Psoríase no couro cabeludo: o que fazer?
Uma condição de pele comum, mas muitas vezes subestimada: a psoríase no couro cabeludo. Trata-se de uma descamação da pele da cabeça, que inicialmente pode ser confundida com caspa. Na verdade, a psoríase é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e quando se manifesta no couro cabeludo, pode desencadear uma série de desconfortos físicos e emocionais. Mas, felizmente existem alguns recursos para manter a psoríase no couro cabeludo sob controle.
Entenda a seguir quais as causas, sintomas e possíveis tratamentos.
O que é psoríase?
A psoríase no couro cabeludo é uma doença de pele de caráter inflamatório, crônica e autoimune. Apesar de ser uma doença de pele, a psoríase do couro cabeludo não é contagiosa, sua inflamação ocorre como resposta a um ataque do sistema imune ao próprio organismo - o que coloca a psoríase como uma doença autoimune. Portanto, quem entra em contato com um portador de psoríase do couro cabeludo não desenvolve a condição por conta disso.
Além da descamação da pele, a presença de manchas avermelhadas e levemente inchadas também é característica das manifestações da psoríase do couro cabeludo, localizadas na linha do cabelo, mas podendo se estender para a testa, orelhas e nuca. Além do couro cabeludo, a psoríase pode acometer outras regiões da pele, como braços, costas e abdômen.
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A vitamina D3 é uma vitamina lipossolúvel (solúvel em gordura), considerada um hormônio esteroide, o que faz dela diferente das demais. Ela é produzida no corpo através da ação fotolítica na pele com ajuda do colesterol e dos raios solares. Por isso, o nutriente também é conhecido como "vitamina do Sol".
O que causa psoríase no couro cabeludo?
As causas da psoríase no couro cabeludo ainda não são totalmente compreendidas, mas vários fatores contribuem para seu desenvolvimento, desde questões imunológicas, hormonais e psicossomáticas. Ademais, sabe-se que a psoríase no couro cabeludo é uma doença cutânea que comumente se desenvolve entre pessoas da mesma família, ou seja, é uma condição que tem causas genéticas.
O fator psicológico também parece apresentar bastante influência no aparecimento da psoríase no couro cabeludo. Em relatos clínicos, é muito comum observar que, em períodos de maior estresse emocional, o paciente tende a apresentar pioras no quadro.
Sintomas de psoríase no couro cabeludo
O início da doença pode ocorrer em qualquer idade, incluindo a infância, com duas faixas etárias de pico: dos 16 ao 22 e dos 57 aos 60 anos.
Os sintomas mais presentes e característicos da psoríase no couro cabeludo são as descamações da pele, podendo ser acompanhadas de: manchas vermelhas, ressecamento da região, pele áspera, além de sensação de coceira e queimação na região afetada.
Por afetar a pele da região da cabeça, a psoríase no couro cabeludo também pode contribuir para a queda de cabelo e dificuldade do crescimento de novos fios. Uma vez tratada a psoríase, a queda tende a cessar. A gravidade da doença será avaliada de acordo com a área afetada e grau de sintomas. Seu diagnóstico e avaliação, assim como tratamento, devem ser feitos por um médico especializado.
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Como tratar psoríase no couro cabeludo
Apesar da psoríase no couro cabeludo não ter cura, ela possui tratamento, o qual deverá ser seguido pela vida toda e intensificado nos momentos de crise, conforme indicação médica.
O uso de remédio para psoríase no couro cabeludo é uma realidade dentre os tratamentos existentes. Atualmente, os fármacos mais usados são os corticosteróides (halcinonida, fluocinonida, clobetasol e betametasona na forma de dipropionato e valerato) e o calcipotriol, um análogo sintético do calcitriol (forma ativa da vitamina D3).
Há também estudos * demonstrando que a deficiência de vitamina D está associada ao desenvolvimento da psoríase no couro cabeludo e, portanto, o uso da suplementação de vitamina D3 pode levar a melhores resultados clínicos e melhor qualidade de vida em pacientes com psoríase.
Por fim, também há formas de lidar com a psoríase no couro cabeludo no dia a dia, como:
- evitar banhos muito quentes;
- secar sempre bem o couro cabeludo;
- evitar deixar o cabelo húmido;
- tomar cuidado com produtos químicos usados no cabelo;
- escovar os fios com delicadeza para remover os resíduos da descamação.
A psoríase é uma doença crônica, e embora não haja cura definitiva, há uma variedade de tratamentos disponíveis que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. E falando da psoríase no couro cabeludo, ela é uma condição incômoda e desafiadora, mas o conhecimento e o cuidado adequado fazem toda a diferença na gestão dessa condição.
Referências
- Stanescu AMA, Simionescu AA, Diaconu CC. Oral Vitamin D Therapy in Patients with Psoriasis. Nutrients. 2021 Jan 6;13(1):163. doi: 10.3390/nu13010163. PMID: 33419149; PMCID: PMC7825555.
- Barrea L, Savanelli MC, Di Somma C, Napolitano M, Megna M, Colao A, Savastano S. Vitamin D and its role in psoriasis: An overview of the dermatologist and nutritionist. Rev Endocr Metab Disord. 2017 Jun;18(2):195-205. doi: 10.1007/s11154-017-9411-6. PMID: 28176237; PMCID: PMC5486909.
- Bhat, GH, Guldin, S., Khan, MS et al. Status da vitamina D na psoríase: impacto e correlações clínicas. BMC Nutr 8 , 115 (2022). https://doi.org/10.1186/s40795-022-00610-y
- QUEIRÓS, Catarina et al. Análise da revisão Cochrane: tratamentos tópicos para a psoríase do couro-cabeludo: Cochrane Database Syst Rev. 2016; 2: CD009687. Acta Médica Portuguesa, v. 30, n. 3, p. 163-168, 2017.
- DA SILVA, Flávio Oliveira. Psoríase no couro cabeludo: síntese das principais evidências clínicas. BWS Journal, v. 4, p. 1-11, 2021.
Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.