Conheça os benefícios do ômega 3 para autismo
O Autismo, também chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), já existe há muito tempo, mas não era bem compreendido até algumas décadas atrás. Isso levou muitas pessoas com autismo a receberem diagnósticos e tratamentos errados.
Com o avanço da ciência, hoje compreendemos que existe o espectro do autismo, podemos diagnosticar e propor intervenções psicoeducativas para o indivíduo e sua comunidade.Inúmeras são as propostas para auxiliar na melhora da qualidade de vida do autista, dentre elas, a suplementação de ômega-3 vem ganhando destaque.
Confira abaixo quais são os benefícios do ômega 3 para o autismo encontrados em estudos.
O que é autismo?
O autismo não é uma deficiência com um único tipo de diagnóstico. Existe um espectro de características que definem qual o grau de autismo de cada indivíduo diagnosticado com o transtorno. Ou seja, dentro do diagnóstico de autismo, há inúmeras “categorias” que o indivíduo pode se enquadrar, de acordo com seus sinais, sintomas, comprometimento físico e funcional.
Portanto, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um grupo de transtornos de desenvolvimento neurológico, caracterizado pelo comprometimento de habilidades sociais, de comunicação e comportamentais.
Existem 3 níveis de autismo, que também se dividem em subníveis. São eles:
- nível 1 - autismo leve: geralmente necessitam de pouco apoio, podendo levar uma vida independente;
- nível 2 - autismo moderado: maiores problemas sociais e comportamentais, necessitam de apoio substancial;
- nível 3 - autismo grave: nível mais alto do comprometimento da fala e de habilidades sociais, apresentam necessidade integral de apoio.
Não se há total compreensão das causas do autismo, embora muitos digam que fatores ambientais, como alimentação e contato com poluentes, tenham grande papel no desenvolvimento do transtorno, a ciência ainda aponta para a genética como principal fator de influência. Também há grande correlação entre a gravidez tardia e o aumento no risco do bebe nascer com tal comprometimento.
Outra questão importante a ser esclarecida: autismo tem cura? Não, o autismo não possui cura, por isso é extremamente importante, a nível indivíduo e sociedade, aprender a conviver com essa condição, assim como amenizar seus sintomas e dificuldades enfrentadas.
Sintomas e sinais de autismo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) abrange diversos sintomas e sinais, assim como a intensidade que cada um está presente. Portanto, é importante pontuar que diferentes indivíduos diagnosticados com autismo, poderão ter diferentes sinais e sintomas do espectro, assim como poderão ter distintos “graus” destes sinais e sintomas, desde leves até severos.
Confira os principais sinais e sintomas do autismo:
- comprometimento de habilidades sociais;
- dificuldade em manter contato visual;
- falta de interesse em interação social;
- comprometimento da comunicação, como dificuldade de formular frases, uso de palavras repetidas e até o atraso ou completa ausência da fala;
- hiperfoco em determinados assuntos;
- dificuldade em lidar com ruídos ou locais muito barulhentos;
- dificuldade em identificar emoções alheias e expressar as suas próprias.
Além desses sinais e sintomas mais comuns, indivíduos com autismo podem apresentar uma série de outras complicações, como hiperatividade, distúrbio do sono, problemas gastrointestinais e epilepsia.
Eles também costumam ter dificuldades com a alimentação, podendo rejeitar completamente alimentos ou até grupos alimentares, pela cor, consistência ou odor, apresentando a parte nutricional bastante comprometida.
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O uso do ômega 3 no tratamento para autismo
Com o aumento expressivo do número de diagnósticos de autismo nos últimos anos, a preocupação com os meios de tratamento para tal transtorno se tornam cada vez mais importantes. Diversos são os estudos que apontam formas de auxiliar os indivíduos autistas a lidarem com as imposições dessa condição e viverem suas vidas com qualidade.
O uso do Ômega 3 para o autismo é um dos suplementos mais estudados atualmente.
Devido ao seu papel neuroprotetor e sua importante atuação na estrutura cerebral e na transmissão de sinais nervosos, o Ômega 3 vem sendo um importante aliado ao tratamento de diversos distúrbios do desenvolvimento neurológico, assim como o autismo, segundo um estudo.
O estudo também afirma que níveis significativamente menores de Ômega 3 foram encontrados em autistas, quando comparados à população geral. Já níveis de substâncias conhecidas como citocinas pró-inflamatórias, que contribuem para o comprometimento da saúde do cérebro, foram encontradas em maior quantidade em indivíduos com espectro autista.
De acordo com o estudo, nesses casos o uso de ômega 3, com seu papel anti inflamatório, se torna benéfico para conter esse quadro inflamatório.
Um estudo clínico randomizado suplementou diariamente crianças autistas de diferentes níveis do transtorno e concluiu que o tratamento com ômega-3 melhorou as características do autismo, incluindo comportamentos estereotipados e comunicação social.
Outro estudo com o mesmo objetivo, apontou que os efeitos da suplementação com o ômega-3 mostraram melhoras nos sintomas do autismo, com destaque para: consciência social, motivação social e função de comunicação, bem como desenvolvimento da linguagem, hiperatividade, comportamento repetitivo e habilidades motoras e concentração.
Benefícios além do autismo
Devido sua característica anti inflamatória, seu importante papel na imunidade e na saúde da membrana celular - a parte externa que protege a célula - o uso de ômega 3 traz diversos benefícios para além do autismo.
Alguns dos outros benefícios do suplemento de ômega 3 encontrados em estudos incluem:
- protetor cardiovascular;
- ajuda no aumento da imunidade;
- atua no fortalecimento da musculatura;
- auxilia no funcionamento intestinal;
- fortalece o cabelo;
- neuroprotetor.
Dosagem e melhor ômega 3 para o autismo
O melhor Ômega-3 para o autismo é aquele com maior dosagem de DHA. A dose do Ômega-3 para o autismo deverá ser conforme a recomendação do profissional da saúde ou as instruções de uso fornecidas pelo fabricante.
A recomendação de uso do Ômega-3 para o autismo é junto a uma refeição que contenha gordura, para melhorar o aproveitamento do organismo. Não há um horário específico para o consumo, podendo ser feito na refeição de sua preferência.
Efeitos colaterais e precauções
Náusea, refluxo e azia são alguns dos efeitos colaterais relatados pelo o uso do ômega 3. Esses sintomas são comuns no início do tratamento, mas tendem a passar com o tempo de uso. Para pessoas alérgicas a frutos do mar, com problema de coagulação sanguínea e portadores de próteses cardíacas, o uso de ômega 3 é contraindicado.
Tratamentos convencionais e alternativos para o autismo
O autismo é uma condição que não tem cura, portanto o tratamento e educação acerca das particularidades desse transtorno são imprescindíveis não apenas para o autista, mas para sua família e comunidade.
Alguns tratamentos comuns e com bons resultados, são: fonoaudiologia, terapia comportamental e ocupacional, fisioterapia e atividades físicas e psicoterapia.
Terapias convencionais e tratamentos adjuvantes, como o uso de ômega-3 para autismo, precisam ser incentivados pelos profissionais da saúde, com intuito de melhorar as condições de vida de quem tem o diagnóstico.
Referências
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Artigo escrito por Joana Mazzochi, formada em Administração Empresarial pela UDESC e em Nutrição pela UNIVALI (CRN-10/10934). Além de produzir conteúdo sobre nutrição e saúde, atende pacientes que desejam melhorar a relação com a alimentação.
Conteúdo revisado por Rafaela Galvão, graduada em Publicidade e Propaganda pela ESPM-SUL e também em Nutrição pela UNISUL. Desde 2016 trabalha em projetos de comunicação direcionados para a área da saúde.