Atualizado em 11 de Abril de 2025
Criado por Joana Mazzochi - Nutricionista

Tontura quando levanta: o que pode ser e como evitar

Você já sentiu tontura, visão embaçada e a sensação de quase desmaio ao se levantar rapidamente do sofá ou sair da cama logo pela manhã? Precisa de alguns segundos para que esses sintomas passem quando se levanta com pressa e esquece que costuma sentir tontura quando levanta?
Saiba que essa condição pode estar relacionada a diversas disfunções orgânicas, mas também existem pequenas mudanças na sua rotina que podem ajudar a melhorar bastante esses sintomas. Continue lendo para descobrir como!
O que pode causar tontura ao levantar?
Porque, quando levantamos rápido, sentimos tontura?
Ao levantar rapidamente, a posição do corpo muda de forma brusca, alterando a pressão arterial tão depressa que não é dado tempo necessário para que o sangue chegue no cérebro de forma suficientemente satisfatória, levando à sensação de tontura.
Portanto, o que causa tontura quando levanta é essa falta de sangue em quantidade ideal no cérebro, que tende a passar em questão de segundos assim que é restabelecida a frequência cardíaca e a pressão arterial, mandando sangue para o cérebro.
Além de tontura, outros sintomas comuns a esse evento são: visão turva e escurecida, fraqueza, náusea, tremor, confusão mental e, em casos mais graves, desmaio. Esses sintomas tendem a durar segundos, apenas o tempo suficiente para o organismo restabelecer seus parâmetros normais.
É normal sentir tontura ao levantar? Quando se preocupar?
Na maioria dos casos, é normal sentir tontura quando levanta, uma condição chamada de hipotensão postural, tontura ortostática ou hipotensão ortostática. Esses termos fazem referência à queda da pressão arterial ao se levantar, levando rapidamente à falta de sangue no cérebro nos primeiros segundos após a ação.
É um sintoma bastante comum em idosos, cujo controle da pressão arterial já está mais fragilizada com a idade e a tendência é que demore mais para o fluxo sanguíneo se restabelecer após mudanças bruscas de postura.
Porém, é uma condição que também pode acometer jovens, especialmente durante práticas de atividade física, que exigem bastante condicionamento cardiovascular - como corrida, ciclismo e até um treino de musculação intenso - ou em um período de desidratação.
Apesar de comum, existem alguns problemas de saúde que podem levar à queixa de tontura quando levanta, como problemas no coração (insuficiência cardíaca e arritmias). Essas condições dificultam a manutenção da pressão arterial ao mudar de posição, tornando a queda de pressão ao se levantar mais comum.
Problemas no sistema nervoso também podem levar a esse quadro, onde há o impedimento de que os vasos sanguíneos se contraiam corretamente ao ficar em pé. Isso é chamado de hipotensão ortostática neurogênica e acontece com mais frequência em pessoas com diabetes, doenças neurológicas degenerativas, como Parkinson, ou lesões na medula espinhal.
Além disso, algumas doenças autoimunes ou intoxicações podem afetar os nervos e contribuir para essa condição. O uso de certos medicamentos, como aqueles para o controle da pressão, também podem ter como efeito colateral tontura quando levanta a cabeça ou o corpo.
Tontura ao levantar a cabeça ou ao deitar: quais as diferenças?
A tontura quando deita e levanta pode se dar por diferentes causas, é importante saber quais são para entender como evitar tais situações. Veja a seguir:
- contratura muscular na cervical: tensão muscular ou compressão nervosa na região do pescoço podem comprometer a circulação sanguínea para a região da cabeça e provocar tontura;
- hipotensão ortostática: queda brusca da pressão arterial ao se levantar rapidamente, causando falta de irrigação sanguínea para o cérebro, quadro que leva a tontura;
- vertigem posicional paroxística benigna (VPPB): existem cristais no labirinto do ouvido interno que se deslocam ao mudar a cabeça de posição (seja para deitar, seja para levantar), causando quando levanta a cabeça rapidamente, quando a dieta, ou até mesmo quando virá de um lado para o outro;
- desidratação: a desidratação diminui o volume de sangue, o que pode causar queda da pressão arterial, fazendo com que a pessoa sinta tonturas ou até desmaios, especialmente ao levantar-se rapidamente.
Como evitar tontura ao levantar?
Algumas mudanças no estilo de vida são fundamentais para evitar episódios de tontura ao levantar, especialmente se vêm acompanhados de sintomas como fraqueza, náusea e até desmaio. Leia abaixo e veja como:
- autoconhecimento: entender como a tontura funciona e evitar situações que desencadeiam a queda de pressão, como ficar em pé por muito tempo, fazer esforço físico intenso ou consumir álcool e refeições grandes;
- revisão de medicamentos: ajustar ou suspender medicamentos que possam piorar o quadro, sempre com orientação médica;
- evitar mudanças bruscas na postura: levantar-se lentamente, evitar ficar em pé por longos períodos, e, ao acordar, sentar na beirada da cama antes de se levantar, sempre de forma gradual;
- ingestão de água: beber cerca de 500 mL de água pode aumentar a pressão arterial por 30 a 45 minutos, aliviando os sintomas de tontura ao levantar e ajudando na manutenção da pressão durante o dia;
- consumo de eletrólitos: a reposição de água pode não ser suficiente, e, às vezes, será necessário associá-la a eletrólitos, como magnésio, potássio e sódio, para regular a pressão e a retenção de líquidos;
- alimentação ajustada: fazer refeições menores e mais frequentes, com menos carboidratos, e evitar álcool;
- aumento do sal na dieta: se não houver contraindicação, ingerir mais sal pode ajudar a manter a pressão estável. Em paralelo, aumentar a hidratação para 2 a 3 litros por dia;
- atividade física: exercícios moderados, como fortalecimento das pernas e ciclismo reclinado, podem melhorar os sintomas. Exercícios muito intensos devem ser evitados.
Tratamentos e quando buscar ajuda médica
Se as medidas não farmacológicas não forem suficientes e/ou os sintomas persistirem de forma intensa, associados a episódios de desmaio e perda da consciência, é importante procurar auxílio médico imediato para descartar complicações.
Também é possível recorrer a medicamentos que ajudam a aumentar a pressão, sempre com acompanhamento médico. Entre eles, estão a fludrocortisona, a midodrina e a droxidopa, que auxiliam a manter a pressão ao ficar em pé. Cada caso deve ser avaliado individualmente para evitar efeitos adversos.