Atualizado em 21 de Maio de 2025

Criado por Daniella Miranda - Nutricionista

Carregando...

Insulina alta: o que é, sintomas, riscos e como controlar

sintomas de insulina alta

A insulina alta, ou hiperinsulinemia, é uma condição em que o corpo produz insulina em excesso — geralmente como resposta a uma dieta desequilibrada, excesso de peso ou resistência à insulina.

Apesar de, muitas vezes, passar despercebida, ela pode ser o ponto de partida para diversas complicações de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

O que é insulina alta?

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que age no controle da glicemia, ou seja, ela leva a glicose (açúcar) que está circulando na corrente sanguínea para o interior das células, onde ela atuará na produção de energia.

Entretanto, quando há resistência à insulina - situação em que as células não respondem adequadamente a ação deste hormônio - a glicemia mantém-se alta e o corpo compensa essa situação produzindo mais e mais insulina, acarretando em um quadro de insulina alta no sangue.

Sintomas

Você deve estar se perguntando como saber se a insulina está alta, não é mesmo?

Usualmente a hiperinsulinemia é silenciosa, mas alguns sintomas de insulina alta podem estar presentes, servindo de alerta:

  • Fome constante: principalmente por alimentos com farinhas brancas e doces;
  • Dificuldade para emagrecer: mesmo estando em dieta e praticando exercícios;
  • Fadiga excessiva: sensação de cansaço frequente;
  • Aumento da circunferência abdominal: acúmulo de gordura na região da barriga;
  • Letargia após as refeições: sensação de sonolência ou lentidão depois de comer.

Caso note a presença de um ou mais sintomas de insulina alta o que deve fazer é procurar um clínico geral ou um endocrinologista para avaliar os níveis de glicose e insulina no sangue.

Causas

Os principais fatores que podem levar à insulina alta são:

De acordo com estudos, o alto consumo de cereais refinados (como pão branco e arroz branco), batatas, carnes processadas, doces e bebidas adoçadas, assim como o baixo consumo de vegetais, frutas, leguminosas, grãos integrais e peixes compõem um padrão alimentar de alto risco para o desenvolvimento de insulina alta.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, tais como:

  • Glicose em jejum;
  • Hemoglobina glicada (média da glicemia dos últimos 3 meses);
  • Insulina em jejum;
  • Índice HOMA-IR;
  • Índice quantitativo de verificação da sensibilidade à insulina (QUICKI).

A junção desses exames avalia a presença ou não de resistência à insulina. Vale lembrar que é possível ter insulina alta e glicose normal - o que pode mascarar o problema e atrasar o diagnóstico.

Por isso é necessário que o médico avalie o resultado destes exames, em conjunto com o histórico e sintomas do paciente, para dar o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento da insulina alta tem como base a combinação entre mudanças no estilo de vida e uso de medicamentos, visando manter parâmetros de insulina e glicose normal. Acompanhe abaixo quais os principais meios disponíveis:

1. Medicamentos

Em alguns casos, pode ser necessário tratamento com remédio para insulina alta, especialmente quando há risco de evolução para diabetes. O médico pode prescrever metformina, medicamento que ajuda a melhorar a sensibilidade das células à insulina, por exemplo.

2. Dieta e suplementação

A alimentação tem um papel central no controle da insulina alta. Por isso, é importante adotar uma dieta saudável, de baixo índice glicêmico, rica em fibras e priorizar cereais integrais - tais como arroz integral, pão integral, massa integral e aveia - ao invés dos refinados. Frutas, vegetais e proteínas magras também devem compor a dieta.

A palatinose surge como uma excelente opção de carboidrato para quem possui insulina alta, devido sua lenta absorção e baixo índice glicêmico. Ela fornece energia de forma gradual, sem picos de glicose e insulina, favorecendo o metabolismo e a saciedade.

Compostos bioativos também vêm sendo estudados como aliados no manejo da resistência insulínica. Uma revisão recente destacou que compostos naturais como berberina, quercetina e silimarina podem ajudar de várias formas no controle da insulina alta.

Eles atuam melhorando a forma como o corpo responde à insulina, equilibrando a flora intestinal, reduzindo inflamações e estimulando processos que favorecem o uso da energia pelas células.

Cabe destacar que o consumo calórico excessivo pode contribuir para o aumento da insulina, por isso a dieta deve ser individualizada para se adequar às necessidades nutricionais.

3. Exercício físico

A prática regular de exercícios físicos, principalmente exercícios de força, como a musculação, ou de exercícios aeróbicos intensos, como corrida e ciclismo, melhoram a captação de glicose pelas células, contribuindo tanto para prevenção quanto para o tratamento da insulina alta e diabetes.

Quais os riscos da insulina alta?

Os perigos da insulina alta para a saúde já são bem conhecidos. Se não tratada, a insulina alta pode desencadear:

  • Diabetes tipo 2;
  • Obesidade visceral (quando a gordura acumula entre os órgãos);
  • Doenças cardiovasculares, como hipertensão, dislipidemia, aterosclerose;
  • Esteatose hepática (gordura no fígado);
  • Hipertensão arterial;
  • Síndrome metabólica;
  • Infertilidade e distúrbios hormonais.

Como reduzir a insulina alta naturalmente

Além de buscar orientações de um endocrinologista e nutricionista para o devido acompanhamento individualizado, adotar hábitos saudáveis faz toda a diferença. Estratégias para baixar a insulina alta incluem:

  • Reduzir o consumo de açúcar, doces, farinhas refinadas e bebidas alcoólicas;
  • Dar preferência para proteínas magras (laticínios desnatados, cortes de carne magros, peixes);
  • Priorizar o consumo de cereais integrais, raízes, vegetais e leguminosas;
  • Fazer refeições completas - contemplando carboidratos, proteínas, gorduras boas e fibras;
  • Manter uma rotina de sono regular;
  • Perder peso (se necessário);
  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Gerenciar o estresse com práticas como meditação, yoga ou terapia.

Adotar esses hábitos pode parecer desafiador no início, mas os benefícios compensam. Com pequenas mudanças diárias é possível equilibrar os níveis de insulina de forma natural e promover mais saúde e bem-estar no longo prazo.

O acompanhamento profissional, com médico e/ou nutricionista, pode ajudar a adaptar esses cuidados às necessidades e rotinas de cada pessoa, facilitando o processo.

Referências

Daniella Miranda, Nutricionista (CRN2 17408), formada pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). É pós-graduada em Nutrição Esportiva Funcional pela VP, Mestre em Hepatologia pela UFCSPA e Doutoranda em Gastroenterologia e Hepatologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pós-graduada em Nutrição Esportiva Funcional