Atualizado em 22 de Abril de 2025

Criado por Suelen Santos da Costa - Nutricionista

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Compreenda a relação entre a hemofilia e a genética

A hemofilia é uma condição genética, que afeta a coagulação do sangue. Essa doença tem caráter principalmente hereditário, sendo, muitas vezes, transmitida de geração para geração. Ela resulta em sangramentos prolongados e intensos devido à ausência ou disfunção dos fatores de coagulação. 

Para compreender completamente o que é hemofilia, é essencial explorar sua base genética, bem como as implicações que isso tem para o diagnóstico, tratamento e qualidade de vida dos indivíduos afetados.

Neste artigo, mergulharemos nas complexidades da hemofilia genética, buscando uma compreensão mais profunda dessa condição e suas implicações clínicas.

O que é hemofilia?

A hemofilia é um distúrbio genético e hereditário que afeta o sistema de coagulação do sangue. Ela se caracteriza por uma deficiência de fatores de coagulação, especificamente os fatores VIII ou oito (no caso da Hemofilia A) e IX ou nove (no caso da Hemofilia B). Quando ocorre uma lesão que provoca sangramento, esses fatores de coagulação desempenham um papel crucial na interrupção desse processo, formando coágulos para estancar a hemorragia.

Existem dois principais tipos de hemofilia:

  • hemofilia A: essa é a forma mais comum, representando cerca de 80% dos casos. Ela resulta da deficiência do fator VIII de coagulação;
  • hemofilia B: menos comum, a hemofilia B é causada pela deficiência do fator IX de coagulação.

A gravidade da hemofilia pode variar de leve, moderada a grave, dependendo da quantidade dos fatores de coagulação VIII ou IX presentes no organismo. É importante destacar que a hemofilia não é contagiosa e afeta principalmente homens, embora existam raros casos em mulheres.

A hemofilia é conhecida por causar sangramentos prolongados e excessivos, tanto internos quanto externos, podendo ocorrer após lesões menores ou até mesmo espontaneamente. Por se tratar de um distúrbio genético, o diagnóstico precoce e a gestão adequada dos sintomas são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hemofilia.

Qual a causa da hemofilia? Entenda a relação entre a hemofilia e genética

A hemofilia é uma condição que tem suas raízes profundamente ligadas à genética. Sendo assim, para compreender a relação entre a hemofilia e a genética, é essencial entender como e quais genes e cromossomos desempenham um papel fundamental na ocorrência dessa doença.

A hemofilia é causada por mutações em genes que codificam as proteínas necessárias para a coagulação sanguínea, conhecidas como fatores de coagulação. Como já explicado, existem dois tipos principais de hemofilia: a Hemofilia tipo A, causada por mutações no gene F8, e a Hemofilia tipo B, causada por mutações no gene F9. Essas mutações afetam a capacidade do organismo de formar coágulos eficientes, levando a sangramentos prolongados e excessivos.

O que torna a hemofilia mais comum entre os homens é a localização da mutação genética no cromossomo X. As mulheres têm dois cromossomos X (XX), e ambas as cópias teriam que carregar a mutação para que a doença se manifestasse. Por isso, é mais comum que as mulheres sejam portadoras do gene da hemofilia sem desenvolver a doença em si. No entanto, se essas mulheres tiverem filhos do sexo masculino e transmitirem a mutação no cromossomo X, seus filhos irão manifestar a enfermidade.

No caso dos homens, que possuem um cromossomo X e um cromossomo Y (XY), basta que o cromossomo X contenha a mutação para que eles desenvolvam a hemofilia. Os homens podem transmitir o gene da hemofilia, mas não necessariamente a doença, apenas para suas filhas.

O padrão de herança da hemofilia é recessivo ligado ao X. Nas mulheres, uma cópia do gene sem mutação é suficiente para compensar a cópia mutada, tornando-as portadoras, mas não afetadas pela doença. Por outro lado, nos homens, uma única cópia mutada é suficiente para causar a hemofilia, tornando-a geralmente mais grave em homens.

É importante observar que a hemofilia é uma doença hereditária, mas não exclusivamente hereditária. Cerca de 30% dos casos de hemofilia ocorrem sem histórico familiar prévio, devido a mutações novas que podem surgir nas células germinativas dos pais ou durante o desenvolvimento embrionário. 

Fatores de risco e outras causas da hemofilia

A hemofilia é uma doença complexa, cujas causas podem ser categorizadas em dois principais grupos: causas hereditárias, relacionadas a fatores genéticos, e causas não-hereditárias, que também envolvem fatores genéticos.

Causa hereditária

A causa mais comum da hemofilia é de origem hereditária e está ligada a mutações genéticas. A doença é causada por mutações em genes específicos que codificam as proteínas responsáveis pela coagulação sanguínea, conhecidas como fatores de coagulação. Existem dois principais tipos de hemofilia, a tipo A e a tipo B, causadas por mutações nos genes F8 e F9, respectivamente. A herança da hemofilia segue um padrão recessivo ligado ao cromossomo X.

Nos homens, que têm um cromossomo X e um cromossomo Y, a presença de uma única cópia mutada do gene é suficiente para causar a hemofilia. Por outro lado, nas mulheres, que possuem dois cromossomos X, é necessário que ambas as cópias carreguem a mutação para que a doença se manifeste. No entanto, as mulheres podem ser portadoras do gene da hemofilia, transmitindo-o para seus filhos e filhas.

Causa não-hereditária

Embora a hemofilia seja principalmente uma doença hereditária, existem situações em que fatores não-hereditários podem contribuir para o desenvolvimento da condição. Por exemplo, em alguns casos, a hemofilia pode surgir devido a mutações espontâneas que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário, sem histórico familiar prévio da doença. Essas mutações podem afetar os genes responsáveis pela coagulação.

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Diagnóstico e testes genéticos para hemofilia

Frequentemente, famílias com histórico de hemofilia buscam realizar exames de diagnóstico logo após o nascimento do bebê. Por outro lado, em casos sem antecedentes familiares da doença, o diagnóstico geralmente ocorre após suspeita médica decorrente de sinais e sintomas observados no recém-nascido.

Para estabelecer o diagnóstico, são realizados exames de sangue que avaliam o tempo de coagulação e a atividade dos fatores VIII e IX da coagulação.

A gravidade da doença pode ser determinada através de um exame genético para a hemofilia, que é capaz de detectar as mutações nos genes F8 e F9 associados à doença. Dessa forma, torna-se possível identificar de maneira precisa qual proteína está alterada e de que forma.

O exame genético também é altamente recomendado para indivíduos com histórico familiar de hemofilia, permitindo-lhes descobrir se são portadores de mutações que causam a doença e fornecendo a oportunidade de receber aconselhamento genético antes de planejar uma gravidez.

teste genético oferece uma série de vantagens significativas para aqueles que o realizam. Embora a Ocean Drop não ofereça testes para hemofilia, ela fornece informações valiosas sobre diversos aspectos relacionados à saúde e qualidade de vida. Aqui estão alguns dos principais benefícios:

  • alimentação personalizada: o teste genético avalia como seu organismo lida com nutrientes, vitaminas e minerais. Isso ajuda a adaptar sua dieta de acordo com as necessidades do seu corpo, reveladas pelo seu código genético;
  • exercícios personalizados: ele oferece insights sobre a melhor forma de se exercitar, levando em consideração a resposta do seu corpo a diferentes tipos de atividades físicas;
  • intolerância à lactose: o teste pode identificar a predisposição à intolerância à lactose, auxiliando na prevenção de sintomas desconfortáveis;
  • risco de doenças: o mapeamento genético permite acompanhar o risco de desenvolver condições como o Alzheimer e diversos tipos de câncer, possibilitando a adoção de medidas preventivas.

Além disso, é importante destacar a praticidade do teste genético domiciliar, que permite a coleta de amostras em casa, e a individualização das informações fornecidas, auxiliando na tomada de decisões informadas sobre saúde e estilo de vida. Embora a OMV não ofereça testes para hemofilia, ela oferece uma visão abrangente de diversos aspectos da saúde.

Tratamentos para hemofilia

A hemofilia não tem cura, mas dispõe de tratamentos amplamente acessíveis, em grande parte pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através dos Centros de Tratamento de Hemofilia e Hemocentros.

O tratamento fundamental para a hemofilia é a reposição intravenosa do fator de coagulação deficiente. Esse procedimento pode ser realizado em duas abordagens principais: após a ocorrência de um episódio de sangramento ou preventivamente, por meio da profilaxia.

Em adição à reposição de fatores de coagulação, é essencial que os pacientes realizem exames de acompanhamento em intervalos regulares e sejam supervisionados por um médico especializado. O entendimento genético da hemofilia desempenha um papel relevante na formulação do plano de tratamento, permitindo abordagens mais personalizadas para atender às necessidades específicas de cada paciente.

Foto de Suelen Santos da Costa

Conteúdo criado por especialista:

Suelen Santos da Costa

Nutricionista

Este artigo foi escrito por Suelen Costa dos Santos, nutricionista (CRN 10 – 7816), formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Possui pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP – Centro de Nutrição Funcional, uma das instituições mais renomadas da área. Seu trabalho é guiado pelos princípios da nutrição funcional, com foco na promoção da saúde e na individualidade bioquímica.

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