódio pode enfraquecer as paredes dos vasos sanguíneos, tornando-os mais suscetíveis a entupimentos ou rompimentos, fatores que contribuem diretamente para o AVC.

Outro benefício significativo da redução de sódio é a melhoria da eficácia de medicamentos anti-hipertensivos, potencializando os efeitos do tratamento e melhorando a saúde cardiovascular.

Além disso, a dieta hipossódica pode ajudar na perda de peso (não na perda de gordura), já que a retenção de líquidos está frequentemente associada ao ganho de peso.

A alimentação hipossódica também reduz o risco de doenças metabólicas, como diabetes, e suas complicações, como a neuropatia diabética, que resulta em danos nos nervos e sintomas, como formigamento e dormência.

Pessoas com diabetes têm maior risco de hipertensão, e o excesso de sódio pode agravar ainda mais a resistência à insulina e o ganho de peso.

Outro ponto importante é a proteção do sistema nervoso. O consumo excessivo de sódio está relacionado a um declínio cognitivo, afetando negativamente a memória e as funções cerebrais. A redução do sódio pode aumentar os níveis de óxido nítrico, que melhora a circulação sanguínea e, consequentemente, a saúde cerebral.

Antes de adotar uma dieta hipossódica, é importante lembrar que o sódio também desempenha funções essenciais no corpo, como o equilíbrio de líquidos e a função muscular. 

Por isso, a redução do sódio deve ser feita de forma equilibrada, sem excessos, para garantir que os benefícios da dieta sejam alcançados sem comprometer a saúde.

Como fazer dieta hipossódica?

Pode parecer desafiadora no início, mas com algumas mudanças simples, é possível ajustar o paladar e desfrutar de uma dieta hipossódica. O corpo se adapta rapidamente a uma menor ingestão de sódio - e nossas papilas gustativas podem ser "treinadas" para apreciar os novos sabores. 

A chave está em fazer escolhas alimentares inteligentes, como substituir o sal por temperos naturais e evitar alimentos processados que contêm grandes quantidades de sódio.

Passos para seguir a dieta hipossódica:

  • evite o saleiro: retire o saleiro da mesa para evitar o uso excessivo de sal nas refeições;
  • use temperos naturais: em vez de temperos prontos, utilize alho, cebola, limão, orégano, cheiro verde, entre outros. Ervas frescas e especiarias sem sódio são alternativas ideais para dar sabor aos alimentos;
  • leia os rótulos dos alimentos: ao comprar produtos industrializados, verifique sempre o teor de sódio para garantir que não ultrapasse a quantidade recomendada;
  • prefira alimentos frescos: sempre que possível, opte por alimentos frescos e naturais, como frutas, verduras e legumes, que são naturalmente baixos em sódio;
  • evite alimentos processados e enlatados: alimentos, como conservas, produtos embutidos ( presunto e salsichas, por exemplo), e caldos concentrados contêm grandes quantidades de sódio e devem ser evitados.

Alimentos a serem evitados:

  • alimentos industrializados: bolachas, biscoitos salgados, salgadinhos, pães salgados e pastelaria em geral;
  • conservas e enlatados: como ervilhas, milho, picles, azeitonas, sardinhas e cogumelos;
  • queijos com sal: evite queijos gordurosos, como prato, provolone e mussarela, por exemplo;
  • produtos embutidos: presunto, linguiça, salsicha e salame fazem parte desse grupo;
  • molhos prontos: como ketchup, mostarda, molho de tomate industrializado, maionese e sopas enlatadas;
  • bebidas: refrigerantes, sucos artificiais e bebidas alcoólicas, que podem conter sódio.

Alimentos permitidos:

  • grãos e cereais: como pães sem sal, arroz, macarrão, cereais e bolos caseiros sem sal;
  • laticínios com baixo teor de sódio: leite, iogurte e queijos frescos, como ricota e cottage;
  • carnes magras e peixes: sem pele e preferencialmente cozidos, grelhados ou assados;
  • temperos naturais: como salsinha, coentro, manjericão, gengibre, canela e noz-moscada;
  • frutas e verduras frescas: que são naturalmente baixos em sódio e ricos em nutrientes benéficos para o corpo.

Dicas:

  • fracione suas refeições: tente comer 5 a 6 refeições pequenas ao longo do dia para ajudar a controlar a ingestão de sódio e manter o metabolismo ativo;
  • prepare molhos caseiros: evite molhos industrializados e prefira fazer os seus próprios, com ingredientes naturais e sem adição de sal;
  • controle o consumo de café: limite o consumo de café a 3 xícaras pequenas por dia para não sobrecarregar o sistema circulatório;
  • não pule refeições: manter uma alimentação regular é essencial para o equilíbrio nutricional e para o controle do sódio no organismo.

Seguindo essas orientações, você pode adaptar sua dieta hipossódica de forma eficaz, garantindo uma alimentação mais saudável e o controle de condições, como hipertensão, doenças cardíacas e problemas renais.

Aproveite e veja também

Cardápio para dieta hipossódica

Aqui está um exemplo de cardápio com todos os dias da semana e todas as refeições:

CSS Selectors
Refeição Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo
Café da manhã
  • Vitamina de frutas (banana, maçã, laranja) com leite desnatado e aveia;
  • Pão integral sem sal com queijo cottage;
  • Chá de erva-doce.
  • Frutas frescas (mamão, maçã, melão);
  • Torradas integrais sem sal com ricota;
  • Suco de laranja natural.
  • Mingau de aveia com maçã e canela;
  • Chá verde.
  • Suco de melancia natural;
  • Pão integral sem sal com abacate amassado e limão;
  • Suco de melancia natural.
  • Vitamina de abacate com leite desnatado;
  • Pão integral sem sal com queijo ricota.
  • Frutas frescas (banana, maçã, melão);
  • Torradas integrais sem sal com ricota;
  • Suco de laranja natural.
  • Frutas frescas (banana, maçã, melão);
  • Pão integral sem sal com abacate amassado e limão;
  • Chá de hortelã.
Almoço
  • Peito de frango grelhado com alho, limão e orégano;
  • Arroz integral;
  • Brócolis cozidos no vapor.
  • Carne magra (patinho ou filé mignon) grelhada;
  • Quinoa com legumes (cenoura, abobrinha, ervilha);
  • Salada de folhas verdes (alface, rúcula, agrião) com azeite e vinagre.
  • Frango grelhado com limão e tomilho;
  • Batata-doce cozida;
  • Salada de beterraba e cenoura ralada com azeite e vinagre.
  • Carne de frango ao forno com alecrim;
  • Arroz integral;
  • Salada de legumes (abobrinha, cenoura, brócolis) cozidos no vapor.
  • Carne de frango ao forno com alecrim;
  • Arroz integral;
  • Salada de legumes (abobrinha, cenoura, brócolis) cozidos no vapor.
  • Carne magra (patinho ou filé mignon) grelhada;
  • Arroz integral;
  • Salada de folhas verdes (alface, rúcula, agrião) com azeite e vinagre.
  • Carne magra (patinho ou frango) cozida com temperos naturais;
  • Arroz integral;
  • Salada de pepino e tomate com azeite e vinagre balsâmico.
Lanche da tarde
  • Iogurte natural com morangos picados;
  • Amêndoas (sem sal).
  • Mix de frutas secas (sem sal);
  • Chá de camomila.
  • Iogurte grego sem açúcar;
  • Maçã fatiada.
  • Iogurte natural com chia;
  • Mix de castanhas (sem sal).
  • Banana com amêndoas;
  • Chá de camomila.
  • Iogurte natural com nozes;
  • Maçã fatiada.
  • Iogurte grego com morangos fatiados;
  • Amêndoas (sem sal).
Jantar
  • Peixe assado com ervas (salsinha, manjericão, alho);
  • Purê de batata-doce;
  • Abobrinha refogada com azeite e alho.
  • Omelete de claras com espinafre e cogumelos;
  • Arroz integral;
  • Cenouras assadas com alecrim e azeite.
  • Peixe grelhado com limão e alho;
  • Arroz integra;
  • Abóbora assada com azeite e alho.
  • Tilápia grelhada com limão e alho;
  • Purê de mandioquinha;
  • Aspargos cozidos no vapor.
  • Frango grelhado com ervas finas;
  • Arroz integral;
  • Brócolis no vapor.
  • Frango grelhado com alho e alecrim;
  • Arroz de couve-flor;
  • Brócolis no vapor.
  • Frango grelhado com alho e alecrim;
  • Purê de batata-doce;
  • Espinafre cozido no vapor.

Esse cardápio foi planejado para garantir uma alimentação saudável, com redução de sódio, utilizando temperos naturais e priorizando alimentos frescos e integrais.

É importante lembrar embora esse plano possa ser um bom ponto de partida, ele não substitui uma avaliação individualizada. Cada pessoa possui necessidades nutricionais específicas, que incluem o cálculo adequado de calorias, macronutrientes (como proteínas, carboidratos e gorduras), vitaminas e minerais, além de outros fatore individuais.

É fundamental consultar um nutricionista para que ele possa ajustar a sua dieta hipossódica de acordo com as suas necessidades pessoais e objetivos. 

Um profissional qualificado pode realizar uma avaliação detalhada, levando em conta o seu estilo de vida, condições de saúde, metas e preferências alimentares, garantindo assim que a dieta seja adequada para você.

Dieta hipossódica emagrece?

A dieta hipossódica pode contribuir para a perda de peso, mas é importante entender que ela não é uma dieta exclusiva para emagrecimento. O principal benefício dessa dieta está na redução da ingestão de sódio, que pode ajudar a melhorar o controle da pressão arterial, reduzir o inchaço e prevenir doenças cardiovasculares e renais.

A redução do sódio pode ajudar a "desinchar", pois o sódio está diretamente relacionado à retenção de líquidos no corpo. Quando consumimos alimentos ricos em sódio, o corpo retém mais água para equilibrar a concentração de sal no organismo.

Ao adotar uma dieta hipossódica, a diminuição do sódio pode levar a uma eliminação maior de líquidos, resultando em um efeito de desinchaço e menor peso na balança, embora não reduza gordura.

Além disso, a dieta hipossódica é geralmente associada a uma alimentação mais saudável e equilibrada, com mais alimentos frescos e menos industrializados. 

Isso pode levar a uma redução no consumo de calorias vazias, favorecendo um emagrecimento saudável ao longo do tempo, caso seja combinada com outros hábitos como o controle das porções e a prática de atividades físicas.

Conteúdo escrito pela nutricionista Suelen Santos da Costa, CRN10 7816. Suelen é graduada pela Universidade Federal de Pelotas e possui Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro de Nutrição Funcional.